terça-feira, 8 de dezembro de 2015

APRENDENDO COM BELSAZAR

APRENDENDO COM BELSAZAR (PARTE 2)

Surpresa na Festa

 

Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:5 e 6)

Havia muitas festas entre os reis do mundo antigo. Os reis eram conhecidos por seus banquetes. As autoridades de todos os tempos, não só as antigas, gostam de “aparecer” perante os homens. Gostam de mostrar o seu poderio, sua capacidade e riquezas. 

Uma forma de fazer isto é por meio de festas, grandes festas. Aliás, não só os grandes agem assim, quase todos tem esse ponto fraco. 

Se nem ao menos os pequenos escapam da tentação de ostentar, o que esperar dos grandes. Se atentarmos para os dias de hoje, as festas não são longas como as dos tempos antigos, mas são caríssimas e fartas de pomposidade, onde se mostra o gasto de muito dinheiro. A simplicidade é privilégio de poucos, é coisa rara em nossos dias.

Pois o neto do rei Nabucodonosor, a quem chama carinhosamente de pai, deu uma festa nem assim tão grande, pois eram mil os convidados, e a festa era de poucos dias. Mas o que diferenciou essa festa foi a arrogância mística do rei. 

Ele decidiu fazer uma gozação contra o DEUS do Universo, que ele conhecia porque, como futuro rei, devia ter estudado, e muito bem, a história do império que herdava de seus antepassados. Sabia que Nabucodonosor lutara contra DEUS, perdera diversas vezes até que se entregou por completo a DEUS. 

Sabia que o reino não era eterno, e que passaria a outros. Mas, decidiu arrogantemente desafiar ao DEUS que seu avô já ousara desafiar, arriscando perder o reino, pois, conscientemente, cometia os mesmos desacatos de seu avô. 

O herdeiro do grande império babilônico para dominar o mundo todo caiu na armadilha da segurança e da confiança em seu próprio poder, e achava que estava garantido como rei de Babilônia. Assim mandou, em atitude de deboche contra o DEUS dos judeus, trazer alguns dos vasos sagrados para deles beber vinho, e com seus grandes, rirem desse DEUS. 

No momento em que estavam fazendo isso, a mão de DEUS escreveu na parede o decreto divino de que o seu reino já estava passando às mãos de outro poder, por ordem do DEUS de quem Belsazar estava ridicularizando. 

Sem que soubesse, em sua alegria de poderoso zombador, o inimigo já estava trabalhando para entrar na cidade e tomar-lhe o poder e a vida.  Quanta ignorância!

A escrita na parede (Dan. 5:1-9)

A festa transcorria ruidosamente. Dentro do palácio, só alegria sem compromisso com a realidade, mas com o álcool. Um jovem rei, sem experiência de vida, esbaldava a sua loucura, intemperança, irresponsabilidade e principalmente leviandade. Seu pai, o verdadeiro rei de babilônia, Nabonido, há pouco perdera uma batalha decisiva para deter o imperador Ciro de avançar sobre Babilônia. 

As forças inimigas aproximavam-se rapidamente da capital do império babilônico. E o rei herdeiro fazendo festa – típica coisa de pessoa nova sem capacidade de percepção dos perigos da vida. E não faltaram aqueles aproveitadores, que só apreciam barulho para a ele se unirem na intemperança e idolatria.

Em meio a bebedeira, o rei ousou desafiar o DEUS que convertera seu avô Nabucodonosor. Mandou que trouxessem os vasos sagrados que tempos atrás pertenceram ao templo de Jerusalém, e que Nabucodonosor sempre respeitara, mesmo nos tempos em que se achava maior que DEUS. Belsasar em sua desvairada loucura, transformou a festa de glutonaria e bebedeira em uma espécie de ritual em homenagem aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra que havia no palácio.  
Ele confiava nesses deuses, e resolveu desafiar o verdadeiro DEUS, de quem sabia muitas coisas, bebendo com seus grandes e as mulheres daqueles vasos, brindando aos deuses pagãos. Fez isso justamente no momento em que mais deveria ter recorrido ao DEUS que tem poder, quando a crise se aproximava

Nesse momento rejeitou ostensivamente ao DEUS de seu avô, e se lançou aos deuses do paganismo. Fez portanto duas coisas, formalmente demonstrou sua entrega e confiança em deuses feitos por mãos humanas e afrontou o DEUS de verdade, que é Criador, e que pode dar autoridade e pode tira-la.

A festa transcorria em meio aos ruídos da música, altos risos, piadas imundas, demonstrações e atos de sensualidade, um processo de franca degeneração moral. Ainda era uma espécie de culto imoral às divindades da mitologia babilônica. O barulho da festa estava alto demais para permitir a ação de qualquer bom senso, essa não era a hora para alguma reflexão e avaliação do que ali se passava. Todos queriam mais barulho, bebida, dança e a alegria do álcool no vinho.

Repentinamente, silenciosamente, aparece uma grande mão que se movimenta independentemente do que ali se passa. Logo todos vêem a mão que se aproxima da parede e, estendendo o dedo indicador, escreve. É o mesmo dedo que escreveu os Dez Mandamentos, agora estava escrevendo um decreto. É o dedo do DEUS de Quem estava zombando. Do grande barulho na sede do império de satanás, em instantes, o ambiente passa a um silêncio sepulcral. Nem ao menos uma palavra alguém ousa pronunciar. 

Todos dirigem seus olhares para os movimentos da mão e para as palavras que ela escrevia na parede. Era algo impressionante, e se espalhou um temor entre todos, principalmente no rei. Nele os ombros se soltaram, perdeu as forças, tremia de alto a baixo, batiam-lhes os joelhos um no outro, e a fala lhe desapareceu da garganta. Lentamente a mão escreveu quatro palavras incompreensíveis. 

Era tudo muito apavorante, e as consciências pelo que fizeram com os vasos retumbaram em repreensões íntimas. Parecia ser tarde, algo estranho e terrível parecia que estava por acontecer, e, aliás, já estava acontecendo do lado de fora dos muros, e até mesmo dentro dos muros. O rei Ciro com seus soldados já entrava na cidade, tendo desviado o curso do braço menor do riu Eufrates, e já se preparava para o assalto final.

O pavor estava em todos os rostos, e o rei sem poder pronunciar uma palavra. A escrita estava ali. A mão que escrevera desaparecera. Tentavam entender o que significava, mas era impossível. Longos minutos se passaram, e o rei só olhava para as palavras. Eram apenas quatro palavras, mas parecia terem um poder que não se poderia avaliar. Aos poucos, suado e tremendo, o rei se recupera. E, conseguindo falar, com dificuldade, dá em sussurros, uma ordem de perdedor: queria que os sábios interpretassem a mensagem que permanecia na parede. Mas o mistério se estendeu até que ali foi introduzido Daniel, o servo do DEUS do qual zombaram.


O conselho da rainha-mãe (Dan. 5:10-12)

A rainha-mãe era provavelmente a viúva de Nabucodonosor, pois ela conhecia detalhes a respeito de Daniel como quem deles tivesse participado intensamente, e demonstrou confiança nele como quem partilhasse da mesma fé. É de se esperar que a esposa de Nabucodonosor tomasse a mesma decisão de seu esposo. 

Quem sabe veremos, em breve, o casal de um dos mais famosos reis do passado, escalado por satanás para erradicar da terra os adoradores ao Criador, mas que se tornou um deles, juntamente com sua esposa. Terei um abraço também para eles, e a presença deles será motivo de emocionantes diálogos após a redenção.

A rainha-mãe não estava na festa, mas as concubinas do rei Belsazar sim. Também é de se crer que a idosa mulher se reservasse a não participar da orgia pagã após sua conversão. Mas ela entrou como uma poderosa autoridade de DEUS no momento da crise, e como verdadeira serva do Altíssimo, ousadamente desprezou os magos e encantadores e, não economizando elogios e virtuosidades a Daniel, anunciando-o como servo dos deuses santos (deuses santos, expressão comum em babilônia para se referir a DEUS acima dos deuses comuns), afirmando haver nele luz, inteligência e sabedoria dos deuses. 

Disse, recordando ousadamente, que Nabucodonosor o constituiu chefe sobre todos os sábios do império. Ela, com firmeza ordenou que Daniel fosse chamado pois garantia que ele daria a solução ao enigma.
Daniel foi chamado para se apresentar perante o rei. Ele já era um idoso homem, de porte nobre com a dignidade de quem serve ao DEUS Criador. 

Quando ele entrou, com seus brancos cabelos, todos os zombadores fitaram nele os olhos, na esperança de que dele viesse uma palavra de esperança de que aquelas inscrições não representavam o grave problema que parecia ser. O trecho que o homem de DEUS caminhou da porta da entrada do salão até perante o rei foi apreciado como o caminhar de um nobre, de um homem de outro planeta, de um homem poderoso, que merece respeito, sábio, naquele momento acima de todos os que ali estavam, acima inclusive do rei. Ali, embora apenas um homem, estava uma autoridade do Governo do Universo, um embaixador de DEUS. 

Naqueles momentos, Daniel era visto como um embaixador de um reino cujo Rei era o todo-poderoso Rei do Universo, o seu representante, alguém revestido de uma autoridade que merece cuidadosa deferência e obséquios de admiração: era um filho de DEUS!

Sem desculpa (Dan. 5:13-24)

Belsazar conhecia a história de seu avô Nabucodonosor. Conhecia o que lhe aconteceu ao ficar por sete anos como um animal. Ainda assim, ele, conscientemente, decidiu adorar a deuses pagãos, de ouro, de prata de bronze, de ferro, de madeira e de pedra. Ele sabia o erro que assim cometia, Daniel mesmo referiu-se a essa situação, dizendo: “ainda que sabias de tudo isto” (Dan. 5:22). Talvez Belsazar não conhecesse a Daniel de perto, mas sabia de seu poder, dos feitos e tinha conhecimento do poder do DEUS de Daniel. Daniel mesmo disse ao rei, antes de lhe revelar a escritura, que ele, sabendo de tudo isso, que ele se levantara contra o Senhor do Céu (Dan. 5:23). 

Isso significa que o rei, tal como fizera Nabucodonosor várias vezes, também decidiu desafiar e ofender o Rei Criador que possuía todo o poder sobre todas as coisas. E o desafio dessa vez foi o de zombar de DEUS por meio do uso dos utensílios sagrados do templo de Jerusalém, utilizados para o culto verdadeiro, que DEUS tinha intenção de fazer retornar para a Sua cidade. 

Belsazar resolveu debochar de DEUS utilizando esses utensílios em sua festa pagã misturada com cerimonial aos deuses feitos por mãos de homens, e que nada valem. Portanto, Belsazar, bêbado, sem noção do que fazia, sem ter ouvido seu avô, desconsiderando os fatos reais a respeito da adoração falsa e verdadeira, enfrentou o Criador, e arcou com as conseqüências. DEUS o avaliou, e o achou sem valor, para nada prestava, foi substituído por outro mais disposto a obedecer a DEUS.

Pesado e achado em falta (Dan. 5:25-29)
A escrita na parede, em aramaico, só as consoantes, não pôde ser lida pelos sábios de Belsazar. Mas Daniel, sem dificuldade as leu e deu a interpretação. De um tremendo susto o rei agora passa para uma realidade patética sem possibilidade de retrocesso, avançara o sinal e agora já estava condenado por si mesmo, pelos seus atos, e a sentença já estava em andamento. O que estava ali escrito?

MN = MENE = CONTADO (uma contabilidade dos feitos na vida)
MN = MENE = CONTADO (repetição solene, é muito importante)
TQ = TEQUEL = PESADO (avaliado, julgado)
PERES (ou UFARSIN) = DIVIDIDO (condenação, perdendo o reino para outro, ou, para dois outros)

Da história percebemos um fato curioso, os reinos que se sucediam, dividiam-se cada vez mais, até se fragmentarem por completo. É o destino do governo de satanás, que degenera cada vez mais, se fragmenta gradativamente, até se tornar insustentável. 

Por exemplo, o Império Babilônico foi uno, com um imperador, mas passou para um império composto de dois povos, os Medos e os Persas, um mais forte, outro mais fraco. Esse império passou para o poder da Grécia, cuja unidade durou pouco para dividir-se em quatro após a morte de Alexandre. Da Grécia passou para o Império Romano cuja unidade durou alguns séculos, mas no tempo de Constantino começou a dividir-se em dois, uma capital em Roma e outra em Constantinopla. Mais tarde, fendeu-se em dois impérios. 

O ocidental capitulou em 476, fragmentando-se depois em pedaços bem pequenos no tempo de feudalismo. Nesse tempo havia impérios na Europa, mas eram os senhores feudais que detinham grande parte do poder sendo os impérios fracos por esse motivo, e também fracos porque o cristianismo proclamou sua independência política e passou a dominar o estado, aliado a ele apenas para o subjugar. 

O Império Romano Oriental terminou com a invasão dos turcos, em 1453, e também se fragmentou em nações menores. Até os dias de hoje tem prevalecida a fragmentação do que há muitos séculos fora o grande Império Babilônico. 

Voltando ao assunto, o Império Babilônico, na pessoa do rei Belsazar, teve suas realizações contabilizadas, elas foram avaliadas e a conclusão foi de que nada valiam, tamanha a sua maldade. Belsazar tornou-se inútil à humanidade e inútil para DEUS, um estorvo para o governo do amor. Assim sendo, o reino foi tirado de Belsazar e foi entregue a outro rei, Dario, que encabeçava a união de dois povos, os Medos e os Persas. 

DEUS fez isso, ou seja, influenciou nos negócios dos seres humanos para que essa mudança ocorresse exatamente dessa forma. Ele o fez para o bem da humanidade, pois Babilônia já estava se tornando inconveniente do ponto de vista moral e religioso, precisava ser substituída por alguém mais atento às coisas do verdadeiro DEUS. E o que satanás pôde fazer para impedir? Nada!

A queda de Babilônia (Dan. 5:30 e 31)

Enquanto Belsazar bebia dos vasos sagrados, DEUS, que já sabia que ele faria isso, autorizou o exército dos Medos e dos Persas unidos a atacarem Babilônia. A condução da parte de DEUS foi tão eficiente que exatamente no mesmo tempo em que ocorria a festa de afronta a DEUS também o poder dos Medo-Persas faziam diques num dos braços do rio Eufrates, baixando a sua profundidade para que pudessem passar por ele homens andando. Assim eles passaram facilmente por baixo do largo muro que normalmente a água dificultaria em muito a passagem de homens, pois eles teriam que mergulhar por mais de dez metros com armas e tudo e aparecer do outro lado do muro, já dentro da cidade, para serem facilmente mortos assim que suas cabeças saíssem das águas. 

Mas aconteceu que os guardas da cidade também beberam, e estavam desatentos, e ninguém percebeu que um inimigo trabalhava do lado de fora dos gigantescos muros e os inutilizava por um ponto frágil, por onde passava parte do rio Eufrates. Centenas de trabalhadores foram colocando material para que a água do braço menor se desviasse para o braço maior do leito do rio, faziam isso possivelmente alguns quilômetros mais acima, no local da bifurcação (parte da cidade de Babilônia ficava numa ilha do rio), de modo que ninguém percebeu o que se passava, e também ninguém percebeu que a água estava baixando, pois, em festa, comiam e bebiam vinho. 

Em ostensiva afronta contra o Rei do Universo, as defesas de Babilônia se desfizeram diluídas em álcool exatamente por meio dessa afronta, e assim se fragilizaram, e abriram caminho para o inimigo os destruir em poucas horas, sem nenhuma resistência. 

Os poderosos muros para nada serviram, o inimigo entrou por uma brecha que jamais fora motivo de preocupação. Quem iria desconfiar que um exército entrasse pelo leito do rio?

A ação de DEUS no Império Babilônico fora dão incisiva e direta que Nabonido e Besazar deveriam ter cuidado em aprender dessa ação, para não cometerem a burrice de repetir os mesmos erros de Nabucodonosor.

No entanto não foi assim, mal o poder passa para Nabonido, e também para Besazar, que reinava na ausência de Nabonido que saía às guerras, os mesmos erros, e de modo mais acentuado, retornaram.

O reino, que insistia persistir no mal, deveria passar a outro mais atento às cosias de DEUS, e ficar nas mãos deste enquanto se mantivesse ao menos atencioso ao Rei do Universo, que dá ou que tira o poder. Belsazar foi julgado e foi achado em falta, ele não atentou a tudo o que sabia ser o Rei a quem devia seu título e poder. Foi despedido de seu cargo e seu reino foi entregue a outro.

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