terça-feira, 24 de março de 2015

APRENDENDO COM SANSÃO (PARTE 6)


SANSÃO E SEUS AMORES 
              Juízes 14 - 16

A história de Sansão, começa com o relato de seu casamento. Ele era juiz em Israel, posição de liderança no meio do povo judeu. 

A Bíblia não diz se ele era musculoso, porte atlético, fortão, belo, homem atraente. Cabelos longos e muito respeito ele tinha, era um guerreiro destemido e valente, porém mulherengo demais

Sansão viu em Timna uma mulher das filhas dos filisteus e fez de tudo para se casar com ela. 

Amor à primeira vista! Será que era mesmo amor ou simples desejo carnal? 

O desejo é um substituto pobre e egoísta do amor verdadeiro e desinteressado, amor este que se preocupa apenas com a felicidade mútua. 

Sansão sabia que aquela mulher era filistéia e que esse casamento não correspondia à vontade de Deus. Veremos adiante que, na vida desse homem, a emoção sempre dominou a razão.

Salomão disse que "melhor é o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade" (Provérbios 16:32)

Sansão era capaz de tomar uma cidade. Porém, ao que parece, nunca aprendeu a governar o próprio espírito.

 Amor à primeira vista? Então SANSÃO se empolgou: "Será que vem de Deus este desejo que sinto? É essa a mulher que Deus me destinou? 

Sansão pediu que seus pais lhe acertassem o compromisso.

Na época, era difícil agir de outra maneira. Mas o pai e a mãe, com razão, desaconselharam o pedido com veemência. Casar com uma mulher filistéia era trair a vontade de Deus. 

Os filisteus eram inimigos ferrenhos dos judeus 

O tempo em que os pais escolhiam o cônjuge para os filhos já passou, pelo menos em nossa cultura ocidental. Contudo, espero que os filhos peçam consentimento aos pais antes de tomar uma decisão tão importante e levem seu conselho a sério. 

Os filhos deveriam atribuir grande valor à aprovação deles.

Infelizmente, Sansão desprezou o conselho de seus pais — e este estava baseado nas Escrituras! 

As conseqüências foram terríveis. Esperava-se muito mais de um homem que teve pais como os dele e que, além disso, fora chamado para servir a Deus. 

A Palavra de Deus é bastante clara a respeito da união de crentes com incrédulos: é "jugo desigual". 

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?"  (2 Coríntios 6:14)

Essa declaração do apóstolo Paulo, mesmo que num contexto um pouco diferente, com certeza tem muito valor. Antes de dizer "sim", todo cristão deve estar totalmente convencido de que a fé do seu futuro cônjuge no Senhor Jesus seja real. 

Se faltar a unidade na fé, o matrimônio será uma desobediência grave. Os cristãos procuram na Palavra de Deus e nela encontram a solução para as perguntas vitais e o consolo para as dificuldades. 

Para eles, a Bíblia é a regra de conduta de vida. Isso o incrédulo jamais compreenderá, pois tem as mais diversas motivações para agir. A vida conjugal será, portanto, um conflito sem fim.

Enquanto houver amor e tolerância recíprocos, tudo pode ir mais ou menos bem. Mas permanece a pergunta da passagem citada: "Que união existe entre o crente e o incrédulo?" (v. 15). A resposta sempre será a mesma: nenhuma! 

As diferenças são grandes demais, essenciais e determinantes. Mas o que fazer se esse fosso aparecer somente depois de algum tempo após iniciado o relacionamento ou se, após firmado o compromisso de noivado, um dos dois se converte e surgem as diferenças? 

Respondo sem titubear: rompam! A quebra de uma promessa de casamento é lamentável, mas muito melhor que um matrimônio infeliz. Noivado não é casamento, é apenas um tempo de preparação para este. 

Durante esse tempo, os compromissos do matrimônio ainda não existem. Contudo, tanto para o noivado quanto para o casamento, pode-se aplicar a regra de ouro: "Refletir antes de agir!" 

Se o fosso aparecer ou se formar depois do casamento, é diferente. O cristão não pode mais voltar atrás.

O marido crente não pode repudiar sua mulher incrédula por isso; nem tampouco a mulher crente, o marido incrédulo (1 Coríntios 7:12-17).

Paulo não dá instruções aos cônjuges incrédulos. Estes devem converter-se primeiro a fim de ter a sabedoria e a força espiritual para submeter-se à Palavra de Deus. 
E claro que Deus não permite ao crente divorciar-se para escapar de um jugo desigual, por mais opressora e insuportável que seja a situação.

De todo modo, estou convencido de que toda decisão tomada em obediência ao Senhor resulta em final feliz, mesmo que não entendamos isso de imediato. 

O Senhor prometeu que qualquer sacrifício feito por amor a Ele seria recompensado.

Lemos em 1 Pedro 3:1-2: 

"Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor". 

Ganhar o marido incrédulo sem palavras, somente pela conduta, não é tarefa fácil para mulher nenhuma. O sucesso nessa missão não é garantido. 

No entanto, é a única oportunidade oferecida pela Palavra de Deus e, por conseguinte, é a decisão certa a tomar.

O breve casamento de Sansão foi uma amarga decepção. Desgostoso, ele deixou a mulher e voltou para casa de seu pai. 

Não podemos aprovar a conduta dessa mulher. A indignação de Sansão é compreensível. Mas fugir enraivecido, abandonando a esposa também não é atitude adequada.

O capítulo 15 nos diz que, algum tempo depois, ele desejou visitar a esposa. Não sabemos quanto tempo se passou antes disso. 

Levara um presente, talvez como meio de reconciliação. Mas havia deixado passar o momento adequado. Chegou muito tarde.

Alguns alegam que jamais houve casamento de verdade entre Sansão e essa mulher. Não concordo. 

O casamento se consumou com o consentimento dos respectivos pais e foi confirmado oficialmente com um grande banquete.

Ambos tiveram parte da responsabilidade pela ruptura, e a atitude do sogro levou as coisas a uma separação definitiva. E raro num conflito conjugai as dificuldades serem provocadas apenas por uma das partes. 

Como é oportuno, em casos assim, quando forças externas intervirem a favor de uma reconciliação! Mas, que desgraça, quando ocorre justamente o contrário!

A separação jamais produz o resultado esperado. Além disso, lemos em Malaquias 2:16: "Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio". 

E, no versículo 15, está escrito: "Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade". E triste constatar que Sansão não aprendeu a lição.

No capítulo 16, ele está em Gaza - outra cidade dos filisteus - passando a noite com uma prostituta. Aqui não se trata de casamento. 1 Coríntios 6:13 nos adverte da gravidade, aos olhos de Deus, do pecado de fornicação.

Em seguida, Sansão apaixonou-se novamente por outra filistéia, chamada Dalila (Juizes 16:4).

 Outra vez surge diante de nós a pergunta: Que amor era esse? Essa relação durou mais tempo e lhe foi fatal. 

Ele revelou os segredos do seu nazireado. Perdeu, por isso, sua marca exterior, os cabelos longos, e constatou tarde demais que Deus Se havia afastado dele. 

Os filisteus furaram-lhe os olhos, ataram-no e o puseram preso.

O cristão que se une ao mundo e se relaciona com qualquer mulher ao invés de separar-se das coisas oferecidas pelo mundo, cede as tentações, perde a comunhão com o Senhor e a força espiritual. 

Felizmente, no fim da vida de Sansão, essa comunhão foi restabelecida. Ao mesmo tempo, ele recuperou sua extraordinária força. Com a morte, conseguiu uma vitória maior que as anteriores.

Um dos aspectos trágicos da vida de Sansão foi a falta de controle sobre suas paixões. Elas o dominavam. 

O instinto sexual não é pecado nem algo de que devamos nos envergonhar. Deus - o Criador - fez Suas criaturas dessa maneira; o homem não é exceção. É a forma de se conservarem as espécies.

Contudo, entre o homem e os animais há uma diferença fundamental. O animal segue seus instintos, mas Deus tem outros propósitos para o homem. 

Ele une homem e mulher numa relação duradoura. Mesmo quando não há o objetivo de conservação da espécie, os cônjuges exercem mútua atração. 

O sexo é um dom inigualável que, no casamento, pode produzir um extraordinário estado de felicidade.

Ao contrário dos animais, Deus proveu o homem de razão e vontade. Um médico escreveu o seguinte: "A razão tem condições de submeter, de dominar, o instinto sexual e até de orientá-lo corretamente. 

Vemos, pois, repetidas vezes, que a razão unida à vontade do homem se sobrepõe ao instinto como uma faculdade de ordem superior".

"O amor é cego", diz o ditado popular. Infelizmente, a verdade dessa afirmação se confirma com muita freqüência. Por outro lado, não se deve esquecer que o amor é condição indispensável para um casamento feliz. 

A razão e a vontade, porém, não ficam em segundo plano nem acima dos princípios bíblicos referentes ao matrimônio. Se cedermos tão-somente aos instintos da natureza, correremos grave perigo.

"Melhor é o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade" (Provérbios 16:32).

Sansão era plenamente capaz de tomar uma cidade, porém jamais aprendeu a governar o espírito. Os crentes devem aprender essa lição com a ajuda do Senhor e o poder do Espírito Santo. 

Os meios de comunicação todos os dias nos apresentam condutas que as Escrituras chamam de pecado. Quem se deixa influenciar impede ou atrapalha a felicidade conjugai que Deus quer proporcionar.

Se alguém pensa somente nos próprios privilégios ou no que vai receber de bom com o casamento, parte de uma base ruim e perigosa. 

Se os cônjuges não sabem com que devem contribuir, terão muito pouco a receber. Um lar feliz não resulta de motivos egoístas, mas da abnegação de ambas as partes. 

O bem do outro deve ser prioridade de cada um. Marido e mulher não conseguem alcançar a grande felicidade que Deus previu para eles no casamento se cada um reivindicar os próprios direitos como supremos. 

O apóstolo Pedro era casado. Lemos nos evangelhos que sua sogra foi curada pelo Senhor Jesus (Lucas 4:38-39). 

O apóstolo Paulo escreveu que a mulher de Pedro acompanhava o marido nas viagens (1 Coríntios 9:5). Por esse enfoque, as palavras deste têm muito mais valor para nós: 

"Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações" (1 Pedro 3:7).

Creio que em todo lar há situações em que o marido, bem como a mulher, deve submeter seus desejos à razão e à vontade. 

Para os que têm problemas dessa natureza, melhor procurar um médico crente ou uma pessoa que inspire confiança e de quem possam receber ajuda de acordo com os princípios da Palavra de Deus.

Sansão, na verdade, ele era um nazireu, homem separado para o serviço de Deus. Libertou o povo de Deus do domínio dos filisteus. Seu nome figura em Hebreus 11 entre os heróis da fé. 

E o que devemos pensar de Juizes 14:44? 

"Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor, pois este [Sansão] procurava ocasião contra os filisteus". Sem dúvida, a intenção de Sansão era boa, e Deus o ajudou a alcançar seu propósito, o que não significa que Deus aprovava sua maneira de agir.

Deus é soberano. Cumpre Seus desígnios. Escolhe os Seus instrumentos. 

Os que conhecem as Escrituras sabem que Ele pode valer-se das artimanhas de Satanás, das atividades de Seus inimigos, dos pecados e das fraquezas de Seus filhos. 

Dizem que Deus pode dar um golpe certo com um pau torto. 

E o que fez com Sansão, e não podemos senão admirar a Sua graça nisso. 

Mas de maneira nenhuma devemos enxergar um incentivo para convertermos-nos em paus tortos.


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sábado, 7 de março de 2015

APRENDENDO COM SALOMÃO (PARTE 08)



OS PROJETOS DE CONSTRUÇÃO DE SALOMÃO

Salomão tornou-se conhecido como um dos maiores construtores da história de Israel.

Numa época em que Israel e Egito eram os maiores poderes do Oriente Médio. Por muitos anos os egípcios mantiveram o controle sobre algumas cidades poderosas, entre elas, Gezer, embora se tratasse de um território israelita.  Na época de Salomão, Faraó deu esta cidade a sua filha, com quem o rei de Israel se casou; deste modo, ocomando de Geser passou aos hebreus

O casamento entre famílias reais era comum; porém, não tinha a aprovação de Deus

Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si.  (Deuteronômio 17:17)


Durante o reinado de Salomão este rei edificou Hazor, Megido e Gezer como cidades fortes em pontos estratégicos.

Também reconstruiu as cidades de Bete-Horom baixa, Baalate e Tamar

E esta é a causa do tributo que impôs o rei Salomão, para edificar a casa do Senhor e a sua casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também a Hasor, e a Megido, e a Gezer.Porque Faraó, rei do Egito, subiu e tomou a Gezer, e a queimou a fogo, e matou os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote à sua filha, mulher de Salomão. Assim edificou Salomão a Gezer, e Bete-Horom, a baixa, E a Baalate, e a Tadmor, no deserto daquela terra, E a todas as cidades de provisões que Salomão tinha, e as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros, e tudo o que Salomão quis edificar em Jerusalém, e no Líbano, e em toda a terra do seu domínio. 
(1 Reis 9:15-19)

Salomão torna-se mundialmente conhecido tanto pela sua sabedoria, como pelos projetos e construções do seu reino próspero

A rainha de Sabá foi conferir se tudo o que ouvira sobre Salomão era verdade

A fraqueza de Salomão era mulheres, tanto que no final de seu reinado, ele se distanciou de Deus por causa de seus muitos relacionamentos com mulheres de todas as terras

No caso da Rainha de Sabá ela percebeu a extensão do seu reino e poder, riqueza e sabedoria, ficou impressionada e se tornou sua admiradora.

Sua fama se expandiu pelo Oriente, tanto que muitos reis e dignitários estrangeiros prestaram muitas honras a Salomão

Em termos de grandeza, sabedoria e honras, Salomão se deu bem, mas as fraquezas sexuais, lhe colocaram à prova diante de Deus, por fim seu reino magnífico e esplendoroso foi dividido.

RIQUEZA E PROSPERIDADE MAL ADMINISTRADAS

A reputação de Salomão trouxe-lhe aclamação e riqueza de muitas nações, mas ele desobedeceu a Deus, várias vezes, ao casar-se com mulheres pagãs e adorar os seus deuses

Por esta razão, o Senhor levantou inimigos contra ele como Hadade de Edom, e Rezom, de Zobá (Síria, nos dias de hoje).

Jeroboão, um grande general de guerra, foi quem dividiu seu poderoso império

Salomão tinha pedido a Deus sabedoria. Deus também prometeu-lhe riquezas e honras.

Sua riqueza se tornou extensa, com isso, Israel não era mais uma nação de segunda categoria, mas à altura de seu poder e riqueza

A prosperidade de Salomão tornou-se legendária, até Jesus em seu tempo se referia a ele deste jeito:
"Salomão em toda sua glória" (Mateus 6:29)

Por que a Bíblia dá tanta ênfase às posses materiais de Salomão?

No Antigo Testamento a riqueza era considerada uma evidência tangível da benção de Deus.

A prosperidade era vista como a prova de uma vida justa.

Nos livros de Eclesiastes e Jó este conceito é colocado em uma perspectiva mais ampla

Ter riquezas não é pecado, desde que as riquezas não controlam a vida das pessoas.

Em condições ideais, as pessoas prosperam em tudo, não só material, mas na alma, nos pensamentos e na saúde, quando Deus dirige sua vida tudo vai bem, mas a prosperidade não é garantida quando as pessoas desviam o foco de Deus

A riqueza não prova que uma pessoa viva corretamente, de modo justo, diante de Deus, e a pobreza não é uma indicação de pecado

Salomão era muito rico e famoso, mas seu coração lentamente foi se afastando de Deus, porque ele se inclinava ao pecado da desobediencia, em buscar para si mulheres que fizeram sua cabeça e lhe causaram declinio moral e espiritual

Do que adiantou riquezas e honras, se no final de sua vida já havia abandonado as advertências de Deus, se tornou um velho, depressivo, pessimista e de mal com a vida, perdeu o sentido da sua existência - é só ler o livro de Eclesiastes de sua autoria, melancolia e vida sem sentido se mistura

Por isso, o que importa é como vamos terminar nossa vida aqui, melhor é o fim das coisas, permanecer em obediência a Deus é nossa única segurança de final feliz, o próprio Salomão reconheceu esta verdade:

Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito. (Eclesiastes 7:8)

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quinta-feira, 5 de março de 2015

APRENDENDO COM OBADIAS (PARTE 3)

APRENDENDO COM OBADIAS (PARTE 3)

Orgulho que leva à queda

Leia o livro de Obadias. Que importantes verdades morais e espirituais podemos tirar dele?

Obadias é o menor livro do Antigo Testamento, e relata a visão profética do juízo de Deus sobre a terra de Edom. A mensagem do livro focaliza três questões: a arrogância de Edom (v. 1-4), a futura humilhação de Edom (v. 5-9), e a violência de Edom contra Judá (v. 10-14).

Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó. A hostilidade entre os israelitas e os edomitas remonta à briga de família entre os irmãos gêmeos, que mais tarde se tornaram os pais das duas nações. No entanto, de acordo com Gênesis 33, os dois irmãos posteriormente se reconciliaram. Assim, Deus ordenou aos israelitas: “Não aborrecerás o edomita, pois é teu irmão” (Dt 23:7).

Apesar disso, as hostilidades entre as duas nações continuaram por séculos. Quando Babilônia destruiu Jerusalém e levou seus cidadãos para o cativeiro, os edomitas não somente se alegraram, mas até mesmo atacavam os israelitas que fugiam e também ajudaram a saquear Jerusalém (Sl 137:7). 

Por essa razão, o profeta Obadias advertiu que Edom seria julgado por seu próprio padrão: “Como tu fizeste, assim se fará contigo” (Ob 15). Os edomitas não se comportaram como irmãos para com o povo de Judá em sua hora mais difícil, mas, em vez disso, se uniram às forças inimigas (Lm 4:21, 22).

A região ocupada por Edom está localizada a sudeste do Mar Morto. É uma terra montanhosa cheia de elevados cumes de montanhas, penhascos, cavernas e fendas em que os exércitos podiam se esconder. 

Havia cidades edomitas localizadas nesses locais quase inacessíveis. Sela (também conhecida como Petra) era a capital de Edom. A nação desenvolveu uma confiança arrogante resumida na pergunta: “Quem me deitará por terra?” (Ob 3).

Deus responsabiliza os que se aproveitam dos outros em seus momentos de angústia. Obadias advertiu o orgulhoso povo de Edom de que Deus traria humilhação sobre sua cabeça. Não há lugar para fugir do Senhor (Am 9:2, 3). O futuro dia do Senhor traria tanto o juízo quanto a salvação. Edom beberia o cálice da ira divina, enquanto a situação do povo de Deus seria restaurada.


Leia as citações abaixo. De que maneira elas nos ajudam a compreender mais claramente as mensagens de Amós 1–4 e de Obadias?

Desde os primórdios da religião israelita, a crença de que Deus tinha escolhido esse povo específico para cumprir uma missão tem sido tanto um fundamento da fé hebraica quanto um refúgio em momentos de aflição. 

No entanto, os profetas sentiram que, para muitos de seus contemporâneos, esse fundamento era uma pedra de tropeço, e esse refúgio, uma fuga. Eles tinham que lembrar às pessoas que a eleição não devia ser confundida com favoritismo divino ou imunidade ao castigo, mas, ao contrário, significava que elas estavam mais seriamente expostas ao juízo e castigo divinos. [...]

“A eleição significava que Deus estava exclusivamente preocupado com Israel? O Êxodo do Egito implica que Deus estava envolvido apenas com a história de Israel e totalmente alheio ao destino das outras nações?” 

“Com as defesas do coração destruídas, os enganados adoradores não tinham nenhuma barreira contra o pecado e se renderam às más paixões do coração humano. […]” 

Perguntas para reflexão

É fácil ser simpático com alguém que tenha algo para lhe oferecer. E quanto àqueles que estão em dificuldades, nada têm a oferecer e necessitam de sua ajuda? Que tipo de atitude você demonstra com relação a eles?

Pense nas coisas que recebemos como adventistas do sétimo dia. A maioria dos cristãos não tem ideia das bênçãos do sábado (muito menos de sua importância no tempo do fim). 

A maioria acha que os mortos vão imediatamente para o Céu ou para os tormentos do inferno. Muitos não acreditam na ressurreição física de Jesus, nem acreditam em uma segunda vinda literal de Cristo. Que outras grandes verdades recebemos e que a maioria das pessoas não conhece? Qual é nossa responsabilidade em relação a elas?? 

Porque as nações oprimiam e destruíam outros povos e não se lembravam da aliança de irmãos. A ganância os levava à violência; desprezaram a lei de Deus. 

 Justiça social como evidência da verdadeira devoção ao Senhor, na forma de jejum e oração; a observância do sábado como expressão de gratidão ao Senhor e de amor ao próximo; harmonia com os fundamentos eternos da Palavra de Deus. Mas a mensagem do evangelho vai além da preocupação com uma vida mais justa no contexto do pecado. Devemos enfatizar a promessa da volta de Cristo. 

 Quanto maiores forem nossas oportunidades e privilégios, maiores serão nossas responsabilidades diante de Deus. 

 Orar a Deus fervorosamente, em busca de perdão e restauração. 

Os que se exaltam contra o Senhor serão humilhados; os aliados no mal se tornam inimigos; colhemos o que plantamos; no dia do Senhor, as pessoas receberão a recompensa de acordo com suas obras; haverá libertação para o povo de Deus; por fim, o Senhor reinará.

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APRENDENDO COM JONAS (PARTE 6)



APRENDENDO COM JONAS (PARTE 6)

Missão vitoriosa

Depois de um livramento tão miraculoso, quando Deus o mandou pela segunda vez a pregar em Nínive, Jonas obedeceu imediatamente. 

Em sua pregação (Jn 3:1-4), Jonas usou uma linguagem que lembrava a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19). 

Mas, no original hebraico, a palavra para “subverter” ou “destruir” (Gn 19:21, 29; Jn 3:4), usada na pregação de Jonas, também pode ter o significado de “mudar a direção” ou “transformar” (Êx 7:17, 20; 1Sm 10:6). 

A pregação da mensagem divina não foi em vão.


A maior conquista da carreira profética de Jonas foi o arrependimento da cidade de Nínive. Depois dos marinheiros, os ninivitas foram o segundo grupo de não hebreus do livro de Jonas a se voltar para Deus, e tudo por causa da interação com o imperfeito mensageiro do Senhor. 

Os resultados foram surpreendentes! Para se humilhar diante de Deus, o povo de Nínive vestiu roupas de panos de saco, colocou cinzas sobre a cabeça e jejuou. Todos esses foram sinais exteriores de tristeza e arrependimento.

Leia Mateus 12:39-41 e 2 Crônicas 36:15-17. O que esses versos nos ensinam sobre a importância do arrependimento?

A imagem de um poderoso monarca assírio se humilhando em cinzas diante de Deus é uma forte censura a muitos dos orgulhosos governantes e do povo de Israel, pelo menos os que rejeitaram persistentemente o chamado profético ao arrependimento.

 Por causa da ênfase do livro de Jonas na graça e no perdão de Deus, o povo judeu o lia todos os anos, no ponto culminante do Dia da Expiação, que celebrava o perdão de Deus para seus pecados.

“Nosso Deus é um Deus de compaixão. Ele trata os transgressores da Sua lei com longanimidade e terna misericórdia. 

E ainda, em nossos dias, quando homens e mulheres têm tantas oportunidades de se familiarizar com a lei divina, revelada nas Sagradas Escrituras, o grande Governador do Universo não pode olhar com satisfação para as ímpias cidades, onde reina a violência e o crime. 

Se as pessoas dessas cidades se arrependessem, como fizeram os habitantes de Nínive, muito mais mensagens como a de Jonas seriam anunciadas” 

Leia Jonas 3:5-10. O que esses versos revelam sobre a natureza do verdadeiro arrependimento? 

Como podemos aplicar esses mesmos princípios à nossa vida?



Perdoado, mas incapaz de perdoar

Leia Jonas 4. Que lições importantes o profeta precisava aprender? Como sua hipocrisia foi revelada?

Jonas 4 revela algumas coisas surpreendentes sobre o profeta. Ele parecia preferir morrer em lugar de testemunhar sobre a graça e o perdão de Deus. 

Embora tivesse se alegrado em seu livramento da morte (Jn 2:7-9), visto que Nínive vivia, ele preferia morrer (Jn 4:2, 3).


Em contraste com Jonas, Deus é retratado na Bíblia como Alguém que não tem “prazer na morte do perverso” (Ez 33:11). 

Jonas e muitos de seus compatriotas se alegraram nas misericórdias especiais de Deus para com Israel, mas queriam Sua ira sobre seus inimigos. 

Essa dureza de coração é repreendida severamente pela mensagem do livro de Jonas.

Que lições podemos aprender com os erros de Jonas? 

Como o preconceito compromete nosso testemunho cristão?


Dizem, com razão, que o livro de Jonas é um manual sobre a maneira de não ser um profeta. Jonas era um profeta de espírito rebelde e prioridades equivocadas. 

Ele não podia controlar seu desejo de vingança. Era mesquinho e mal-humorado. Em vez de se alegrar na graça que Deus mostrou também aos ninivitas, Jonas permitiu que seu orgulho egoísta e pecaminoso o tornasse ressentido.


Em suas últimas palavras, Jonas pediu a morte (Jn 4:8, 9), enquanto as últimas palavras de Deus foram uma confirmação de Sua graça imensurável, uma afirmação da vida.


O livro de Jonas é deixado em aberto. Seus versos finais confrontam os leitores com uma questão importante que permanece sem resposta: Será que a mudança miraculosa no coração dos ninivitas resultou em mudança radical no coração de Jonas?


Há muita coisa na história de Jonas que é difícil de entender, especialmente sobre o próprio Jonas. Talvez, porém, a lição mais clara é a de que a graça e o perdão divinos vão muito além dos nossos. 

Como podemos aprender a ser mais bondosos e perdoadores com os que não merecem, como Deus foi com Jonas e com os ninivitas?



 Sempre que estão em necessidade, os filhos de Deus têm o precioso privilégio de apelar a Ele em busca de ajuda. Não importa quão inadequado seja o lugar, o ouvido misericordioso de Deus está aberto ao seu clamor. 

Por mais desolado e escuro que seja o local, ele pode ser transformado em um verdadeiro templo pelo filho de Deus que ora” 


“Confuso, humilhado e incapaz de compreender o propósito de Deus em poupar Nínive, ainda assim Jonas havia cumprido a comissão a ele concedida de advertir a grande cidade e, embora o acontecimento predito não se tivesse realizado, a mensagem de advertência era de Deus e ela cumpriu o propósito que Ele lhe havia designado. A glória de Sua graça foi revelada entre os pagãos” 

Perguntas para reflexão

O livro de Jonas ensina que Deus tem pleno controle da natureza. Imagine que um de seus amigos perca um membro da família por causa de um desastre natural. 

Como você explicaria a ele que Deus ainda está no comando, apesar dos desastres que assolam partes do mundo e destroem muitas vidas?


Leia o último versículo do livro de Jonas. O que ele nos ensina sobre nossa responsabilidade pela missão de evangelizar todos os cantos da Terra?


Na parábola do servo incompassivo (Mt 18:21-35), Jesus comparou Deus a um rei irado que revogou seu perdão e lançou na prisão o servo que anteriormente havia sido perdoado. 

Deus revoga Seu perdão? Alguns cristãos argumentam que Ele não faz isso. Qual é a nossa posição sobre esse assunto?

Para muitas pessoas mergulhadas no secularismo, a ideia de um homem sendo engolido vivo e permanecendo dentro de um “grande peixe” não é algo para ser levado a sério. 

Como vimos anteriormente, no entanto, Jesus testemunhou claramente sobre a veracidade da história. 

Como a história de Jonas nos ajuda a perceber que uma visão antissobrenaturalista da realidade é realmente estreita e limitadora?


Deus sabe tudo sobre minha vida e está em todos os lugares. Ele tem todo o poder. Deus do Céu, criador do mar e da terra; Jonas declarou que o Senhor é o único Deus verdadeiro, pela capacidade de criar. 

Deus responde à nossa oração; Deus permite que as ondas nos envolvam para que mudemos de atitude; Ele nos perdoa e nos dá uma nova oportunidade de servir; Deus salvou o profeta das profundezas do mar; é inútil confiar em ídolos. 

O milagre mais importante é o arrependimento. Por isso, muitos ninivitas serão salvos, ao contrário de muitos israelitas. O povo de Deus foi levado em cativeiro porque não se arrependeu de seus pecados. 

Embora Deus alerte a respeito das consequências do pecado, Ele deseja ajudar a todos; Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado; o perdão divino alcança todas as etnias; Jonas reconheceu que precisava do perdão, mas não queria que os pagãos fossem perdoados. 

Jonas foi hipócrita porque teve compaixão de uma planta, mas não teve misericórdia dos habitantes de Nínive. 

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APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...