terça-feira, 3 de dezembro de 2019

APRENDENDO COM JÓ (PARTE 8)



A GUERRA ESPIRITUAL, A PALAVRA DE DEUS E O DILEMA DE JÓ

O cenário do guerra

Os primeiros dois capítulos do livro de Jó definem o campo e os personagens deste conflito. Temos de um lado Deus que nos é apresentado como o Senhor soberano sobre tudo o que acontece na terra e no céu. As ações dos anjos e dos homens não lhe escapam aos olhos. Walter Wink afirma que "a fé no Israel primitivo, na verdade não tinha lugar para Satanás. Somente Deus era o Senhor e tudo o que acontecia, para o bem ou para o mal, era atribuído a Deus. "Eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro; diz o Senhor" .

Para o Velho Testamento, Deus sempre era a causa primeira e última de tudo o que acontecia no céu e na terra; ele assume total responsabilidade sobre o bem e o mal. Este é um conceito importante que veremos na forma como Jó enfrenta seu conflito espiritual.

De outro lado, temos o próprio Satanás, que se apresenta diante de Deus junto com os "filhos de Deus". Ele nos é apresentado como um acusador, expressão usada no Novo Testamento para definir seu papel. Ele levanta suspeitas quanto às motivações de Jó em ser tão íntegro e reto diante de Deus. Suas dúvidas colocam sob suspeita o testemunho de Deus e, consequentemente, as relações entre Deus e o homem. Ele não tem um poder próprio e não age independentemente de Deus. Suas ações, Deus assume como sendo suas próprias ações quando afirma que Satanás o havia "incitado contra ele (Jó), para o consumir sem causa" (Jó 2:3b). Satanás também reconhece isto ao dizer a Deus "estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face!" (Jó 2:5).

Embora a maldade tenha sido proposta e executada por Satanás, ele próprio reconhece que é a mão de Deus, em última análise, a responsável pelas aflições de Jó. Satanás não é um ser autônomo, independente, com liberdade plena para agir e fazer o que lhe interessa.
Por fim temos Jó, aquele sobre quem Satanás levanta suas suspeitas e que, aos olhos de Deus, é um homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desvia do mal. O alvo das acusações de Satanás é o homem em sua relação com Deus.

Ele não duvida do que Deus afirma sobre seu servo Jó. Sua dúvida repousa sobre as motivações, as intenções secretas da devoção de Jó. Estas suspeitas não comprometem apenas as intenções de Jó mas, sobretudo, a aliança que Deus estabelece com seu povo.

A tese levantada é a de que ninguém adora e serve a Deus por nada. Por detrás de toda a retidão e integridade, o homem esconde sua verdadeira motivação que é a recompensa que espera receber de Deus. Satanás duvida que alguém possa amar a Deus sem esperar alguma retribuição. Se as suspeitas de Satanás forem confirmadas, ele encontra a justificação para sua própria queda.

O centro da guerra espiritual se dá na arena do conflito relacional e afetivo e não no do poder.

A estratégia de Satanás

Deus aposta no poder do amor, do relacionamento que existe por causa do afeto. Este é o poder que ele dispõe para enfrentar a aposta que Satanás propõe. Por natureza, é um poder frágil, cuja força está em cativar o coração e obter deste uma resposta igualmente afetiva e amorosa.

A guerra espiritual, na perspectiva de Jó, não é uma disputa de poder entre duas forças que se digladiam buscando provar quem é maior e o mais forte. Antes, é um conflito entre Deus, que ama gratuitamente e incondicionalmente e o acusador que usa todos os recursos possíveis para provar a impossibilidade deste amor. O que está em jogo na aposta entre Deus e Satanás é a relação de Jó com seu Senhor.

Numa outra cena semelhante, a da tentação no deserto, o que está em jogo ali é também a mesma coisa. Quando Satanás se aproxima de Jesus para tentá-lo, a primeira pergunta foi: "se és Filho de Deus, manda…" A dúvida lançada não era em relação ao poder de Jesus de transformar pedras em pães ou saltar do alto do templo e ordenar aos anjos que lhe socorressem. A dúvida era em relação à voz que ele acabara de ouvir no Jordão dizendo: "este é o meu Filho amado em quem tenho o meu prazer".

A preocupação de Satanás não está no poder de Jesus para transformar pedras ou dar qualquer show que demonstre sua habilidade em manipular as forças cósmicas; sua preocupação está em levantar suspeitas, colocar sob dúvidas e, por fim, arruinar a relação única que o Filho tem com o Pai.
Durante toda a vida e missão de Jesus, sua luta espiritual foi preservar o vínculo amoroso, afetivo e obediente que ele tinha em relação ao Pai. Seu último suspiro, depois de toda a vergonha e humilhação do Calvário, foi mais uma vez afirmar seu amor ao Pai dizendo: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito".

Foi esta relação de amor e afeto que venceu o pecado, que trouxe o triunfo da cruz. A cruz é o triunfo do amor sobre o poder. A opção pelo poder é uma opção maligna. É por isto que Jó recusa o caminho tão comum e popular da guerra espiritual moderna, o do dualismo, que vê o mundo dividido entre dois grandes poderes, duas grandes forças que disputam o domínio e o controle dos homens e da história.
Recentemente, foi publicado no Brasil um livro sobre a batalha espiritual que define a batalha espiritual com os seguintes dizeres: "Há no mundo dois reinos em conflito, duas forças que se chocam em combate pelo destino eterno dos seres humanos, dois poderes em confronto: O poder das trevas contra o poder da luz".

Para o editor, o mundo está literalmente dividido entre duas grandes forças, uma do bem e outra do mal, e que precisamos urgentemente optar por um lado, sacar as armas espirituais e partir para defender o ameaçado reino do Senhor Jesus.

Jó não vê o mundo assim. Para ele, o Senhor reina. Logo após ter sido violentamente afligido pelas catástrofes provocadas por Satanás, ele não diz: "O Senhor deu e Satanás tomou, agora devo amarrar e reivindicar o que me foi tirado"; pelo contrário, sua afirmação revela que, mesmo tendo sido Satanás o autor de toda a desgraça que sobreveio a ele e sua família, ele continua colocando Deus no centro de todos os acontecimentos ao declarar: "o Senhor deu, o Senhor tomou, bendito seja o nome do Senhor".

Quando abraçamos o dualismo, a guerra espiritual transforma-se numa disputa de poder; temos que provar quem é mais forte, mais competente. Entramos na arena criada pelo próprio Satanás e passamos a lutar com suas armas. Optamos pelo poder, pelo domínio, e caímos na grande armadilha que ele nos preparou. Jesus, quando provocado, nunca se valeu do seu poder para se auto afirmar perante Satanás ou mesmo o mundo. Um dos ladrões que fora crucificado com ele disse-lhe: "Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também", no entanto, Jesus não precisou dar nenhuma prova do seu poder para mostrar que era de fato o Cristo de Deus, porque o seu poder fora definido na voz do Jordão.
Um dos perigos que a guerra espiritual trás é o de induzir-nos a usar as mesmas armas de Satanás, as armas do poder. O mundo não está dividido entre duas grandes forças. Por isto, como afirma C. S. Lewis, não há uma guerra espiritual mas sim, uma rebelião interna e o rebelde encontra-se sob controle. O poder que venceu o pecado foi o poder do amor, da encarnação, da entrega, da doação. Esta é a arma da nossa guerra. O que Satanás queria era mostrar que ninguém ama a Deus por nada, que ninguém busca e serve a Deus simplesmente por que Deus é Deus; que a integridade e retidão de Jó nada mais eram do que artifícios para conquistar os favores de Deus.

É importante notar que as armas de Deus não são as mesmas de Satanás. Enquanto Satanás se vale da violência, destruição, sofrimento e dor, mostrando seu arsenal poderoso, Deus se vale da aliança feita pelo seu nome.

Esta compreensão dualista da guerra espiritual que tomou conta da igreja evangélica no Brasil e na América Latina tem causado outras conseqüências previsíveis como o surgimento da teologia da prosperidade e a ambição pelo poder político. Ambos são reflexos de uma mesma visão espiritual que coloca os crentes dentro da arena criada Satanás onde ele mesmo é quem distribui as armas. Na luta pelo poder, seja ela qual for, Satanás será sempre o vencedor. As armas de Deus são outras, seu poder transforma a vida e a alma humana, nos livra das ambições do poder, nos tornam mais submissos e obedientes a ele e sua Palavra, mais comprometidos com o seu reino e sua justiça.

As transformações em Jó

Como já vimos, o drama de Jó reflete uma aposta que Deus e Satanás fizeram em relação às motivações secretas que levam-no a ser íntegro e reto. Deus aposta na resposta do amor, e Satanás na da retribuição como expressão do egoísmo. O sofrimento imposto a Jó é para provar de que lado ele vai ficar.

Os amigos entram em cena e logo mostram que sua teologia reforça o argumento de Satanás. Para eles a lógica é simples: Deus abençoa o justo e pune o pecador, portanto, se Jó esta sofrendo, é porque pecou. Sendo assim, ele deveria reconhecer seu pecado, confessá-lo, a fim de receber de volta o que lhe havia sido tirado.



Noutras palavras, Jó deveria buscar a Deus, não por causa de Deus, mas por causa dele mesmo. Ele era a razão da sua fé e o objeto do seu amor. Jó, no princípio embora adepto desta teologia da retribuição, rejeita este argumento e reafirma sua inocência.

Na sua luta espiritual, ele tem uma opção em três: reconhecer que seus amigos têm razão e que Deus é justo, o que o levaria a negar sua inocência e a buscar a Deus por causa de si mesmo; reconhecer que seus amigos têm razão e que ele é inocente, o que o levaria a negar a Deus, e reconhecer que Deus é justo e que ele é inocente, o que o levaria a negar a teologia dos amigos.

Jó opta pela última. Esta opção o leva a experimentar uma profunda transformação na sua linguagem que Gustavo Gutiérrez chama de "Linguagem Profética e a Linguagem da contemplação".

A linguagem profética nasce da constatação que Jó teve de que há outros inocentes como ele no mundo, que sofrem a opressão daqueles que ambicionam o poder. Ele começa a falar para os pobres e sofredores com a linguagem de quem conhece a dor do inocente.

A linguagem da contemplação nasce da revelação de Deus como Senhor livre e soberano, cujos atos e justiça não são determinados pelo homem, mas pela gratuidade do seu amor. Ao reconhecer a grandeza e majestade de Deus, Jó se curva e declara que agora seus olhos o vêem. O propósito da guerra espiritual na experiência de Jó não foi determinada pela sua capacidade de vencer as catástrofes, nem mostrar que o poder de Deus é maior que o de Satanás. O propósito foi o de render seu coração, transformar sua teologia (uma vez que ele pensava como seus amigos) e viver um encontro com Deus que transformou sua linguagem sobre Deus.

A derrota de Satanás não foi medida pelo poder, mas pela rendição ao amor gratuito e incondicional de Deus. Penso que esta foi também a guerra espiritual vivida por Pedro quando o próprio Senhor o chamou e disse: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos" (Lc. 22:31, 32).

A resposta de Jesus a Satanás que reclamou o desejo de peneirar a Pedro não foi aquela clássica de nossas batalhas espirituais: "tá amarrado". Pelo contrário, Jesus disse apenas que iria orar por ele para que sua fé não desfalecesse.
Era necessário que Pedro passasse pela peneira. Sua índole era por demais impulsiva. Suas armas de guerra precisavam ser neutralizadas para que pudesse humildemente confessar seu amor ao Senhor.

Tudo o que Jesus queria era uma declaração de amor, e não a arrogância do poder. Pedro foi também transformado pelo poder do amor de Deus e experimentou uma nova linguagem para falar de Deus.

A guerra espiritual e o silêncio de Deus A luta espiritual vivida por Jó, Jesus e Pedro, tem um elemento comum que é o silêncio de Deus. Parece-me que em todas elas Deus permite aquilo que Jesus afirma acerca de Pedro: deixar que Satanás o peneire. O Silêncio de Deus não é o silêncio da indiferença, mas o da oração e da intercessão.

A resposta final deste silêncio é a afirmação de que, apesar do sofrimento imposto por Satanás, nosso coração continua sendo eternamente de Deus. A afirmação do amor que temos pelo Senhor é a resposta final de toda a luta espiritual.

Não se trata de uma disputa de poder, de demonstrar quem é mais poderoso e domina o universo; esta tentação Jesus venceu no deserto.
Deus não está preocupado em demonstrar seu domínio e soberania porque ele é de fato o Senhor absoluto e soberano e isto nunca foi colocado em disputa; sua glória ele não divide com ninguém, nem mesmo com Satanás.

A razão da guerra espiritual é demonstrar a quem nosso coração pertence. Diante desta finalidade, Deus se faz silencioso na espera de nossa resposta. Em algumas situações bíblicas onde Satanás impõe o sofrimento como instrumento de desmascaramento de nossas motivações mais secretas, vemos que Deus guarda o silêncio esperando nossa resposta. Foi assim com Jó, com Pedro e com o próprio Senhor. Também foi assim com Abraão quando leva seu filho Isaque para o altar do sacrifício. O papel de "acusador dos irmãos" mostra que Satanás desempenha um lugar importante no plano eterno de Deus: o de denunciar nossas máscaras e hipocrisias. É por isto que Jó, em momento algum de sua guerra espiritual, trata com Satanás, mas com Deus. Deus é seu advogado e justificador, é ele quem defende sua causa e é dele que Jó espera receber a absolvição.
  
Conclusão

A percepção da guera espiritual como uma disputa pelo poder de domínio e controle do homem, do mundo e da história acabou levando a igreja evangélica a optar pelas mesmas armas de Satanás, e perder o sentido mais profundo e verdadeiro da luta espiritual que é o de nos transformar, transformar nossos conceitos, valores e teologias que tentam enquadrar Deus nos esquemas malignos do poder. Nosso chamado é para subir ao Calvário, para sofrer todas as implicações do amor e do serviço, e resistir todas as investidas malignas que tentam nos afastar do caminho para Jerusalém. A vitória espiritual é a resposta do amor incondicional e desinteressado a Deus e ao seu reino. Enquanto permanecermos íntegros nas nossas motivações e desejos; enquanto permanecermos no caminho do discipulado e da cruz; enquanto permanecermos obedientes e submissos ao Senhor e sua Palavra, permaneceremos do lado de quem é e sempre será o vencedor.


Ricardo Barbosa de Sousa



APRENDENDO COM JESUS


A NOITE EM QUE JESUS FOI TRAÍDO

I CORINTIOS 11:23

1. Talvez não existe mais momento cruciante no ministério de Jesus do que participar com os seus discípulos da instituição da Ceia do Senhor.
2. Ao mesmo tempo em que Jesus instituiria o sacramento da Ceia que para sempre lembraria a sua morte, ele também experimentaria o sentimento de ter sido traído por um dos seus discípulos.
TRANSIÇÃO:
Muitos aqui estão experimentando ou experimentaram em seus relacionamentos situações semelhantes a de Jesus. O nosso propósito é trazer uma palavra de consolo a estes corações.
Algumas lições devemos aprender com Jesus na noite em que ele foi traído:
I. JESUS CONSERVOU O SEU PROPÓSITO MISSIONÁRIO
1. Na noite em que Jesus foi traído ele afirma aos seus discípulos que o propósito pelo qual ele veio ao mundo será cumprido integralmente: "Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados" (Mt 26.28).
2. Jesus lembra aos discípulos e também a si próprio qual é o propósito de sua vinda ao mundo:
A. "Porque o Filho do homem veio salvar o que estava perdido" Mt 18:11
B. "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido" Lc 19:10
3. Nesta noite, Jesus foi tentado a perder de perspectiva o propósito pelo qual Deus o havia enviado ao mundo.
4. A semelhança de Jesus, devemos ter uma visão muito clara do chamado que cabe a cada um de nós, e não permitir que situações como a que aconteceu com Jesus, venha a nos desviar daquilo para o qual Deus nos chamou a realizar.
II. JESUS ENTREGOU OS SEUS SENTIMENTOS A DEUS
1. Na noite em que Jesus foi traído ele teve sentimentos de grande tristeza e quem sabe de até mesmo praticar a justiça contra o traidor.
2. Ele porém afirma: "...ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido" Mt 28:24
3. Momentos como estes podem ser usados pelo Diabo para nos encher de auto-misericórdia, para ficarmos paralisados com a mente cheia de pensamentos de vingança.
Alguém outro dia me disse: "Eu fiquei com raiva do que a pessoa me fez e fique com vontade de me vingar, mas ai eu me lembrei da palavra que diz: `Amados, não vos vingueis a vós mesmos, mas dai lugar a ira de Deus’
4. Quando Jesus partiu o pão na mesma mesa onde se sentava o traidor, segundo a tradição oriental, aquela atitude impedia a Jesus de tomar alguma iniciativa contra Judas.
5. Judas terá que prestar contas ao Criador pelo seu ato.
III. JESUS ENCONTROU CONSOLO NA PRESENÇA DOS SEUS AMIGOS
1. Na noite em que Jesus foi traído, ele procurou os seus amigos, aquelas pessoas que haviam compartilhado da sua vida nos últimos três anos.
2. Ele disse aos seus apóstolos: "Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta páscoa, antes do meu sofrimento" Lc 22:15
3. Ainda que um o esteja traindo, os outros não estão agindo da mesma forma.
4. Em situações semelhantes a estas, corremos o perigo da generalização quando usamos as palavras "todos", "ninguém", etc.
5. Deus coloca em nosso meio pessoas que vão nos ajudar a superar os obstáculos, as dificuldades da caminhada.
IV. JESUS ENCONTRA MOTIVOS DE AGRADECIMENTO A DEUS
1. Na noite em que Jesus foi traído, "tomou o pão; e tendo dado graças o partiu" I Co 11:23-24. Pão que era o alimento mais simples e básico da cultura judáica.
2. Como é difícil louvar a Deus quando estamos passando por situações como a que Jesus passou:
Israel cativo na Babilônia exclama: "Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha? Sl 137:4
3. Jesus nos ensinou que mesmo nos momentos mais angustiantes da vida nós poderemos olhar para os lados e agradecer a Deus pelos pães.
4. Evitemos generalizar: o que é bom é bom e não deve ser visto como ruim.
V. JESUS ERGUE OS OLHOS E VÊ O FUTURO
1. Na noite em que foi traído Jesus sobrepuja a barreira do tempo e fixa o seu olhar no futuro: "Em verdade vos digo que jamais beberei do fruto da videira, até áquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus" Mc 14:25
2. Jesus transcende o sentimento de tristeza daquele ato que o levará a morte, e está dizendo a todos que um novo momento irá surgir - a alegria do Reino que surgirá.
3. Como é fácil o abatimento, como é fácil pedir a morte. Deus, que faz novas todas as coisas, quer que nós enxerguemos com os olhos da fé o futuro.
4. Um novo dia vai surgir, não sabemos quando, mas ele é certo.

CONCLUSÃO:
1. Na noite em que Jesus foi traído, ele conquistou a sua grande vitória. A vitória da nossa salvação foi conquista no meio da dor da traição.
2. Participe da ceia do Senhor nesta noite como um dos recepientes da vitória de Cristo.
3. Não permitir-se olhar para trás é o grande desafio para as nossas vidas. Um novo dia já surgiu e pela fé nós nos apropriamos dele.


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

APRENDENDO COM JESUS


Jesus e a Mulher Samaritana
O encontro de Jesus com a mulher samaritana poderia ser descrito como "a vitória do evangelho sobre os preconceitos sócio-culturais". Os judeus e samaritanos não se entendiam desde os tempos de Oséias, o último rei de Israel.
I
Tudo começou quando Oséias conspirou contra Salmanasar, rei da Assíria. Samaria, a capital de Israel, foi sitiada pelas tropas assírias por três anos e, posteriormente, seus moradores foram transportados para a Assíria (2 Rs 17.3-6). Isto aconteceu em 722 a.C. Somente os pobres puderam ficar em Israel (cf. Jr 39.10). Logo, vieram também estrangeiros e se estabeleceram na região devastada.
Diz o relato bíblico: "O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Hamate e de Serfavaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; tomaram posse de Samaria e habitaram nas suas cidades" (2 Rs 17.24). Da mescla com a população que havia ficado, surgiu uma nova raça denominada de samaritanos (nome derivado de Samaria, a metrópole fundada por Onri, pai de Acabe, por volta de 880 a.C.).
No princípio, quando os estrangeiros passaram a habitar em Samaria, eles não temeram ao Senhor; pelo que o Senhor mandou leões invadirem suas terras, os quais mataram a alguns do povo. Com razão atribuíram esta praga à ira de Deus. Então, rogaram ao rei da Assíria que enviasse um sacerdote israelita para lhes ensinar "como servir o Deus da terra". E assim aconteceu que um judaísmo adulterado foi enxertado ao culto pagão.
Quando uma parte dos judeus voltou à terra de seus pais (principalmente, mas não exclusivamente, parte dos que haviam sido deportados para a Babilônia em 586 a.C.), construiu-se um altar para o holocausto e pos-se os fundamentos do templo, samaritanos zelosos e seus aliados interromperam as obras (Ed 3 e 4). Assim fizeram porque negaram a eles a permissão de cooperar na obra de reconstrução.
Sua petição foi: "Deixa-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus, como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir para aqui". A resposta que receberam foi a seguinte: "Nada tendes conosco na edificação da casa do nosso Deus". Ao receberem esta dura resposta os samaritanos passaram a odiar os judeus. Logo começaram a construir seu próprio templo no monte Gerizim. Porém, João Hircano, um dos reis macabeus, destruiu este templo em 128 a.C. Os samaritanos, não obstante, continuaram adorando em cima da montanha, onde haviam erigido o templo sagrado.
A aversão dos judeus para com os samaritanos pode ser vista ainda em Jo 8.48 e no livro apócrifo de Eclesiástico 50.25,26.(1.) E a mesma atitude por parte dos samaritanos em Lc 9.51-53.
Dois fatores principais ocasionaram o encontro de Jesus com a samaritana. O primeiro foi a desconfiança por parte dos fariseus e a conseqüente "tempestade" que começava a se armar (Jo 4.1). Os fariseus viam surgir diante de seus olhos outro profeta como João Batista. É certo que a verdadeira preocupação dos fariseus não era com o batismo de um ou do outro, mas eram as multidões que Jesus arrastava que começava a incomodá-los. A fim de evitar um confronto antes do tempo, o Mestre decidiu deixar a Judéia e partir para a Galiléia (v3).
O segundo fator que ocasionou o encontro está no verso 4: "E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria". Por que era necessário que Jesus passasse por Samaria? Seria por causa das chuvas que transbordavam o rio Jordão, dificultando o caminho costumeiramente seguido pelos judeus que queriam ir até a Galiléia, como sugerem alguns? Acredito que não. Será que o Mestre apenas queria cortar caminho por Samaria para chegar na Galiléia? Muito menos, visto que não era normal um judeu passar por Samaria, seja qual fosse a circunstância. MacArthur observa:
Os samaritanos representavam uma ofensa tão grande que eles nem queriam por os pés na Samaria. Embora a rota mais curta atravessasse essa província, os judeus nunca usavam esse caminho. Eles tinham a própria trilha, que ia ao norte da Judéia, a leste do Jordão, entrando na Galiléia. Jesus bem poderia ter seguido por essa rota, muito usada, que unia a Judéia à Galiléia.(2.)
A questão era: Jesus necessitava ir por aquele caminho e chegar numa cidade samaritana de nome Sicar porque "precisava atender a um compromisso divino junto ao poço de Jacó".(3.)
Não há unanimidade entre os estudiosos quanto ao horário da chegada de nosso Senhor ao poço (v6). João estaria usando o horário judaico (meio dia) ou o horário romano (seis da tarde)? Este detalhe não é tão importante. Basta saber que Jesus chegou na hora certa. Nem antes; nem depois. "Ele estava no local e no tempo indicados por Deus, determinado a fazer a vontade do Pai. Ele estava lá para buscar e salvar uma única, triste e desventurada mulher".(4.)
II
"Nisto veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber" (Jo 4.7).
"Então lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim que sou mulher samaritana..." (Jo 4.9).
Com uma simples petição (dá-me de beber), o nosso Senhor declara que a separação entre os povos em geral, e judeus e samaritanos em particular, estava, de certa forma, com os dias contados. A parede divisória desaparece onde o evangelho se faz presente (cf. Gl 3.28; Ef 2.14).
No simples fato de viajar por Samaria e pedir água à uma samaritana, Jesus estava derrubando barreiras centenárias de preconceito racial. "A misericórdia de nosso Senhor transpôs as barreiras do ódio nacionalista, como se vê não somente aqui, João 4, mas também em Lc 9.54,55; 17.11-19; e na parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37)".(5.) É interessante observarmos que o encontro de Jesus com a mulher samaritana foi precedido pela ida dos discípulos à cidade de Sicar para comprar alimentos (v8). Mandar os discípulos comprar alimentos foi um santo pretexto do Mestre. Nem tanto para ficar simplesmente sozinho e conversar sossegado com a mulher. Muito menos porque precisasse de comida naquela hora (veja vv31-34). É que as barreiras deveriam ser destruídas em seus discípulos também (cf. Lc 9.51-56).
Embora estivesse verdadeiramente cansado e necessitasse de água (vv6,7), Aquele que pedia tinha muito mais a oferecer. Pedir água àquela mulher fazia parte de uma estratégia evangelística, se é que podemos dizer assim. "À medida que o Grande Evangelista procura ganhá-la, Ele orienta sabiamente a conversa, levando-a de um simples comentário sobre beber água à revelação de que Ele era o Messias".(6.) Aquele que pedia água fria estava oferecendo água viva, a saber, a Si mesmo.
Conhecendo a tradição discriminatória, a mulher ficou perplexa com o pedido de Jesus. Nos tempos do Novo Testamento havia uma desigualdade muito grande entre homem e mulher. Nos tempos bíblicos (e em muitos países orientais de hoje) os homens não conversavam com mulheres em público, mesmo sendo suas esposas. Se entre um judeu e um samaritano existiam preconceitos profundos, imagine-se entre um judeu e uma samaritana, e uma samaritana de vida imoral! Independente do modo em que vivia uma samaritana, os judeus sempre consideravam-nas em estado de perpétua contaminação. Um judeu preferia morrer de sede a tomar água da mão de um samaritano, muito menos de uma mulher samaritana, sobretudo pecadora. Haja vista a surpresa dos discípulos ao virem Jesus falando com a mulher (v27).
A mulher estava surpresa com o fato de Jesus se dirigir a ela, pedindo água de seu cântaro "impuro". Mas a impureza não estava no cântaro, e sim, na vida dela. E era aquela vida que o Senhor Jesus queria purificar.
É provável que na mente da samaritana, moldada por uma sociedade culturalmente preconceituosa, passasse também o seguinte pensamento: "Tu és judeu, estás necessitado de água e não podes valer-te. Eu sou mulher samaritana, sou auto-suficiente e, portanto, posso ajudar-te". Jesus, pois, mostrou que a realidade era completamente outra. A mulher é quem precisava de água de verdade e Ele era a única fonte que podia sacia-la (v10).
Ainda que a mulher samaritana não entendesse à princípio que a verdadeira água viva estava fora e não no fundo do poço, os progressos começavam a aparecer. Ela já não vê Jesus como um simples forasteiro judeu afoito. Agora ela O chama de "senhor" (v11) e não mais "tu" (v9). Os preconceitos sócio-culturais que impregnavam tanto judeus como samaritanos começam a arrefecer da parte dela.
Convém ressaltar, ainda, que a mulher samaritana não era desprezada apenas pelos judeus, mas também pelo seu próprio povo, em razão da vida libertina que levava. A vida dela era um emaranhado de adultérios e divórcios. "Na sociedade de então, isso fazia dela uma pessoa rejeitada e proscrita, com um status social igual ao de uma prostituta comum".(7.)
Perto de Sicar haviam muitos poços nos quais ela poderia buscar água. "As mulheres costumavam cumprir esta tarefa num horário mais fresco e em grupo, pois era mais seguro e mais cômodo".(8.) Entretanto, a condição de vida que levava a obrigava fazer longas caminhadas, sozinha, até o poço de Jacó. Além disso, buscava sua água no horário em que provavelmente não encontraria as suas conhecidas.
O Rev. Miguel Rizzo Jr., ilustre pastor presbiteriano falecido, escreveu um excelente opúsculo entitulado O Cântaro Abandonado, no qual relata o preconceito social sofrido pela mulher samaritana com o seguinte quadro:
"Vivia segregada da sociedade. Possivelmente, no convívio que outrora tivera com suas amigas, percebeu que elas a repeliam. Quantas vezes teria ouvido comentários cortantes de sua conduta!
-Já é o segundo marido, diriam algumas.
Tempos depois seria mais acre o comentário:
-Já é o terceiro marido.
Mas a situação ia piorar ainda:
-Já é o quarto marido.
Quantas ironias acompanhariam, na maledicência social, esses comentários mordazes! E iam-se tornando mais ferinos:
-Já é o quinto marido.
Na época em que se deram os fatos que comentamos, a crítica provavelmente seria já mais enxovalhante:
-Agora é o sexto marido".
(9.)
A imoralidade é uma prática inaceitável. Mas não se pode confundir o pecador com o pecado. A vida leviana daquela mulher era reprovável, porém, havia nela uma alma necessitada de compaixão. Estava socialmente marginalizada e moralmente esfarrapada. E foi assim que Jesus a encontrou e a salvou.
III
"Senhor, disse-lhe a mulher: Vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar" (vv 19,20).
Constrangida com a revelação de sua vida de pecado, e aproveitando a capacidade profética de seu interlocutor, a mulher tentou mudar de assunto. Digo "tentou" porque na verdade era Jesus quem conduzia o diálogo. A mulher estava estrategicamente cercada do princípio ao fim da conversa. E a evangelização acabaria na hora exata, com os assuntos devidamente tratados. Não é curioso que os discípulos chegassem exatamente no fim da conversa?
O último obstáculo a ser vencido seria o preconceito religioso. Deste preconceito entre judeus e samaritanos originavam-se todos os preconceitos sócio-culturais. Como observou corretamente A. Gelston: "O ponto principal da discórdia era o templo do monte Gerizim".(10.) Os judeus insistiam que Jerusalém era o único lugar de adoração. A tradição samaritana, por sua vez, dizia que uma longa cadeia de figuras bíblicas, desde Adão até José, conheciam o monte Gerizim como lugar sagrado. Implicitamente, a samaritana estava perguntando: "Quem está certo?".
A conversa de Jesus com a mulher samaritana passa a girar em torno da verdadeira adoração. "É bastante significante a importância dada ao lugar de culto por uma alma cujos pecados são expostos".(11.)
No decorrer do diálogo muitos sub-temas são abordados, tais como: o lugar da adoração, o tempo da adoração, a busca dos adoradores, o verdadeiro adorador, a quem se deve adorar, o modo correto de se adorar, etc. Não temos espaço para tratar separadamente cada um desses sub-temas. Basta dizer, por enquanto, que Deus só pode ser verdadeiramente adorado, desde que seja verdadeiramente conhecido. Como diz muito bem o Dr. Héber Carlos de Campos em seu comentário de João 4.20-24: "O pressuposto inequívoco para verdadeira adoração é o conhecimento do verdadeiro Deus".(12.)
Nosso Senhor ensinou à samaritana que quem conhece Deus de fato, só pode adorá-lO em espírito e em verdade. Estudiosos da Bíblia têm dado diversas interpretações para a expressão "em espírito e em verdade" de João 4.23,24.(13.) Parece razoável entendermos que ao estabelecer o modo correto de adorar a Deus, isto é, em espírito e em verdade, Jesus estava criticando o culto judaico e o culto samaritano.
Os samaritanos acreditavam que adoravam o mesmo Deus dos judeus, mas não aceitavam as mesmas Escrituras dos judeus, a não ser os cinco primeiros livros, o Pentateuco de Moisés. Como não aceitavam os demais livros da revelação divina (por acharem que eram invenções dos judeus), o culto dos samaritanos era defeituoso. Por isso Jesus disse à mulher: "Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus" (v22).
Os samaritanos adoravam "em espírito", isto é, adoravam aquele que eles não conheciam "com alegria e verdadeiro entusiasmo". Mas e daí? Não adoravam "em verdade" porque rejeitavam 34 livros do Velho Testamento, a Bíblia de então. A revelação de Deus nas Escrituras é progressiva; portanto, é impossível conhecê-lO verdadeiramente ficando apenas com os cinco primeiros livros da Bíblia.
Por outro lado, os judeus aceitavam toda Escritura. Por isso conheciam Deus e tinham tudo para adorá-lO corretamente. "Tinham tudo", mas não o faziam. Os judeus se limitavam à formalidade de um culto onde o espírito não estava presente. Faltavam emoção, vida e alegria no culto judaico.
Contudo, uma nova era estava surgindo para a adoração. Logo, logo tanto judeus como samaritanos compreenderiam que para adorar a Deus o que menos importava era o espaço físico. O que conta "não é onde se deve adorar, mas a atitude do coração e da mente, e a obediência à verdade de Deus quanto ao objeto e o método de adoração. Não é o onde, mas o como e o quê o que realmente importa".(14.) Deus quer homens e mulheres que O adorem com o espírito dos samaritanos e a verdade dos judeus.(15.)
O resultado do encontro de Jesus com a mulher samaritana não poderia ser menos que excelente. A pecadora tornou-se missionária! Extremamente feliz, deixou seu cântaro e correu para anunciar na cidade sua grande descoberta: o Messias chegou! A mulher despertou o interesse dos seus concidadãos de tal modo que conseguiu levá-los a Jesus (vv29,30). Houve uma grande colheita: Muitos samaritanos creram em Cristo Jesus (vv39-42).
IV
São grandes as lições que aprendemos do encontro de Jesus com a mulher samaritana. A começar pelo resultado da conversa, vemos uma mulher outrora desprezada por todos, sendo usada poderosamente por Cristo para influenciar os moradores de sua cidade. Quão glorioso é Cristo: "Ele ergue do pó o desvalido, e do monturo, o necessitado" (Sl 113.7).
Como esta mulher, existem tantas outras em nossas cidades. Assim como elas, tantos outros se encontram à margem da sociedade, roubados de seus direitos e dignidade. E nós, evangélicos, lamentavelmente somos culpados por boa parte da marginalização do indivíduo pela sociedade, pois fazemos pouco ou nada em mostrar para a sociedade que o homem e a mulher, a criança e o idoso, o deficiente, os proscritos em geral , etc., são valorizados por Cristo e como humanos que são devemos valorizá-los também. Falhamos em não ver (ou fingimos que não vemos) a pessoa por trás de seus pecados.
Outra lição importante que aprendemos de João 4 são os princípios básicos para uma boa evangelização. Notamos que Jesus conduzia a conversa, utilizando-Se, primeiramente, de Sua sede física para chegar à sede espiritual daquela mulher. Com habilidade o Senhor invalida as tentativas da samaritana de controlar o diálogo, mudar de assunto e perguntar coisas sem importância. Não precisamos conhecer a vida de uma pessoa como Cristo conhece para sermos eficicientes na evangelização. Nossa suficiência está em Cristo e o Espírito Santo nos guiará com triunfo em nossa evangelização.
Mas as lições de evangelismo continuam. Na tentativa de fugir da confrontação, vemos na mulher samaritana o símbolo do pecador em seu estado natural. No "cerco" de Cristo temos o exemplo que devemos seguir na evangelização dos perdidos. Aprendamos com o Mestre a sermos mais sensíveis com os marginalizados e como abordá-los com eficiência.
Não é preciso pressa quando se evangeliza. Este é outro ponto que extraímos de João 4. O importante, como o nosso Senhor ensinou,é que haja progresso. O próprio Jesus revelou pouco a pouco quem Ele era. E em perfeita harmonia com esta revelação gradual, a confissão da mulher também avançou. Primeiro viu Jesus como um simples forasteiro judeu; depois um profeta, que revelou coisas de sua vida particular e, por último, o Messias.
A conversa sobre a verdadeira adoração é uma preciosidade do Novo Testamento. Contudo, ao mesmo tempo que é edificante torna-se preocupante também. Receio que muito do chamado culto cristão de hoje não passe de culto samaritano ou judaico. De um lado temos os entusiastas, mas vazios de conteúdo, de doutrina. Do outro lado temos os experts na Bíblia e na doutrina, mas totalmente frios e sem entuisiasmo e alegria no Senhor. Que Deus nos ajude a oferecermos a Ele a adoração que Lhe é devida.
(1.) O historiador judeu Flávio Josefo disse que, por volta do ano 19 d.C., um grupo de samaritanos entrou no templo de Jerusalém e espalhou ossos humanos sobre o altar, profanando o santuário e acirrando contra si o ódio judaico. Este ato causou revolta e indignação por parte de todos os judeus das sinagogas de Israel, que passaram a encerrar suas orações diárias lançando uma maldição sobre os samaritanos. Cf. A Missão da Igreja, (Missão Editora, Belo Horizonte,1994), pp. 65,6.
(2.) John F. MacArthur, O Evangelho Segundo Jesus, (Editora Fiel, São Paulo, 1991), p. 57.
(3.) MacArthur, op.cit., p. 57.
(4.) Idem, p. 58
(5.) G. Hendriksen, El Evangelio Según San Juan, (SLC, Grand Rapids, 1987), pp. 172,3.
(6.) MacArthur, op. Cit., p. 56.
(7.) MacArthur, op. cit., p. 55.
(8.) Rosane Maria, Senhor dá-me de beber em No Princípio era o Verbo, (Encontrão Editora, Curitiba, 1994), p. 243.
(9.) M. Rizzo, Jr., O Cântaro Abandonado, (UBB, São Paulo, 1982), p. 34.
(10.) A. Gelston, Samaritanos em O Novo Dicionário da Bíblia, ( Edições Vida Nova, São Paulo, Vol. II, 1986), p. 1472.
(11.) A. J. Macleod, O Evangelho Segundo São João em O Novo Comentário da Bíblia, (Edições Vida Nova, São Paulo, Vol. II, 1987), p. 1071.
(12.) H. C. Campos, O Pressuposto Básico da Verdadeira Adoração, artigo não publicado, p. 33.
(13.) Consulte comentários bíblicos de João 4.23,24.
(14.) G. Hendriksen, op. cit., pp. 178,9.
(15.) É importante observar, porém, que os judeus aceitavam todo o VT, tendo a oportunidade de conhecer tudo o que de Deus se podia conhecer "naquela época". Entretanto, hoje já não é possível dizer que os judeus conhecem verdadeiramente a Deus porque rejeitam a revelação de Deus em Cristo Jesus, conforme nos é ensinado no Novo Testamento.



terça-feira, 19 de novembro de 2019

APRENDENDO COM JEZABEL (PARTE 2)


Combatendo o Espírito de Jezabel


 Um BREVE ensino sobre batalha espiritual.

Leia em Zacarias 5.5:11 

Há mais de 2500 anos, o profeta Zacarias descreveu um espírito de orgulho que se esconderia por trás de um engano futuro. Creio que ele teve uma revelação do espírito de Jezabel em algumas de suas facetas (perversidade e impiedade) atuando em nossos dias. 

Zacarias viu um cesto de um efa (uma medida de secos dos judeus, correspondente a aproximadamente 30 litros), com uma tampa de chumbo sobre ele. Quando a tampa foi retirada, Zacarias viu uma mulher sentada dentro dele. Quando ela tentou escapar, o anjo forçou-a para dentro do cesto e pôs de volta a tampa. 

Então, duas mulheres com asas de cegonha (animal impuro – Dt. 14.18) levaram o cesto para a terra de Sinear, ou Babilônia, onde a mulher foi colocada num pedestal.?
O vinho novo que Deus está derramando em sua Igreja, em todas as nações da terra, exige de todos nós que sejamos odres novos para recebê-lo. 

Neste tempo cada um de nós precisa se render ao Espírito Santo para que nos revele tudo o que precisamos deixar para sermos odres aprovados para receber o novo de Deus.
Em vista disso, Satanás e seus agentes tentam influenciar e até mesmo se infiltrar entre nós desejando sabotar a Igreja. É nesse contexto que acontece um dos mais altos níveis de guerra espiritual que já experimentei: a atuação do espírito de Jezabel; um demônio que se infiltra na Igreja como um vírus em um computador e, uma vez ali, começa a tentar destruir a igreja local de dentro para fora. 

Trata-se de um processo de “implosão espiritual”. Sua atuação hoje é intensa.
Como personagem histórico, Jezabel foi uma princesa fenícia casada com o rei Acabe de Israel. 

Era filha do rei dos Sidônios Etbaal, e o seu casamento com Acabe foi uma aliança que tinha como objetivo fortalecer as relações entre Israel e a Fenícia. 

A sua história vai de 1º Rs. 16.31 até 2º Rs.9.37. Jezabel continuou a adorar os deuses fenícios e combateu o Deus de Israel, perseguindo os seus seguidores. Com o dinheiro público sustentou 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera (deusa fenícia da fertilidade). 

Planejava construir um templo dedicado a Baal no palácio real. Acabe foi seduzido pelo culto destes deuses, abandonando o Senhor Yahwéh. 

Os sacerdotes e profetas israelitas foram eliminados ou se exilaram no deserto devido à perseguição. 

A resistência foi liderada pelo profeta Elias. No Monte Carmelo, Elias derrotou todos os profetas de Baal, que morreram, mostrando como o Deus de Israel é Único. Quando Jezabel soube disto ficou furiosa, pretendendo mandar matar Elias, que teve fugir para Judá. Determinada e
independente, Jezabel não olhava a meios para conquistar os seus fins. Acabe desejava a vinha de Nabot, ao lado do palácio de Jezrael, mas este recusou-se a vendê-la. Sabendo-se disto, Jezabel envolveu-se na questão, enviando cartas em nome de Acabe aos chefes de Jezrael. 

O conteúdo das cartas ordenava a detenção de Nabot por blasfémia contra Deus e contra o rei e a execução deste por apedrejamento sob denúncia de duas falsas testemunhas. Segundo a lei da época, a propriedade de alguém que tivesse cometido estas ações passaria para o rei. Nabot foi executado e Jezabel presenteou Acabe com a vinha. 

Quando Elias soube desta ação profetizou que "os cães devorariam Jezabel e seus parentes no campo de Jezrael, e seus restos mortais seriam espalhados como esterco. Assim ninguém poderá dizer que esta era Jezabel". 

Um comandante chamado Jeú liderou uma revolta contra a família real, na qual matou o filho de Jezabel, Jorão. Quando Jezabel soube da revolta pintou os olhos e adornou a cabeça, desafiando Jeú da janela do palácio. Este ordenou aos eunucos da rainha que a atirassem da janela (defenestração): Jezabel morreu, tendo o seu sangue atingido as paredes e os cavalos. Uns cães que por ali passavam devoraram o corpo da rainha, exatamente como Elias profetizou. 

Depois de ter feito uma refeição no palácio, Jeú ordenou que a Jezabel fosse sepultada, dado que se tratava da filha de um rei. De acordo com 2º Reis, os servos do palácio apenas encontraram o seu crânio, os pés e as mãos.
No Novo Testamento, Jezabel aparece mais uma vez, como uma mulher de destaque que estava no meio da igreja de Tiatira e que mediante um falso profético contrariava a fidelidade ao Senhor, manipulava as pessoas da igreja mediante imoralidade e paganismo e estava fazendo “discípulos” em meio a esta comunidade (Ap. 2.20:25). 

Isso aponta para o fato que todo aquele que está no meio da Igreja, mas segue doutrinas distorcidas e pecaminosas tem por mãe o espírito de Jezabel.

Jezabel, muito mais do que um personagem histórico do Antigo Testamento, ou uma pessoa membra da igreja de Tiatira no Novo Testamento, ou ainda, uma simbologia profética, é um espírito terrível que tem uma grande área de operação contra o Reino de Deus. Dentre as áreas em que ele atua, podemos identificar as seguintes:

1º - Busca destruir os profetas do Senhor (1º Rs. 18.4,13 – “... pois sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas e os escondeu, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentou com pão e água);... Porventura não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do Senhor, como escondi cem dos profetas do Senhor, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentei com pão e água.”)

- Deus age na terra através de pessoas que Ele mesmo levanta, para cumprir os Seus propósitos. Assim como no passado, Deus levantou Moisés, Elias e vários outros, Ele continua levantando instrumentos Seus, para denunciar satanás e seu reino, levando o Evangelho de luz aos perdidos. 

Mas este espírito busca destruir os escolhidos do Senhor das seguintes maneiras:

- Cooptação - tenta envolver os pastores e líderes nos esquemas pecaminosos, que governam as localidades. Esta cooptação pode dar-se através da Maçonaria, e de vários outros esquemas político-administrativos. Também pode dar-se dá através de pastores e líderes que pactuam com as iniquidades (pecados comuns), do povo da localidade onde Deus os coloca (alianças profanas). 

Cooptação é um dos métodos prediletos de satanás, pois o pastor ou líder, aparentemente está desempenhando o seu ministério, mas na prática não tem utilidade nenhuma para o Reino de Deus, pois teve sua influência neutralizada. Assim, não oferece nenhum perigo para satanás e seus agentes.

- Destruição moral - este espírito se ocupa de divulgar mentiras sobre os homens de Deus a fim de difamá-los publicamente levando-os ao descrédito entre os salvos, e entre a população em geral.

- Destruição física - o espírito de Jezabel comanda espíritos de enfermidade e até de morte, através dos quais busca destruir fisicamente aqueles que Deus tem levantado para usar como instrumentos Seus.

2º - Sustenta os agentes de satanás (1º Rs. 18.19 – “Agora pois manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.”) - além da hierarquia espiritual em seu reino, satanás atua na terra com a participação de seres humanos. Ele tem agentes humanos conscientes (que servem a seu reino sabendo o que estão fazendo), e agentes humanos inconscientes (servem a satanás enganado – muitos são crentes). 

O espírito de Jezabel é responsável por sustentar estes agentes do inimigo, através da manipulação do poder. Este sustento pode ser estrutural ou até mesmo financeiro.
3º - Se mantém informado sobre os ministérios dos profetas de Deus (1º Rs. 19.1 – “Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara à espada todos os profetas.”) – a missão que o espírito de Jezabel tem dentro do reino das trevas o obriga a manter-se informado sobre o ministério daqueles que Deus levanta para o crescimento do seu Reino. 

São várias as estratégias usadas na obtenção destas informações. Pelo menos duas delas dizem respeito diretamente ao nosso dia-a-dia. 

As chamadas “fofocas”, e os agentes infiltrados. Como não é onipresente, ele se alimenta de informações que colhe das conversas inúteis e pecaminosas de alguns crentes. Outra forma comum é a infiltração de agentes seus (humanos ou demônios), nas congregações da Igreja de Jesus. A atuação do espírito de Jezabel é surpreendente e cruel em relação à Igreja de Deus. 

Isto explica porque Deus não aceita que toleremos este espírito entre nós (Ap. 2.20 – “Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos;”). A atuação desse demônio ocorre no meio da Igreja de Jesus. Também é espírito terrível por sua audácia e atrevimento ao atuar contra a obra de Deus.

4º - Ameaça os profetas do Deus vivo (1º Rs. 19.2 – “Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida como a de um deles.”) - a ameaça é uma das armas que este demônio usa para tentar intimidar os filhos de Deus. A ameaça pode vir de não crentes, membros de outras congregações e até de membros de nossa própria congregação.

 A ameaça acontece em vários níveis e conotações, mas tem como objetivo básico, desviar os líderes da vontade de Deus.

5º - Tenta amedrontar os profetas de Deus (1º Reis 19.3 – “Quando ele viu isto, levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E chegando a Berseba, que pertence a Judá, deixou ali o seu moço.”) - o espírito de Jezabel comanda o espírito de medo, que é um demônio que age nas emoções, nos sentimentos das pessoas, influenciando-as para que sintam medo. O medo neste caso é um sentimento negativo, pois faz o homem de Deus perder a visão da realidade, de que ele já é vencedor em Cristo Jesus.

6º - Tenta deprimir os profetas de Deus (1º Rs. 19.4:5 – “Ele, porém, entrou pelo deserto caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, dizendo: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais. E deitando-se debaixo do zimbro, dormiu; e eis que um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te e come.”) - a depressão pode ser entendida como uma tristeza profunda, acompanhada de desânimo total.

 A pessoa deprimida se sente emocionalmente sufocada, e chega a um a estado de desânimo tão grande, que perde qualquer perspectiva de vida, chegando a desejar a própria morte. Um líder assim perde a sua utilidade no Reino de Deus (a alegria do Senhor é a vossa força – Ne. 8.10). O espírito de Jezabel comanda espíritos que produzem depressão, com o objetivo de tirar a alegria do povo de Deus.
7º - Gera sentimentos de solidão, exclusivismo, desconfiança e lamentação (1º Rs. 19.10 – “Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.”) - esses sentimentos são decorrentes da depressão, mas não é necessariamente a mesma coisa.

O êxito na guerra espiritual pressupõe a comunhão do povo de Deus. O espírito de Jezabel trabalha nas emoções dos salvos, tentando produzir sentimento de exclusivismo, solidão, desconfiança entre os irmãos e murmuração. O objetivo do inimigo é dividir o povo de Deus, para assim nos enfraquecer.

8º - Produz simbiose (1º Rs. 21.5:7 – “Mas, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Por que está o teu espírito tão desgostoso que não queres comer? Ele lhe respondeu: Porque falei a Nabote, o jizreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu lugar. Ele, porém, disse: Não te darei a minha vinha. Ao que Jezabel, sua mulher, lhe disse: Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita.”) – “simbiose” é uma distorção de relacionamento em grupo, aonde os valores, interesses, e sentimentos do grupo vêm em primeiro lugar. 

A simbiose produz vários problemas, mas o principal deles é levar as pessoas a se relacionarem com as outras de seu grupo, antes de se relacionarem com Deus. A simbiose nos leva a quebrar o primeiro mandamento “Amarás o Senhor Seu Deus sobre todas as coisas” Sem este relacionamento íntimo e pessoal com Deus, não há vida cristã de fato. 

Uma grande dificuldade que temos para identificar a simbiose é pelo fato dela ser uma imitação do amor, e por isso nos enganar. Quando há simbiose em uma igreja o que acontece na verdade, é a existência de grupinhos, e consequentemente de divisão.
9º - Usurpa autoridade (1º Rs. 21.8 – “Então escreveu cartas em nome de Acabe e, selando-as com o sinete dele, mandou-as aos anciãos e aos nobres que habitavam com Nabote na sua cidade.”) - leva as pessoas a buscarem uma posição que não é sua por direito. 

Elas querem ocupar um lugar de autoridade no corpo de Cristo, no qual Deus não as colocou. Isto é pecado, e produz danos irreparáveis ao corpo de Cristo, pois é Ele mesmo quem dá uns como apóstolos, profetas, pastores, mestres, etc. Quando alguém se coloca em um lugar no Corpo onde Deus não o colocou, o Espírito Santo não flui, e toda a igreja fica atrofiada.

10º - Levanta falsos profetas (Ap. 2.20 – “Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos;”) - levanta falsos profetas dentro da própria Igreja de Jesus. O falso profeta é aquele que diz ter uma mensagem de Deus para outrem, quando na verdade não tem. O falso profeta recebe profecia ou de satanás, ou de sua carne. 

Uma característica comum nos falsos profetas é a vaidade pessoal, que os leva via de regra, a se aborrecerem quando alguém não recebe suas profecias como sendo do Senhor.

11º - Produz Conspiração (1º Rs. 21.8:11 – “Então escreveu cartas em nome de Acabe e, selando-as com o sinete dele, mandou-as aos anciãos e aos nobres que habitavam com Nabote na sua cidade. Assim escreveu nas cartas: Apregoai um jejum, e ponde Nabote diante do povo. E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois conduzi-o para fora, e apedrejai-o até que morra. Pelo que os homens da cidade dele,isto é, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que ela lhes mandara.”) - é um espírito controlador. 

Ele leva as pessoas a tentar controlar, manipular as outras e as situações. Quando há algum fato fugindo ao controle, quando Jezabel não consegue colocar sua vontade através de manipulações, ameaças, ou falsas profecias, o que faz é convocar o grupo simbiótico, para manipular as situações. Este grupo reunido conspira. A palavra “conspiração” significa “trama contra as autoridades”. É isto que acontece quando este espírito atua na igreja. Há trama contra a autoridade espiritual da liderança.

12º - Produz insubmissão feminina (1º Rs. 21.25 – “Não houve, porém, ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, sendo instigado por Jezabel, sua mulher.”) - a submissão da mulher a seu marido é a maneira que o próprio Deus determinou para que a mulher encontre felicidade na vida conjugal. 

As naturezas física e emocional que Deus deu aos homens e as mulheres exigem que a mulher ao se casar seja submissa a seu marido, para que ela seja feliz. O espírito de Jezabel estimula as mulheres a dominarem diretamente a seus maridos ou a tentarem manipular a seus maridos para que eles façam indiretamente o que elas desejam.

13º - Produz maridos omissos (1º Rs. 21.25 – “Não houve, porém, ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, sendo instigado por Jezabel, sua mulher.) - a Palavra de Deus diz que o marido é o instrumento de Deus no casamento para conduzir sua família. Isto não significa autoritarismo, mas significa que o marido dentro da família é o responsável para ser instrumento de Deus na condução de sua família. 

O marido é o cabeça, o fundamento do lar, sobre o qual Deus edifica a família. O espírito de Jezabel produz maridos omissos, manipulados, que não assumem com amor o papel que receberam de Deus. Isto obviamente produz lares desajustados, onde Jesus não está sendo convidado a reinar.
14º - Estimula a sensualidade (2º Rs. 9.30 – “Depois Jeú veio a Jizreel; o que ouvindo Jezabel, pintou-se em volta dos olhos, e enfeitou a sua cabeça, e olhou pela janela.”) - o espírito de Jezabel estimula a sensualidade, a conquista sexual, a sedução, o culto ao corpo. 

Foi Deus quem nos deu nossa sexualidade que é uma benção em nossa vida. A sexualidade quando vivida dentro dos padrões divinos é uma bênção. A sensualidade, que é uma interferência maligna no processo, é pecado. A sensualidade diz respeito à exibição do corpo como objeto de cobiça. Algumas mulheres usam a sensualidade para controlar os homens ou as situações. Certamente o fazem estimuladas pelo espírito de Jezabel.
Agora que já vimos às áreas de atuação desse espírito maligno, vejamos alguns dos sintomas que podem ser observados em uma pessoa influenciada por Jezabel. Uma característica isolada não indica que alguém tenha o espírito de Jezabel. 

Pode significar apenas que a pessoa é emocional e espiritualmente imatura. Mas sempre que houver uma combinação de várias dentre as 14 características relacionadas, isso será uma forte evidência de que o indivíduo esteja debaixo dessa influência maligna. Vejamos:
A pessoa sente-se profundamente ameaçada pelos profetas, os quais são seu principal alvo. Embora ele pareça ter o dom de profecia, seu alvo na verdade é controlar aqueles que se movem na esfera do verdadeiro profético;
Essa pessoa muitas vezes se aproxima do Pastor e dos líderes locais e depois busca encontrar o elo mais fraco afim de dominá-lo. Seu objetivo final é governar toda igreja;
Em busca de reconhecimento do pastor e dos membros, o indivíduo forma associações estratégicas com pessoas que são reconhecidas como espirituais e têm influência na igreja;
Para parecer espiritual, o indivíduo busca reconhecimento manipulando as coisas e buscando tirar vantagem. Muitas vezes, compartilha sonhos e visões provenientes de sua própria imaginação ou que ouviu de outros;
Quando o indivíduo recebe um reconhecimento inicial, geralmente responde com falsa humildade. No entanto, tal atitude não dura muito;
Quando é confrontado, o indivíduo se coloca na defensiva. Ele justifica suas ações com frases do tipo "Eu estou obedecendo a Deus…" ou "Deus me disse para fazer isso…", ou ainda “Deus não fala só com você!”;
Muitas vezes, o indivíduo alega ter grandes revelações espirituais sobre o governo da igreja, mas não busca autoridades legítimas. 

Em geral, primeiro compartilha suas opiniões com outras pessoas. Sua opinião pessoal muitas vezes se torna a "última palavra" sobre várias questões, fazendo com que se sinta superior ao Pastor e aos demais líderes. No entanto, mesmo que sua revelação seja proveniente de Deus, ele prefere sair falando em vez de orar;

Com motivos impuros, o indivíduo busca se aproximar de outros. Parece desejar fazer "discípulos" e precisa de constante afirmação de seus seguidores;

Esse indivíduo prefere orar pelas pessoas em particular (em outra sala ou num canto isolado), para não ter de prestar contas a ninguém. 

Assim, suas revelações e falsas "profecias" não podem ser questionadas;Ansioso para conseguir o controle, ele reúne as pessoas e procura “ensiná-las”. Embora, a princípio, o ensino possa ser correto, ele apresenta "doutrinas" que não possuem fundamentos na Palavra de Deus;

Enganando os outros com profecias carnais e falando aquilo que as pessoas gostam de ouvir, ele busca acima de tudo conseguir credibilidade. 

Profetiza meias verdades ou fatos pouco conhecidos, como se fossem revelações divinas, torcendo seus pronunciamentos anteriores e fazendo parecer que se cumpriram na íntegra;

Embora a imposição de mãos seja um princípio bíblico, esse indivíduo gosta de compartilhar um nível "mais elevado" no espírito e derrubar as paredes que prendem as pessoas, por meio da imposição de mãos. No entanto, seu toque transmite maldição. Em vez de uma benção santa, o que ele transmite mediante seu toque é um espírito maligno;

Mascarando uma auto-estima deficiente com orgulho espiritual, ele deseja ser visto como a pessoa mais espiritual da igreja. Pode ser o primeiro a chorar, clamar, etc., afirmando estar recebendo uma carga de Deus. No entanto, não é diferente dos fariseus que queriam que suas boas ações fossem vistas e suas virtudes reconhecidas pelos homens;

A vida familiar desse indivíduo é turbulenta. Ele pode ser solteiro ou casado. Quando é casado, seu cônjuge geralmente é espiritualmente fraco, não convertido ou miserável. Esse indivíduo tem tendência de dominar todos os membros de sua casa.

Quando combatido de forma correta, o nível de batalha chamado “espírito de Jezabel”, depois de vencido no Senhor e pelo Senhor, torna-se uma experiência que fortalece a igreja local e sua liderança. Deus permite batalhas ferozes e as utiliza para nos treinar, fortalecer e purificar (1º Pe. 4.12:19). Grandes batalhas produzem grandes vitórias, em nossa vida, ministério e igreja.
Deus te abençoe!

Graça e paz, líder e êxito!

Alessandro M. Ribeiro 

APRENDENDO COM JEZABEL


Vencendo Jezabel, cumprindo o papel profético 

Por detrás de qualquer pessoa pode estar um espírito dominante, reinando e se apossando da mente de tal pessoa, fazendo com que suas atitudes e comportamentos sejam maus

A melhor coisa é ser dominado pelo Espírito Santo de Deus, de outro modo, seremos dominados por outro tipo de espírito

É uma guerra espiritual que se estabelece bem diante de nossos relacionamentos  

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; e estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” (II Coríntios 10:4-6)

Vivemos em uma geração na qual temos que cumprir nosso papel profético como homens e mulheres de Deus, e, para isso, faz-se necessário, antes, vencer a Rainha do Céu, que é a mesma Jezabel, espírito dominador.

 E Deus está abrindo os olhos da Sua Igreja, advertindo homens e mulheres desta terrível sedução.

É chegado o tempo de analisarmos nossa vida em Deus e descobrirmos quais as legalidades que existem e que ainda permitem a atuação desse espírito maligno, para fecharmos as brechas e cancelarmos todos os argumentos.

Quem era Jezabel?

Jezabel foi rainha de Israel e promoveu culto a Baal – falso profeta.
“E sucedeu que Acabe (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.” (I Reis 16:31).

Ela foi idólatra e imoral. Imitava os dons espirituais e exercia uma força tremenda sobre Israel. Seu nome representa o adultério físico e espiritual. Ela se tornou símbolo do gnosticismo na Igreja, pois trabalhava com a inversão de valores.

Por ser filha de Etbaal, trazia consigo as práticas do seu povo e, quando casou com Acabe, o que não era permitido pela lei de Moisés, que proibia o casamento dos israelitas com povos pagãos, Jezabel fez com que o rei servisse aos seus deuses e não mais ao Deus de Israel.

A Bíblia narra que o rei Acabe, marido de Jezabel, desejou a vinha de Nabote e que este se negou a vendê-la, o que acendeu a ira da malvada que determinou em seu coração matar um homem justo (I Reis 21:1-16).

Ela tomou essa atitude porque possuía raízes babilônicas.

Jezabel não tinha escrúpulos, assim como muitas mulheres que conhecemos que agem irresponsavelmente em qualquer situação e relacionamento, sem se preocupar se vão ou não prejudicar uma vida e até mesmo uma família inteira, como no caso de Nabote.

Tão-somente porque Acabe estava triste por não ter adquirido a vinha de Nabote, Jezabel ficou indignada e tomou uma atitude de vingança.

A Bíblia diz que ela planejou matar um homem de Deus, mentiu, falsificou assinatura, levantou dois filhos de Belial como testemunhas para dizer que Nabote pecou contra o rei e contra Deus.

Jezabel era extremamente estrategista para o mal.

Observe que ela não mentiu de qualquer jeito, mas trouxe os anciãos para condená-lo. E quando mandou matar Nabote, determinou que ele morresse com toda a sua família.

Toda essa história nos faz ver, claramente, três níveis de raízes de iniquidade babilônica que influenciam muitas famílias através de homens como Acabe e de mulheres como Jezabel: Destruição familiar, Embriaguez física, Embriaguez espiritual.

Quantas mulheres, muitas vezes, buscam apenas seus próprios interesses e não medem esforços para conseguirem o que querem.

 Mentem, matam, roubam, falam mal do irmão, destroem famílias, sem se preocuparem com as consequências.

São possuidoras das características de Jezabel.

Quantos homens são como Acabe, dominados por suas mulheres e permitindo que elas ajam de forma errônea. São omissos como Acabe e consentem com o mal para benefício próprio.

CARACTERÍSTICAS DE JEZABEL

Dominadora. Faz do marido um cativo, porque é controladora (I Reis 21:15).

Rebelde. Não aceita ‘não’ como resposta. Frauda situações para conseguir seus objetivos (I Reis 21:25)

É rebelde ao extremo, ainda que não pareça e que não se dê conta.

Rixosa. Criadora de contendas, de disputas constantes em consequência de ódio (I Reis 19:2).

É melhor morar só, no fundo de um quintal, do que dentro de uma mansão com uma mulher murmuradora e briguenta! (Provérbios 21:9)

Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla  
(Provérbios 21:9)   

Manipuladora. Corrompe o bem, envolvendo pessoas de respeito (anciãos), em quem o povo não tem dificuldades de acreditar. 

Como toda boa manipuladora, Jezabel não aceita correção (I Reis 21:11).

Vaidosa. Não tem equilíbrio; seu desejo de chamar a atenção é incontido.
Soberba. É arrogante, orgulhosa, altiva, desprovida de humildade.

Impulsiva. Não tem domínio próprio nas emoções. Pode ter um ímpeto anormal e irracional que leva à prática de atos criminosos.

Sedutora. Envolve as pessoas através da sensualidade (Apocalipse 16:1-6).

Desobediente. Toma decisões sem o consentimento do marido. Não ouve conselhos, não se submete a líder algum.

Vingativa. Planeja o mal do inimigo; arma ciladas.

Tola. Destrói sua casa e a liderança do marido.

Iracunda. Cheia de raiva e ódio; destruidora dos princípios de Deus.
Mentirosa. Fez com que os filhos de Belial testemunhassem contra Nabote.
Falsa. Falsificou a assinatura do rei.

Acusadora. Acusou Nabote de ter pecado contra Deus e contra o rei.
Idólatra. Adorava Baal; trabalhava para ele.

Imagine como era a liderança de Jezabel, seu comportamento e atitudes diárias em benefício das trevas. Ela dominava o marido, os profetas de Baal e tentou dominar Elias, mas não conseguiu, apesar de tê-lo amedrontado.

O espírito de Jezabel matou a família de Nabote (I Reis 21:15), João Batista (Mateus 14:8), Sansão (Juízes 16:1). 

Foi uma rainha maligna e fez com que Acabe apostatasse, abandonando os princípios, tornando-se o mais iníquo de todos os reis de Israel. Ela pressionou o marido a abandonar a Deus e apoiar o culto a Baal.

Foi a principal responsável pelo extermínio da adoração a Yahweh e pela propagação do culto a Baal, em Israel.

 Vemos que muitas mulheres estão se escondendo atrás dessa capa, buscando compensar as falhas morais e feridas através de uma vida desregrada, sob as características de Jezabel. 

De igual forma muitos homens estão se deixando guiar por esse espírito, vivendo subjugados e dominados, de forma contrária à Palavra de Deus.

Mas é chegado o tempo da Igreja se levantar e se separar de toda imundícia contaminadora.

O espírito de Jezabel será vencido através da vida de santidade. Vencendo o espírito de Jezabel, homem e mulher conseguem cumprir o seu papel no Reino e são fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder.

O casal e a família podem vencer o espírito de Jezabel, enchendo-se do Espírito Santo de Deus, vivendo o que está escrito em Joel 2.

 Vencer Jezabel, a Rainha do Céu, é um dever da Igreja de Cristo, a Noiva do Cordeiro.


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