sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

APRENDENDO COM TIAGO

 

Tiago e Paulo sobre a justificação

 

Através da história da Igreja houve dois pontos de vista opostos quanto ao modo em que os pecadores são justificados, isto é, como são feitos justos diante de Deus e, portanto, declarados aceitos por Ele.    

         Um dos pontos de vista ensina que a justificação é pela fé somente, sem as obras da lei. Os pecadores são declarados justos e, portanto, justificados, somente em relação com a justiça de Cristo, a qual lhes é imputada no momento em que crêem nele. A salvação é pela graça, mediante a fé, e em nenhum sentido pode ser o resultado ou depender das boas obras do pecador. Os atos de obediência pessoais não garantem, nem acrescentam nada à justificação, pois esta se baseia unicamente na justiça que Deus outorga livremente a todo aquele que crê.

         O outro ponto de vista ensina que os pecadores, para serem justificados, devem fazer algo mais do que crer em Cristo, devem prestar obediência pessoal a lei de Deus. Assim, é declarado que a justificação é pela fé mais as obras. O pecador se faz aceito por Deus sobre a base de que o que ele crê equivale ao que ele faz, e não sobre a única base do que Cristo fez em seu favor. Unicamente pode beneficiar-se da obra salvadora de Cristo crendo no Evangelho e obedecendo a lei de Cristo. Um sem o outro não vale para fazer o pecador aceito por Deus. Deus requer ambas as coisas, fé e obra, daquele a quem justifica.

         Os advogados destas duas escolas de pensamento apelam para as Escrituras para sustentar os seus pontos de vista. Os primeiros fazem suas as palavras de Paulo, em Rm 3:28, como exposição de sua opinião: “concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.” Os segundos citam as palavras de Tiago como prova de sua doutrina da justificação pela fé mais as obras: “verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tg 2:24). À primeira vista estas duas declarações parecem ser contraditórias. Devemos dar razão a Tiago e rejeitar Paulo, ou o inverso? Ou podem ser reconciliadas ambas as declarações?

         O propósito deste apêndice é mostrar que este conflito é apenas aparente e não real. Quando os dois versículos (Rm 3:28 e Tg 2:24) são lidos em seu próprio significado, de fato, apresentam-se como complemento um do outro, em lugar de contradizer-se. Ambas as declarações são corretas quando compreendidas no sentido em que os seus autores desejaram que fossem entendidas. O pecador é justificado pela fé, sem as obras da lei, como Paulo afirma e, todavia, o pecador salvo é justificado pelas obras, e não pela fé somente, como disse Tiago. Para compreendermos como isto pode ser possível, devemos examinar os dois versículos em seu contexto.

         O propósito de Paulo em Rm 3:9-5:21 é mostrar que o pecador culpado, que não possui justiça própria, todavia, pode obtê-la por meio da fé em Jesus Cristo. No momento em que o pecador crê, lhe é outorgado a justiça de Cristo, e conseqüentemente, é declarado justo (é justificado) por Deus. A base da justificação do pecador diante de Deus é a justiça de Cristo que lhe é imputada, e o meio pelo qual esta justiça é recebida, é a fé somente. O ponto que Paulo deseja estabelecer é que os pecadores são aceitos por Deus, pela fé em Cristo, aparte de todo mérito pessoal. As obras do homem não têm nada a ver com a sua justificação diante de Deus. É neste contexto que o apóstolo declara: “concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3:28).

         O objetivo de Tiago é completamente diferente. O propósito de sua carta é mostrar como deve viver o cristão diante dos homens. Deve ser praticante da Palavra, e não apenas ouvinte, para que não engane a si mesmo (1:22-25). Este é o tema que é enfatizado no decorrer de toda a epístola. Em 2:14-26, Tiago demonstra que a fé que não produz obras é morta e não pode salvar. Ninguém pode pretender que tem fé se ela não pode ser provada com evidências. Em 2:14 pergunta: “de que aproveitará se alguém disser que tem fé, e não tem obras? Poderá semelhante fé salva-lo?” A resposta, naturalmente, é não! Observe a afirmação que Tiago faz em 2:18: “mostra-me a tua fé sem obras, e eu te mostrarei a minha fé por meio das minhas obras”. Ele deseja que os seus leitores vejam que uma fé não pode ser justificada (provar a sua genuinidade por seus frutos) ante os homens, é falsa, não podendo ser real; é uma mera profissão sem valor algum. É neste contexto que a declaração de Tiago se refere à necessidade das obras em relação à justificação. “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (2:24). Está falando de um Cristianismo justificado diante dos homens por meio de suas obras, enquanto Paulo em Rm 3:28 se refere ao pecador que é justificado diante de Deus aparte de suas obras. Calvino expressou ambas as idéias quando escreveu: “é a fé somente que justifica, mas a fé que justifica nunca pode vir só.” Paulo se ocupa com a primeira destas duas idéias em Rm 3:28, enquanto Tiago da segunda, em 2:24, mas uma não contradiz a outra.

         J.I. Packer acerca dos vários usos bíblicos da palavra “justificar” disse que “em Tiago 2:21, 24-25 faz referência a prova da aceitação do homem por parte de Deus, a qual é outorgada quando as suas ações mostram que leva a classe de vida que resulta da fé que opera, a qual Deus imputa justiça.”

         “A declaração de Tiago de que o cristão, que semelhante a Abraão, que foi justificado pelas obras (vs. 24), não é contrária a insistência de Paulo de que o cristão, e que semelhante a Abraão, é justificado pela fé (Rm 3:28; 4:1-5), mas que se complementa. O mesmo Tiago cita Gênesis 15:6 exatamente com o mesmo propósito que o faz Paulo: mostrar que foi a fé que fez Abraão justo (vs. 23; cf. Rm 4:3ss., e Gl 3:6ss.). A justificação que concerne a Tiago não é a aceitação original ou primária do crente por parte de Deus, mas a subseqüente reivindicação de sua profissão de fé por seu modo de viver. Assim pois, não é em conceito, mas na conclusão que Tiago difere de Paulo.”

 

David N. Steele & Curtis C. Thomas

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

APRENDENDO COM JESUS

 JESUS CRISTO É DEUS

Esse Jesus, que veio ao mundo numa estrebaria, que passou pelo processo de se tornar humano ao nascer assim como nós, que cresceu como menino normal física, emocional e espiritualmente, que amadureceu e começou a envelhecer como qualquer pessoa, esse Jesus é Javé desde a eternidade e existe desde sempre. “Eu sou o que sou.” A Epístola aos Hebreus diz a Seu respeito: “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8).
Por que Jesus teve de se tornar homem? Porque Deus não pode morrer! Mas Deus queria morrer pelos pecados dos homens, de modo que tinha de se tornar homem e por isso veio ao mundo através de Jesus Cristo.
Lemos sobre esse ato sublime de Deus se tornando homem: “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8).
No grego, a expressão “subsistindo em forma de Deus” define uma forma, uma maneira de ser quando vista objetivamente por um espectador neutro, a forma como ela é em si mesma. Jesus é Deus e existe desde a eternidade como o próprio Deus.
Nascemos como seres humanos e desejamos entrar na vida eterna. Jesus veio da vida eterna e tornou-se homem para morrer. No jardim Getsêmani, quando Jesus se revelou como o “Eu Sou” e todos os seus inimigos recuaram e caíram por terra, Ele ordenou: “se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes (Seus discípulos)” (Jo 18.8). E então entregou-se voluntariamente para morrer.
Por Jesus ser Aquele que é, Deus “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Fp 2.9-10). É por isso que “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).
Jesus é o verdadeiro e único sarador e Salvador. Ele controla qualquer situação com que possamos nos defrontar. Jesus disse com toda a autoridade: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Por essa razão aplicam-se a Ele as palavras de Isaías 43.11: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.
Transcrito Por Litrazini

APRENDENDO COM PAULO (PARTE 52)


 

PAULO - O LÍDER CRISTÃO

A segunda prisão em Roma e o martírio
A primeira prisão de Paulo foi por motivação religiosa; a segunda, por motivos políticos.
A primeira prisão estava ligada à perseguição judaica; a segunda, vinculada ao decreto do imperador.
Da primeira prisão, Paulo saiu para dar continuidade à obra missionária; da segunda prisão, para o martírio.
No ano 49 d.C., o imperador Cláudio expulsou de Roma todos os judeus (At 18.2). Muitos deles, a essa altura, já eram cristãos.
Mas no ano 64 d.C. houve um terrível incêndio em Roma, e o imperador Nero pôs a culpa dessa tragédia nos judeus e cristãos.
Nero chegou ao poder em outubro do ano 54. Insano, pervertido e mau, era filho de Agripina, mulher promíscua e perversa.
Na noite de 18 de julho de 64, um incêndio catastrófico estourou em Roma. O fogo durou seis dias e sete noites.
Dez dos quatorze bairros da cidade foram destruídos pelas chamas vorazes.
Segundo alguns historiadores, o incêndio foi provocado pelo próprio Nero, que assistiu a ele do topo da torre de Mecenas, no cume do Paladino, vestido como um ator de teatro, tocando sua lira e cantando versos acerca da destruição de Troia.
]Pelo fato de dois bairros onde havia grande concentração de judeus e cristãos não terem sido atingidos pelo incêndio, Nero encontrou uma boa razão para culpar os cristãos pela tragédia.
Daí em diante, eclodiu uma sangrenta perseguição contra os cristãos. No governo de Nero, o apóstolo Paulo foi preso e decapitado.
Muitas foram as atrocidades e crimes bárbaros que foram perpetrados contra os cristãos nessa época.
Milhares foram amarrados em postes e incendiados vivos, para iluminar as praças e os jardins de Roma à noite.
Outros, segundo o historiador Tácito, foram jogados nas arenas, enrolados em peles de animais, para que cães famintos os matassem a dentadas.
Outros, ainda, foram lançados no picadeiro para que touros enfurecidos os pisoteassem e esmagassem.
A loucura de Nero só não foi mais longe porque em 68 boa parte do império se rebelou contra ele, e o senado romano o depôs. Desesperado, sem ter para onde ir, suicidou-se.
No tempo em que explodiu essa brutal perseguição, Paulo estava fora de Roma, visitando as igrejas.
Por ser o líder maior do cristianismo, tornou-se alvo dessa ensandecida cruzada de morte. Possivelmente, quando estava em Trôade, na casa de Carpo, Paulo foi preso pelos agentes de Nero e levado a Roma para ser lançado numa masmorra úmida, fria e insalubre.
Dessa prisão, ele escreveu sua última missiva, a segunda carta a Timóteo. Nessa epístola, ele não pede orações para sair da prisão nem tem qualquer expectativa de prosseguir em seu trabalho missionário.
O velho apóstolo está convencido de que a hora de seu martírio havia chegado.
Ele está agora fechando as cortinas da vida, fazendo um balanço da sua jornada. Pelas lentes do antropocentrismo idolátrico, Paulo encerra a carreira numa grande SOLIDÃO.
Ele que se havia entregado de corpo e alma à causa do evangelho, estava agora sozinho numa masmorra romana, sem dinheiro, sem amigos e passando privações.
Destacaremos alguns pontos fundamentais acerca das atitudes desse bandeirante da fé no momento em que ele estava no corredor da morte.
A vida não é simplesmente viver; a morte não é simplesmente morrer
Em 2Timóteo 4.6-8, Paulo faz uma profunda análise do seu ministério e, antes de fechar as cortinas da sua vida, abre-nos uma luminosa clareira com respeito ao seu passado, presente e futuro. Acompanhemos sua análise:
Em primeiro lugar, Paulo olhou para o passado com gratidão (2Tm 4.7). Paulo está passando o bastão a seu filho Timóteo, mas, antes de enfrentar o martírio, relembra-o de como havia sido sua vida: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”.
A vida para Paulo não foi uma feira de vaidades nem um parque de diversões, mas um combate renhido.
O apóstolo pode morrer tranquilo porque havia concluído sua carreira, e isso era tudo o que lhe importava (At 20.24). Mas também deixa claro que nessa peleja jamais abandonou a verdade nem negou a fé. Não morre bem quem não vive bem.
A vida é mais do que viver, e morrer é mais do que morrer.
Em segundo lugar, Paulo olhou para o presente com serenidade (2Tm 4.6). O veterano apóstolo sabe que vai morrer. Mas não é Roma que vai lhe tirar a vida; é ele quem vai oferecê-la a Deus.
Assim escreve Paulo: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado”. Numa linguagem eufêmica, Paulo fala da sua morte como uma partida.
A palavra grega analyses, “partida”, era usada em três circunstâncias: Primeira, significa aliviar alguém de uma carga. A morte para Paulo era descansar de suas fadigas (Ap 14.13). Segunda, significa levantar acampamento e deixar a tenda temporária para voltar para casa. A morte para Paulo era mudar de endereço. Era deixar o corpo e habitar com o Senhor (2Co 5.8).
Era partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.23). Terceira, significa desatar o barco e singrar as águas do rio e atravessar para o outro lado.
A morte para Paulo era fazer a última viagem da vida, e esta rumo à Pátria celestial. A morte não intimidava Paulo. Ele chegou a afirmar: “… para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21).
Em terceiro lugar, Paulo olhou para o futuro com esperança (2Tm 4.8). A gratidão do dever cumprido, associada à serenidade de saber que estava indo para a presença de Jesus, dava a Paulo uma gostosa expectativa do futuro. Mesmo que Nero o condenasse e o tribunal de Roma o considerasse culpado, o reto e justo Juiz o consideraria inocente e lhe daria a coroa da justiça.
Como que num brado de triunfo diante do martírio, Paulo proclama: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia…” (2Tm 4.8).
A vitória não é ausência de lutas, mas triunfo apesar delas
O céu não é aqui. Aqui não pisamos tapetes aveludados nem caminhamos em ruas de ouro, mas cruzamos vales de lágrimas. Aqui não recebemos os galardões, mas bebemos o cálice da dor. Paulo certamente foi a maior expressão do cristianismo.
Viveu de forma superlativa e maiúscula. Pregador incomum, teólogo incomparável, missionário sem precedentes, evangelista sem igual. Viveu perto do Trono, mas, ao mesmo tempo, foi açoitado, preso, algemado e degolado. Tombou como mártir na terra, mas levantou-se como príncipe no céu.
Ele não foi poupado dos problemas, mas triunfou no meio deles. Que tipo de luta Paulo enfrentou na antessala do seu martírio?
Em primeiro lugar, Paulo enfrentou a solidão (2Tm 4.9,11,21). Paulo estava numa cela fria, precisando de um ombro amigo. Sua espiritualidade não anula sua humanidade. Ele roga a Timóteo que venha depressa ao seu encontro. Pede a seu filho na fé para vir antes do inverno e trazer também João Marcos.
O gigante do cristianismo está precisando de gente amada ao seu lado, antes de caminhar para o patíbulo. Sua comunhão com Deus não o tornava um super-homem. Dentro do seu peito, batia um coração sedento por relacionamento.
Em segundo lugar, Paulo enfrentou o abandono (2Tm 4.10). Paulo passou a vida investindo na vida das pessoas, e, na hora que mais precisou de ajuda, foi abandonado e esquecido na prisão. Caminhou sozinho para o Getsêmani do seu martírio, assistido apenas pela graça de Deus.
Em terceiro lugar, Paulo enfrentou a ingratidão (2Tm 4.16). Paulo se arriscou pelos outros; mas ninguém compareceu em sua primeira defesa para estar do seu lado ou falar em seu favor.
Mais perturbador do que o frio gelado que se avizinhava pela chegada do inverno, era a geleira da ingratidão que Paulo tinha de suportar no apagar das luzes de sua jornada na terra.
Em quarto lugar, Paulo enfrentou a perseguição (2Tm 4.14). Alexandre, o latoeiro, causou-lhe muitos males, resistindo a ele e à sua mensagem.
Os historiadores dizem que foi esse Alexandre que delatou Paulo, resultando em sua segunda prisão e consequente martírio na cidade de Roma. Alexandre tornou-se inimigo do mensageiro e da mensagem.
Em quinto lugar, Paulo enfrentou as privações (2Tm 4.13). Paulo precisava de amigos para a alma, livros para a mente e a capa para o corpo. Ele tinha necessidades físicas, mentais e emocionais. As prisões romanas eram frias, insalubres e escuras.
Os prisioneiros morriam de lepra e outras doenças contagiosas. O inverno se aproximava, e Paulo precisava de uma capa quente para enfrentá-lo. Paulo também precisava de livros e dos pergaminhos.
Paulo estava no corredor da morte, mas queria aprender mais. Paulo precisava de amigos, roupa e livros. Precisava de provisão para a alma, a mente e o corpo.
Abandonado pelos homens, mas assistido por Deus
O apóstolo dos gentios não está encerrando, frustrado, a carreira. Não está com a alma amargurada. As agruras da terra não empalidecem as glórias do céu.
A ingratidão dos homens não enfraquece a assistência abundante de Deus. A graça de Deus assistiu Paulo na hora da morte.
Quatro verdades devem ser aqui destacadas:
Em primeiro lugar, Paulo foi abandonado pelos homens, mas assistido por Deus (2Tm 4.17). Paulo foi vítima do abandono dos homens, mas foi acolhido e assistido por Deus.
Assim como Jesus foi assistido pelos anjos no Getsêmani quando seus discípulos dormiram, Paulo também foi assistido por Deus na hora da sua dor mais profunda.
Deus não nos livra do vale, mas caminha conosco no vale. Deus não nos livra da fornalha, mas nos livra na fornalha.
Deus não nos livra da cova dos leões, mas nos livra na cova dos leões. Às vezes, Deus nos livra da morte; outras vezes, Deus nos livra através da morte. Em toda e qualquer situação, Deus é o nosso refúgio.
Em segundo lugar, Paulo não foi poupado das provas, mas recebeu poder para suportá-las (2Tm 4.17). Deus revestiu Paulo de forças para que continuasse pregando até o fim.
Paulo foi preso, mas a Palavra estava livre e espalhou-se para todos os gentios. Paulo foi levado ao patíbulo e decapitado, mas sua voz ainda ecoa nos ouvidos da história. Suas cartas são luzeiros no mundo.
Em terceiro lugar, Deus não livrou Paulo da morte, mas na morte (2Tm 4.18). Paulo não foi poupado da morte, mas libertado através da morte. A morte para ele não foi castigo, perda ou derrota, mas vitória. O aguilhão da morte foi tirado.
Morrer é lucro, é precioso, é bem-aventurança, é ir para a Casa do Pai, é entrar no céu e estar com Cristo.
Em quarto lugar, Paulo não termina a vida com palavras de decepção, mas com um tributo de glória ao Salvador (2Tm 4.18b).
Paulo foi perseguido, rejeitado, esquecido, apedrejado, fustigado com varas, preso, abandonado, condenado à morte, degolado, mas, em vez de fechar as cortinas da vida com pessimismo, amargura e ressentimento, termina erguendo ao céu um tributo de louvor ao Senhor.
Posso imaginar a cena… O carrasco recebe um pedaço de couro com o nome de um prisioneiro. Munido de uma tocha de fogo e com um pesado molho de chaves, atravessa longos corredores escuros e gelados. Abre uma pesada porta de ferro e grita com voz cavernosa: “Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo!”.
Do fundo da cela, o velho apóstolo, que trazia as marcas de Cristo no corpo e uma paz transcendente na alma, responde com firmeza: “Sou eu, estou aqui!”. Paulo é acorrentado e sai da masmorra, atravessando o corredor da morte. Depois de uma longa caminhada, chegam ao lugar do patíbulo.
Antes de colocar a cabeça de Paulo num tosco cepo de madeira para decepá-la com a guilhotina romana, o capataz da morte lhe dá a chance de proferir suas últimas palavras. Esperando que o velho prisioneiro soltasse algum gemido de dor ou algum grito de revolta ou desespero, Paulo, de forma imperturbável, com alegria na alma, ergue ao céu sua última doxologia: “A ele, [o Senhor Jesus Cristo] glória pelos séculos dos séculos. Amém” (2Tm 4.18b).
A guilhotina afiada, impiedosa e implacável faz tombar na terra esse príncipe de Deus. Sua morte, entretanto, não calou sua voz. Suas cartas ainda falam. Sua voz póstuma é poderosa.
Milhões de pessoas são abençoadas ainda hoje pela sua vida e pelo seu legado. Cabe-nos, tão- somente, agora, imitar esse homem como ele imitou Cristo (1Co 11.1).
DEUS LHE ABENÇOE! Compartilhe!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

APRENDENDO COM DANIEL (PARTE 22)

 O que podemos aprender da vida de Daniel?



Pergunta: "O que podemos aprender da vida de Daniel?"

Resposta: 
Podemos ler sobre a vida de Daniel em seus próprios escritos no livro de Daniel e também em Ezequiel 14:14, 20 e 28:3. Existem algumas semelhanças surpreendentes entre a vida de Daniel e a do filho de Jacó, José. Ambos prosperaram em terras estrangeiras depois de interpretar sonhos para seus governantes, e ambos foram elevados a altos cargos como resultado de sua fidelidade a Deus.

Depois que Nabucodonosor, rei da Babilônia, sitiou Jerusalém, ele escolheu homens nobres da família real de Israel que eram bonitos e mostravam aptidão para aprender a fim de serem treinados nos caminhos dos babilônios. Após o seu treinamento de três anos, eles seriam colocados a serviço do rei (Daniel 1:1-6). Daniel, cujo nome significa "Deus é meu juiz", e seus três compatriotas da Judeia foram escolhidos e receberam novos nomes. Daniel tornou-se "Beltessazar", enquanto Hananias, Misael e Azarias se tornaram "Sadraque", "Mesaque" e "Abede-Nego". Os babilônios provavelmente lhes deram novos nomes que estavam completamente dissociados de suas raízes hebraicas para agilizar a assimilação da cultura babilônica por parte de Daniel e seus amigos.

Daniel e seus compatriotas provaram ser os mais sábios de todos os que estavam sendo treinados e, ao final de seu treinamento, entraram no serviço do rei Nabucodonosor. O primeiro sinal que Daniel deu de sua fidelidade a Deus foi quando ele e seus três amigos rejeitaram a rica comida e o vinho da mesa do rei por considerarem-nos uma contaminação e, ao invés, tornaram-se vegetarianos. Com a sua melhora de saúde, eles foram autorizados a continuar com sua dieta escolhida. Em sua educação, os quatro homens de Judá tornaram-se conhecedores de todos os assuntos babilônicos, e Daniel recebeu de Deus a capacidade de compreender sonhos e visões de todos os tipos (Daniel 1:17).

No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor ficou perturbado com um sonho que não pôde interpretar. Além de sua interpretação, Nabucodonosor ordenou que seus magos, encantadores, feiticeiros e astrólogos também descrevessem o sonho. Esses homens estavam dispostos a tentar interpretar o sonho apenas se Nabucodonosor primeiro lhes dissesse o que tinha acontecido, mas disseram que revelar o sonho em si era uma tarefa impossível para os humanos. O rei decretou que todos os sábios, inclusive Daniel e seus companheiros, deviam ser mortos. No entanto, depois que Daniel procurou Deus em oração, o mistério do sonho do rei foi revelado a Daniel, o qual foi levado ao rei para interpretá-lo. Daniel imediatamente atribuiu sua habilidade de interpretar sonhos ao único Deus verdadeiro (Daniel 2:28). A principal característica do sonho era que um dia haverá um reino estabelecido por Deus que durará para sempre, e que o reino de Deus destruirá todos os reinos feitos pelo homem (Daniel 2:44-45). Por sua sabedoria, Daniel foi honrado pelo rei Nabucodonosor e colocado em autoridade sobre todos os sábios da Babilônia. A pedido de Daniel, seus três compatriotas também foram colocados em posições de autoridade como administradores da Babilônia.

Mais tarde, o rei Nabucodonosor teve outro sonho e, novamente, Daniel conseguiu interpretá-lo. O rei reconheceu que Daniel tinha o espírito do seu santo Deus dentro de si (Daniel 4:9). A interpretação dada por Daniel estava correta. Depois de experimentar um período de insanidade, Nabucodonosor foi restaurado à saúde e então honrou e adorou o Deus de Daniel como o Altíssimo (Daniel 4:34-37).

O filho de Nabucodonosor, Belsazar, tornou-se o novo rei, e durante um banquete ordenou que as taças de ouro e prata que haviam sido roubadas do templo sagrado em Jerusalém fossem usadas. Em resposta à contaminação de tais objetos sagrados, Belsazar vê uma mão escrevendo na parede. Seus astrólogos são incapazes de ajudá-lo em sua tradução, e assim Daniel é chamado para interpretar a escrita (Daniel 5:13-16). Como recompensa por interpretar o que havia sido escrito, Daniel é promovido pelo rei Belsazar até a terceira posição mais alta no reino babilônico (verso 29). Naquela noite, como Daniel havia profetizado, o rei foi morto em batalha, e seu reino foi tomado pelo persa Ciro, o Grande, e Dario, o medo, foi feito rei.

Sob o novo governante, Daniel destacou-se em seus deveres como um dos administradores de tal forma que o rei Dario estava considerando colocá-lo acima de todo o reino (Daniel 6:1-3). Isso enfureceu os outros administradores tanto que procuraram uma maneira de derrubar Daniel. Eles não conseguiram encontrar nenhum delito nele, então se concentraram na sua religião. Usando lisonjas, os administradores persuadiram Dario a emitir um decreto proibindo orações a qualquer deus que não fosse o próprio rei pelos próximos trinta dias. A penalidade pela desobediência era ser jogado em um covil de leões. É claro que Daniel desobedeceu ao decreto, e continuou a orar abertamente ao verdadeiro Deus. Como Daniel não fez nenhuma tentativa de esconder sua atividade, ele foi preso por ter sido visto orando. Com muito pesar o rei deu a ordem para Daniel ser jogado na cova dos leões, mas não sem uma oração para que o Deus de Daniel o resgatasse (Daniel 6:16). No dia seguinte, quando Daniel foi encontrado vivo e bem, ele disse ao rei que Deus havia enviado um anjo para fechar a boca dos leões e por isso permaneceu ileso. Este milagre resultou no rei Dario enviando um decreto que todos os seus súditos deveriam adorar o Deus de Daniel. Daniel continuou a prosperar durante o reinado do rei Dario.

Daniel também é conhecido pelos sonhos proféticos e visões que Deus lhe deu, os quais são registrados no livro de Daniel. As profecias de Daniel abrangem uma ampla gama da história humana, pois ele previu a ascensão e queda dos impérios grego e romano e a ascensão de um poderoso rei que "fará segundo a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis..." (Daniel 11:36). A profecia de "setenta semanas" de Daniel falou de um Messias que seria morto (Daniel 9:24–27). Nós vimos esta profecia cumprida com Jesus. O restante da profecia — a septuagésima semana — será cumprida no fim dos tempos. Daniel teve outras visões apocalípticas também, e compreender suas profecias é importante para a escatologia.

Daniel exerceu grande integridade e, ao fazê-lo, recebeu o respeito e o afeto dos poderosos governantes que ele servia. No entanto, sua honestidade e lealdade para com seus mestres nunca o levaram a comprometer sua fé no único Deus verdadeiro. Em vez de ser um obstáculo ao seu sucesso, a contínua devoção de Daniel a Deus trouxe-lhe a admiração dos incrédulos em seu círculo. Ao transmitir suas interpretações, ele foi rápido em dar a Deus o crédito por sua capacidade de fazê-lo (Daniel 2:28).

A integridade de Daniel como um homem de Deus lhe rendeu favor no mundo secular, mas ele se recusou a comprometer sua fé em Deus. Mesmo sob a intimidação de reis e governantes, Daniel permaneceu firme em seu compromisso com Deus. Daniel também nos ensina que, independentemente de com quem estejamos lidando, ou de sua posição social, devemos tratá-los com compaixão. Veja como ele estava preocupado enquanto transmitia a interpretação do segundo sonho de Nabucodonosor (Daniel 4:19). Como cristãos, somos chamados a obedecer aos governantes e autoridades que Deus estabeleceu, tratando-os com respeito e compaixão; no entanto, como vemos no exemplo de Daniel, obedecer à lei de Deus deve sempre preceder a obediência aos homens (Romanos 13:1–7; Atos 5:29).

Como resultado de sua devoção, Daniel achou graça diante dos homens e de Deus (Daniel 9:20-23). Observe também nesses versículos o que o anjo Gabriel disse a Daniel sobre a rapidez com que a resposta à sua oração foi enviada. Isso nos mostra como o Senhor está pronto para ouvir as orações de Seu povo. A força de Daniel se encontrava em sua devoção à oração e é uma lição para todos nós. Não é só nos maus momentos, mas no dia-a-dia que precisamos ir a Deus em oração.

APRENDENDO COM JESUS

 

Como Jesus é maior do que todas as outras grandes pessoas da história?



Pergunta: "Como Jesus é maior do que todas as outras grandes pessoas da história?"

Resposta: 
A Bíblia apresenta Jesus como maior do que todos os que viveram antes dEle e todos os que virão depois. Colossenses 1 expõe, em termos inequívocos, a doutrina da supremacia de Cristo "em todas as coisas" (Colossenses 1:18). Efésios 1:22 diz: "E sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja".

Jesus é maior que toda a criação. Como o criador de todas as coisas, Ele teria que ser. Jesus provou a Sua supremacia sobre a criação quando acalmou a tempestade furiosa (Marcos 4:39), multiplicou os pães e os peixes (Marcos 8:6–9), deu vista aos cegos (Marcos 8:22-25) e andou sobre as águas (Marcos 6:48). "Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Colossenses 1:16).

Jesus é maior que Abraão. O pai Abraão foi e ainda é uma das pessoas mais respeitadas em toda a história. Certa vez, quando Jesus estava conversando com os judeus sobre a linhagem deles, eles lhe perguntaram: "Você não está querendo dizer que é maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu?" (João 8:53). A resposta de Jesus foi chocante para eles: "Abraão, o pai de vocês, alegrou-se por ver o meu dia; e ele viu esse dia e ficou alegre. …. Em verdade, em verdade lhes digo que, antes que Abraão existisse, Eu Sou" (João 8:56, 58).

Jesus é maior que Jacó. Outro patriarca foi Jacó, também chamado de "Israel" por Deus (Gênesis 32:28). Quando Jesus conversou com uma mulher no poço de Jacó, em Samaria, Ele disse a ela que poderia lhe dar "água viva" (João 4:10). Pensando que estava se referindo a algum outro tipo de água de poço, ela perguntou: "Por acaso o senhor é maior do que Jacó?" (versículo 12). Jesus respondeu contrastando o presente temporal de Jacó com o presente eterno de Sua autoria: "Quem beber desta água voltará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (versículos 13–14).

Jesus é maior que Moisés. Provavelmente, não há profeta do Antigo Testamento mais respeitado que Moisés. Ele foi o legislador, o emancipador de Israel e um trabalhador de milagres. Moisés teve o privilégio único de falar com Deus "face a face, como quem fala com o seu amigo" (Êxodo 33:11). Antes de morrer, Moisés ordenou aos israelitas que aguardassem a vinda de outro profeta que teria alguma semelhança a Moisés: "a ele vocês devem ouvir" (Deuteronômio 18:15). Jesus cumpriu a Lei (Mateus 5:17), nos emancipou do pecado e da morte (Romanos 8:2) e foi definitivamente um trabalhador de milagres (Atos 2:22). Hebreus 3:3 diz que "Jesus tem sido considerado digno de maior glória do que Moisés."

Jesus é maior que Davi. Nos dias de Jesus, um título comum para o Messias era "Filho de Davi" (veja Mateus 9:27). O uso desse termo pelos judeus significava a sua crença, com base na profecia, de que o Messias seria da linhagem de Davi (2 Samuel 7:16). Em um diálogo no templo, Jesus cita o Salmo 110:1, apontando que Davi chama o Messias de "meu Senhor" (Mateus 22:45). O Filho de Davi, portanto, é maior que Davi e tem uma linhagem maior que uma linha terrestre de realeza.

Jesus é maior que Salomão. O rei Salomão era incomparável em sabedoria, riqueza, poder e prestígio (1 Reis 10:23–24). Monarcas de todo o mundo visitaram Jerusalém durante o reinado de Salomão e prestaram-lhe homenagem. No entanto, Jesus disse: "E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12:42).

Jesus é maior que Jonas. O profeta Jonas foi fundamental em um dos maiores avivamentos da história. Sob sua pregação, toda a cidade de Nínive se arrependeu de seus pecados e se voltou para Deus para obter misericórdia. Uma nação famosa por sua idolatria e selvageria se humilhou aos olhos de Deus e se afastou do paganismo. No entanto, Jesus disse: "E aqui está quem é maior do que Jonas" (Mateus 12:41).

Jesus é maior que João Batista. Jesus disse que João Batista era "muito mais do que um profeta" e "ninguém é maior do que João" (Lucas 7:26, 28). De fato, João foi o profeta final da era do Antigo Testamento, cumprindo Malaquias 3:1 e evidenciando um poder semelhante ao de Elias (Lucas 1:17). Mas como João enxergou Jesus? Sua previsão mostra quem é maior: "Depois de mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desamarrar as correias das suas sandálias" (Marcos 1:7). Em outras palavras, João não estava nem na mesma categoria que Jesus. João batizou com água, mas Jesus batizou com o Espírito Santo (Marcos 1:8).

Jesus é maior que o templo. O templo em Jerusalém era um lugar glorioso, cheio de história, significado e consequências religiosas (veja Mateus 24:1). No entanto, Jesus disse aos fariseus: "Pois eu lhes digo que aqui está quem é maior do que o templo" (Mateus 12:6). O templo era onde os sacerdotes da nação intercediam com Deus, e o ministério de intercessão de Jesus é muito maior (Hebreus 8:6).

Jesus é maior que o sábado. O sinal da Aliança Mosaica era a observância do sábado (Ezequiel 20:12), e o povo judeu era rigoroso para observá-lo. Quando Jesus veio, Ele viveu sob a Lei (Gálatas 4:4), cumpriu a Lei (Mateus 5:17) e mostrou que "o Filho do homem é o senhor do sábado" (Mateus 12:8).

Jesus é maior que a igreja. A igreja é composta pelos eleitos de Deus que foram chamados para fora do mundo, redimidos, justificados, santificados e glorificados (Romanos 8:30). Eventualmente, a igreja será "como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito" (Efésios 5:27). No entanto, Cristo é maior. Ele é o cabeça da igreja, que é o Seu corpo (Colossenses 1:18; cf. João 13:16; 15:20).

Jesus é maior que os anjos. Os anjos são servos de Deus, mas Jesus é o Filho unigênito de Deus, sentado no alto à direita da Majestade (Hebreus 1:3, 5; João 3:16). Um dia todos os principados e poderes no céu e na terra se curvarão diante de Cristo (Filipenses 2:10). Jesus é "tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles" (Hebreus 1:4).

O nome de Jesus é maior que todos os outros nomes. Jesus, o homem perfeito e o único sacrifício pelo pecado, tem sido altamente exaltado. Deus lhe deu "o nome que está acima de todo nome" (Filipenses 2:9). Os outros nomes da história — Buda, Maomé, Gandhi, Confúcio, Krishna, Joseph Smith e Sun Myung Moon entre eles – não se comparam à luz da glória de Jesus Cristo. É o nome de Jesus que pregamos até os confins da terra, porque é somente em Seu nome que a salvação é encontrada (Atos 4:12).

"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Colossenses 2:9). Como a Palavra de Deus (João 1:1), Jesus é a revelação mais completa possível de Deus para o homem. Deus não poderia ter falado mais claramente.

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 41)

 

O que podemos aprender da vida de Davi?



Pergunta: "O que podemos aprender da vida de Davi?"

Resposta: 
Podemos aprender muito com a vida de Davi. Ele era um homem segundo o coração de Deus (1 Samuel 13:13-14; Atos 13:22)! Somos primeiramente apresentados a Davi depois que Saul, por insistência do povo, foi feito rei (1 Samuel 8:5, 10:1). Saul não se comportou como o rei de Deus. Enquanto o rei Saul estava cometendo um erro em cima do outro, Deus enviou Samuel para encontrar Seu pastor escolhido, Davi, o filho de Jessé (1 Samuel 16:10, 13).

Acredita-se que Davi tinha entre doze a dezesseis anos quando foi ungido rei de Israel. Ele era o mais novo dos filhos de Jessé e, humanamente falando, uma escolha improvável para rei. Samuel pensou que Eliabe, irmão mais velho de Davi, era certamente o ungido. Mas Deus disse a Samuel: "Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração" (1 Samuel 16:7). Sete dos filhos de Jessé passaram diante de Samuel, mas Deus não escolheu nenhum deles. Samuel perguntou se Jessé tinha mais filhos. O mais novo, Davi, estava cuidando de ovelhas. Então eles chamaram o menino e Samuel ungiu Davi com óleo "e daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi" (1 Samuel 16:13).

A Bíblia também diz que o Espírito do Senhor partiu do rei Saul e um espírito maligno o atormentou (1 Samuel 16:14). Os servos de Saul sugeriram um harpista, e um deles recomendou Davi, dizendo: "Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o SENHOR é com ele" (1 Samuel 16:18). Foi assim que Davi entrou no serviço do rei (1 Samuel 16:21). Saul estava satisfeito com o jovem Davi, o qual se tornou um dos escudeiros de Saul.

O prazer de Saul em Davi desapareceu rapidamente quando Davi cresceu em força e fama. Em talvez um dos relatos bíblicos mais conhecidos, Davi matou o gigante Golias. Os filisteus estavam em guerra com os israelitas e insultavam suas forças militares com seu campeão, Golias de Gate. Eles propuseram um duelo entre Golias e quem quisesse lutar contra ele. Mas ninguém em Israel se ofereceu para lutar contra o gigante. Os irmãos mais velhos de Davi faziam parte do exército de Saul; depois que Golias insultou os israelitas por quarenta dias, Davi visitou seus irmãos no campo de batalha e ouviu as ostentações do filisteu. O jovem pastor perguntou: "Então, falou Davi aos homens que estavam consigo, dizendo: Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?" (1 Samuel 17:26). O irmão mais velho de Davi ficou irado e acusou Davi de orgulho e de ter vindo apenas para assistir à batalha. Mas Davi continuou falando sobre o assunto.

Saul ouviu o que Davi estava dizendo e mandou chamá-lo. Davi disse a Saul: "Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá e pelejará contra o filisteu" (1 Samuel 17:32). Saul estava incrédulo; Davi não era um soldado treinado. Davi forneceu suas credenciais como pastor, tendo o cuidado de dar a glória a Deus. Davi havia matado leões e ursos que foram atrás de suas ovelhas, e afirmou que o filisteu morreria como eles porque "afrontou os exércitos do Deus vivo. O SENHOR me livrou das garras do leão e das do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu" (1 Samuel 17:36-37). Saul aquiesceu, contanto que Davi usasse a armadura de Saul na luta. Mas Davi não estava acostumado com a armadura e a deixou para trás. Davi levou consigo apenas o seu cajado, cinco pedras lisas, seu alforje de pastor e uma funda. Golias não foi intimidado por Davi, mas Davi também não se intimidou com o gigante. "Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo, o SENHOR te entregará nas minhas mãos"(1 Samuel 17:45-46). A confiança de Davi em Deus e seu zelo pela glória de Deus são notáveis. Davi matou Golias. Ele também entrou no serviço de Saul em tempo integral, não cuidando mais das ovelhas de seu pai.

Foi nessa época que "a alma de Jônatas se ligou com a de Davi" (1 Samuel 18:1). A amizade de Davi e Jônatas é instrutiva para amizades hoje. Embora seu pai fosse rei e Jônatas fosse um herdeiro natural do trono, Jônatas escolheu apoiar Davi. Ele entendeu e aceitou o plano de Deus e protegeu o seu amigo de seu pai assassino (1 Samuel 18:1–4, 19–20). Jônatas demonstra humildade e amor altruísta (1 Samuel 18:3; 20:17). Durante o reinado de Davi, após as mortes de Saul e Jônatas, Davi investigou se tinha permanecido alguém na casa de Saul a quem pudesse demonstrar bondade por amor a Jônatas (2 Samuel 9:1). Claramente, ambos os homens se importavam muito um com o outro e honravam um ao outro.

Após o incidente com Golias, Davi continuou a crescer na fama. O cântico no acampamento de Saul era bastante zombador porque as pessoas cantavam louvores a Davi e humilhavam o rei Saul, causando um furioso ciúme em Saul que nunca passou (1 Samuel 18:7-8).

O ciúme de Saul por Davi se tornou assassino. Ele primeiro tentou que Davi fosse morto pela mão dos filisteus quando pediu-lhe que se tornasse seu genro. O rei ofereceu sua filha em troca do serviço militar de Davi. Davi, em humildade, recusou, e a filha de Saul foi dada a outro (1 Samuel 18:17-19). A outra filha de Saul, Mical, estava apaixonada por Davi, então Saul perguntou novamente. Davi novamente recusou devido à sua falta de riqueza e incapacidade de pagar o dote da filha de um rei.

Saul pediu por cem prepúcios filistinos, esperando que Davi fosse morto pelo inimigo. Quando Davi matou duzentos filisteus, dobrando o pagamento exigido, Saul percebeu que tinha sido superado, e seu temor de Davi aumentou (1 Samuel 18: 7-29). Jônatas e Mical advertiram Davi sobre a intenção assassina de seu pai e Davi passou os próximos anos de sua vida fugindo do rei. Davi escreveu várias canções durante esse período, inclusive os Salmos 57, 59 e 142.

Embora Saul nunca tenha parado de persegui-lo com a intenção de matá-lo, Davi nunca levantou a mão contra seu rei e o ungido de Deus (1 Samuel 19:1–2; 24:5–7). Quando Saul acabou morrendo, Davi lamentou (2 Samuel 1). Mesmo sabendo que era o ungido de Deus, Davi não forçou seu caminho ao trono. Ele respeitava a soberania de Deus e honrou as autoridades que Deus tinha atualmente, confiando que Deus cumpriria Sua vontade em Seu tempo.

Enquanto fugia, Davi levantou um poderoso exército e com o poder de Deus derrotou todos em seu caminho, sempre pedindo a Deus primeiro por permissão e instruções antes de ir à batalha, uma prática que continuaria como rei (1 Samuel 23:2–6; 9–13; 2 Samuel 5:22-23). Uma vez rei, Davi permaneceu um poderoso comandante militar e soldado. 2 Samuel 23 relata algumas das façanhas dos chamados "homens poderosos" de Davi. Deus honrou e recompensou a obediência de Davi e deu-lhe sucesso em tudo o que fez (2 Samuel 8:6).

Davi começou a tomar outras esposas. Ele se casou com Abigail, uma viúva de Carmelo, durante o tempo que ele estava fugindo de Saul (1 Samuel 25). Davi também se casou com Ainoã de Jezreel. Saul havia dado a primeira esposa de Davi, Mical, a outro homem (1 Samuel 25:43-44). Após a morte de Saul, Davi foi publicamente ungido rei sobre a casa de Judá (2 Samuel 2:4), e teve que lutar contra a casa de Saul antes de ser ungido rei de toda a Israel aos trinta anos de idade (2 Samuel 5:3-4). Agora rei, Davi tomou Mical de volta para ser sua esposa novamente (2 Samuel 3:14). Davi também conquistou Jerusalém, tomando-a dos jebuseus, e tornou-se cada vez mais poderoso porque o Senhor Todo-Poderoso estava com ele (2 Samuel 5:7).

A Arca da Aliança foi anteriormente capturada pelos filisteus (1 Samuel 4). Em seu retorno a Israel, a arca foi alojada em Quiriate-Jearim (1 Samuel 7:1). Davi queria trazer a arca de volta a Jerusalém. No entanto, Davi omitiu algumas instruções de Deus sobre como transportar a arca e quem deveria carregá-la. Isto resultou na morte de Uzá que, em meio a todas as celebrações, estendeu a mão para firmar a arca. Deus feriu Uzá e ele morreu ali ao lado da arca (2 Samuel 6:1–7). Com medo do Senhor, Davi abandonou o movimento da arca e deixou-a repousar na casa de Obede-Edom (2 Samuel 6:11).

Três meses depois, Davi retomou o plano de trazer a arca para Jerusalém. Desta vez, ele seguiu as instruções. Ele também "dançava com todas as suas forças diante do SENHOR" (2 Samuel 6:14). Quando Mical viu Davi adorando daquela forma, "o desprezou no seu coração" (2 Samuel 6:16). Ela perguntou a Davi como ele, como rei, poderia ter agido de modo indistinto na frente de seu povo. Davi disse a Mical: "Perante o SENHOR, que me escolheu a mim antes do que a teu pai e a toda a sua casa, mandando-me que fosse chefe sobre o povo do SENHOR, sobre Israel, perante o SENHOR me tenho alegrado. Ainda mais desprezível me farei e me humilharei aos meus olhos; quanto às servas, de quem falaste, delas serei honrado" (2 Samuel 6:21-22). Davi entendeu que a adoração verdadeira é destinada somente a Deus. Não adoramos para o benefício das percepções dos outros, mas em resposta humilde a Deus (João 4:24).

Depois que Davi se estabeleceu em seu palácio e teve paz com seus inimigos, ele queria construir um templo para o Senhor (2 Samuel 7:1–2). O profeta Natã primeiro disse a Davi para fazer como queria. Mas então Deus disse a Natã que Davi não chegaria a construir o seu templo. Em vez disso, Deus prometeu construir uma casa para Davi. Essa promessa incluía uma previsão de que Salomão construiria o templo. Mas também falou da vinda do Messias, o Filho de Davi que reinaria para sempre (2 Samuel 7:4-17). Davi respondeu com humildade e temor: "Quem sou eu, SENHOR Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?" (2 Samuel 7:18; veja 2 Samuel 7:18–29 para a oração inteira de Davi). Antes de morrer, Davi fez preparativos para o templo. A razão de Deus para não permitir que Davi construísse o templo era que ele havia derramado muito sangue, mas o filho de Davi seria um homem de paz e não um homem de guerra. Salomão construiria o templo (1 Crônicas 22).

Grande parte do derramamento de sangue de Davi tinha resultado de guerra. Mas, em um incidente sórdido, Davi também matou um de seus poderosos homens. Embora Davi fosse um homem segundo o coração de Deus, ele também era humano e pecador. Enquanto seus exércitos estavam em guerra em uma primavera, Davi permaneceu em casa. De seu telhado viu uma linda mulher tomando banho. Ele descobriu que ela era Bate-Seba, a esposa de Urias, o hitita, um de seus homens poderosos que estava em guerra, e Davi enviou-lhe mensageiros. Davi dormiu com Bate-Seba e ela engravidou. Davi chamou Urias de volta da batalha, esperando que ele dormisse com sua esposa e acreditasse que a criança fosse dele, mas Urias recusou-se a ir para casa enquanto seus companheiros estavam em guerra. Então Davi planejou que Urias fosse morto em batalha. Davi então se casou com Bate-Seba (2 Samuel 11). Este incidente na vida de Davi nos mostra que todos, mesmo aqueles que estimamos, lutam contra o pecado. Também serve como uma advertência sobre a tentação e como o pecado pode multiplicar-se rapidamente.

O profeta Natã confrontou Davi sobre seu pecado com Bate-Seba. Davi respondeu em arrependimento. Ele escreveu o Salmo 51 neste momento. Aqui vemos a humildade de Davi e seu verdadeiro coração pelo Senhor. Embora Natã tenha dito a Davi que seu filho morreria como resultado de seu pecado, Davi implorou ao Senhor pela vida de seu filho. O relacionamento de Davi com Deus era tal que ele estava disposto a persistir na fé e a esperar que Deus mudasse de ideia. Quando Deus promulgou Seu julgamento, Davi aceitou-o completamente (2 Samuel 12). Nesta história também vemos a graça e a soberania de Deus. Salomão, o filho de Davi que o sucedeu e de quem Jesus descendeu, nasceu de Davi e Bate-Seba.

Deus também disse a Davi, por meio de Natã, que a espada não se afastaria de sua casa. De fato, a casa de Davi teve muitos problemas a partir daquele momento. Vemos isso entre os filhos de Davi quando Amnom estuprou Tamar, levando Absalão a assassinar Amnom e a conspirar contra Davi. Natã também dissera a Davi que suas esposas seriam dadas a alguém próximo dele; isso não ocorreria em segredo como o pecado de Davi com Bate-Seba, mas em público. A profecia foi cumprida quando Absalão dormiu com as concubinas de seu pai no telhado para todos verem (2 Samuel 16).

Davi é o autor de muitos dos salmos. Neles vemos a maneira como ele buscou e glorificou a Deus. Ele é frequentemente visto como um pastor rei e um poeta guerreiro. As escrituras chamam-no "mavioso salmista de Israel" (2 Samuel 23:1). A vida de Davi parecia repleta de emoções humanas – um simples pastor com grande confiança na fidelidade de Deus, que honrava as autoridades, fugiu para salvar sua vida e se tornou o rei que seria a medida para todos os futuros reis de Israel. Ele viu muitas vitórias militares. Ele também caiu em pecado grave, e sua família sofreu como resultado. Mas através disso tudo, Davi se voltou para Deus e confiou nEle. Mesmo nos Salmos, quando Davi está abatido ou desanimado, nós o vemos erguer os olhos para o seu Criador e louvá-lo. Essa confiança em Deus e a busca contínua do relacionamento com Deus são parte do que faz de Davi um homem segundo o coração de Deus.

Deus prometeu a Davi um descendente para governar o trono para sempre. Aquele rei eterno é Jesus, o Messias e Filho de Davi.

APRENDENDO COM JABES

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