terça-feira, 9 de junho de 2020

APRENDENDO COM PAULO (PARTE 46)


A prisão de Paulo em Roma

Roma era chamada de "Cidade rainha da terra". O Grande centro de interesse histórico. Durante dois milênios (2.º séculos a.C. ao 18.º d.C.) foi a potência dominadora do mundo. É ainda chamada "Cidade Eterna". A população, na época de Paulo, era de 1 milhão e meio de seres humanos, metade de escravos. Capital de um império que se estendia 4.800 km de leste a oeste, 3.200 km de norte a sul. A população total do Império era de 120 milhões de almas. Por apelar a César, o Apóstolo aos gentios teve que ir para Roma.
A viagem de Paulo a Roma (At 27:1-28:15)

Essa viagem começou no outono de 61 d.C. e terminou na primavera de 62 d.C.
Foi feita em três navios: Um de Cesaréia a Mirra; outro de Mirra a Malta; o terceiro de Malta a Potéoli.
"O jejum", v. 9, foi dia da expiação, mais ou menos no meado de setembro. Daquele tempo ao meado de novembro a navegação no Mediterrâneo era perigosa. Do meado de novembro ao primeiro de março esteve suspensa.
Pouco depois de ter deixado Mirra, caíram em ventos contrários, e depois de se abrigarem um pouco em Bons Portos, se arriscaram outra vez, e foram acometidos por um tufão que os levou longe da sua rota; depois de muitos dias, não havendo mais esperança, Deus, que dois anos antes, em Jerusalém, prometera a Paulo que o levaria a Roma, 23:11, mais uma vez aparece a Paulo para lhe assegurar que Sua promessa seria cumprida, 27:24. E foi. (H.H. Halley).
Paulo foi levado a Roma com mais uns presos. Foi confiado a um centurião e alguns soldados da corte imperial. Aristarco e Lucas o acompanharam. Embarcaram, navegaram ao longo da costa de Creta, de onde uma tempestade veemente de vários dias os levou para a costa de Malta. O navio encalhou num escolho e os náufragos passaram o inverno na ilha. Depois navegaram via Sicília até Potéoli, onde P. e seus companheiros durante oito dias foram hóspedes da comunidade cristã. Pela Via Ápia chegaram a Roma (Dicionário).
Paulo em Roma
A primeira coisa que Paulo fez ao chegar a Roma foi convocar os líderes judeus para poder justificar-se das acusações contra ele, e para obter uma audiência amigável. É este o último registro de sua tentativa da ganhar os judeus. Observemos o resultado da sua pregação (28:24-28; compare com Mateus 13:13-15; João 12:40; Mateus 21:43).
Paulo passou dois anos ali, no mínimo, 28:30. Apesar de ser prisioneiro, tinha licença de morar numa casa própria alugada, com seu guarda, 28:16. Tinha licença de receber visitas, e de ensinar sobre Cristo. Já havia um bom número de cristãos ali (ver as saudações que enviou três anos antes, Rm 16). Os dois anos que Paulo passou ali foram muito frutíferos, atingindo o próprio Palácio, Fp 1:13; 4:22. Enquanto estava em Roma, escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom e possivelmente, Hebreus.
O consolo de Paulo em Roma
Em Roma P. obteve licença de, embora guardado sempre por um soldado, morar em casa própria, junto com os companheiros de viagem, e podia receber livremente qualquer pessoa (Cl 4,10). Logo apareceram diversos de seus colaboradores, bem como representantes da maioria das comunidades cristãs: Timóteo (Cl 1,1), Marcos (4,10), Epafras de Colossos (1,6s), Tíquico da Ásia Menos (provavelmente Éfeso; 4,7) Demas Justo (Cl 4,11), Lucas (4,14), Marcos (Fm 24), Onésimo (Fm; Cl 4,9). Dois deles, Aristarco e Épafras (At 27,1; Cl 4,10; Fm 23), compartilharam voluntariamente sua prisão. P. aproveitou-se de sua relativa liberdade para pregar o evangelho: primeiro, novamente, aos judeus (At 28,17-28), mas também aos soldados que o guardavam e a outros romanos (Fp. 1,12s). Em Roma P. escreveu as chamadas "Epístolas do cativeiro" (Ef, Cl, Flp, Fm). Nas duas últimas transparece a sua esperança de ser libertado em breve (Fm 22; Flp 1,26; 2,24). At 28,30 parece sugerir a mesma coisa, pois Lucas, embora comunique que P. morou dois anos naquela casa, não diz nada sobre o resultado do processo.
Especulações sobre os últimos dias de Paulo
Os últimos anos de Paulo só conhecemos (fazendo-se abstração das informações de Clemente romano) por uma combinação de dados avulsos das epístolas pastorais. Alguns opinam que o apóstolo foi executado durante a perseguição de Nero, em 64.
Conforme os outros Paulo teria visitado a Espanha (Rm 15,24.28) e ainda teria trabalhado em Creta (Ti 1,5), Éfeso (1Tim 1,3), de onde visitou talvez Colossos (Fm 22), Hierápolis, Laodicéia e Mileto (2 Tim4,20), e na Macedônia. Em Nicópolis, no Epiro (Tt 3,12), teria escrito Ti e 1Tim.
Alguns pensam que P. penetrou até na Ilíria (2Tim 4,10), voltando depois por Tróade (2 Tim 4,13) para Éfeso (1 Tim 3,14). Em todo caso, 2 Tim supõe que P. foi preso novamente, e está em Roma (2 Tim 1,8. 16s; 2,9), onde só Lucas ficou com ele (4,10s).
Paulo queixa-se de que na sua primeira defesa os cristãos da Ásia Menor o abandonaram (1,15). Não há nenhum indício de contato com o apóstolo Pedro. Paulo menciona, entretanto, o apoio de alguns discípulos fiéis: Onésimo, Tito, Crescente, Tíquico, que havia mandado respectivamente à Dalmácia, à Galácia (ou à Gália?) e a Éfeso (4,10.12), e prepara-se para o martírio (4,7s).
A execução de Paulo
Deduz-se da tradição e de algumas referências, que Paulo foi posto em liberdade por mais ou menos 2 anos (veja Filipenses 1:24-26;2:24; Filemom 24; 2 Timóteo 4:17). Nesse período de liberdade provavelmente escreveu as epístolas a Timóteo e a Tito.
Acredita-se que depois desses dois anos, Paulo foi novamente preso e finalmente executado durante a perseguição que Nero promoveu contra os cristãos.
Diz-se a tradição que, como resultado de haver apelado para César, após dois julgamentos no ano 68 d.C., Paulo foi executado, fora da cidade.
Relata-se que Nero saiu de viagem enquanto Paulo estava em Roma. Entretanto, uma de suas concubinas foi ganha para o Senhor por intermédio do apóstolo. Quando Nero voltou para casa, ela havia juntado a um grupo cristão, abandonando o imperador. Nero ficou tão furioso que descarregou sua ira sobre Paulo, que foi levado para a Via Óstia onde o executaram.
conclusão
A maneira pela qual Paulo usou seus infortúnios deveria estimular os que estão "presos" em virtude de má saúde ou de outros motivos, a serem engenhosos na busca de meios pelos quais possam usar as circunstâncias limitadoras com vantagem. Paulo está agora prestes a passar a tocha ao jovem Timóteo. "Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas", escreve ele; "suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia" (2 Timóteo 4;5-8).
Visto que o seu próprio ministério chegava ao fim, Paulo exortava Timóteo a cumprir cabalmente o dele, a qualquer custo. A palavra grega "partida" é a mesma usada com referência a soltar as amarras de um navio. O apóstolo estava zarpando da praia celestial, porém fazia-o com um senso de "missão cumprida". Que modelo para Timóteo – e para nós também! A tocha está agora em nossas mãos!




terça-feira, 2 de junho de 2020

APRENDENDO COM JÓ (PARTE 10)


Com Deus, sempre haverá um final feliz

 INTRODUÇÃO

Afirmou um inditoso crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história - Satanás - sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos.
O que os críticos seculares classificam de defeito, nós chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral, o autor sagrado pôde conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se ele o concluiu com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os que servimos a Deus sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final surpreendentemente feliz àqueles que confiam nas promessas do Pai Celeste.

I. A PROFUNDA HUMILHAÇÃO DE JÓ

Com profunda e singular humilhação, o melhor dos homens daquela época, ouviu dois pronunciamentos que, judiciosamente, apontaram-lhe as falhas: o discurso de Eliú e o monólogo do Todo-Poderoso. Jó, em momento algum, se exaspera. Agora tem ele certeza de estar sendo provado; na economia divina sempre é possível melhorar o que já é perfeito (Dt 18.13; Pv 4.18; Mt 5.48; Ef 4.13).
1. A confissão de Jó. O que resta, agora, ao patriarca? Não obstante ser tido como um dos três homens mais perfeitos de todos os tempos, confessa Jó a sua falta, e reconhece a sua pequenez diante da imensidade de Deus: "Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42.6). Ver Ezequiel 14.20.
Que diria você ao ouvir tal confissão de um homem cuja integridade era reconhecida e avalizada até pelo próprio Senhor? Sim, era Jó um homem perfeito. Mas, diante de Deus, quão imperfeitas são as nossas perfeições. Diante daquele que é infinito em suas perfeições, o perfeito sempre poderá se aperfeiçoar; o bom sempre poderá melhorar (Fp 3.12; Cl 1.28). Jó o sabia muito bem.
2. Ouvindo e vendo a Deus. Jó teve de se calar para compreender a natureza de seu sofrimento; e, perfeitamente, compreendeu-a. Infelizmente, muitos não logram o mesmo entendimento, pois ainda não aprenderam a ouvir a Deus (Hb 3.7,8). Oram, mas não lhe ouvem a resposta (Is 42.20). Com os seus murmúrios, acabam por encobrir a voz de Deus (Sl 106.25).
Primeiro, ouviu Jó a voz de Deus; depois, seus olhos passaram a vê-lo (Jó 42.6). Até este momento, a fé que o patriarca professava em Deus, conquanto sublime e singularíssima, era apenas intelectual. Mas, agora, que os seus olhos vêem o Todo-Poderoso, começa a ter um conhecimento experimental do Senhor.
Como é a sua fé? Intelectual? Ou experimental? O Senhor deseja que você o conheça integralmente (Os 6.1-3).

II. INTERCESSÃO E RESTAURAÇÃO

O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende:
"A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó" (42.7,8).
Desta advertência de Deus, podemos ver alguns fatos bastante interessantes quanto à atuação de Jó. Em primeiro lugar, teria ele de agir como sacerdote.
1. O sacerdócio de Jó. Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2, 3,12). Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: "Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo" (Sl 22.6)?
No auge da angústia, Jó fez-se mui semelhante ao Senhor Jesus. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! Caber-lhe-ia pois orar por seus amigos, e por eles oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor.
Tem você orado por seus amigos? Tem jejuado por eles? Mesmos se estes o ferirem, não deixe de apresentá-los diante do Senhor, a fim de que sejam salvos.
2. A restauração na intercessão. Mu itos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de Deus pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. "E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía" (Jó 42.10).
Mesmo em dificuldades, e ainda que no mais ardente crisol, ore por seus parentes, amigos e por quantos o cercam. Pois o seu cativeiro começará a ser virado exatamente neste momento. Não podemos subestimar a força da oração intercessória. Enquanto você ora por seus amigos, haverá milhares de irmãos intercedendo por você.

III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ

Eis que o Senhor põe-se a virar o cativeiro de Jó; restaura-o integralmente. Se tudo ele perdera por completo, e de uma só vez, de forma duplicada o Senhor lhe retribui.
1. Restauração espiritual. Jó se humilha, reconhece a sua pequenez, e mostra haver experimentado um grande conhecimento espiritual: "Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso, me abomino de me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42.1-6).
2. Restauração material. O Senhor acrescentou duplicadamente a Jó em relação a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10).
3. Restauração social de Jó. Os que desprezaram a Jó, estando este na angústia, agora presenteiam-no como se fora ele um príncipe: "Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro" (Jó 42.11).
4. Restauração doméstica de Jó. Embora a Bíblia não o revele, a esposa de Jó veio, evidentemente, a se converter ao Senhor, fazendo-se partícipe de toda a ventura do esposo. Eis os filhos que ela lhe deu à luz: "Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque" (Jó 42.13,14). Informa o autor sagrado terem sido estas filhas de Jó as mulheres mais formosas de toda a terra.
5. Restauração histórica de Jó. O homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: "Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça" (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?

CONCLUSÃO

Conforte-se na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Sua história também terá um final feliz.
Querido irmão, não nos esqueça em suas orações: "Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo" (Cl 4.3).
A Deus toda a glória! Aleluia!


Holocausto
Sacrifício levítico que consistia na queima completa da vítima sobre
o altar.

Sacerdócio araônico
Divina investidura conferida a Arão e a seus filhos com o objetivo de: interceder por Israel diante de Deus; presidir o ministério levítico; e, entrar no Santo dos Santos, uma vez por ano, para fazer a expiação pelos pecados
do povo. (Êx 28; Hb 5.4).


APRENDENDO COM JONAS (PARTE 10)


A Indiferença do Crente.

Jonas 1.4-6  
Introdução:

O livro de Jonas é uma parábola que descreve a vida do crente acomodado, desobediente e indiferente. Em nossos dias, temos sido envergonhados pela generosidade dos espíritas; pela dedicação e organização dos mórmons; pela renúncia à própria vida dos muçulmanos; pelo apego ao ideal dos comunistas; pela incansável catequese das testemunhas de Jeová; pela insuperável paciência dos budistas em meditar no nada; pela devoção apaixonada dos hindus aos deuses mais exóticos.

O livro de Jonas é um livro sobre missões. É um livro que descreve a indiferença do povo de Deus para com o seu chamado, vocação e missão.

Normalmente, um sermão presbiteriano tem três pontos e o sermão batista quatro pontos. Este sermão tem sete é a soma dos dois, portanto é um sermão batisteriano.

Em que sentido Jonas é um modelo do crente indiferente.

I) Jonas foi indiferente à ordem de Deus.

II) Jonas foi indiferente à advertência de Deus.

III) Jonas foi indiferente aos esforços dos outros.

IV) Jonas foi indiferente à gravidade do momento.

V) Jonas foi indiferente ao destino dos outros.

VI) Jonas foi indiferente ao clamor dos outros.

VII) Jonas foi indiferente ao seu próprio destino.

I) Jonas foi indiferente à ordem de Deus. Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.

Qual é a ordem de Deus para sua vida? Qual foi a ordem específica que Deus lhe deu à qual você tem sido indiferente. Onde é que Deus tem lhe enviado. Para onde você está sendo comissionado? Qual é a sua Nínive?

II) Jonas foi indiferente à advertência de Deus. Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar. Deus já começou a tempestade dele na sua vida? Deus já começou a despedaçar o barco com o qual você pensava em fugir da vontade dele?

III) Jonas foi indiferente aos esforços dos outros. Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela.

Como é que você tem reagido à situação? Os espíritas não agem de má fé quando apregoam as suas doutrinas, eles acreditam que estão fazendo o melhor para o barco não afundar. Os budistas são sinceros na divulgação dos seus ensinamentos e estão tentando evitar que o barco afunde. Os mulçumanos quando lutam pela expansão do islamismo estão fazendo o que podem para que o barco não afunde. Os católicos quando rezam o terço, quando fazem romaria, estão dando o melhor de si para que o barco não afunde. Muito embora estejam orando a deuses que não podem responder, a deuses que não têm domínio sobre o universo e seus elementos. Mas eles estão tentando. E você que como Jonas conhece o Deus verdadeiro, está dormindo o sono da indiferença? Quanto nós temos investido em missões, quanto nós temos intercedido pelos missionários? Quanto de compaixão há nos nossos corações pelas milhares de pessoas que estão morrendo a cada minuto e indo para o inferno.

IV) Jonas foi indiferente à gravidade do momento.

1. Eram homens experimentados no mar.

2. Com certeza já haviam enfrentado outras tempestades.

3. Estavam cheios de medo.

4. Clamavam aos seus deuses.

5. Aliviaram a carga do navio.

Vivemos uma hora crucial para o evangelho.

Do ponto de vista interno, o evangelho tem sido diluído numa filosofia de vida egoísta, consumista e interesseira. As pessoas querem mais divertimento, menos compromisso; mais sinais e menos cruz; mais a doutrina do momento do que o evangelho bíblico; mais benefícios e menos sacrifícios; mais liberdade e menos responsabilidade; Mais sucesso e menos cruz; mais bênçãos e menos o abençoador.

Do ponto de vista externo, a proliferação das seitas, das heresias, da nova era, do misticismo. Da agressiva expansão do islamismo. Da violência desenfreada, da imoralidade disseminada. Do relativismo ético e moral que tem invadido as igrejas; do sexo livre e sem limites.

V) Jonas foi indiferente ao destino dos outros.

1) Jonas foi indiferente ao Destino dos que estavam no Barco.

Jonas não estava muito preocupado com o que poderia a acontecer com aqueles que estavam próximos a ele e que estavam sofrendo as conseqüências de sua desobediência a Deus. Quantas pessoas estão ao seu lado remando no meio da tempestade, sofrendo em meio a angústia e o sofrimento, tentando de todas as maneiras evitar que o barco da sua vida afunde e você está dizendo: são incrédulos, o que me importa. Bem feito porque não adoram ao Deus único, vivo e verdadeiro.

2) Jonas Foi indiferente ao destino dos ninivitas.

Jonas tinha uma ordem específica de Deus de levar a mensagem ao povo de Nínive. Povo violento, povo incrédulo, povo cego, povo idólatra, mas objeto da misericórdia de Deus.

Qual é a sua nínive? Teu bairro? Sua cidade? O Sertão? A África? A Índia? Os drogados? Os aidéticos? As prostitutas? Os homossexuais e travestis que estão ocupando as esquinas das nossas cidades? Os órfãos? Os que estão sofrendo nos leitos dos hospitais? A quem Deus lhe enviou?

 

VI) Jonas foi indiferente ao clamor dos que estavam com ele no Barco. Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos.

Ao seu redor e ao redor do mundo, há muitos clamando por salvação, por libertação, consolo, paz. E o que você faz dorme? Hoje há clamor no sertão nordestino, na índia das meninas prostituídas pela vontade da família; na China pelas meninas mortas porque são meninas; no Afeganistão pelas mulheres que estão sendo apedrejadas e mutiladas, espoliadas em sua liberdade. Pelos famintos da Somália, da Etiópia. Há um clamor no mundo. Onde você está? Como você está?

VII). Jonas foi indiferente ao seu próprio destino. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente. Por causa da sua desobediência você está preste a afundar junto com o barco. Mas você está preferindo morrer a obedecer a Deus. Você está dizendo, jogue-me no mar, sigam a sua vida, não me importa o que venha a acontecer. Estou fugindo de Deus e da sua vontade. Se isso não é possível no porão de um barco, quem sabe no fundo do mar? A dureza do seu coração chegou a esse ponto?

Conclusão: Apesar da nossa indiferença Deus não escolheu outros: Ele escolheu a nós; Ele só conta conosco.

→ Ele está buscando homens e mulheres que não fujam.

→ Ele está buscando homens e mulheres que não se escondam.

→ Ele está buscando homens e mulheres que discirnam a gravidade do momento.

→ Ele está buscando homens e mulheres que sobrepujem aos incrédulos em coragem, renúncia, amor, honestidade, altruísmo, verdade, justiça.

→ Ele está buscando homens e mulheres sensíveis ao destino dos perdidos.

→ Ele está buscando homens e mulheres atentos ao clamor dos aflitos e desesperados.

    Ele está buscando você.


APRENDENDO COM JESUS


Jesus, o fim da lei?

Pergunta: “Como devemos entender a passagem bíblica que diz ser Cristo o fim da lei? Ainda nos encontramos sob a lei ou  estamos livres dos mandamentos?


Resposta: Você está se referindo a Romanos 10.4: “Porque o fim da lei é Cristo”. O termo grego aqui traduzido por “fim” é uma palavra que exprime “o limite ou o momento em que algo, uma coisa ou uma pessoa, deixa de ser o que era, ou quando cessa sua eficácia (veja 2 Co 3.13; 1 Pe 4.7). Em Romanos 10.4, ele não significa extinção, como poderíamos pensar ao ler o versículo. O entido é: alvo, finalização ou conclusão daquilo que se completa incluindo o que havia até então”.
O que a lei era “até então”, até Cristo, é descrito em Gálatas 3.24: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo”. Em outras palavras, a lei expõe e revela o que é pecado: “visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20). Mas a lei não pode expiar pecados nem justificar o pecador. Pelo contrário, ela exige o que deve ser cumprido e guardado: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2.13).
O próprio Deus diz em Levítico 18.5: “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor”. Quem é sincero e não ilude a si mesmo, sabe que ninguém consegue cumprir toda a lei de Deus. A sentença divina é:
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). E, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Mas Deus, em Seu infinito amor, buscou e achou um caminho:
“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no  tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado” (Rm 8.3-4). Jesus Cristo morreu na cruz do Calvário para que todos os que crêem nEle não sofram a morte eterna mas recebam vida por toda a eternidade.
De maneira muito clara, Jesus diz em Mateus 5.17 que não veio a este mundo para anular a lei, mas para cumpri-la e para satisfazer suas exigências: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar; vim para cumprir”. Nesse contexto, tornase claro porque não é possível haver salvação sem o sacrifício expiatório na cruz! Como Jesus Cristo cumpriu a lei
e justifica todo aquele que nEle crê (veja Rm 10.4), a lei perdeu seu poder reivindicador para os crentes e tornouse o parâmetro de uma vida com Deus:
“Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Rm 7.6). “Servir em novidade de espírito” é demonstrado, na prática, pelo amor ao Senhor e ao nosso próximo.
Por essa razão, “o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). Quem ama ao Senhor procura honrá-lO e agradar-Lhe. Assim são cumpridos, pelo amor, os mandamentos que dizem respeito a Deus (não ter outros deuses além dEle, não adorar imagens, não tomar Seu nome em vão) e os que se referem ao próximo (não matar, roubar ou mentir).
Resumindo, podemos dizer que os mandamentos de Deus são princípios para nossa vida de discípulos de Jesus. Não seguimos os mandamentos por querermos receber vida através de seu cumprimento, mas vivemos porque cremos em Jesus Cristo, que cumpriu a lei por nós e nos justificoudiante de Deus (At 13.38-39)! (Elsbeth Vetsch)


APRENDENDO COM JESUS


POR QUE O MESTRE
COME COM OS PECADORES?

Marcos 2.15-17 - Ora, estando Jesus à mesa em casa de Levi, estavam também ali reclinados com ele e seus discípulos muitos publicanos e pecadores; pois eram em grande número e o seguiam. Vendo os escribas dos fariseus que comia com os publicanos e pecadores, perguntavam aos discípulos: Por que é que ele come com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores.

REFLEXÕES - O texto acima, narrado pelo evangelista Marcos, que podemos encontrar também em Mateus e Lucas, nos adverte para um perigo que a Igreja de Jesus está correndo em nossos dias, quando o número de denominações cresce de forma muito grande. Não é raro observarmos, na luta por conseguir novos membros, que algumas igrejas tendem a denegrir outras e a tentar arrebanhar discípulos junto à coirmãs. Trata-se de prática não condizente com o princípio da evangelização, ordenado pelo Senhor Jesus. Afinal se as pessoas alvo de nossas investidas já não mais se encontram doentes, pois encontraram o remédio para suas enfermidades na pessoa de Jesus Cristo, o que vamos nós fazer, investindo contra a denominação em que ora congregam?
Caros irmãos, é bom meditarmos sobre o que estamos fazendo ao tentar arrancar pessoas de determinadas congregações. Será que não estamos apenas querendo impor-lhes os usos e costumes de nossas denominações? Estará a doutrina de uma igreja mais perfeita que a de outra? Uma congregação será tão perfeita que poderá atribuir-se a santidade e negar a outras a caracterização como igreja cristã verdadeiramente fundada nos princípios da Evangelho do Senhor Jesus? Ele que nos diz: "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Mt 23.4" O Mestre reafirma uma verdade clara: os sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes; vamos então procurá-los e trazê-los para o rebanho do Senhor. Deixemos que os irmãos que já estão na Igreja Cristã, seja qual for a denominação, e que sabemos pautar-se pela palavra de Deus, vivam sua vida crescendo no conhecimento que seus pastores e o Espírito podem dar-lhes. Vamos nós em busca das ovelhas perdidas.
Outra verdade que nos coloca o versículo 16 deste capítulo 2 de Marcos, põe-nos de frente com uma questão: nossa santidade é aquela que implica afastamento radical do mundo? Veja bem, santo é, por definição, aquele que foi separado do mundo para o serviço de Deus. Tal separação, entretanto, implica deixar as coisas más que o mundo nos oferece; não podemos, todavia, abandonar os pecadores que estão neste mundo. Foi a atitude de Jesus, em conviver com os pecadores que escandalizou os fariseus, santos de aparência. Sabemos que Deus odeia o pecado. Mas ama o pecador até as últimas conseqüências. Como vamos evangelizar, fechados em nossa confortável posição de cristãos de templo? Eis o nosso desafio: buscar o pecador, doente da alma, onde ele estiver, sem nos deixarmos contaminar com o mal que o cerca. Evidentemente que a moderação e o bom senso, frutos dos Espírito Santo, são necessários para discernirmos até onde podemos ir. Há certos ambientes que realmente não podemos freqüentar. Você deve imaginar de quais falo.
03/07/97 17:53
A paz do Senhor, que supera todo entendimento, esteja com você. Hoje e sempre!


segunda-feira, 11 de maio de 2020

APRENDENDO COM ISAIAS (PARTE 08)


Desce, Senhor! Precisamos de Ti!

  Ó Senhor, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Volta, por amor dos teus servos e das tribos da tua herança. Só por breve tempo foi o país possuído pelo teu santo povo; nossos adversários pisaram o teu santuário. Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste e como os que nunca se chamaram pelo teu nome. Oh! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes tremessem na tua presença, como quando o fogo inflama os gravetos, como quando faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que as nações tremessem da tua presença!” (Isaías 63.17- 64:2)
Isaías intensifica sua súplica nestes versículos. No começo da sua oração, instou com o Senhor para visitar seu povo, porque sentiam falta do seu sorriso, da sua mão sustentadora, e do seu coração compassivo (Is 63.15,16). Agora vai além disso. Seu clamor nestes versículos é: “Precisamos de ti!”
Esta parte da oração de Isaías, então, sinaliza uma mudança dramática no modo de pensar do povo de Israel, o povo que Isaías estava representando nesta oração. Até então pensavam ingenuamente que podiam prosseguir tranqüilos sem Deus; que para todo efeito sua presença era dispensável. Mas Isaías vê no futuro quando estarão sentados no meio dos escombros das suas vidas despedaçadas; e vê que voltarão enfim ao reconhecimento de que ter Deus consigo não é opcional, mas essencial.
Devemos lembrar sempre que Isaías está olhando para o povo de Deus. Este é o fato mais chocante. Pensaríamos que seria preciso enfatizar a necessidade de Deus somente para aqueles que o não conhecem, mas esta passagem é uma prova contundente de que o povo de Deus pode tornar-se perigosamente auto-suficiente. A igreja hoje é diferente em algum aspecto do povo daquela época? Estamos realmente conscientes da nossa inteira incapacidade e da nossa total falta de perspectiva enquanto separados de Deus? Ou estamos dependendo da nossa própria sabedoria e habilidade para lutar contra Satanás e suas forças?
Se não tivermos cuidado, podemos achar que apertar todos os botões certos produzirá resultados espirituais duradouros. Reduzimos a obra da igreja a manobras astutas dentro de possibilidades estatísticas e terminologia psicológica. Estamos fazendo exatamente o que Davi se recusou a fazer: lutar com a armadura de Saul. Podemos ser polidos e instruídos, porém não ter poder. Precisamos reconhecer que Deus pode fazer mais em um minuto com seu poder, do que nós em toda uma vida com nossas “estratégias”. Ah, se pudéssemos ver nossa necessidade de Deus, e ver gerado em nós uma profunda fome por ele!
A passagem acima revela duas grandes razões por que o povo de Deus precisa do seu poder.

1. Para Ter Avivamento
Em nenhuma outra área a tendência de confiar na nossa própria força e sabedoria se mostra mais forte do que neste assunto de buscar avivamento. Durante o século passado, ouvimos que avivamento é algo que podemos mais ou menos criar no momento que o quisermos. É simplesmente uma questão de empregar certas técnicas.
A oração de Isaías revela a tolice total deste conceito. Se fosse possível para o povo de Deus avivar a si próprio, esta oração teria sido totalmente desnecessária. Mas vemos pelo contrário que a condição do povo era tal que somente Deus poderia solucionar.
Primeiro ele confessa a dureza de coração do povo, e ao mesmo tempo mostra duas maneiras em que esta dureza se manifesta (v. 17). Primeiro, o coração duro fica cada vez mais insensível às ordens de Deus, e se distancia delas. Segundo, o coração duro se isola de qualquer sentimento de temor a Deus.
Em outras palavras, quando nosso coração se endurece para com Deus, ficamos desleixados e indiferentes sobre o pecado nas nossas vidas. Tornamo-nos cada vez mais negligentes e descuidados sobre os caminhos de Deus. Deus tem caminhos certos para nós, que são caminhos de alegria e justiça (Is 64.5), mas quando nossos corações se endurecem, nos envolvemos com nossos caminhos e deixamos de nos importar com os caminhos de Deus.
Certa vez, vi um adesivo no pára-choque de um carro que dizia: “Há apatia demais neste país, mas quem se importa?” É exatamente este o problema do coração duro. Sabemos que estamos nos desviando de Deus e dos seus caminhos, mas estamos ficando mais e mais apáticos; simplesmente não nos importamos.
A outra manifestação de um coração duro é não sentir qualquer temor a Deus. Antigamente, os cristãos falavam bastante de temer a Deus, mas hoje as pessoas ficam nervosas quando se fala disso. Sempre que se encontra um texto nas Escrituras que fala de temor a Deus, alguém se apressa em dizer que isto não quer dizer medo de Deus. Não tenho tanta certeza disso. Creio que há bastante motivo de se ter medo de Deus. Deus prometeu disciplinar seus filhos quando caíssem em pecado.
Esta oração de Isaías foi em favor de pessoas que viriam experimentar as amargas dores da disciplina. Elas só orariam com as palavras de Isaías depois que sua terra natal fosse devastada, seu templo e cidade sagrada reduzidos a cinzas, e elas próprias levadas cativas para Babilônia.
Quem não deveria ter medo de tal experiência terrível? Somente um tolo! Se estas pessoas tivessem sentido medo de Deus e do seu castigo, poderiam ter escapado de todo esse sofrimento e dor.
Mas veja a causa da dureza de coração. Isaías diz: “Ó Senhor, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos?” De acordo com Isaías, Deus endurecera seus corações! Como isto pode ser! Ou Isaías está simplesmente culpando a Deus pelos pecados do povo?
Aqui vemos algo que não é pregado com freqüência, mas que é verdadeiro. Quando o povo de Deus começa a se desviar pouco a pouco para o caminho do pecado, Deus oferece-lhe por algum tempo oportunidades de arrependimento. Se estas oportunidades forem desprezadas, ele o entrega de forma mais completa aos seus caminhos tortuosos. A primeira manifestação da sua disciplina é no sentido de retirar de nós o desejo de voltar para ele.
A tristeza dos nossos tempos atuais está justamente aqui. Temos ouvido durante anos que se não nos arrependermos dos nossos pecados, Deus enviará juízo sobre nós. Podemos pensar que estamos escapando de tais conseqüências, porque nada de tão mal nos tem acontecido. O que não entendemos é que o juízo de Deus já começou. Nossa própria apatia sobre coisas espirituais é a primeira parte do juízo de Deus sobre nós.
Veja como é fútil dizer que podemos ter avivamento na hora que o quisermos. O problema é que nossos corações estão tão endurecidos que não queremos avivamento. Só Deus pode remover esta dureza. Não existe nenhuma forma de estímulo ou indução que o resolverá; tem de ser o próprio Deus! 
Mas o profeta ainda não terminou. Diz ainda que o povo precisa de Deus porque foram pisados (Is 63.18,19). Esta condição aparece de duas formas. Primeiro, por terem sido completamente dominados pelos seus inimigos (v.18), e segundo, porque chegaram ao ponto de serem iguais a pessoas sobre quem Deus nunca governou.
É impossível descer para um ponto mais baixo do que este: dominados por ímpios, e até mesmo se assemelhando aos ímpios que os venceram. Nem é preciso dizer o quanto este quadro se encaixa com nossa situação hoje. Nossos inimigos parecem estar triunfando sobre nós por toda parte. Ensinamentos cristãos são ridicularizados e se tornam alvo de deboche na televisão e no cinema. O respeito cristão pela vida é desafiado de forma monstruosa através do massacre indiscriminado de fetos pelo aborto. E ao invés de resistir a estas coisas, muitos cristãos estão se apressando a encobri-las ou a se acomodar a elas. Com toda certeza, estamos nos parecendo com os ímpios que nos venceram!
Outra vez digo: Precisamos de Deus! Somente Deus pode nos restaurar da nossa condição de povo pisado e vencido pelos inimigos. Somente Deus pode remover nosso opróbrio e nos restaurar para onde deveríamos estar.
Mas precisamos de Deus não só para avivamento; precisamos dele também...

2. Para a Conversão de pecadores
“...para fazeres notório o teu nome aos teus adversários”, Isaías orou. Este é o objetivo da igreja. Queremos ver o nome de Deus revelado àqueles que não o conhecem. Mas fico a pensar se entendemos a complexidade desta tarefa, e como dependemos inteiramente de Deus para realizá-la.
Isaías usa três metáforas para comunicar o que está envolvido em Deus fazer notório o seu nome. Primeiro, ele fala dos montes tremerem, “derreterem” (tradução do termo usado na versão KJV em inglês), ou ainda “escoarem” (Edição Corrigida), diante da presença de Deus. Que símbolo apropriado é a montanha para a vida do pecador! O pecador é uma cordilheira de montanhas disposta em oposição a Deus. Tem em seu coração montanhas de resistência, dureza, obstinação, incredulidade, orgulho e cegueira, que se opõem ao conhecimento de Deus.
Isaías também menciona a frieza da água. Tão frígido é o coração do pecador que qualquer influência espiritual logo é esfriada e exterminada. Ele precisa urgentemente de fogo para derreter o gelo e fazer a água ferver. 
Finalmente, Isaías também menciona os gravetos. A idéia aqui é de pequeno galhos, ramos e folhas, todos entrelaçados e emaranhados. É uma figura do coração humano, cheio de ervas daninhas, galhos, e toda espécie de vegetação selvagem, fora de controle. São os espinhos da parábola de Jesus (Mt 13.7,22). Antes que o pecador possa se converter, a Palavra de Deus precisa encontrar boa terra para poder lançar raízes. Enquanto há ervas e espinhos, a Palavra não pode se estabelecer. O mato precisa ser queimado primeiro.
Estas imagens devem reforçar para nós a verdade que pecadores estão na mais temível e deplorável condição imaginável, e ao mesmo tempo a verdade correspondente de que pecadores não são facilmente ganhos para o Senhor. Podemos nos armar com toda espécie de técnica evangelística, argumento sagaz, e propaganda cativante a respeito dos programas de entretenimento que estamos promovendo na igreja; mas ainda não seremos capazes de vencer a dureza, a frieza, e o emaranhado que há no coração do pecador. Podemos organizar teatros e seminários, podemos conversar animada-mente sobre como estamos entusiasmados com nossa igreja, e de como ficamos mais vibrantes depois que nos tornamos cristãos – e mesmo assim o pecador ficará olhando sem entender nada, ou irá embora achando graça.
Só há uma coisa que pode derreter a montanha, ferver a água, e consumir o mato entrelaçado do coração do pecador – e isso é o fogo de Deus! O poder de Deus é o que precisamos! Estou convencido de que a igreja não poderá realmente evangelizar enquanto não se colocar de joelhos para buscar o poder que convence, o poder que converte, e que vem de Deus!
A igreja, então, tem duas grandes necessidades. Precisa de avivamento para si mesma, e de conversão para aqueles que não conhecem a Deus. Ela é completamente incapaz de realizar estas coisas por si mesma. Que todos nós que fazemos parte da igreja, e que ansiamos por ver avivamento e conversões, nos coloquemos de joelhos para orar junto com Isaías: “Desce, Senhor. Precisamos de ti!”

Roger Ellsworth


APRENDENDO COM JESUS


O Que Significa Dar a Outra Face na Bíblia?

Quando a Bíblia diz que devemos dar a outra face a um agressor isso significa que não devemos nos deixar levar pelo sentimento de vingança pessoal.
Ao invés de dar lugar ao desejo de retaliação com um espírito de ódio e rancor, os cristãos devem dar lugar ao perdão através de um espírito de amor.
Jesus ensinou que seus seguidores deveriam dar a outra face ao falar sobre o erro da retaliação pessoal durante seu Sermão da Montanha.
Então ao condenar a vingança ao expor o verdadeiro sentido da Lei (Mateus 5:38), o Senhor Jesus declarou: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te referir na face direita, ofereça-lhe também a outra; e, ao que quer derramar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas” (Mateus 5:39-41).
O que dar a outra face não quer dizer?
Muitas pessoas ficam em dúvida quanto a interpretação correta dessas palavras de Jesus.
 Mas o contexto imediato da própria passagem e sua comparação a outros textos bíblicos, indicam que o objetivo das palavras de Jesus não era literal.
Ao dizer que não devemos resistir ao perverso, mas dar a outra face àquele que nos golpear o rosto, Jesus não estava exigindo que ficássemos expostos a agressões criminosas ou que aceitássemos violência gratuita.
A própria reação de Jesus ao ser esbofeteado indica isso (cf. João 18:2,23). Além do mais, Deus instituiu as autoridades para que elas fossem agentes da justiça punindo o malfeitor
(Romanos 13:1-6).
Então a exortação sobre dar a outra face deve ser interpretada à luz de seu ensino principal; a saber, o amor ao próximo, ainda que este seja seu inimigo (cf. João (cf. João 18:22,23).
Aqui vale lembrar que logo após dizer que os crentes devem oferecer a outra face, Jesus advertiu: “Amai os vossos inimigos” (Mateus 5:44).
Os estudiosos relembram também que uma bofetada no lado direito do rosto significava um insulto ou uma injúria.
Sob esse aspecto, dar a outra face então quer dizer não revidar um insulto ou uma injúria na mesma proporção, isto é, na base de uma reação vindicativa.
O teólogo do Novo Testamento, William Hendriksen, fornece uma explicação muito apropriada desse ensino do Senhor Jesus.
Ele diz que dar a outra face significa mostrar em atitudes, palavras e atos que não se está dominado pelo espírito de rancor, mas pelo espírito de amor.
Em outras palavras, Jesus Cristo está ensinando que seus seguidores não devem resistir ao perverso com medidas oriundas de uma indisposição para amar e perdoar.
Como dar a outra face?
A natureza humana possui uma inclinação natural a demonstrar uma aspiração por vingança.
É muito mais cômodo se enveredar pelo caminho do ódio e do ressentimento do que do amor e do perdão. Por isso não é fácil dar a outra face diante de uma ofensa.
Mas o cristão deve manter sempre em mente que a vingança pertence a Deus.
O apóstolo Paulo fala justamente sobre isso. Ele escreve: “Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Romanos 12:18-21).
Então veja que a ideia de que o crente deve dar a outra face, está diretamente relacionada ao fato de que ele é chamado a ser um pacificador; bem como ao pleno conhecimento de que ele serve a um Deus justo que a seu tempo certamente corrigirá todos os erros e ofensas.
Como diz Warren W. Wiersbe, podemos ser vitoriosos nessa tarefa, pois Jesus está do nosso lado, ajudando-nos a construir nosso caráter.
escrito por Daniel Conegero

APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...