terça-feira, 3 de março de 2020

APRENDENDO COM JESUS


ANTES E DEPOIS DE JESUS


Lucas 9.55,56 - Ele porém, voltando-se, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as vidas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.

Certo dia resolveu o Senhor Jesus que deveria ir a Jerusalém e mandou mensageiros adiante para Lhe preparar lugar a fim de que pernoitasse numa aldeia de samaritanos que ficava no caminho. Sabidamente estes e os judeus não tinham boas relações, chegando mesmo a odiarem-se, já há vários séculos, uma vez que os samaritanos contraíram relações, inclusive por casamento, com povos pagãos adotando seus ídolos, ao mesmo tempo que diziam-se adoradores do Deus de Israel.

O simples fato de desconfiarem que a comitiva de Jesus se dirigiam a Jerusalém foi motivo para que o povo da aldeia negasse-Lhe pousada. Tiago e João, irritados com a agressiva falta de acolhida, lembraram-se do rei samaritano Acazias que, sete séculos antes, conforme descrito no capítulo primeiro do segundo livro dos Reis, estando doente mandara consultar deus pagão sobre a enfermidade. 

Elias, avisado pelo Anjo do Senhor, passou a censurar o procedimento real, profetizando sua morte. Mandou o rei emissários ao encalço do profeta para o prenderem. Invocando o Homem de Deus os céus, desceu fogo por duas vezes consumindo mais de cem homens. Os dois irmãos discípulos pretenderam fazer o mesmo com os contempâneos samaritanos, então.

Claro que Tiago e João tinham razão de sobra para estarem revoltados contra a falta de hospitalidade daquela gente. Afinal de contas, recusaram-se a dar acolhida ao Filho de Deus. Em seu raciocínio, se o Altíssimo fizera descer fogo e consumir samaritanos que intentaram contra um profeta, porque não o faria para salvaguardar o nome de seu próprio Filho? Estavam errados. Errado também estava o impulsivo Pedro, como o vemos em Mateus 6.22, afirmando sobre a iminente e anunciada morte do Senhor Jesus: "Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá."

Pedro, Tiago e João. Os três mais íntimos discípulos do Senhor. Eles que foram escolhidos para antever a glória do Reino do Céus, no episódio da transfiguração de Jesus (Mt. 17.1,2). Porque eles, andando com Jesus dia e noite, durante tantos meses ou anos, não tinham compreendido ainda o real propósito da missão salvadora do Mestre? Eram ainda carentes de fé, como em várias ocasiões foram, juntamente com os outros discípulos, chamados a atenção. Eram fracos e vacilantes. Faltava-lhes o Pentecostes.

Em Atos 2.14, vamos encontrar o antes covarde Pedro pondo-se de pé diante de milhares de pessoas e anunciando com destemor a nova doutrina que iria mudar o mundo para sempre. O mesmo Jesus a quem ele por três vezes negara, agora anunciava com palavras firmes e convincentes. A diferença fundamental não era uma súbita mudança de personalidade. 

A diferença estava em todo o seu ser. Ele recebeu o Espírito Santo, como tantos outros discípulos, aí incluídos o jovem João, já não mais querendo destruir as vidas, mas salva-las, eis que se tornou o apóstolo do amor, e seu irmão Tiago, que vamos encontrar afirmando "Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar." (Tg 1.19).

Graça e paz da parte do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.


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