LIÇÕES DE VIDA E ENSINAMENTOS - TUDO SOBRE OS PERSONAGENS MAIS MARCANTES DA BÍBLIA SAGRADA - OS VILÕES E HERÓIS DA BÍBLIA SAGRADA E SUAS EXPERIÊNCIAS
terça-feira, 9 de janeiro de 2024
APRENDENDO COM LÓ
sexta-feira, 5 de janeiro de 2024
APRENDENDO COM DAVI (PARTE 57)
APRENDENDO COM DAVI
"Faleceu Samuel; todos
os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua
casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.". 1
Sm25:1. Aparentemente Davi havia alcançado o zênite da maturidade espiritual.
Estaria Davi preparado para governar Israel? Seria a hora dele ser colocado no
trono para dirigir o povo de Deus pelos vales das dificuldades até a presença
de Deus? As suas últimas atitudes deixam profundas impressões acerca
de seu caráter e de sua submissão a Deus. Mas nada como uma crise para revelar
o grau de nossa maturidade ou o que está por baixo de nossa aparente
maturidade.
O Texto nos diz que é
neste momento que Davi recebe uma dura notícia: "Samuel faleceu". Com
a morte de Samuel, não morria apenas um amigo e um conselheiro, mas morria
também a última esperança humana de Davi ser rei. Samuel representava para Davi
o fato de que havia sempre um profeta e uma escola inteira de profetas orando e
intercedendo por ele.
Agora, Samuel havia
falecido. Este era um momento que a sua fé, submissão e a sua maturidade
estavam sendo acrisolada. Acrisolar é uma palavra que vem do grego CRISIS.
SÓ SE AMADURECE NA CRISE. NINGUÉM AMADURECE NO BEM BOM. É só através das crises
que chegamos à maturidade espiritual. Porque é na crise que nós somos
acrisolados. Purificados, livres das impurezas. São as crises que revelam o que
há por dentro de nós. Traz à tona o verdadeiro eu de cada pessoa.
Neste momento de crise,
Davi foge. Pensa que tudo está perdido. Deixa En-Gedi, um paraíso-fortaleza, e
desce para o meio do deserto de Parã ou Maom na península do Sinai que foi no
passado o deserto onde os israelitas vagaram Por 40 anos por terem desobedecido
a Deus. Na crise, Davi ainda se mostra um homem vulnerável. Vulnerável aos seus
sentimentos. Não orou, não buscou, não ouviu nenhuma palavra do Senhor. Apenas
sentiu medo, insegurança; e guiado e controlado por esses sentimentos, tomou
uma atitude suicida de fuga para o meio do nada.
Como é triste tomar
decisões dirigidas por sentimentos. Sempre acabamos em grandes num grande
deserto de dificuldades. E esse é o retrato de Davi no capítulo 25. Apesar de
Davi ser um homem submisso e obediente à vontade de Deus, que não se deixava
guiar pelas circunstâncias ou pela opinião dos outros, ainda assim, apresentava
essa brecha em seu caráter: era um homem vulnerável as seus sentimentos. Era um
homem dominado pelos seus sentimentos.
O problema é que os
sentimentos nos cegam, os sentimentos nos roubam a lucidez. Nos impedem de ver
as coisas como elas são. Porque os sentimentos não têm compromisso com a
verdade, eles não têm preocupação se é certo, ou errado, se é verdadeiro ou
falso, se prejudica ou não prejudica. A única preocupação dos nossos
sentimentos é conquistar o nosso coração, e que nós digamos sim a tudo o que
eles dizem para nós.
Mas graças a Deus que Ele
sempre tem os seus instrumentos para nos trazer de volta à Palavra do Senhor. E
qual ou quem foi o instrumento que Deus usa para recuperar esse perdido Davi
aos caminhos do Senhor novamente? Abigail.
A Bíblia diz que Davi,
diante da atitude tola do tolo Nabal, esposo de Abigail (este mostrou total
ingratidão para com as atitudes graciosas de Davi) se enche de ira, de vingança
e decide matar Nabal. Contudo diz a Palavra que Abigail o demoveu de sua insana
emoção.
Agora, como foi que Abigail
conseguiu fazer Davi deixar de ser também um Nabal? (Nabal =tolo) - um homem
controlado pelos seus sentimentos e fazê-lo voltar a ser um homem segundo o
coração de Deus controlado pela Palavra de Deus (1 Sm.26, 30-31).
Ela confronta Davi com o
seu futuro. Cada palavra de Abigail foi calculada para tocar, para golpear o
coração de Davi controlado pelos seus sentimentos. E por que ela confronta Davi
com o seu futuro? Porque os nossos sentimentos só "pensam" no aqui e
no agora; eles nunca "pensam" no depois. Os sentimentos só "têm
olhos" para o momento. São cegos para ver e encarar o futuro.
Na verdade, as pessoas só
são dominadas e controladas pelos seus sentimentos porque eles nunca pensam no
amanhã. Nunca se deixam confrontar com o dia seguinte. Nunca se deixam
confrontar com as consequências, com as colheitas que terão que fazer amanhã.
Quem sabe você hoje está
assim, quer se livrar dos tentáculos dos sentimentos e ser um homem controlado
pela Palavra de Deus? Então, é preciso olhar para o futuro. É preciso
confrontar-se com o dia de amanha. O apóstolo Paulo disse em Galatas 6 "aquilo
que o homem semear, isso também ceifará". É preciso se confrontar com
o amanha da colheita.
APRENDENDO COM JESUS
APRENDENDO COM JESUS
Jesus estava à mesa com os pecadores e publicanos – cobradores de
impostos. O que surpreende, entretanto, não é que Jesus esteja à vontade na
companhia de gente mal falada, mas que pessoas de reputação duvidosa e moral
escandalosa se sintam perfeitamente à vontade na mesa de Jesus.
Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e
disse-lhe: "Siga-me". Levi levantou-se e o seguiu. Durante uma
refeição na casa de Levi, muitos publicanos e "pecadores" estavam
comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam.
Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com
"pecadores" e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por
que ele come com publicanos e ‘pecadores’?" Ouvindo isso, Jesus lhes
disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os
doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". [Marcos
2.14-17]
Fariseus, escribas, publicanos e pecadores. Os fariseus, nome que
significa “separados”, eram o mais ortodoxo e rigoroso segmento do judaísmo dos
dias de Jesus. Eles se consideravam “o verdadeiro Israel”.
Os escribas, também chamados doutores da Lei, eram estudiosos e mestres
da Torah, o texto sagrado dos judeus.À época os judeus eram colônia romana e
pagavam impostos exorbitantes.
Os publicanos eram os judeus coletores de impostos que trabalhavam para
Roma nas províncias e colônias romanas.Além de serem considerados traidores de
Israel, eram repudiados pelos fariseus e mestres da Lei, pois não apenas faziam
o serviço sujo para Roma como também estavam envolvidos em corrupção, cobrando
impostos abusivos em benefício próprio.
HÁ RAZÕES PARA ESTE APARENTE PARADOXO.
JESUS NÃO USAVA SUA AUTORIDADE PARA SE DISTINGUIR, MAS PARA SEDUZIR. O
biógrafo de Jesus, Marcos, parece desenvolver sua narrativa de modo a nos
conduzir propositadamente a essa cena. Apresenta Jesus ensinando com uma
autoridade jamais vista anteriormente, e contrapondo seu ensino ao modelo dos
religiosos escribas e fariseus. Admiradas, as pessoas se perguntavam a respeito
de Jesus: “O que é isso? Um novo ensino? De onde vem essa autoridade?” (Marcos
1.22,27).
Os mestres de Israel formavam uma casta iniciada na Torah, e por isso se
julgavam acima do povo simples, com quem falavam assentados “na cadeira de
Moisés”. Jesus se misturava entre as gentes, e enquanto falava
compartilhava os mistérios do reino de Deus a quem estivesse de coração aberto.
Geralmente os pecadores estavam mais prontos a ouvir, pois não se sentiam
intimidados nem menosprezados por Jesus. Sim, Jesus revela mistérios
espirituais aos simples e pecadores.
JESUS NÃO USAVA SEU PODER PARA DESTRUIR, MAS PARA PROMOVER LIBERTAÇÃO. Os
demônios devem temer a Jesus. Os seres humanos, não. Diante de Jesus os
espíritos maus davam passos para trás, em tom suplicante para que não fossem
destruídos (Marcos 1.23-26).
JESUS NÃO AMEAÇA OS SERES HUMANOS COM SEU PODER ESPIRITUAL. Não é
um feiticeiro gerando medo, adulação indevida e subserviência. Diferentemente
dos neofariseus, Jesus coloca os homens em pé, os ensina a andar com suas
próprias pernas e os conduz à autonomia responsável e reverente a Deus. Sim,
Jesus expulsa demônios e liberta seres humanos.
JESUS NÃO USA SUA PUREZA PARA SEGREGAR, MAS PARA ABRAÇAR OS EXCLUÍDOS. O
leproso que de Jesus se aproxima sabe que pode ser purificado. Na tradição de
Israel, o leproso era impuro, e todo aquele que com ele tivesse contato se
tornaria igualmente impuro. Mas Jesus, ao tocar o leproso, purifica o leproso.
Com o seu toque, em vez de ser maculado pela lepra, transfere sua pureza ao
leproso (Marcos 1.40-42). Sim, Jesus abraça os impuros.
JESUS NÃO USAVA SUA VIRTUDE PARA CONDENAR, MAS PARA OFERECER PERDÃO. O
paralítico que lhe é apresentado tem seus pecados perdoados (Marcos 2.5-7). Os
religiosos, partindo do princípio que somente Deus pode perdoar pecados,
expressam sua contrariedade. Jesus poderia lhes estender a mão: “Muito prazer,
Deus em carne e osso”. Sabedor de seu direito e do débito dos homens, Jesus
estende a mão como oferta de aproximação, perdão e reconciliação.
O olhar de Jesus não é condenatório. Sua voz não é acusadora. Seu tom
não é moralista. Sua mensagem não é de juízo, mas de salvação. Não vem para
promover “o dia da vingança de Deus”, mas para anunciar “o ano da graça do
Senhor”. Sim, Jesus perdoa pecados.
JESUS NÃO USA SUA TRADIÇÃO RELIGIOSA PARA SE EXIMIR DAS DORES DO MUNDO,
MAS PARA PROMOVER A VIDA. Os religiosos querem saber se é lícito curar no
sábado (Marcos 3.1-6). A interpretação de que guardar o sábado implica
distanciamento ao sofrimento humano é absolutamente rejeitada por Jesus
A Torah é caminho de vida e não pode ser usada para garantir aos
religiosos o lugar confortável e asséptico da omissão diante do ser humano que
sofre. O sábado foi criado para o homem, e não o homem para o sábado,
ensinou Jesus (Marcos 2.17). Sim, Jesus usa sua religião em favor da vida.
Devem ser temidos os homens que se valem de sua autoridade e poder
espiritual para intimidar e abusar de gente simples, sua pretensa superioridade
moral para segregar os pecadores, sua pseudo virtude para condenar os que não
se encaixam em seus padrões de pureza, sua religião para lavar as mãos enquanto
o mundo chora.
De fato, não surpreende que publicanos e pecadores se sintam à vontade
na companhia de Jesus. A mesa está posta: partilha dos mistérios divinos,
ação que promove libertação, abraços de inclusão, oferta de perdão, compaixão,
solidariedade e generosidade.
Para quem imagina que Jesus é condescendente com pecadores e seus
pecados, corações corruptos, e comportamentos imorais, é importante sublinhar
que chamava todos ao arrependimento. Não legitimava a vida torta. Mas não
olhava torto para ninguém. Aliás, olhava sim. Olhava torto para os que
acreditavam que não precisavam se arrepender.
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