A formação de Paulo
Ainda jovem foi para Jerusalém e, na escola de Gamaliel, se especializou
no conhecimento da sua religião. Tornou-se fariseu, ou seja, especialista
rigoroso e irrepreensível no cumprimento de toda a Lei e seus pormenores.
"Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta
cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de
nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois" (AtOS 22:3).
A religião de Paulo
Cheio de zelo pela religião (JUDAÍSMO), começou a perseguir os cristãos.
"Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na
lei, irrepreensível "(Filipenses 3:6).
Esteve presente no martírio de Estevão, cujos mantos foram depositados
aos seus pés.
"E quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava, também
eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava as capas dos que o
matavam" (Atos 22:20).
Continuou perseguindo a Igreja até que se encontrou com o Senhor na
estrada de Damasco.
"E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando
homens e mulheres, os encerrava na prisão (Atos 8:3). E Saulo, respirando ainda
ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote.
E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se
encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse
presos a Jerusalém. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de
Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra,
ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse:
Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é
para ti recalcitrar contra os aguilhões" (Atos 9:1-5).
Era um homem bem preparado, além de conhecer bem a sua religião (o que
pode ser comprovado pelas muitas citações ao AT), possuía boas noções de
filosofia e das religiões gregas do seu tempo. Em Tarso, sua cidade natal,
havia escolas filosóficas (dos estóicos e cínicos) e também escolas de
educadores.
Ali nasceu Atenodoro, professor e amigo do imperador Augusto. Paulo
algumas vezes utiliza frases desse educador: “Para toda criatura, a sua
consciência é Deus” (Cf. Rm 14,22a). Ou: “Guarde para você, diante de Deus, a
consciência que você tem” ou: “Comporte-se com o próximo como se Deus visse
você, e fale com Deus como se os outros ouvissem você” (Cf. 1Ts 2,3-7). Além
disso conhecia bem o grego e o método da retórica. Esforçava-se para
compreender o modo grego de viver.
Embora não mencione isso em suas cartas, como se o desprezasse, a sua
verdadeira cidadania é outra pois sua visão era no reino celestial.
"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 3:20).
A conversão de Paulo
A experiência de Paulo com Jesus mudou completamente a sua vida. De
perseguidor passou a ser o anunciador até a sua morte.
Na sua primeira missão apostólica, entre os anos 45 e 49, anunciando o
Evangelho em Chipre, Panfilia, Pisidia e Lacaônia (At 13-14), passou a usar o
nome grego de Paulo de preferência a Saulo, seu nome judaico.
"Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo,
e fixando os olhos nele" (At 13,9).
Porém, ele soube tirar proveito desse título, bem como de toda a bagagem
cultural adquirida, para conduzir todos a Jesus.
"Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para
ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus;
para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar
os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem
lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para
ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os
fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.
E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele"
(I Coríntios 9:19-23).