terça-feira, 8 de dezembro de 2015

APRENDENDO COM DANIEL (PARTE 13)


Um Antigo Decreto de Morte

 

 “O meu DEUS enviou o Seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dEle; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum” (Daniel 6:22).


A história de Daniel bem poderia ser classificada como fazendo parte da ‘mitologia’ judaica. Mas ela é mais profunda. Para ser aceita como verdadeira precisa-se conhecer os propósitos e o poder de DEUS. Ela mostra algumas coisas importantes para nós, nesses dias finais. Ela demonstra principalmente que DEUS está no controle

Aí está o ponto central da história de Daniel na cova dos leões: a fidelidade de Daniel a DEUS.  

Quando DEUS livra seus SERVOS de alguma ameaça, sentimos o seu poder, mas quando Ele não livra, sentimos a sua presença junto com o sofrimento da perseguição ou da morte. 

Ou seja, você já ouviu sobre algum mártir fiel a DEUS que tenha morrido em angústia, berrando e se contorcendo de dor? Pelo contrário, mesmo no fogo, não gritavam nem amaldiçoavam seus inimigos, mas cantavam hinos ao Criador. 

Portanto, livrando-nos do mal, apenas percebemos a ação de DEUS, e por vezes, Ele se faz presente como no caso da fornalha; mas sendo mortos, sentimo-Lo agindo para que suportemos. Ninguém será submetido à prova superior a que possa suportar. É assim que DEUS age, Ele nunca nos deixa, por uma ou por outra via, Ele está conosco.

Características de um servo fiel

Pelos frutos os conhecereis” (Mateus 7:16)

Quando Babilônia caiu sob o poder dos Medo-Persas, Daniel estava com 80 anos de idade. Algo inacreditável aconteceu. É inacreditável por ser Daniel servo de um Reino não desse mundo, instrumento pelo qual DEUS interferiu diretamente no centro do poder de satanás nesse mundo, fazendo o que queria com o seu império. Era de se esperar que Dario, o medo, que cuidasse em encarcerar Daniel, que fora o principal conselheiro do poderoso Nabucodonosor, pelo qual este recebera revelações futuras sobre a seqüência dos reinos do mundo, e, principalmente, sobre quem teria, por final o poder nesse planeta. Jamais se ouviu algo semelhante na história, de um homem importante no império vencido se tornar requisitado pelo império vencedor. Afinal, o que Dario viu em Daniel?

O novo imperador viu pelo menos uma coisa: fidelidade. Não se pense que Dario nada soubesse a respeito de Daniel. A Bíblia não relata isso, mas em todos os tempos, como também hoje, os grandes conselheiros das nações tornam-se muito conhecidos no estrangeiro. Isso deve ter acontecido com Daniel, e esse era o seu testemunho. 

Muitos reis e imperadores de outras nações souberam do caráter de Daniel em Babilônia. Sabiam em especial que ele era um servo de outro DEUS, e não dos deuses de Babilônia. houve até decretos a esse respeito. Muitas pessoas importantes das nações ficaram sabendo do poder de Daniel dentro do poderoso império

E, certamente, pelas informações que a seu respeito tinham, o admiravam, e lhes era digno de confiança. Essa é uma lição para os nosso jovens que querem vencer profissionalmente: sejam como Daniel, e terão emprego garantido

Sabiam da fidelidade de Daniel a seu DEUS, e de como essa fidelidade jamais fora rompida, mesmo em condições de grave desafio. Portanto, pela fidelidade do servo do Altíssimo, o respeitavam, admiravam, e o tinham como pessoa que só falava a verdade, e que merecia consideração independente de que reino estivesse contratando seus serviços.

Além disso, o DEUS do Céu também o tinha como homem fiel, o que aprendemos das seguintes palavras: “és mui amado” (Dan. 9:23) “Tu, porém, segue o teu caminho até o fim; pois descansarás, e, ao Tim dos dias, te levantarás para receber a tua herança.” (Dan. 12:13). DEUS tinha um homem, e com apenas esse homem manteve sob controle dois impérios. O caráter desse homem influenciou no modo de administração do rei Dario, assim como alterou todo o curso do Império Babilônico. O que Daniel possuía de especial? Um caráter moldado por DEUS!

O complô contra Daniel (Dan. 6:5-9)

Se Daniel tinha ou não pecados, não se sabe. Pelo que obtemos da Bíblia, esse homem, desde sua infância, deve ter sido peculiar servo de DEUS, absolutamente fiel. Como diz a Bíblia, nenhum ser humano há que não seja pecador. Mas há os que são extremamente fiéis, como foi Enoque, e também Daniel. Esses homens e mulheres ligam-se de tal modo ao Criador que por Ele são transformados a ponto de chegarem muito próximos da perfeição. O apóstolo João também foi um caso assim.

Daniel era um caso estranho aos olhos dos grandes do império Medo-Persa. Sendo judeu, povo sob condição de exílio, tendo servido ao Império Babilônico, servindo a um DEUS diferente, merecendo a admiração do rei Dario, recebendo dele muito poder, não é de admirar que isso causasse ciúmes

Não era um dos deles, não adorava como eles, não era nem medo nem persa, mas um elemento estranho, e tão favorecido, mais do que todos os outros. Seria hoje, mal comparando, na vitória política da eleição para presidente de algum país, ser convocado pelo novo presidente para o cargo principal uma pessoa muito importante, mas do partido de natureza oposicionista e ainda de outro país. O que diriam os que apoiaram o novo presidente? Ficariam perplexos, e enciumados.

As demais autoridades do governo então procuraram encontrar alguma falha em Daniel para, por denúncia, o destituir (assim como hoje, em tempo de eleição, surgem muitas denúncias contra muitos candidatos, e eles geralmente possuem muitos pontos fracos). Nada encontraram, o homem era praticamente perfeito. 

Então tiveram uma idéia genial, infalível segundo imaginavam: criar um impasse para Daniel, colocando-o num brete, se saída visível. Não havia como encontrar algo nas atividades profissionais em Daniel, ele era eficiente, teriam que criar um impasse onde Daniel jamais mudaria. Seria um decreto que criasse uma dificuldade tal que jogaria Daniel contra o rei, criando uma situação sem saída: ou reverencia o rei, ou, desobedecendo, seria jogado aos leões. Parecia um plano perfeito, mas não contavam com o poder de DEUS.

A questão da oração (Dan. 6:10-18)

O que se debate nesse dia é: uma vez saído o decreto sobre adoração, deveria Daniel desse dia em diante fechar ou manter seu costume de orar com a janela aberta?

Daniel bem poderia ter fechado a janela, não mudaria sua relação com DEUS, nem diminuiria sua fé, nem isso seria alguma violação de princípios. Por que então ele não o fez? Aliás, Daniel poderia ter fechado a janela sempre que fosse orar, mesmo antes do tal decreto. Por que ele não agiu assim?

E, por que Daniel não fechou a janela após o decreto. É simples responder, isso de nada adiantaria. Naqueles lugares, quente como é, as janelas raramente são fechadas. Eles indagariam, por que, agora que saiu o decreto, Daniel, bem no horário da oração, passou a fechar a janela? É porque, com medo, covarde, diriam, está infringindo a lei do rei Dario, e continua secretamente adorando o seu DEUS. Chegaria à mesma conclusão que chegaram com a janela aberta. É que o decreto fora feito especificamente contra Daniel, e eles estavam o tempo todo de olho nele.  

Fizesse Daniel o que fosse, eles o pegariam, exceto se deixasse de adorar a DEUS por aqueles dias, e isso, sabiam eles, Daniel não faria. Era o que satanás queria, para derrubar o poderoso servo de DEUS. satanás queria mais, como propôs a JESUS, que o adorasse, queria também que Daniel, ao menos por 30 dias adorasse um ser humano. Mas no caso de Daniel, satanás queria ainda mais: deixando Daniel sem saída, ele teria, humanamente falando, apenas duas alternativas para viver – ou reverenciaria o rei, ou ao menos deixaria de adorar a seu DEUS. por uma ou por outra, Daniel cairia em tentação, e se separaria de DEUS. Ele, no entanto, foi fiel naquela crise, e DEUS também foi. Caso ele fechasse a janela, evidentemente, logo após fecha-la, entrariam em seu quarto para pegá-lo em “flagrante delito”. 

Portanto, Daniel, extremamente inteligente, raciocinando assim, concluiu que deveria manter as coisas como sempre foram. Ele sabia que DEUS, como das vezes anteriores, estaria a seu lado. E esteve com Daniel, como está com todos os que O servem, e estará, em especial, nesses dias finais.

Daniel na cova dos leões (Dan. 6:19-23)

Delatado ao rei, este percebeu que se tratava de uma cilada contra Daniel. Logo o seu fiel servo, o mais inteligente, que mais contribuía. Daniel merecia o respeito do rei pela sua avançada idade, humildade e dignidade, pois ele, Daniel, jamais se fez superior a ninguém, e jamais se via inferior a ninguém: a humildade e a dignidade na mesma pessoa. Era sábio acima dos demais, e nele se podia confiar.

Para não prejudicar a autoridade do rei, este agora viu-se na contingência de cumprir o decreto, devendo jogar Daniel na cova. Não o fez de imediato, tentou por todos os meios encontrar uma saída, mas deveria faze-lo naquele mesmo dia. Bem que lhe deve ter ocorrido de jogar aqueles homens maldosos na cova. Afinal, ele, o rei, fora por eles enganado. Mas com que argumentos? 

A cilada fora muito bem preparada. O rei procurou, talvez, reverter a situação de Daniel por alguém outro. Deve ter trabalhado para achar algum motivo naqueles homens e assim ao menos anular o decreto contra Daniel, jogando-os em seu lugar na cova. Mas, já quase ao final do dia, aqueles homens, confiantes em si e na vitória, retornaram ao rei, e exigiram o cumprimento do decreto do rei, fomentado por eles. Quanto mais nesse momento subiu a ira do rei contra aqueles homens, e nada encontrou para fazer contra eles. Assim, pesaroso e contrariado, teve que chamar Daniel e mandar joga-lo na cova.

O rei falou pessoalmente com Daniel, e naquele momento começou a desmascarar a intenção por detrás do decreto, que os maus homens tinham. Ele disse a Daniel, e muitos dali ouviram isso: “O teu DEUS, a quem tu continuamente serves, que ele te livre.” (Dan. 6:16). 

O rei estava irritado com a manobra política dos seus grandes, e declarou isso para Daniel, instantes antes dele ser colocado na cova dos leões. A declaração era como que um repúdio ao decreto por ele mesmo assinado, cujos motivos agora percebia claramente, uma declaração da superioridade do DEUS de Daniel. A questão dos maus assessores do rei não era homenagear o rei, mas eliminar Daniel.

Posto na cova, curiosamente nada ouviram de estranho, mas foram-se dali. Os inimigos de Daniel foram certamente fazer festa, o rei foi fazer jejum. A cova devia ser um buraco onde os leões chegavam, com uma abertura em cima, pois não ficou certo e não podiam saber se os leões o devoraram ou não. Só no dia seguinte, o rei foi até o lugar, mandou tirar a pedra, e chamou por Daniel. Então ele quase repetiu as mesmas palavras: “Daniel, servo do DEUS vivo, dar-se-ia o caso que o teu DEUS, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?” (Dan. 6:20). 

O rei acentuava a questão da adoração de Daniel, e não o recriminava por isso. Isso demonstra que o rei Dario estava no mínimo contrariado com a atitude dos inimigos de Daniel. Da cova Daniel respondeu que o anjo de DEUS o livrara dos leões porque ele nada tinha feito contra DEUS nem contra o rei.

Então, mais que depressa o rei manda tirar Daniel do meio dos leões, e agora, não só irado como também coberto de motivos e razões, manda que atirem na cova aqueles homens que atentaram contra Daniel. Eles nem sequer chegavam ao chão, já os leões os destroçaram e devoraram.

Por que nesse caso DEUS livrou Daniel dos leões? Ainda esse homem deveria fazer muitas coisas. A sua carreira não havia terminado. DEUS ainda tinha novas profecias e outros detalhes proféticos para revelar por meio de Daniel. E, também, o novo império dos Medo-Persas deveria ser livre dos maus homens que se entregaram aos poderes de satanás.

Dario honra a DEUS (Dan. 6:24-28)

Bem cedo o rei Dario foi até a cova dos leões para ver o que se havia passado. O rei tinha esperanças de que Daniel estivesse vivo, protegido por seu DEUS, e queria isso. O rei fora enganado por homens maus, e estava sedento por fazer justiça. Sua expectativa era de que Daniel estivesse vivo. E, se Daniel fosse atacado pelos leões, o rei teria que manter a seu lado homens perigosos, capazes de trair a verdade. Como governar com gente assim por perto?

Chamando por Daniel, este, de dentro da cova, responde. Então a ordem é imediata, que o tirassem de lá. Mandou que às pressas trouxessem aqueles homens maus, incluindo suas famílias, e os jogassem na cova. Estes nem sequer tocavam o chão, já os leões pulavam contra eles, e os estraçalhavam. Era costume naqueles tempos eliminar toda a família de alguém que o rei queria castigar severamente. Isso aumentava a autoridade do rei, evidentemente, pelo medo do que ele pudesse vir a fazer. Nisso o rei estava errado, assim como estava errado o costume ou tradição dos reis daqueles tempos.

Então o rei baixou um decreto a favor de DEUS. Ora, DEUS não necessita de decretos, e nem Ele deve ser adorado pelo poder de decretos. Foi por decreto que os maus homens obrigaram as pessoas adorarem o rei, mas não devia ser assim para adorar a DEUS. É satanás que precisa ser adorado por força de lei, pois do contrário, na liberdade, as pessoas tendem a buscar o Amor, atendendo aos bons testemunhos dos que já O adoram. Dario impôs a todos que “tremessem e temessem” diante do DEUS de Daniel. 

Isso criou um clima ruim para DEUS, pois nesse decreto Dario O igualou aos demais deuses pagãos, que precisam desses decretos, ou cujos seguidores são obrigados a adora-los por decretos. Dario quis honrar a DEUS, e o fez a seu modo, a partir do que conhecia sobre reverência aos deuses pagãos. Nabucodonosor, anteriormente, também já fizera coisa semelhante. É tão errado impor a verdadeira adoração por força de lei quanto a falsa, embora a intenção de Dario fosse boa.

Mas há mais um detalhe nesse episódio que merece destaque: foi a vitória de Daniel. Este nada teve a ver com o decreto de Dario, nem com o exagero da pena sumária aplicada aos inimigos de Daniel, que se tornaram também inimigos do rei. Daniel garantiu a sua vitória desde o dia em que, recém chegado a Babilônia, decidiu firmemente não contaminar-se com as finas iguarias da mesa do rei

Antes disso, Daniel havia aprendido a ser fiel a DEUS, e em cada oportunidade crítica, sabia tomar a decisão correta. Ele foi o que hoje podemos dizer como sendo um pequeno remanescente dentro dos impérios inimigos, e que ali deu poderosos testemunhos sobre a verdadeira adoração. Na sua fidelidade DEUS impediu que satanás tomasse conta do planeta todo, assim como pela fidelidade dos remanescentes dentro do povo remanescente garante a existência de um povo que serve de marco do reino de DEUS na Terra, como sendo embaixadores de um reino, não escravos de um império dividido entre nações sempre em guerra entre si, destruindo-se na luta pela hegemonia.

Daniel desenvolveu, pela experiência com DEUS, uma experiência muito próxima a de Enoque, um caráter conforme DEUS deseja. Chegou ao ponto de receber uma mensagem de DEUS, uma revelação do anjo que assiste perante DEUS, que o Criador o amava muito. 

Num tempo de grave crise de adoração, tempo em que o povo de DEUS fora levado ao exílio, DEUS pôde contar com um campeão de fé. Parece que nos tempos difíceis sempre é assim, nesses tempos são poucos os que restam, mas entre esses poucos, encontram-se verdadeiros gigantes da fé. Assim foi Noé e Abraão, como Daniel. Tempos em que havia poucos fiéis, mas esses poucos podiam ser comparados a gigantes que jamais se dobravam perante outro deus, mesmo que sob iminente risco de tortura ou da vida.

Nos tempos finais, o remanescente será bem pequeno. Poucos serão os que se manterão fiéis ao lado do Criador. Mas, dessa vez, algo será diferente: esses poucos poderão ser milhares de homens e mulheres, e estarão espalhados pelo mundo todo, em todos os lugares. Eles concluirão o trabalho de proclamação do reino de DEUS. Eles terão poder especial par isto. O remanescente dos últimos dias não será apenas um punhado de pessoas como no tempo de Noé, de Abraão ou de Elias, ou de Daniel. Serão, proporcionalmente um pequeno número de pessoas, mas o suficiente para por elas DEUS, em poucos dias, anunciar este evangelho a todas as pessoas, então virá o fim.


A fidelidade de Daniel é hoje um requisito para cada servo de DEUS que realmente deseja permanecer em pé nos últimos dias. Daniel venceu em razão de uma decisão acertada quando ainda jovem: assentou não contaminar-se com os alimentos do palácio real de Babilônia

Daniel tinha a força intelectual para DEUS nele agir, e tornou-se muito inteligente e sábio, cada vez mais poderoso em se manter fiel a DEUS mesmo só num império hostil. Ele nunca deixou de ter DEUS a seu lado. E as vitórias de Daniel, bem como as de seus companheiros, foram de fazer tremer o império de satanás.

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