CRESCIMENTO ESPIRITUAL
LIÇÕES DE VIDA E ENSINAMENTOS - TUDO SOBRE OS PERSONAGENS MAIS MARCANTES DA BÍBLIA SAGRADA - OS VILÕES E HERÓIS DA BÍBLIA SAGRADA E SUAS EXPERIÊNCIAS
terça-feira, 1 de fevereiro de 2022
APRENDENDO COM JESUS
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
APRENDENDO COM CALEBE
“...
8 Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo;
eu porém perseverei em seguir ao Senhor meu Deus. 9 Então Moisés
naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua, e
de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao Senhor
meu Deus....” 14:6-14
Nos
transformar em verdadeiros conquistadores é a bênção que Deus tem para nós. De
que adianta experimentar um milagre, mas seguir vivendo como um derrotado? O
que o Senhor quer fazer em nós é mudar nossa atitude diante da vida,
levando-nos a conquistar nossos ideais pela fé.
A BÍBLIA
ESTÁ CHEIA DE EXEMPLOS DE CONQUISTADORES.
Calebe é um
deles. Este homem guardou uma promessa de Deus por quarenta e cinco anos e
finalmente a conquistou. No dia em que o Senhor lhe prometeu o Monte Hebron,
Calebe concebeu um sonho. Mas, sonhos serão apenas ilusões, se não tivermos o
caráter de vencedores.
VAMOS VER AS
MARCAS QUE FAZEM DE UM HOMEM UM CONQUISTADOR EM DEUS:
1- ELE
GUARDA AS PROMESSAS DE DEUS PARA SUA VIDA
Calebe não
tinha apenas sonhos humanos, mas buscou projetar sua vida de acordo com a
Palavra de Deus. Uma vez que o Senhor lhe fez promessas, ele creu e não abriu
mão delas. Por quarenta e cinco anos ele insistiu em crer e foi pela sua perseverança
que Deus o abençoou. Veja as promessas que Deus fez a Calebe em Números
14:18-24.
2- ELE NÃO
DÁ OUVIDOS ÀS VOZES DA INCREDULIDADE –
Mas meus
irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu porém
perseverei em seguir ao Senhor meu Deus. Js.14.8 –
Se há um
inimigo das nossas conquistas, esse inimigo é a incredulidade. Muitos tentarão
nos convencer que o caminho da fé não nos levará a nada. Calebe foi um dos
poucos em sua geração que creu no que Deus dizia. Ele não se amoldou aos incrédulos!
Essa é uma
marca dos conquistadores de sonhos. A palavra que Deus nos dá, deve ter mais
valor para nós do que as palavras daqueles que são negativos ou pessimistas, só
porque não são capazes.
3- ELE
RECONHECE O FAVOR DE DEUS, MESMO QUANDO AINDA NÃO TEM TUDO O QUE BUSCA
E agora eis
que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são
passados, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda
no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos. Js.14.10 –
Você seria capaz de esperar quarenta e cinco anos por uma benção e ainda assim
ter um coração agradecido?
Pois Calebe
reconhecia que a benção do Senhor o mantivera vivo e com vigor!
A gratidão é
um segredo espiritual. Aquele que não vê a mão de Deus na dificuldade desanima
e não consegue perseverar. Em 1 Pedro 5:6,7 existem dois bons conselhos que
podem nos ajudar a continuar esperando pela bênção.
4- ELE TEM
DISPOSIÇÃO DE LUTAR PELOS SEUS SONHOS
E ainda hoje
estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força
então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e
entrarJs.14.11
O monte que
Calebe queria estava cheio de inimigos, mas ele estava disposto a lutar contra
eles.
Muitas vezes
pensamos que a fé nos livra das lutas e nos entrega a benção “de mão beijada”,
mas na verdade temos que pelejar pelo que almejamos, pois, a fé não é um
sentimento, mas uma atitude. Tiago 1:22-25.
5- ELE
REIVINDICA AS PROMESSAS, CONFIANDO NO PODER DE DEUS
Agora, pois,
dá-me este monte de que o Senhor falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste
que estavam ali os anaquins, e grandes e fortes cidades. Porventura o Senhor
será comigo, para os expulsar, como o Senhor disse. Js,14,12
Um
conquistador de sonhos pede objetivamente o que quer. Ele não espera
passivamente que as coisas aconteçam, mas ora e insiste com Deus, confiando não
na sua própria força, mas no poder do Altíssimo. Precisamos ter coragem para
pedir. 1 João 5:14-15 nos incentiva a pedir.
Para conquistar
algo é preciso: tomar uma decisão de que queremos ter e estamos dispostos a
lutar para conseguir.
Que sejamos
conquistadores, expressando diante de Deus a fé, a disposição de perseverar, a
gratidão pelo que Ele já feze o compromisso de lutar até ver a conquista
estabelecida
APRENDENDO COM JUDAS (PARTE 13)
A QUEDA DE JUDAS
“Cuidado, você está caindo para cima, você começou um
processo de queda.” “Porventura, sou eu, Senhor?” (Mateus 26:22b)
“Acaso, sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: “Tu o
disseste”. (Mateus 26:25b)
“E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste
fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber, de novo, convosco no
reino de meu Pai. E, tendo cantado o hino, saíram para o monte das
Oliveiras.”(Mateus 26:29-30)
Há pouco mais de dois mil anos o Senhor Jesus celebrou sua
última ceia aqui na Terra. Aquela era uma semana importante. Aqueles eram
dias de Páscoa, dias de festa. À noite, em um jantar íntimo, em torno de uma
mesa especial, preparada pela divina providência, Jesus transformou aquele
jantar em uma Santa Ceia.
Em um determinado momento, Jesus aos discípulos dirige a
palavra: “Um de vocês vai me trair”. Os doze trocam olhares e
perguntam ao Mestre: “Porventura, sou eu, Senhor?” Judas também
a faz e Jesus responde: “Você está dizendo que é você”.
Para nós, está claro que Jesus responde a Judas: “É você”.
Mas ali ninguém percebe. Todos saem em dúvida. O nome de Judas é uma
helenização do nome hebraico Judá, que significa “abençoado”, “louvado”.
No grego é “loúdas”. Entre os apóstolos, o seu nome é o segundo que
mais aparece nos Evangelhos, depois do nome de Pedro. O nome repete-se por
20 vezes.
A função de Judas era importante na igreja: tesoureiro. Era
o homem de confiança de Jesus e de todos os discípulos. Era certamente o
mais bem preparado dentre eles. Tinha o melhor currículo.
Ele estava entre os 70 enviados, de dois em dois, que
fizeram milagres, curaram enfermos, expulsaram demônios e que voltaram
para Jesus alegres, dizendo: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios
se nos sujeitam.” (Lucas 10:17)
Ao que Jesus respondeu: “Mas, não vos alegreis porque
se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos
nomes escritos nos céus”. (Lucas 10:20).
Assim como os demais 11 discípulos, Judas também foi
escolhido por Jesus, sob a mesma revelação e direção do Espírito Santo.
Não houve erro! Jesus disse que o nome de Judas estava escrito no livro
dos céus; ele foi escolhido; o seu nome significa abençoado; ele fez
milagres e libertou pessoas da opressão e de demônios, em nome de Jesus;
ele era uma pessoa de confiança do ministério. Como é que se explica que
tenha tido o fim que teve?
Ninguém cai “do nada”. A queda não implica em um único ato,
mas sim em um processo. Este processo é uma construção, um
edifício. Temos a impressão que a queda se constrói para baixo.
Contudo, o diabo não tem nenhum problema em deixar você construir uma
queda para cima, porque quanto mais você sobe, maior será o prejuízo da
queda.
No capítulo 12 de João, por exemplo, quando Maria lava os
pés de Jesus com unguento, um óleo perfumado muito caro, Judas mostra sua
fraqueza: “Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros
e não se deu aos pobres?”, questionou ele.
Fica muito claro que Judas está mais apegado ao dinheiro que
ao gesto concreto que manifestava a missão de Jesus. Judas
desencadeou um processo de queda. Em determinado momento, ele começa
a apresentar desvios, como no exemplo acima.
Há muita gente que está prosperando, mas está caindo; está
crescendo, mas está caindo; está pregando melhor, mas está caindo; está
cantando melhor, mas está caindo. Mas elas não merecem cair. Às vezes,
falta alguém cheio de amor a Jesus, para lhe dizer: “Cuidado, você está caindo
para cima, você começou um processo de queda.”
Qualquer processo de queda pode ser quebrado, desde que se
tome uma posição: do lado de Jesus. No dia a dia, nas situações mais
difíceis, devemos nos perguntar: “De que lado Jesus está?”.
Judas que o nome era louvado, abençoado, acabou se tornando
uma marca ruim, um nome ruim, porque fez uma escolha que desencadeou na
vida dele uma consequência. Ele estava com Jesus na Santa Ceia, mas após cantar
o hino e receber a bênção apostólica, tomou uma direção diferente.
E, você, vai para qual lado?
Roberto de Lucena
APRENDENDO COM JESUS
RESPOSTA DE DEUS PARA A VIDA VAZIA
APRENDENDO COM PAULO (PARTE 55)
PAULO EM ROMA
Aspectos interessantes sobre o julgamento do apóstolo Paulo
O livro de Atos dos Apóstolos, o quinto do Novo Testamento da Bíblia e considerado também uma continuação do Evangelho segundo Lucas, contém preciosas informações não apenas de interesse teológico, despertando a atenção de historiadores e até mesmo de estudiosos do Direito.
A empolgante narrativa de 28 capítulos começa na região de Jerusalém, com uma breve conversa entre Jesus e os apóstolos, alguns instantes antes de sua ascensão aos céus, e termina na cidade de Roma, com o apóstolo Paulo cumprindo a sua prisão domiciliar numa casa por ele alugada enquanto aguardava em custódia o julgamento de seu caso pelo imperador romano.
O apóstolo Paulo, sem dúvida, deu uma grande contribuição à expansão da fé cristã no século I da era comum. Depois de ter sido um implacável perseguidor da Igreja, Paulo converteu-se ao cristianismo e começou a pregar o Evangelho por diversas regiões da parte oriental do Mar Mediterrâneo, empreendendo três viagens missionárias que incluíram territórios atuais de Síria, Chipre, Turquia e Grécia.
Contudo, o ex-perseguidor da Igreja tornou-se perseguido. Em muitas das cidades nas quais Paulo exerceu o seu ministério apostólico, ele veio a sofrer uma forte oposição tanto de judeus quanto de pagãos, vindo a ser injustamente preso e violentado sem que houvesse qualquer condenação criminal contra ele. Na cidade macedônica de Filipos, Paulo chegou a demonstrar um razoável conhecimento a respeito dos direitos que tinha como cidadão romano quando as autoridades locais mandaram libertá-lo de sua prisão ilegal.
É importante lembrar que, nos tempos de Paulo, nem todos eram iguais perante as leis de Roma. Uns eram escravos e eram tratados como mercadorias. Outros eram meros estrangeiros para os romanos, embora vivessem dentro da circunscrição do império pagando os seus pesados impostos. E existiam ainda aqueles que, por motivo de nascimento, ou de aquisição mediante algum pagamento ao governo, tornavam-se cidadãos romanos e que, portanto, passavam a ter alguns direitos naquela sociedade. Pois Roma era a cidade que governava o mundo no século I e, deste modo, quem tivesse a CIDADANIA romana teria direitos protegidos pelas leis, entre os quais o de receber um julgamento justo, caso fosse feita alguma acusação.
Sendo assim, mesmo naquela época, uma autoridade não poderia jamais prender uma pessoa que fosse cidadão romano sem que houvesse um justo motivo. E muito menos castigar com açoites, dando um tratamento desumano, conforme tinha ocorrido com Paulo e Silas na cidade de Filipos. Logo, Paulo teve que ser libertado e ainda recebeu desculpas das autoridades locais pelo ocorrido.
Contudo, após concluir a sua terceira viagem missionária e retornar mais uma vez para Jerusalém, Paulo veio a enfrentar um processo criminal, o que desperta até hoje o interesse de muitos pesquisadores.
Nesta ocasião, o ministério apostólico de Paulo já tinha muitos colaboradores. Lucas diz que, desta vez, quando o apóstolo retornou a Jerusalém, acompanharam-no vários discípulos oriundos de lugares anteriormente evangelizados na primeira e na segunda missão evangelística.
Ao chegar na cidade, Paulo é orientado por Tiago a submeter-se aos costumes dos judeus para evitar conflitos, pois alguns de seus compatriotas tinham espalhado boatos de que o apóstolo estaria negando a Moisés e ensinando os judeus a não circuncidarem mais os seus filhos.
Entretanto, a atitude praticada por Paulo, no sentido de externar aos judeus a observância das tradições de seu povo, não foi capaz de evitar a sua prisão. E, justamente quando ele se encontrava no templo judaico, o apóstolo veio a ser repentinamente acusado por alguns de seus compatriotas por ter "profanado" aquele local introduzindo gentios ali, pelo que passaram a espancá-lo e toda cidade ficou tumultuada, de modo que o comandante as forças romanas em Jerusalém precisou intervir para fazer cessar a confusão. Paulo, então, escapou do linchamento, mas ficou detido.
Pouco depois de sua prisão, Cláudio Lísias, o comandante da fortaleza de Jerusalém, tomou a providência de enviar Paulo para o governador da província da Judeia, na cidade de Cesareia, a fim de zelar pela segurança do apóstolo por ser ele um cidadão romano, sendo que Lucas, em sua narrativa, chega a transcrever o teor da correspondência que comunicava a sua transferência:
Nos primeiros momentos, a sua prisão havia ocorrido por causa de um tumulto na cidade de Jerusalém. Porém, ao chegar em Cesareia, Paulo passou a ser efetivamente processado pelo sumo sacerdote judeu que pretendia matá-lo como havia sido feito anteriormente com Jesus e com Estevão.
Nesta época, a sede do governo romano na região da Judeia não estava mais situado em Jerusalém e sim em Cesareia. Contudo, o Sinédrio ainda se reunia em Jerusalém onde também havia um comando das forças romanas e, ao que parece, seria uma unidade subordinada ao governador daquela província romana.
Para o comandante das forças romanas em Jerusalém seria mais tranquilo livrar-se de Paulo, mandando-o para junto do governador numa outra cidade, do que suportar toda aquela pressão dos judeus querendo assassinar um prisioneiro que portava a cobiçada cidadania romana.
Mais uma vez, tal como no incidente de Filipos, Paulo havia prevalecido de sua cidadania romana, a qual iria lhe assegurar o direito a um julgamento justo, conforme as leis da época. Pois se Paulo fosse apenas um judeu, provavelmente teria sofrido injustos açoites e teria sido entregue nas mãos dos seus compatriotas para ser julgado e condenado pelo Sinédrio por se tratar de uma questão meramente religiosa. E, caso viesse a ser linchado publicamente como foi Estevão, as autoridades romanas nem teriam com o que se preocupar, se não fosse ele um cidadão romano.
Ao ser conduzido preventivamente preso para a cidade de Cesareia, Paulo ficou distante do foco de tensão, de modo que o seu julgamento ali receberia menos pressões por parte dos judeus do que se fosse realizada uma audiência em Jerusalém.
Interessante perceber que todos esses acontecimentos no final colaboraram que Paulo fosse mais tarde dar prosseguimento ao seu apostolado na cidade de Roma, conforme se verá. Porém, Paulo precisou permanecer por pelo menos dois anos preso em custódia na cidade de Cesareia sob os cuidados do governador da Judeia devido à queixa apresentada pelos judeus, cinco dias depois de ter sido transferido de Jerusalém. Isto porque uma vez sendo formalizada a acusação, foi instaurado um verdadeiro PROCESSO criminal dentro dos moldes a época, segundo as leis romanas.
Embora na época não existisse ainda a SEPARAÇÃO entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como existe nos dias de hoje, já era proibido uma autoridade condenar um cidadão romano a cumprir qualquer tipo de pena arbitrariamente. Pois, para que alguém fosse morto ou condenado a trabalhos forçados, seria preciso passar por um processo criminal com direito à defesa e à produção de provas, co que se encontra registrado por Lucas em Atos:
"A eles respondi que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação" (Atos 25:16).
Tal como ocorre nos dias de hoje numa CPI do Congresso Nacional, o então governador da Judeia, Marco Antônio Félix, procurou tirar vantagens políticas e pessoais a respeito do caso Paulo.
Lucas conta que Félix ficou protelando o andamento do processo de Paulo e, com frequência, mandava chamá-lo alimentando a vã expectativa de arrumar alguma propina (Atos 24:26).
Agindo com ousadia, Paulo certa vez chegou a pregar sobre Jesus para Félix e sua jovem esposa Drusila, filha do rei Herodes Agripa. Porém, o governador apenas sentiu-se amedrontado e se recusou a abraçar a fé, tendo mantido contatos com Paulo pelo período de dois anos, deixando-o encarcerado em custódia a fim de agradar os judeus e, talvez, aumentar sua influência política sobre a região.
Segundo a História, Félix tinha um casamento considerado adúltero com Drusila, sob o ponto de vista judaico-cristão, pois ela havia sido casada com Azis de Emesa e, portanto, jamais poderia contrair novas núpcias enquanto vivesse o seu marido. Porém, como ela era filha de Herodes Agripa, a afinidade com aquela influente família da Palestina poderia dar mais poderes a Félix na região.
Ao fim de dois anos depois, Félix foi substituído por Pórcio Festo em seu cargo. O novo governador, na certa desejando conquistar o apoio político dos judeus na região, planejou então realizar logo o julgamento de Paulo em Jerusalém e para isto convocou uma audiência em Cesareia para decidir sobre a questão.
Sabiamente, Paulo utilizou-se de um recurso previsto nas leis romanas – o apelo para César. Isto porque, naquela época, as leis garantiam a um cidadão romano o direito de requerer uma audiência com o imperador, caso entendesse estar sofrendo injustiças no seu processo.
Ao fazer uso desse instrumento jurídico (o apelo para César), Paulo estaria ganhando a sua passagem de ida para Roma, o que, em breve, iria lhe acontecer. Porém, antes disto, Paulo ainda iria prestou um depoimento perante o rei Agripa e à sua irmã Berenice, os quais vieram visitar Festo em Cesareia naqueles dias.
Assim, aproveitando a presença do rei Agripa na cidade, Festo resolve lhe expor o caso de Paulo pedindo-lhe uma orientação, pelo que o governador convocou uma nova audiência a fim de ser colhido mais um depoimento pessoal do apóstolo.
Festo acreditava que Agripa, por ser judeu, poderia ajudá-lo na compreensão daquele difícil caso para o qual ele não conseguia encontrar uma justificativa já que Paulo não cometera nenhum crime que contrariasse as leis romanas e tão pouco teria profanado a RELIGIÃO judaica.
Pela lógica do sistema romano, Paulo jamais deveria ter ficado preso! Desde o momento em que foi agredido, em Jerusalém, cabia às autoridades romanas tê-lo protegido dos judeus que tentavam matá-lo, sem restringir-lhe a liberdade. Contudo, essas autoridades desejavam satisfazer às multidões conquistando o apoio político dos líderes judeus e, como não encontraram permissão das próprias leis para permitirem o linchamento de um cidadão romano em praça pública, ficaram todos embaraçados para decidir.
Ora, se dois anos antes Félix recebeu Paulo em Cesareia mantendo-o em custódia por todo este período, longe de Jerusalém, logo precisaria haver um justo motivo que justificasse esta providência excepcional. E, uma vez que outra autoridade assumiu o caso, cabia ao novo governador da Judeia (Festo) julgar Paulo, uma vez que ele havia resolvido levar o caso para Jerusalém a fim de dar andamento ao processo e lá proferir a sentença. Só que, com o apelo de Paulo ao imperador, Festo precisava escrever algo a respeito de seu prisioneiro e, como não tinha o que dizer para justificar aquela prisão, aproveitou a presença de Agripa em Cesareia para lhe apresentar o caso confiando na possibilidade do rei identificar alguma conduta desabonadora capaz de justificar a restrição de liberdade praticada.
Ousadamente Paulo aproveita aquela nova audiência perante Festo para pregar o Evangelho perante o próprio governador, Agripa, sua irmã Berenice e várias outras pessoas presentes, demonstrando pouca preocupação com o que poderia ser decidido a seu respeito.
Interessante que Paulo poderia muito bem ter reclamado das injustiças cometidas em seu processo, mas preferiu pregar sobre Jesus para esse público de autoridades corruptas e injustas, fazendo com que toda aquela situação se tornasse mais uma oportunidade para falar a respeito do Evangelho.
Em Atos 26:1-23, Lucas reproduz o discurso de Paulo até ser interrompido pelo governador no versículo 24, sendo que a defesa de Paulo perante o rei Agripa representa um emocionante testemunho sobre a sua vida. Paulo não escondeu o seu passado perverso como perseguidor da Igreja e de, ex-seguidor da seita dos fariseus. Mencionou sua conversão quando ia prender cristãos na cidade de Damasco. Falou sobre a missão evangelística que recebeu e quanto ao trabalho eclesiástico que desempenhou durante seus últimos anos.
Além de Paulo ter informado ao rei sobre o seu passado e sua vocação apostólica, Paulo também contextualizou o seu julgamento dentro de uma visão religiosa, "por causa da esperança da promessa que por Deus foi feita" (At 26:6-7), explicando que o motivo pelo qual chegou a ser preso foi tendo sido o fato de ele anunciar o arrependimento e a conversão (Atos 26:20-21).
Curioso que mesmo sendo interrompido pelo governador (Atos 26:24), Paulo conseguiu completar a sua mensagem abordando os principais aspectos da evangelização cristã: o sacrifício de Jesus, a necessidade de arrependimento e de conversão a Deus, bem como a ressurreição dos mortos. Ao prestar um depoimento sobre a sua vida, Paulo foi capaz de reunir na sua mensagem todos os pontos essenciais de uma pregação, agindo com ousadia e liberdade diante de reis e das autoridades da época, ainda que estivesse aparentemente algemado.
Segundo a narrativa de Lucas em Atos, verifica-se que o governador Festo resolveu interromper a pregação de Paulo chamando-o de louco. E, quanto ao rei Agripa, mesmo conhecendo as Escrituras e o que diziam os profetas a respeito de Cristo, preferiu afirmar que "por pouco" teria se tornado um cristão.
De acordo com a História, havia rumores na época de que Agripa vivia uma relação incestuosa com sua irmã Berenice, a qual foi mais tarde amante do imperador Tito. O seu apego ao poder político e a um estilo de vida fora dos padrões judaico-cristãos podem ter se tornado um impedimento para que se convertesse ao cristianismo. Contudo, ao se retirarem do local da audiência e se reunindo separadamente, Festo e Agripa concordaram entre si que Paulo nada havia praticado que merecesse a morte ou a prisão (Atos 26:31).
Dando uma solução para o caso de Paulo, Agripa resolve proferir o seu parecer pela absolvição do apóstolo, justificando a permanência da sua custódia apenas pelo fato do recurso interposto à César (Atos 26:32), como se o uso deste instrumento processual de defesa tivesse sido desnecessário.
Assim, reconhecendo a inocência de Paulo, as autoridades romanas da região da Judeia estavam se justificando formalmente diante do imperador, no sentido de que Paulo era realmente inocente e só estava sendo enviado para Roma porque recorreu para César ao invés de ter aceitado o julgamento ali na Palestina.
Deste modo, Paulo seguiu para Roma com um parecer em favor de sua inocência, o que só contribuiu para a sua absolvição, o que de fato, veio a ocorrer, segundo sabemos pela História da Igreja, visto que a decisão do imperador não consta registrada na Bíblia.
Importante esclarecer que a decapitação de Paulo, ocorrida anos depois, em nada tinha a ver com os acontecimentos relacionados à sua prisão descrita em Atos dos Apóstolos.
Ao deixar Cesareia em um navio, Paulo ainda permaneceu em custódia e continuou neste estado ainda por mais dois anos em Roma (Atos 28:30).
Outra observação relevante é que que até então não tinha se levantado nenhuma perseguição declarada do Império Romano contra a Igreja, pois os fatos descritos no Livro de Atos dos Apóstolos diziam respeito à intolerância de integrantes do judaísmo e a incidentes ocorridos em algumas cidades com os gentios como em Filipos (Atos 16:16-24) e também em Éfeso (Atos 19:23-41).
Para a época em que foi escrito, Atos dos Apóstolos, ao mesmo tempo, alcançou o objetivo de manter registrada a história inicial da Igreja e, principalmente, encorajar os demais cristãos que tão logo seriam massacrados por Nero, o qual, dentro de um contexto diferente das passagens narradas por Lucas, mataria Paulo e também a outros discípulos contemporâneos a Jesus.
Não demorou muito, Jerusalém veio a ser destruída pelas tropas de Tito durante o governo de seu pai, o general Verpasiano, sucessor de Nero. O templo judaico, tal como fora profetizado por Jesus no Evangelho de Mateus, foi verdadeiramente devastado pelas tropas romanas, restando apenas pedras e ruínas.
Por tais motivos, pode-se dizer que a maioria dos livros do Novo Testamento, entre os quais Atos e os três primeiros Evangelhos, foram escritos justamente antes da grande perseguição que se levantou por Nero e da destruição de Jerusalém. Não só para que houvesse memória histórica dos acontecimentos sobre a formação da Igreja como também para encorajamento dos cristãos diante das perseguições futuras. E, sem dúvida, Lucas encontrou a melhor maneira para encerrar o seu segundo livro, mostrando Paulo cumprindo dando continuidade ao seu ministério apostólico na cidade de Roma (Atos 28:30-31).
* Rodrigo Pahanardzis
APRENDENDO COM JOSUÉ (PARTE 11)
APRENDENDO COM JOSUÉ
SETE Lições de Josué importantes para mudar uma vida
Em momentos adversos é comum sentir que não tem mais jeito, uma sensação de derrota afeta nossa mente quando nos deparamos com as provações e os momentos de necessidade batem firme contra nós, mas não é porque você perdeu uma batalha que deixa de ser um soldado, as cicatrizes são marcas que provam que você resistiu a pancada, e nos permitem lembrar do passado, para que possamos corrigir e construir um futuro.
Muitas vezes o simples fato de lembrar da promessa, pode mudar uma historia, portanto lembre-se, você é filho da promessa, temos um pai celestial que é o rei dos reis, podemos confiar Nele, e com o rei, podemos vencer qualquer adversidade da vida, não importa o tamanho da muralha, estou certo que você vai ver ela cair.
Veremos 7 lições que podemos retirar de Josué, o homem por trás da tomada das terras de Canaã.
1. Reconheça que Deus nos trouxe aqui .
Por 40 anos, Deus guiou os israelitas pelo deserto por uma coluna de nuvens e fogo. Agora, exatamente quando o Jordão estava em seu nível mais alto e traiçoeiro , Deus levou os israelitas a atravessá-lo.
Não teria sido mais fácil para Israel desviar quando o Jordão era uma sonolenta fita de água?
Sim, mas eles teriam perdido o milagre. Deus nos leva com "cordões de bondade" a circunstâncias avassaladoras precisamente para nos mostrar Sua glória.
2. Lembre-se das promessas de Deus.
Antes que Deus empoleirasse Israel em frente ao Jordão, ele lembrou a Josué: “Eu darei a você todos os lugares em que pisar, como prometi a Moisés ... Como eu estava com Moisés, também estarei com você; Nunca te deixarei, nem te desampararei. ”( Josué 1: 3 , 5).
E isso não é apenas uma promessa do Antigo Testamento a Israel. Essa promessa é igualmente para nós. Em Hebreus 13: 5 , Deus diz: "Nunca te deixarei; nunca te abandonarei."
3. Obedeça à Palavra de Deus .
Juntamente com Suas promessas, Deus lembrou Josué a obedecer a cada parte da lei de Deus. “Não vire para a direita ou para a esquerda, para ter sucesso onde quer que vá.” ( Josué 1: 7 )
Quando Deus disse a Josué que fosse forte e corajoso, não foi um golpe no peito ou um pensamento positivo isso o fez corajoso. Era o conhecimento de que somente a total obediência a Deus traria o sucesso deles.
4. Permaneça na Palavra de Deus.
“Não deixe que este livro da lei se afaste da sua boca; medite dia e noite ... ”( Josué 1: 8 )
Quando estamos diante de circunstâncias avassaladoras, devemos nos saturar com a Palavra.
Os memes do Facebook nunca nos fornecerão a carne necessária para enfrentar nossa situação com fé.
O tempo diário na Bíblia nos ajuda a saber quem é Deus e como alinhar nossa vida a ele.
5. Mantenha nosso foco em Deus.
Enquanto os israelitas se preparavam para atravessar, eles foram instruídos a vigiar a Arca da Aliança e segui-la. “Então você saberá que caminho seguir, já que nunca esteve assim antes.” ( Josué 3: 4 )
A Arca abrangeu a própria Presença de Deus. Perderemos o coração e perderemos a fé sempre que nos concentrarmos nas águas da enchente ao nosso redor. Devemos manter nossa mente na verdade de Deus e abrir nossos olhos para Sua mão principal.
Martin Luther disse: "Não sei como Ele me guia, mas bem conheço meu Guia."
6. Molhe os pés.
Josué registra que "assim que" seus pés tocaram a beira da água, a água do rio parou de fluir ". ( Josué 3: 15-16 ) Deus não separou o Jordão quando acamparam na margem. O milagre só aconteceu quando eles entraram na água.
Deus entrega quando saímos em fé com ele.
7. Faça um memorial.
Deus instruiu Josué a tirar 12 pedras da areia seca do leito do rio Jordão e montá-las como um memorial, para lembrar para sempre todas as gerações seguintes do milagre de Deus.
Que incentivador da fé toda vez que enfrentavam uma tarefa nova e difícil!
Nós também precisamos de memoriais. As minhas são geralmente registradas em meu diário ou Bíblia e marcadas com uma data e detalhes de como Deus trabalhou.
Que fé aumenta toda vez que releio isso e lembro que Deus que me libertou no passado me libertará. Ouça, nenhum de nós quer enfrentar o impossível. Mas se Deus nos leva a isso, Ele certamente nos guiará através dele.
Que essas 7 lições nos ajudem a aumentar nossa fé quando chegarmos ao nosso próximo Jordão.
* Lucas Ajudarte
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