ANTES E DEPOIS DE JESUS
Lucas 9.55,56
- Ele porém, voltando-se, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que
espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as vidas dos
homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.
Certo dia
resolveu o Senhor Jesus que deveria ir a Jerusalém e mandou mensageiros adiante
para Lhe preparar lugar a fim de que pernoitasse numa aldeia de samaritanos que
ficava no caminho. Sabidamente estes e os judeus não tinham boas relações,
chegando mesmo a odiarem-se, já há vários séculos, uma vez que os samaritanos
contraíram relações, inclusive por casamento, com povos pagãos adotando seus
ídolos, ao mesmo tempo que diziam-se adoradores do Deus de Israel.
O simples fato de desconfiarem que a comitiva de Jesus se
dirigiam a Jerusalém foi motivo para que o povo da aldeia negasse-Lhe pousada.
Tiago e João, irritados com a agressiva falta de acolhida, lembraram-se do rei
samaritano Acazias que, sete séculos antes, conforme descrito no capítulo
primeiro do segundo livro dos Reis, estando doente mandara consultar deus pagão
sobre a enfermidade.
Elias, avisado pelo Anjo do Senhor, passou a censurar o
procedimento real, profetizando sua morte. Mandou o rei emissários ao encalço
do profeta para o prenderem. Invocando o Homem de Deus os céus, desceu fogo por
duas vezes consumindo mais de cem homens. Os dois irmãos discípulos pretenderam
fazer o mesmo com os contempâneos samaritanos, então.
Claro que
Tiago e João tinham razão de sobra para estarem revoltados contra a falta de
hospitalidade daquela gente. Afinal de contas, recusaram-se a dar acolhida ao
Filho de Deus. Em seu raciocínio, se o Altíssimo fizera descer fogo e consumir
samaritanos que intentaram contra um profeta, porque não o faria para
salvaguardar o nome de seu próprio Filho? Estavam errados. Errado também estava
o impulsivo Pedro, como o vemos em Mateus 6.22, afirmando sobre a iminente e
anunciada morte do Senhor Jesus: "Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso
de modo nenhum te acontecerá."
Pedro, Tiago
e João. Os três mais íntimos discípulos do Senhor. Eles que foram escolhidos
para antever a glória do Reino do Céus, no episódio da transfiguração de Jesus
(Mt. 17.1,2). Porque eles, andando com Jesus dia e noite, durante tantos meses
ou anos, não tinham compreendido ainda o real propósito da missão salvadora do
Mestre? Eram ainda carentes de fé, como em várias ocasiões foram, juntamente
com os outros discípulos, chamados a atenção. Eram fracos e vacilantes.
Faltava-lhes o Pentecostes.
Em Atos 2.14,
vamos encontrar o antes covarde Pedro pondo-se de pé diante de milhares de
pessoas e anunciando com destemor a nova doutrina que iria mudar o mundo para
sempre. O mesmo Jesus a quem ele por três vezes negara, agora anunciava com
palavras firmes e convincentes. A diferença fundamental não era uma súbita
mudança de personalidade.
A diferença estava em todo o seu ser. Ele recebeu o
Espírito Santo, como tantos outros discípulos, aí incluídos o jovem João, já
não mais querendo destruir as vidas, mas salva-las, eis que se tornou o apóstolo
do amor, e seu irmão Tiago, que vamos encontrar afirmando "Sabei isto,
meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e
tardio para se irar." (Tg 1.19).
Graça e paz da parte do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
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