sexta-feira, 16 de setembro de 2022

APRENDENDO COM EZEQUIEL (PARTE 08)

 

APRENDENDO COM EZEQUIEL

Qual o chamado de Deus para nossas vidas? O mesmo do Profeta Ezequiel

Qual a tarefa suprema da Igreja? Proclamar o Evangelho de Jesus Cristo. No entanto estamos esquecendo-a. Você está sendo vencido pelo comodismo ou está alienado aos ensinos dos falsos pastores?

A maior parte dos nossos pregadores não prega o evangelho, prega prosperidade. A pregação genuína do evangelho está sendo posta em um plano secundário.

 

Qual o chamado de Deus para nossas vidas?

Aprenda com Ezequiel. O nosso chamado é o mesmo do Profeta Ezequiel.

Vejamos os versículos 17 a 19 do terceiro capítulo de Ezequiel:

 

Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma.

 

Deus designa Ezequiel com Atalaia de Israel. Os atalaias se posicionavam sobre os muros da cidade, sobre topo de colinas, às vezes sobre torres de água ou instalações militares, pois precisavam de visão panorâmica. O trabalho deles consistia em avisar o povo sobre a aproximação de qualquer perigo. Eles serviam como protetores do povo e trabalhavam em favor do seu bem-estar.[1]

 

É nossa obrigação proclamar o evangelho. Essa obrigação não compete apenas aos pastores e obreiros, se você é um cristão, você também tem essa obrigação. Não digas: “sou apenas um crente de banco, não levo jeito para pregar, evangelizar é apenas para os pregadores.” Não seja tolo! Em Marcos 16.15, Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura.” Esse imperativo é para todos aqueles que estejam debaixo do seu senhorio.

 

Você está debaixo do senhorio de Cristo? Se estiver, então proclame dos telhados que o evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crer!

 

Devemos avisar ao ímpio acerca de seus pecados, é nosso dever como cristãos. Deus nos constituiu como atalaias. Tome sua Bíblia e saia às ruas dizendo que não há outro que possa conduzir o homem a Deus a não ser, o Senhor Jesus Cristo.

 

Faça o que fez o Profeta Isaías, responda positivamente ao chamado de Deus. Vejamos o capítulo 6 versículo 8 do livro de Isaías: “…ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Não se esconda! Esse mesmo chamado é para nós cristãos. Seja um enviado de Deus. Obedeça ao imperativo de Jesus. Diga para Deus que estar disposto, peça-o capacitação, coloque-se à disposição de sua vontade.

 

Jesus disse aos seus discípulos que a seara é grande, mas poucos são os trabalhadores (Mateus 9.37). Trabalhe para Jesus. Alimente-se das verdades bíblicas e vá proclamar que não há salvação em nenhum outro, que não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos.

 

Por que você não está pregando o evangelho? Que não seja por vergonha! O Apostolo Paulo escrevendo aos romanos disse: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Escrevendo aos coríntios disse: “Ai de mim, se não pregar o evangelho” (1 Corintios 9.16). Aos presbíteros de Efésios disse: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (Atos 20.24).    

 

Deus nos confiou sua palavra. Ele nos entregou um tesouro. Precisamos ir e anunciar. Sonegar o evangelho é como um crime de apropriação indébita. O evangelho não é para ser retido, mas para ser proclamando. Ninguém pode reivindicar o monopólio do evangelho. A boa nova de Deus é para ser repartida. É nossa obrigação fazê-la conhecida de outros. Em qualquer lugar do mundo, deixar de pagar uma dívida é considerado um ato vergonhoso.[2] Hernandes Dias Lopes citando Charles Erdman aponta que proclamar o evangelho em todo o mundo e a toda criatura não é uma questão de sentimento ou preferência; é obrigação moral; é dever sagrado.[3]

 

Portanto, cumpra seu dever como cristão. Proclame a mensagem da cruz, e tome por exemplo o maior pregador da história — o Senhor Jesus Cristo. Pregue para aqueles que ninguém dá nada, como também para os abastados que do topo da autossuficiência pensam que não precisam de Jesus, quando na verdade, estão mortos em seus pecados precisando com urgência ter um encontro com o Salvador; para passar de um estado de condição deplorável para um estado de vida eterna, não sendo mais subjugados pelo pecado, mas, alcançados pela graça de Deus que quebra as correntes do pecado e transforma vidas.

 

APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS

"Jesus é absolutamente singular. Ele é a segunda Pessoa da Trindade..."

 

Era noite. Havia chegado a festa da Páscoa. O clima estava pesado. Jerusalém, apinhada de peregrinos, estava prestes a contemplar a mais dolorosa cena de sua sofrida história. No cenáculo, Jesus passava suas últimas instruções para os discípulos antes de mergulhar nas densas trevas da fatídica noite de sua prisão.

 

Judas já havia vendido sua consciência por dinheiro para entregar o Mestre. Os discípulos estavam perturbados e aflitos. Nas caladas da noite, o sinédrio judaico, tomado de inveja, maquinava planos para condenar Jesus à morte. Aquela hora estava agendada na eternidade. Para aquele momento Jesus tinha vindo ao mundo.

 

Jesus haveria de glorificar o Pai com sua morte e abrir para nós a porta da redenção. Jesus acalma os discípulos, falando-lhes da Casa do Pai e do lugar que iria preparar para eles.

 

Tomé, assaltado pela dúvida afirma não saber o caminho para onde Jesus vai. Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Três verdades benditas são aqui destacadas:

 

1. Jesus é o caminho que nos conduz a Deus

Jesus não é uma senda incerta, uma trilha insegura, um atalho duvidoso, uma estrada perdida, uma rota dentre outras, um caminho qualquer, mas o Caminho. Não existem vários caminhos para Deus. Não existem várias sendas para a bem-aventurança eterna.

 

Jesus é o único caminho para o Pai. Ele é a única vereda que nos conduz à eternidade de glória. Fora dele ninguém pode chegar ao céu. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. Ele é o caminho, ele é a porta, ele o único que pode nos tomar pela mão e nos reconciliar com Deus.

 

2. Jesus é a verdade que dirige os nossos passos

 

Os gregos definiam a verdade em termos da harmonia de idéias, na esfera do pensamento. Para os hebreus, a verdade tinha uma relação direta com o campo da vivência. A verdade do grego era expressão da lógica, enquanto a verdade do hebreu era uma expressão existencial.

 

Jesus não é apenas uma verdade conceitual, mas a perfeita expressão da harmonia entre o humano ser e a augusta Divindade, entre a vontade divina e o humano querer. Jesus não é apenas a verdade que satisfaz a nossa mente, mas a verdade que dirige os nossos passos.

 

Jesus é a verdadeira expressão do verdadeiro Deus. Ele é Deus feito carne. Ele é a exegese de Deus. Ele é Deus Emanuel. Jesus é a verdade que liberta, a verdade que transforma e a verdade que satisfaz.

 

3. Jesus é a vida que devemos viver

Jesus é o autor da vida. Ele é o criador e o mantenedor da vida. Nele nos movemos e existimos. À parte de sua providência pereceríamos inevitavelmente. Mas, Jesus também é o autor da vida espiritual. Ele veio para nos trazer vida e vida em abundância. Ele morreu a nossa morte para vivermos a sua vida. Por sua morte e ressurreição, ele venceu a morte e trouxe à luz a imortalidade. Agora, todo aquele que nele crê tem a vida eterna.

 

A essência da vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus, o seu Filho eterno. Não há vida espiritual à parte de Jesus. Nossas cerimônias são vazias sem Jesus. Nossos rituais são desprovidos de significado sem Jesus. Nossa religião é vã sem Jesus. Ele não apenas dá vida, ele é a vida! Sem Jesus os homens, mesmo vivos, estão espiritualmente mortos; mas, em Jesus recebem vida plena, abundante e eterna.

 

Jesus é absolutamente singular. Ele é a segunda Pessoa da Trindade. Ele é o Filho eternamente gerado do Pai. Ele é o Messias prometido. Ele é o Salvador do mundo. Ele é o Senhor da História. Ele é o dono da Igreja. Ele é o Rei que governa as nações e voltará em majestade e glória. Ele o caminho que nos conduz a Deus. Ele é a verdade que sacia nossa mente, inspira nossa conduta e guia os nossos passos. Ele é a vida que recebemos e que devemos ser e viver por toda a eternidade.

APRENDENDO COM SALOMÃO (PARTE 24)

 

A RELAÇÃO DA NOIVA COM DEUS

Cantares de Salomão – No antigo Israel, os casamentos eram de grande importância para as famílias e a comunidade rural.

Os festivais de núpcias costumavam durar uma semana, ocasião em que o noivo e a noiva eram tratados como reis pelos camponeses locais.

O rabino Akiba (135 D.C. aproximadamente) diz que foi considerado um dos livros mais sagrado de Israel, pois representava o relacionamento amoroso entre Israel e o Senhor da aliança, era lido anualmente pela nação por ocasião da Festa da Páscoa. Quando se comemorava a libertação do Egito.

O tema do livro são as delícias do Puro amor conjugal retratando o amor de Deus pelo seu povo.

A aliança de Israel com o Senhor é muitas vezes retratada pela união conjugal (Is 50.1; 54.5) A descrição sutil do relacionamento divino por trás do romance humano (a história de Salomão e sua noiva), também explica a ausência de menção direta de Deus.

A presença divina permeia o livro na pessoa de Salomão, o amado; Da mesma forma que as parábolas de Jesus muitas vezes apresentam Deus na figura de rei, juiz, pai, etc.,

Cantares de Salomão ensina a verdade divina do relacionamento do Senhor com o seu povo, quando descreve o modelo carnal do matrimônio.

Assim como Cantares simboliza o relacionamento de amor entre o Senhor da Aliança e Israel, Cristo é maior do que Salomão, ao qual a Igreja está prometida como virgem pura (Mt. 12.42; 2Co.11.2; Ef. 5.27).

Talvez não haja descrição metafórica melhor do relacionamento conjugal e íntimo do que a de Cantares de Salomão.

Embora da primeira vez tenha vindo como pastor para desposar sua noiva, ele ainda virá em esplendor real para recebê-la na sua câmara de núpcias. (Ct.2.4)

Oséias – O tema do livro de Oséias é o amor inabalável de Deus por Israel a fim de trazer julgamento e restauração final.

Este livro faz uma comparação de uma tragédia pessoal na vida do profeta de uma esposa infiel

1- Casamento com Gômer – sua esposa retrata a infidelidade de Israel, seus filhos são presságio de julgamento e misericórdia,

2)- divórcio – idiotice do adultério, miséria do adultério

3)-  novo casamento com Gômer – Senhor planeja novo casamento com Israel, Ordena que torne a se casar com Gômer, com a tragédia nacional de uma nação infiel

1)- Ação de divórcio do Senhor contra Israel – decadência do povo, depravação dos líderes, a partida do Senhor à espera de arrependimento.

2)- O Senhor deplora a infidelidade de Israel. A analogia divina com o casamento humano apresentada neste livro foi planejada e expressa divinamente, e não deve ser posta de lado.  

APRENDENDO COM PAULO (PARTE 68)

 

APRENDENDO COM PAULO

 

Em filipenses 2, Paulo reforça o conceito de comunhão entre os irmãos. Além disso, ele utiliza de forma profunda o exemplo de Jesus Cristo e o utiliza para estimular os filipenses a resplandecer a luz de Cristo.

 

ESBOÇO DE FILIPENSES 2

2.1 – 4: Humildade e fraterno amor cristão

2.5 – 11: Jesus Cristo, sendo Deus, humilhou-se

2.12 – 18: Os cristãos devem resplandecer

2.19 – 30: Paulo envia homens de Deus

 

COMENTÁRIO FILIPENSES 2.1 – 4

Paulo convida os filipenses a uma profunda koinonia (palavra grega que significa comunhão).

 

Paulo pede que eles sejam unânimes. Que tenham um propósito em comum. Embora tenhamos diferenças de opinião e pensamentos, em determinados assuntos, precisamos ceder muitas vezes, em alguns pontos para manter a união do conjunto.

 

COMENTÁRIO FILIPENSES 2.5 – 11

Jesus é Deus. Mesmo assim, Ele se tornou homem e se submeteu a participar dos mesmos sofrimentos que todos nós, seres humanos. Limitações, dores dificuldades, contas, pressão, etc.

 

Além disso, sobre ele pesava a responsabilidade de redimir a humanidade. Então, ele se fez pecado por nós enfrentou o Getsêmani e a dor da crucificação. Três dias após a dor do Calvário, Jesus Cristo ressuscitou, e recebeu o nome que está sobre todo o nome.

 

COMENTÁRIO FILIPENSES 2.12 – 18

Paulo exorta os filipenses, mais uma vez a viver em união. Ele destaca que a salvação é um processo iniciado por Deus, por isso eles devem ser pacientes uns com os outros.

 

Ao observar a sua união, os perdidos se sentirão encorajados a estar com eles. Dessa forma, eles resplandecerão como “estrelas no universo”.

 

Paulo reforça o pedido, ao falar sobre a possibilidade real de sua morte. Caso acontecesse, seu trabalho não teria sido em vão, por causa do bom testemunho dos filipenses.

 

COMENTÁRIO FILIPENSES 2.19 – 30

Paulo destaca a importância de Timóteo para o seu ministério. Ele é um grande exemplo de que não importa o quão jovem seja o cristão, ele pode dar frutos maravilhosos no Reino de Deus.

 

Da mesma forma Epafrodito. Arriscou sua integridade física e também a sua vida para oferecer ajuda a Paulo. O apóstolo reconhece que o Senhor não permitiu que ele morresse, para não lhe acrescentar tristeza, sobre tristeza. Isso mostra o quanto o nosso Deus é bom.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

APRENDENDO COM PAULO (PARTE 67)

 APRENDENDO COM PAULO 

II Coríntios 7.9-10 - "A tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte.Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que desculpas, que indignação, que temor, que saudade, que preocupação, que desejo de ver a justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito."

Paulo escreveu isso para a Igreja, não para o mundo.arrependimento é para o mundo tanto quanto o é para a Igreja. Nessa passagem, "arrependimento" vem da palavra grega metanoia que significa "mudança da mente". Deus não está procurando arrependimento de pecados somente, mas uma mudança de mente e de coração através do processo de pensamento que tolera essa maneira de viver. Ele quer que arrependamos do caráter que alimenta o pecado.

Arrependimento é mais do que se desculpar por alguma coisa feita. Paulo disse que há uma tristeza que não produz arrependimento, mas a morte! Nem todas as tristezas são piedosas. Nem todas as lágrimas são motivadas por um arrependimento genuíno.

Através do verso acima, entendemos que há um tipo de tristeza (do mundo) que nos leva à morte e outro (tristeza piedosa) que nos leva à vida. Qual é a diferença entre "a tristeza do mundo e a tristeza piedosa? A diferença é simples: a tristeza do mundo focaliza você, enquanto a tristeza piedosa focaliza Cristo. A tristeza de acordo com o mundo se preocupa com as consequências resultantes do pecado, não com o fato de que o pecado tem nos separado do coração de Deus. Quando uma pessoa está preocupada em como o pecado pode afetar seu status, seu bem-estar, sua posição ou reputação, não é uma tristeza piedosa. Isso produz um enfoque egoístico, que leva aquela pessoa, cada vez mais, a um estado de endurecimento do coração! Isso eventualmente leva à morte!

 


Para ilustrar essa diferença, vamos examinar a vida e os motivos do rei Saul e do rei Davi. Deus ordenou ao rei Saul que atacasse Amaleque e destruísse totalmente tudo que lá tivesse. Ele tinha de matar homens, mulheres, crianças e bebês, gado, ovelhas, camelos e burros. Saul foi para a guerra; entretanto, ele trouxe o rei Agague vivo e ficou com o melhor do gado, das ovelhas, dos animais confinados, dos cordeiros e com tudo que era bom, sem destruir tudo. Então, a Palavra do Senhor veio ao profeta Samuel sobre a desobediência de Saul à ordem de Deus. Samuel confrontou Saul porque em seu coração não havia arrependimento. Saul se defendeu dizendo que havia feito tudo o que Deus lhe havia ordenado. Samuel apontou especialmente o que Saul havia omitido e, quando Saul viu que Samuel estava correto, ele se desculpou e culpou o povo. Samuel declarou que era a Saul que havia desobedecido a ordem do Senhor. Quando Saul percebeu que não havia ninguém mais para ele culpar, rspondeu: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o Senhor teu Deus (1 Samuel 15.30).

Ele reconheceu os seus pecados como muitos fazem quando são apanhados em flagrante. Entretanto, era uma tristeza do mundo, pois ele estava preocupado com a exposição de seu pecado diante dos líderes e dos homens de Israel, não porque ele havia pecado contra Deus. Sua resposta era para guardar sua reputação e o seu reino, e seu motivo era a ambição egoísta. Como resultado, o reino que ele tentou proteger duramente da sua própria maneira foi tirado dele. Ele temeu o homem mais do que temia a Deus, o qual é a motivação daqueles que buscam seus próprios interesses!

Agora veja o rei Davi. Ele cometeu um adultério com Bate-Seba, esposa de Urias, o heteu, o servo fiel de Davi. Quando Davi menos esperava, ela estava grávida como resultado de seu pecado; mas seu esposo não quis dormir co ela enquanto os seus homens estavam no campo de batalha. Davi, então, colocou Urias na linha de frente da batalha e deu ordens a Joabe, o capitão, para retirar os homens de detrás dele para que os inimigos o matassem. Davi cometeu um adultério e premeditou um assassinato para cobrir o seu pecado o seu pecado. Então, ele foi confrontado pelo profeta Natã e, quando seu pecado foi exposto, Davi disse a Natã: Pequei contra o Senhor (2 Samuel 12.13). Saul e Davi confessaram que haviam pecado, mas Davi compreendeu sobre quem ele havia pecado e caiu com a face no chão em arrependimento. Davi não estava preocupado com o que seus líderes ou os homens de Israel poderiam pensar dele; ele se preocupou apenas com o que Deus pensava sobre ele, pois sabia que havia machucado o coração de Deus. Ele clamou, dizendo: Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante dos teus olhos... (Salmo 51.4). Davi era um homem segundo o coração e Deus, enquanto Saul tinha seu coração em seu próprio reino. Davi foi sustentado pelo seu amor a Deus; Saul foi destruído pelo seu amor próprio.


John Bevere - Extraído do Livro: Voz do que Clama

APRENDENDO COM SAMUEL (PARTE 11)

 APRENDENDO COM SAMUEL  

Muitos anos já se passaram desde o dia em que ele fora chamado por Deus. Na época ele era apenas um menino que servia a um sacerdote. Depois disso, Samuel se tornara um profeta e um juiz do povo de Israel. Contudo, os seus dias de juiz já haviam passado. Sentindo o peso dos anos, ele havia passado a tarefa para seus filhos. Já estava na hora de se aposentar. Esse, contudo, não é um daqueles dias pacatos da vida de aposentado.

 

Samuel ouve um barulho e, quando vai à janela, vê uma comitiva chegando. Todos os líderes da nação de Israel estão vindo bater à porta de Samuel. “Será que eles não sabem que eu me aposentei?” – pensou Samuel – “Bem, acho que um profeta nunca se aposenta de verdade…”

 

Depois de se cumprimentarem, Samuel lhes pergunta o porquê da visita. Os líderes vão direto ao ponto: “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam nos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora um rei para nos julgar, como o têm todas as nações” (1 Sm 8.5 – Grifo meu) Talvez a cena não tenha se desenrolado exatamente do jeito que descrevi, mas os líderes usaram exatamente essas palavras acima. Se você continuar lendo o texto verá que nem Samuel nem Deus gostaram muito daquilo que os líderes disseram.

 

Samuel, de fato, estava velho e seus filhos não seguiam seu exemplo. Até aí tudo certo. A segunda parte da fala é que foi problemática. Primeiro porque eles não vieram pedir o direcionamento de Deus. Eles já haviam tomado a decisão de pedir um rei sem sequer pedir a opinião divina. Um profeta deveria ser consultado pelo povo, não ordenado por ele. Essa postura, porém, é apenas um reflexo da decisão que os líderes de Israel haviam tomado. Eles queriam um rei. Não queriam mais que Deus os governasse. Eles desejavam agora receber ordens de um rei, um jovem e chefe militar, cercado de toda a pompa, não mais de um profeta velho.

 

Por quê? Por que eles se recusaram a receber as direções de Deus e decidiram tirar a posição de Rei de Israel do Todo-Poderoso para dá-la a um humano qualquer? A própria fala deles revela a razão. Eles queriam um rei como todas as nações. Em outras palavras, eles estavam cansados de ser diferentes.

 

A mesma tentação à qual os israelitas sucumbiram, continua presente na vida dos cristãos até hoje. Às vezes é ruim ser o único dos seus colegas que não vai para o barzinho depois do expediente. O único que não fica olhando para o corpo da mulher do outro. A única que não fala mal do marido. O único casal de namorados da turma que não tem relações sexuais. Talvez você não seja o único, porque existem outros cristãos que convivem com você, mas, mesmo assim, em muitos contextos ainda somos minoria. Não é fácil se manter firme fazendo parte da minoria. Somos seres sociáveis, queremos nos entrosar, queremos ser aceitos no grupo. Isso é particularmente desafiador na juventude. O impulso de seguir o grupo faz com que muitos se desviem nessa fase da vida.

 

Porém, a tentação de ser normal não se resume a isso. Também queremos, dentro da igreja, ser igual aos demais. Queremos ter as mesmas opiniões, as mesmas posturas e as mesmas práticas que todos os outros. Muitas vezes seguimos, sem questionar, o padrão deixado pelos nossos pastores e líderes. Não me entenda mal. Devemos seguir os bons exemplos que temos ao nosso redor. Porém, ainda que o seu pastor pregue muito bem, você precisa pregar exatamente como ele? Será que Deus precisa de duas pessoas que preguem do mesmo jeito? Só porque os outros estão fazendo a vontade de Deus, não quer dizer que precisamos copiá-los. Deus tem um plano exclusivo para você. Deus nos chama a sermos diferentes.

 

O Senhor está procurando pessoas que estejam dispostas a pensar fora da caixa. A fazer o que ninguém mais está fazendo. Questionar o que outros não questionam. Ir aonde outros não vão. Ao invés de seguir o modelo dos outros, devemos seguir a direção particular de Deus a nós. Somente assim nossa vida haverá de fazer a diferença nesse mundo. Afinal, fazer o que todos fazem pode até não ser errado, mas certamente é irrelevante.

 

Nossa oração não deve ser como a dos líderes de Israel que falaram com Samuel. Deve ser como a de Moisés: “Então Moisés lhe respondeu: Se não fores com teu povo, não nos faças sair deste lugar. Como é que os outros povos poderão saber que estás contente com o teu povo e comigo, se não fores conosco? A tua presença é que mostrará que somos diferentes dos outros povos da terra” (Ex 33.15-16 NTLH- Grifo meu)

 

Deus estava com o povo de Israel na época de Samuel, mas eles não queriam mais as direções de Deus, só as suas bênçãos. No caso de Moisés foi o contrário. Deus disse que iria embora, porém os abençoaria com a posse da terra prometida. Moisés orou dizendo que só a benção de Deus não era o bastante. Ele queria a companhia e a direção de Deus.

 

Quem você deseja imitar: os líderes de Israel ou Moisés? Você deseja ser como todos os demais ou diferente?

 

APRENDENDO COM SAMUEL (PARTE 10)

 APRENDENDO COM SAMUEL (PARTE 10)

Samuel: “O menino Samuel ministrava perante o Senhor, sob a direção de Eli; naqueles dias raramente o Senhor falava, e as visões não eram frequentes. […] Então Samuel foi se deitar. O Senhor voltou a chamá-lo como nas outras vezes: Samuel, Samuel! Então Samuel disse: Fala, pois o teu servo está ouvindo. (I Samuel 3.1-10).

 

Diferente de Adão que já era habituado a escutar a voz de Deus e de Moisés que foi atraído por uma visão sobrenatural, Samuel não conseguiu discernir a voz do Senhor da voz de uma pessoa comum, neste caso Eli. Diferente de Adão que fugiu ao ouvir a Voz divina e diferente de Moisés que encontrou diversas desculpas para não obedecer ao que ouviu, o menino Samuel ouviu com atenção e obedeceu com destreza ao que Deus lhe ordenara. Deus compartilhou com Samuel o que seu coração sentia com relação à casa de Eli. Deus que não achou em Eli, Ofni ou Fineias espaço no coração para falar, encontrou no garoto Samuel alguém disponível para ouvir e disposto para obedecer.

 

Em Samuel nós aprendemos que Deus chama porque tem grande desejo de compartilhar conosco o que vai em seu coração.

 

Ele fez isso com Oseias ao ordenar que o profeta casasse com uma prostituta e a amasse, Deus queria que Oseias sentisse o mesmo desapontamento que Ele mesmo sentia com relação ao povo de Israel que vivia traindo ao Senhor, trocando-O por falsos deuses.

 

Saulo: “Em sua viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente brilhou ao seu redor uma luz vinda do céu. Ele: Quem és tu, Senhor? Ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem você persegue”. (Atos 9)

 

Diferentemente de Adão que era acostumado a dialogar com Deus, de Moisés que era integrante do povo eleito por Deus e de Samuel que era aprendiz de sacerdote, Saulo era totalmente indiferente a Deus. Sua religiosidade o cegou de tal modo que ele acreditava estar fazendo um favor a Deus eliminando os cristãos. Sua meta era erradicar os cristãos de todo o império.

 

Mancomunado com os romanos e com a elite religiosa de sua época, essa tarefa não seria aparentemente muito difícil. Mas a vida deste tal de Saulo foi totalmente mudada quando ele ouviu o chamado de Deus. Saulo foi grandemente instrumentalizado e usado para a proclamação do evangelho e da salvação de Deus. Ninguém fez mais do que Paulo em favor do reino de Deus. A grandeza do seu ministério é imensurável e a riqueza da revelação da doutrina de Deus em seus escritos é fenomenal.

 

Paulo tornou-se a pessoa que foi porque o chamado de Deus não penetrou apenas seus ouvidos, mas entranhou-se em sua alma e governou cada batida do seu novo coração.

 

Em Saulo aprendemos que Deus chama o homem porque quer usá-lo em proporções incríveis para promover sua gloriosa salvação.

 

Conclusão

O chamado divino também pode ser recusado, Jonas o recusou, Judas o recusou, Adão o recusou, alguns sacerdotes o recusaram. Mas a todos quantos o abraçaram, o viveram e o valorizaram a esses Deus reservou uma graça não tão comum, uma grandeza nunca antes vista, uma glória nunca antes experimentada!

 

Qual é a sua resposta ao chamado de Deus? O que você fará com a voz divina que se dirige a você em diversos momentos e em diferentes formas? Com quem você quer se parecer com Adão que fugiu da voz de Deus ou com Moisés que se dirigiu para o lugar aonde a voz era mais forte? Com Eli que se tornou indiferente com a voz de Deus ou com Samuel que se levantou e se dispôs a ouvir?

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