Simão, o Mago (Parte 1)
"Portanto,
pelos seus frutos os conhecereis." [Mateus 7:20]
No capítulo 8
do livro dos Atos, temos um relato muito interessante do homem normalmente
chamado de "Simão Mago". Ele nos é apresentado por Lucas, o
"médico amado", o autor do livro Atos dos Apóstolos.
A partir do
verso 5, lemos o seguinte: "E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes
pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe
dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia; pois que os espíritos
imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos
paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade."
"E estava ali um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera
naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que
era uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor até ao maior,
dizendo: Este é a grande virtude de Deus. E atendiam-no, porque já desde muito
tempo os havia iludido com artes mágicas.
Mas, como
cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus
Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. E creu até o próprio Simão;
e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as
grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.
Lucas informa
que Simão exercera anteriormente a "arte mágica", enganação,
ilusionismo, alguém que pratica astrologia, adivinhação e outras práticas
ocultistas numerosas demais para mencionar, e era, portanto, homem misterioso.
Muitas das
religiões do mundo consideram Jesus Cristo como um mestre elevado no mesmo
plano que Maomé, Buda, Confúcio, Visnu, etc., mas apesar disso apenas um homem,
e não o próprio Deus em forma de homem.
Lendo comentários
e dicionários bíblicos referentes a Simão, vemos que na verdade ele se mostrava
ao povo de Samaria como se fosse uma deidade!
Achamos essa
alusão nos versos 9 e 10. Assim, o ponto que quero deixar claro é que Simão
conhecia melhor o plano e o programa do Diabo que o homem comum nas ruas.
Isso nos
ajuda a compreender sua profunda admiração quando Filipe veio à cidade e
começou a operar milagres por meio do poder do poder do Espírito Santo, que
fazia a magia de Simão parecer amadorismo; julgando por suas ações
subseqüêntes, parece que ele concluiu que Filipe era um adepto mais avançado do
que ele - talvez até um mestre elevado do conhecimento!
Observe que o
verso 13 diz "creu até o próprio Simão" - isto é, ele aderiu,
acreditou e confiou no ensino de Filipe..."
A tradução
aqui sugere que Simão obviamente creu no ensino de Filipe, mas não na salvação
em Jesus Cristo. Observe que após ser batizado, ele "ficou de contínuo com
Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito."
Agora, se
terminássemos a história neste ponto, sem dúvida muitos diriam que, como Simão
creu e foi batizado, ele tornou-se um cristão (e, a despeito da evidência em
contrário, alguns ainda acreditam nisso).
No entanto,
essa inferência está baseada em uma evidência incompleta - e extremamente
duvidosa, em vista dos eventos posteriores.
Na verdade,
se olharmos para os relatos do ministério terreno do Senhor, encontramos
diversas ocasiões em que ele curou as pessoas, restaurou a visão aos cegos,
ressuscitou os mortos, e realizou muitos outros milagres.
No entanto,
se lermos atentamente os relatos, em muitos desses casos, não há nenhuma menção
que a salvação individual foi obtida; no entanto, muitos pastores
rotineiramente insistem em espiritualizar e dizer que as pessoas também foram
salvas!
Bem, essa é
uma conclusão baseada em uma total falta de evidência e não deveria ser
adotada. Somente Deus sabe se aquelas pessoas também foram salvas ou não e, se
não é mencionado especificamente, não devemos fazer acréscimos à Palavra de
Deus!
Voltando à
Simão, e acompanhando a narrativa nos versos 14 até 24: Os apóstolos, pois, que
estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram
para lá Pedro e João.
Os quais,
tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (Porque
sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do
Senhor Jesus).
Então lhes
impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. E Simão, vendo que pela
imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu
dinheiro, Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem
eu puser as mãos receba o Espírito Santo.
Mas disse-lhe
Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de
Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque
o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua
iniqüidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do
teu coração; Pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniqüidade.
Respondendo, porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do
que dissestes venha sobre mim.
Quando Simão
observou os apóstolos impondo as mãos sobre os crentes para que recebessem o
Espírito Santo, suas verdadeiras intenções vieram à tona imediatamente.
Shazam!
Aquilo era magia
poderosa e ele também precisava tê-la; custasse o preço que
custasse!
Assim, ele
fez um grande erro e tentou oferecer dinheiro em troca do "segredo"
daquela capacidade sobrenatural.
E, como
sempre acontecia, Pedro foi o primeiro a falar. E, ele disse exatamente aquilo
que Simão precisava ouvir! Sem hesitação, ele disse a Simão que poderia pegar
seu dinheiro e ir para o inferno!
A maioria dos
pastores receia em adotar nessa interpretação, mas basicamente foi isso que
Pedro lhe disse.
Assim, por
que Pedro faz essa repreensão tão condenatória - que nos deixa literalmente
admirados?
Evidentemente,
o Espírito Santo o motivou a proferir aquela repreensão, pois Simão Mago não
era um cristão genuíno e suas ações provavam isso.
Observe
atentamente que não há indicação que Simão arrependeu-se de suas ações ou
intenções.
Sua única
resposta foi um pedido para que eles orassem a Deus para que nada daquilo que
Pedro disse viesse sobre ele. Essa é a última vez que ouvimos de Simão nas
Escrituras.
Postado por
Paulo cezar gomes de souza