SANSÃO E SEUS AMORES
Juízes 14 - 16
A história de Sansão, começa com o relato de seu casamento. Ele era juiz em Israel, posição de liderança no meio do povo judeu.
A Bíblia não diz se ele era musculoso, porte atlético, fortão, belo, homem atraente. Cabelos longos e muito respeito ele tinha, era um guerreiro destemido e valente, porém mulherengo demais
Sansão viu em Timna uma mulher das filhas dos filisteus e fez de tudo para se casar com ela.
Amor à primeira vista! Será que era mesmo amor ou simples desejo carnal?
O desejo é um substituto pobre e egoísta do amor verdadeiro e desinteressado, amor este que se preocupa apenas com a felicidade mútua.
Sansão sabia que aquela mulher era filistéia e que esse casamento não correspondia à vontade de Deus. Veremos adiante que, na vida desse homem, a emoção sempre dominou a razão.
Salomão disse que "melhor é o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade" (Provérbios 16:32).
Sansão era capaz de tomar uma cidade. Porém, ao que parece, nunca aprendeu a governar o próprio espírito.
Amor à primeira vista? Então SANSÃO se empolgou: "Será que vem de Deus este desejo que sinto? É essa a mulher que Deus me destinou?
Sansão pediu que seus pais lhe acertassem o compromisso.
Na época, era difícil agir de outra maneira. Mas o pai e a mãe, com razão, desaconselharam o pedido com veemência. Casar com uma mulher filistéia era trair a vontade de Deus.
Os filisteus eram inimigos ferrenhos dos judeus
O tempo em que os pais escolhiam o cônjuge para os filhos já passou, pelo menos em nossa cultura ocidental. Contudo, espero que os filhos peçam consentimento aos pais antes de tomar uma decisão tão importante e levem seu conselho a sério.
Os filhos deveriam atribuir grande valor à aprovação deles.
Infelizmente, Sansão desprezou o conselho de seus pais — e este estava baseado nas Escrituras!
As conseqüências foram terríveis. Esperava-se muito mais de um homem que teve pais como os dele e que, além disso, fora chamado para servir a Deus.
A Palavra de Deus é bastante clara a respeito da união de crentes com incrédulos: é "jugo desigual".
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que
sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?" (2 Coríntios 6:14).
Essa
declaração do apóstolo Paulo, mesmo que num contexto um pouco diferente,
com certeza tem muito valor. Antes de dizer "sim", todo cristão deve estar totalmente convencido de que a fé do seu futuro cônjuge no Senhor
Jesus seja real.
Se faltar a unidade na fé, o matrimônio será uma desobediência grave. Os cristãos procuram na Palavra de Deus e nela encontram a solução para as perguntas vitais e o consolo para as dificuldades.
Para eles, a Bíblia é a regra de conduta de vida. Isso o incrédulo jamais compreenderá, pois tem as mais diversas motivações para agir. A vida conjugal será, portanto, um conflito sem fim.
Enquanto houver amor e tolerância recíprocos, tudo pode ir mais ou menos bem. Mas permanece a pergunta da passagem citada: "Que união existe entre o crente e o incrédulo?" (v. 15). A resposta sempre será a mesma: nenhuma!
As diferenças são grandes demais, essenciais e
determinantes. Mas o que fazer se esse
fosso aparecer somente depois de algum tempo após iniciado o relacionamento ou
se, após firmado o compromisso de noivado, um dos dois se converte e surgem as
diferenças?
Respondo sem titubear: rompam! A quebra de uma promessa de casamento é lamentável, mas muito melhor que um matrimônio infeliz. Noivado não é casamento, é apenas um tempo de preparação para este.
Durante esse tempo, os compromissos do matrimônio ainda não existem. Contudo, tanto para o noivado quanto para o casamento, pode-se aplicar a regra de ouro: "Refletir antes de agir!"
Se o fosso aparecer ou se formar depois do casamento, é diferente. O cristão não pode mais voltar atrás.
O marido crente não pode repudiar sua mulher incrédula por isso; nem tampouco a mulher crente, o marido incrédulo (1 Coríntios 7:12-17).
Paulo não dá instruções aos cônjuges incrédulos. Estes devem converter-se primeiro a fim de ter a sabedoria e a força espiritual para submeter-se à Palavra de Deus.
E claro que Deus não permite ao crente divorciar-se para escapar de um jugo desigual, por mais opressora e insuportável que seja a situação.
De todo modo, estou convencido de que toda decisão tomada em obediência ao Senhor resulta em final feliz, mesmo que não entendamos isso de imediato.
O Senhor prometeu que qualquer sacrifício feito por amor a Ele seria recompensado.
Lemos em 1 Pedro 3:1-2:
"Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor".
Ganhar o marido
incrédulo sem palavras, somente pela conduta, não é tarefa fácil para mulher
nenhuma. O sucesso nessa missão não é garantido.
No entanto, é a única oportunidade oferecida pela Palavra de Deus e, por conseguinte, é a decisão certa a tomar.
No entanto, é a única oportunidade oferecida pela Palavra de Deus e, por conseguinte, é a decisão certa a tomar.
O breve casamento de Sansão foi uma amarga decepção. Desgostoso, ele deixou a mulher e voltou para casa de seu pai.
Não podemos aprovar a conduta dessa mulher. A indignação de Sansão é compreensível. Mas fugir enraivecido, abandonando a esposa também não é atitude adequada.
O capítulo 15 nos diz que, algum tempo depois, ele desejou visitar a esposa. Não sabemos quanto tempo se passou antes disso.
Levara um presente, talvez como meio de reconciliação. Mas havia deixado passar o momento adequado. Chegou muito tarde.
Alguns alegam que jamais houve casamento de verdade entre Sansão e essa mulher. Não concordo.
O casamento se consumou com o consentimento dos respectivos pais e foi confirmado oficialmente com um grande banquete.
Ambos tiveram parte da responsabilidade pela ruptura, e a atitude do sogro levou as coisas a uma separação definitiva. E raro num conflito conjugai as dificuldades serem provocadas apenas por uma das partes.
Como é oportuno, em casos assim, quando forças externas intervirem a favor de uma reconciliação! Mas, que desgraça, quando ocorre justamente o contrário!
A separação jamais produz o resultado esperado. Além disso, lemos em Malaquias 2:16: "Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio".
E, no versículo 15, está escrito: "Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade". E triste constatar que Sansão não aprendeu a lição.
No capítulo 16, ele está em Gaza - outra cidade dos filisteus - passando a noite com uma prostituta. Aqui não se trata de casamento. 1 Coríntios 6:13 nos adverte da gravidade, aos olhos de Deus, do pecado de fornicação.
Em seguida, Sansão apaixonou-se novamente por outra filistéia, chamada Dalila (Juizes 16:4).
Outra vez surge diante de nós a pergunta: Que amor era esse? Essa relação durou mais tempo e lhe foi fatal.
Ele revelou os segredos do seu nazireado. Perdeu, por isso, sua marca exterior, os cabelos longos, e constatou tarde demais que Deus Se havia afastado dele.
Os
filisteus furaram-lhe os olhos, ataram-no e o puseram preso.
O cristão que se une ao mundo e se relaciona com qualquer mulher ao invés de separar-se das coisas oferecidas pelo mundo, cede as tentações, perde a comunhão com o Senhor e a força espiritual.
Felizmente,
no fim da vida de Sansão, essa comunhão foi restabelecida. Ao mesmo tempo, ele
recuperou sua extraordinária força. Com a morte, conseguiu uma vitória maior
que as anteriores.
Um dos aspectos trágicos da vida de Sansão foi a falta
de controle sobre suas paixões. Elas o dominavam.
O instinto sexual não é pecado nem algo de que devamos nos envergonhar. Deus - o Criador - fez Suas criaturas dessa maneira; o homem não é exceção. É a forma de se conservarem as espécies.
O instinto sexual não é pecado nem algo de que devamos nos envergonhar. Deus - o Criador - fez Suas criaturas dessa maneira; o homem não é exceção. É a forma de se conservarem as espécies.
Contudo, entre o homem e os animais há uma diferença fundamental. O animal segue seus instintos, mas Deus tem outros propósitos para o homem.
Ele une homem e mulher numa relação duradoura. Mesmo quando não há o
objetivo de conservação da espécie, os cônjuges exercem mútua atração.
O sexo é um dom inigualável que, no casamento, pode produzir um extraordinário estado de felicidade.
O sexo é um dom inigualável que, no casamento, pode produzir um extraordinário estado de felicidade.
Ao contrário dos animais, Deus proveu o homem de razão e vontade. Um médico escreveu o seguinte: "A razão tem condições de submeter, de dominar, o instinto sexual e até de orientá-lo corretamente.
Vemos, pois, repetidas vezes, que a razão unida à vontade do homem se sobrepõe ao instinto como uma faculdade de ordem superior".
"O amor é cego", diz o ditado popular. Infelizmente, a verdade dessa afirmação se confirma com muita freqüência. Por outro lado, não se deve esquecer que o amor é condição indispensável para um casamento feliz.
A razão e a vontade, porém, não ficam em segundo plano nem acima dos princípios bíblicos referentes ao matrimônio. Se cedermos tão-somente aos instintos da natureza, correremos grave perigo.
"Melhor é o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade" (Provérbios 16:32).
Sansão era plenamente capaz de tomar uma cidade, porém jamais aprendeu a governar o espírito. Os crentes devem aprender essa lição com a ajuda do Senhor e o poder do Espírito Santo.
Os meios de comunicação todos os dias nos apresentam condutas que as Escrituras chamam de pecado. Quem se deixa influenciar impede ou atrapalha a felicidade conjugai que Deus quer proporcionar.
Se alguém pensa somente nos próprios privilégios ou no que vai receber de bom com o casamento, parte de uma base ruim e perigosa.
Se os cônjuges não sabem com que devem contribuir, terão muito pouco a receber. Um lar feliz não resulta de motivos egoístas, mas da abnegação de ambas as partes.
O bem do outro deve ser prioridade de cada um. Marido e mulher não conseguem alcançar a grande felicidade que Deus previu para eles no casamento se cada um reivindicar os próprios direitos como supremos.
O apóstolo Pedro era casado. Lemos nos evangelhos que sua sogra foi curada pelo Senhor Jesus (Lucas 4:38-39).
O apóstolo Paulo escreveu que a mulher de Pedro acompanhava o marido nas viagens (1 Coríntios 9:5). Por esse enfoque, as palavras deste têm muito mais valor para nós:
"Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações" (1 Pedro 3:7).
Creio que em todo lar há situações em que o marido,
bem como a mulher, deve submeter seus desejos à razão e à vontade.
Para os que têm problemas dessa natureza, melhor procurar um médico crente ou uma pessoa que inspire confiança e de quem possam receber ajuda de acordo com os princípios da Palavra de Deus.
Para os que têm problemas dessa natureza, melhor procurar um médico crente ou uma pessoa que inspire confiança e de quem possam receber ajuda de acordo com os princípios da Palavra de Deus.
Sansão, na verdade, ele era um nazireu,
homem separado para o serviço de Deus. Libertou o povo de Deus do domínio dos
filisteus. Seu nome figura em Hebreus 11 entre os heróis da fé.
E o que devemos pensar de Juizes 14:44?
E o que devemos pensar de Juizes 14:44?
"Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor, pois este [Sansão] procurava ocasião contra os filisteus". Sem dúvida, a intenção de Sansão era boa, e Deus o ajudou a alcançar seu propósito, o que não significa que Deus aprovava sua maneira de agir.
Deus é soberano. Cumpre Seus desígnios. Escolhe os
Seus instrumentos.
Os que conhecem as Escrituras sabem que Ele pode valer-se das artimanhas de Satanás, das atividades de Seus inimigos, dos pecados e das fraquezas de Seus filhos.
Os que conhecem as Escrituras sabem que Ele pode valer-se das artimanhas de Satanás, das atividades de Seus inimigos, dos pecados e das fraquezas de Seus filhos.
Dizem que Deus pode dar um golpe certo com um pau
torto.
E o que fez com Sansão, e não podemos senão admirar a Sua graça nisso.
Mas de maneira nenhuma devemos enxergar um incentivo para convertermos-nos em paus tortos.
E o que fez com Sansão, e não podemos senão admirar a Sua graça nisso.
Mas de maneira nenhuma devemos enxergar um incentivo para convertermos-nos em paus tortos.
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