quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

APRENDENDO COM JESUS

CRISTO, NOSSO INTERCESSOR

A Intercessão de Cristo em nossa salvação é muitas vezes uma parte esquecida de Sua obra redentiva. 

Nós corretamente focamos na encarnação, crucificação, ressurreição e ascensão. Nós sabemos o papel importante de cada um desses aspectos na nossa salvação, mas e a obra de Cristo como nosso intercessor?

Estamos roubando de nós mesmos muito da vida e fé cristã quando não damos à intercessão de Cristo a atenção devida. Há muito conforto e encorajamento no entendimento de Cristo como nosso Supremo Sacerdote, que vive para interceder por nós.

Nos é dito em Hebreus 7.35 que “[Cristo] pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. 

O QUE É ISSO QUE CRISTO FAZ COMO NOSSO INTERCESSOR?

Interceder traz a ideia de uma oração fervorosa por alguém.Ele realiza isso primeiramente como nossa certeza perante a face de Deus. Ele se coloca como nossa garantia perante o trono de Deus Pai.

Em Hebreus 9, nos é dito que “Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus”. 

Conforme ele comparece perante o trono de Deus, assim temos o direito de estar na presença de Deus. Seu corpo glorificado na presença de Deus é uma oração viva por toda a eternidade para que a nossa salvação seja completa.

Cristo, em Sua intercessão, também serve como nosso advogado. Ele responde por todas as acusações levantadas contra Seu povo. Satanás e o pecado podem nos acusar perante Deus, e nossas consciências podem nos acusar a nós mesmos; mas Cristo, por sua intercessão, responde a todas essas acusações.

Romanos 8.33-34 deixa isso claro quando questiona “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?”. A resposta é: ninguém, pois temos um que vive eternamente intercedendo por nós. 

Sua intercessão leva ao perdão daqueles que Ele comprou para sempre. E note que Ele é um advogado, não um orador; um orador usa retórica e floreios para persuadir o juiz a demonstrar misericórdia; mas um advogado fala ao juiz sobre a lei. Cristo, nosso Salvador ferido, pode dizer “Nada nem ninguém pode acusar esses que são meus, pois a lei já foi cumprida”.

Cristo como nosso intercessor também purifica e santifica nossas obras e orações. Temos um Sumo Sacerdote em Jesus Cristo, que santifica nossas obras e orações”

Pedro falava exatamente disse quando escreveu “vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2.5). 

Nossas ofertas são feitas por meio de Cristo. E Cristo, em Sua intercessão, as santifica, as purifica e as oferece ao Pai em nosso favor. Dessa forma gloriosa, elas são tornadas aceitáveis e agradáveis ao Pai.

Cristo, como nosso intercessor, também ora especificamente por nós. Podemos ver isso claramente em João 17, no que tem sido chamada de “a oração sacerdotal de Jesus”. 

Ele diz em sua oração “É por eles que eu rogo”. Quem são “eles”? Só os doze Apóstolos? Não, ele diz “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra”. Estes somos nós. 

Ele está orando por cada um de nós, aqueles que creram por meio da palavra. E Sua oração não é apenas uma oração genérica. 

Ele está orando especificamente por cada um de nós. Temos um exemplo claro disso quando Cristo diz a Pedro “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lucas 22). 

Ele sabia que da tentação e sabia o que iria atravessar, então orou especificamente por Pedro.

Tiago nos diz que “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5.16). E nós temos o homem perfeitamente justo, o homem de toda a justiça e retidão, orando especificamente por nós.

Ele é nosso Intercessor. Ele vive eternamente para interceder por nós. Há muito conforto e encorajamento para o peregrino sofredor quando essa verdade é entendida.

***

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 16)















                                Samuel 16.1-13 

Esse texto nos apresenta o início da história de Davi. O contexto da história nos revela que Saul, até então o rei de Israel, havia sido rejeitado por Deus. A sua rejeição não se deu porque ele era uma pessoa incapaz, ímpia ou perversa, nem tampouco porque ele era simplesmente um pecador. 

Ele foi rejeitado porque tinha um coração soberbo. Saul jamais se reconhecia errado e não se dobrava diante das evidências do seu próprio erro. Antes, ele sempre buscava se justificar. Samuel, o profeta, durante muito tempo, chorou e pranteou por causa da rejeição de Saul. 

Era como que se Samuel esperasse uma reconsideração de Deus, para que Ele reconduzisse Saul ao trono. Contudo, diante do choro de Samuel, Deus disse: “Basta!”, e perguntou: “Até quando terás pena de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel?” (I Sm 16.1) 

Deus tinha outros planos para o seu povo, outro pastor para colocar à frente do seu rebanho. Por isso, Ele enviou Samuel à cidade de Belém e à família de Jessé. Ao chegar a Belém, Samuel convocou todo o povo para o culto ao Senhor. Ele havia recebido a direção de não apenas ungir o novo rei, mas também de celebrar um culto a Deus juntamente com os moradores de Belém. Quando todos chegaram para participar daquele momento, incluindo Jessé e seus filhos, Samuel imaginou estar diante do novo rei quando viu o primogênito de Jessé. 

Eliabe era um homem alto e forte, e era um soldado dos exércitos de Israel. Contudo, Samuel foi enganado pelos seus próprios sentidos. Deus não havia escolhido aquele homem nem os outros 6 que o seguiram. Samuel ficou intrigado: se estavam ali todos os filhos de Jessé, e Deus lhe havia afirmado que um dos filhos de Jessé seria ungido rei, o que estava acontecendo? Então, “Samuel perguntou a Jessé: Acabaram-se os teus filhos?” (I Sm 16.11) 

Apesar de ter Samuel convocado todos os habitantes de Belém, de fato Jessé possuía um outro filho que não estava presente: Davi. Ele estava apascentando as ovelhas quando se deu a convocação, e ninguém havia se lembrado de chamá-lo. Mas aquele que tinha sido esquecido por todos não foi esquecido por Deus; ele era o futuro rei de Israel. Ao ver Davi, que era “(…) ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o Senhor: Levanta-te e unge-o, pois este é ele. Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Rama.” (I Sm 16.12,13) 

Esse texto nos mostra que os critérios de Deus são totalmente diferentes dos critérios dos homens. A escolha de Deus não é feita de acordo com os critérios das pessoas. Desde a mais tenra idade, o primogênito do rei era preparado para ocupar o lugar do pai, quando esse viesse a morrer. 

Ele era educado pelos homens mais sábios, recebia aulas de espada, aprendia a usar o arco e a flecha, tinha aulas de montaria, acompanhava o pai nas visitas administrativas, visitava diplomaticamente as cidades, era comandante do exército, aprendia algumas noções de administração e era ensinado a viver na corte. De acordo com esse critério, o próximo rei de Israel deveria ser Jônatas, o primogênito de Saul. 

O próprio Saul testificou esse entendimento em I Samuel 20.31: “Pois, enquanto o filho de Jessé viver sobre a terra, nem tu estarás seguro, nem seguro o teu reino; pelo que mandas buscá-lo agora, porque deve morrer.” Aos olhos das pessoas, Jônatas se encaixava em todos os critérios estabelecidos. 

Entretanto, Deus não age segundo os pensamentos das pessoas. Para Deus, não importa se as pessoas estabeleceram que o líder deve ser descendente do último, ter um curso superior, ser inteligente, bonito, rico, bem sucedido nos negócios ou conhecido da população. 

Está registrado em Isaías 55.8,9: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” 

A escolha de Deus não é feita de acordo com a aparência da pessoa. Em I Samuel 16.6,7, nós lemos: “Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o Senhor o seu ungido. Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém, o Senhor, o coração.” A aparência sempre foi algo extremamente importante para as pessoas. 

Quando Saul foi escolhido como rei de Israel, a sua aparência chamou a atenção de todos. O texto de I Samuel 10.23,24 registra esse fato. O próprio Samuel, mesmo profeta do Senhor, se inclinou a tomar algumas decisões segundo a aparência, ao colocar os seus olhos em Eliabe. Sendo assim, como Deus escolhe os seus líderes? 

A escolha de Deus é feita de acordo com seus próprios critérios. Talvez esse seja o ponto mais difícil para nós, porque não sabemos definir com clareza quais são esses critérios. Eles são totalmente imprevisíveis. 

Segundo o entendimento das pessoas daquela época, o possível líder de Israel deveria ser Jônatas, porque ele era o filho do rei. Em segundo lugar, o primogênito tinha sempre a primazia por ser a pessoa mais importante em uma casa, depois do pai. Era ele quem herdava a posição de chefe quando o pai falecia. 

Por fim, pensando nas circunstâncias pelas quais Israel estava passando – lutas, guerras, conquistas de territórios – o mais natural seria imaginar que a escolha de Deus iria recair sobre um soldado, alguém que tivesse conhecimento de guerra, para comandar os exércitos de Israel. Mas Deus frustrou os pensamentos e critérios dos homens escolhendo Davi, o caçula, pastor de ovelhas. 

Quando Jesus veio chamar Natanael para ser discípulo esse, ao saber que Jesus vinha de Nazaré, perguntou: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46) Aos olhos dos homens, Jesus jamais poderia ser o Ungido de Deus. Contudo, Deus, o Pai, já o havia chamado desde a eternidade para ser o Salvador dos homens. 

Paulo disse, em I Coríntios 1.26-29: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” 

A escolha de Deus é feita de acordo com o coração da pessoa. Em I Samuel 16.7, lemos: “(…) O homem vê o exterior, porém, o Senhor, o coração.” Ainda que aos nossos olhos os critérios de Deus sejam imprevisíveis e insondáveis, a Bíblia nos ensina que Deus, preferencialmente, escolhe aqueles que têm um coração que agrade a Ele. 

A palavra coração, nesse texto e em toda a Bíblia, faz referência à totalidade da vida interior do ser humano. 

Sem dúvida, há várias coisas que conseguem influenciar uma pessoa a agir de uma determinada maneira. É exatamente isso que Deus enxerga. Ananias e Safira, por exemplo, tiveram uma boa atitude ao dar uma oferta para a igreja; contudo, a motivação do coração deles era errada, e por isso, Deus os rejeitou. 

Tiago, falando sobre a boa atitude da oração, escreve que a motivação errada impede uma pessoa de receber o seu pedido de oração: “Pedis e não recebeis porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tg 4.3) Tendo a pessoa o genuíno desejo de glorificar a Deus, de entregar-se a Ele, de ser-lhe fiel e de prestar-lhe obediência, então Deus a olha com preferencial disposição de fazê-la líder.

***

APRENDENDO COM ESAÚ (PARTE 1)






















O Senso comum não é de todo comum. Na realidade, muitas decisões influenciadas pelo senso comum não fazem sentido. 

A vida de Esaú foi repleta de escolhas das quais ele deve ter se arrependido profundamente. Esaú parece ter sido o tipo de pessoa que achava difícil considerar as consequências, reagindo com acordo com a necessidade do momento, sem perceber do que estava abrindo mão para satisfazer tal necessidade.
Trocar a primogenitura por um prato de lentilhas foi o exemplo mais claro de sua fraqueza. Ele também escolheu suas esposas contrariando a vontade dos pais. E aprendeu da forma mais difícil.
Você esta disposto a fazer trocas para conseguir o que deseja? Às vezes, você se acha apto a negociar qualquer coisa por algo que pensa necessitar no momento? 

Será que sua família, cônjuge, integridade, corpo ou alma estão incluídas nessas trocas? Algumas vezes, você não tem a sensação de que partes importantes da sua vida escaparam enquanto buscava outra coisa?
Em caso afirmativo, assim como Esaú, a raiva pode ser sua resposta inicial. Não é errado sentir raiva, contando que sua energia seja direcionada para uma solução, e não para si próprio ou para outras pessoas como causa do problema. 

Sua maior necessidade é encontrar um foco, ao invés de um paliativo, e o único foco importante é Deus. Um relacionamento com Ele não apenas proporcionará um propósito definitivo para a sua vida, mas também será o seu guia diário para viver. Encontre-o nas páginas da Bíblia.

Pontos fortes e êxitos:

·         Ancestral dos edomitas.
·         Conhecido por suas habilidades como arqueiro.
·         Apto a perdoar após uma explosão de fúria.

Fraquezas e erros:

·         Ao enfrentar importantes decisões, costumava escolher baseado nas necessidades imediatas e não nos efeitos em longo prazo.
·         Enfureceu os pais com as más escolhas de casamento.

Lições de Vida:

·         Deus permite certos acontecimentos em nossas vidas para que seus propósitos sejam cumpridos, mas ainda assim somos responsáveis por nossos atos.
·         É importante considerar as conseqüências.
·         É possível sentir muita raiva e não pecar.

Informações essenciais:

·         Local: Canaã.
·         Ocupado: Habilidoso caçador.
·         Familiares: Pais – Isaque e Rebeca; irmão – Jacó; esposas – Judite, Basemate e Maalate.

Versículo-chave:

Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a benção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou” (Hb 12.14-17).

A história de Esaú pode ser encontrada em Gênesis 25 – 36. Ele também é mencionado em Malaquias 1.2-, 3; Romanos 9.13; Hebreus 12. 16,17.

APRENDENDO COM MICA (PARTE 1)







APRENDENDO COM MICA (PARTE 1)

Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5.21).


A idolatria é uma abominação perante Deus, e cega com­pletamente o ser humano com relação às coisas espirituais.

A história de Mica, cujo nome significa “quem é semelhante a Jeová?”, traz às nossas vidas lições preciosas. Nela descobrimos o efei­to nocivo que a idolatria produz na vida do ser humano, levando-o a tor­nar-se cego no tocante às coisas es­pirituais, dando assim origem a dou­trinas heréticas.

MICA E SUA ÉPOCA

Vejamos algumas características desse período da história israelita:

1.      Liderança. Após a morte de Josué, Israel ficou sem um líder nacional (Jz 17.6; 18.1; 19.1; 21.25), pelo espaço de trezentos anos. As tribos mostravam-se independentes e “cada um fazia o que parecia direito a seus olhos” (Jz 17.6). 

Era a época dos juízes, os quais Deus levantava, principalmente, nas emer­gências, para livrá-los dos invasores e defender a justiça civil. “Quando não há sábia direção o povo se cor­rompe” (Pv 11.14).

2.      Estado da nação. Era uma geração que não conhecia o Senhor e entrara pelo caminho da idolatria (Jz 2.10-13). Diante dessa atitude, Deus permitia que os inimigos os dominasse e, quando clamavam por libertação, o Todo-poderoso lhes le­vantava um juiz, para livrá-los.

3.      Período probatório. Foi uma época em que Deus provou a nação, para ver se guardariam a sua aliança em um ambiente idolátrico e pagão (Jz 3.1-5). Eles foram influenciados pelas nações vizinhas, praticando seus costumes e sua idolatria. Por­tanto, na época de Mica, Israel vivia o período dos juízes, transição entre a lei e a monarquia. Nós, povo de Deus, devemos influenciar o mun­do, e não ser influenciado por ele (Jr 15.19; 2 Co 2.14-16; 2 Pe 2.19-22).

MICA E A IDOLATRIA NO SEU LAR

A idolatria reinante na nação ha­via contaminado a casa de Mica; Vejamos:

1.      Roubou sua mãeEra uma quantia razoável, ou seja, 1.100 pe­ças de prata, e equivalia a 110 vezes o salário anual que Mica ajustara com o sacerdote levita (Jz 17.10).

O mais lamentável ainda, é que, ao devolver o dinheiro o qual furta­ra da mãe, Mica foi elogiado por ela como se fosse abençoado pelo Se­nhor. Além de não repreender o fi­lho pelo roubo, ainda usou o nome de Deus em vão (Êx 20.7). Os pais devem corrigir seus filhos (Pv 10.17; 15.5; 19.18; 22.15).

2.      Sua mãe mandou fazer uma imagemAlém de não repreendê-lo pelo roubo, e ter tomado o nome do Senhor em vão, sua mãe disse que guardava aquele dinheiro para fazer uma imagem, a fim de presentear seu filho querido (Jz 17.1-4). Que infe­licidade! 

O maior tesouro que os pais podem dar aos filhos é criá-los no caminho do Senhor (Pv 22.6; Ef 6.4), e dar-lhes educação e preparação para a vida (2 Co 12.14). A mãe de Mica era uma idólatra, e, ao mandar fazer uma imagem, estava violando a determinação de Deus nesse senti­do (Êx 20.4; Lv 26.1). 

Os ídolos são insensíveis, isto é, não veem, nem ouvem, e muito menos comem ou cheiram (Dt 4.28; Sl 115.4);imovíveis, não andam com os seus próprios pés (Is 40.20); impotentes, nada podem fazer pelo homem (Is 45.20; Jr 10.5; At 14.15); degradan­tes, torcem a imagem do próprio Deus (Rm 1.22,23); são, portanto, indignos de serem adorados pelos seres humanos (At 17.29). 

Tanto os que fazem as imagens como os que as adoram tomam-se iguais a elas (Sl 115.8). Devemos nos guardar dos ídolos (I Jo 5.21), para não nos con­taminarmos com eles (At 15.20). 

Ídolo é tudo o que ocupa o primeiro lugar em nossas vidas. Existem os feitos pelos homens, como vimos nesta lição, mas também há os do coração do ser humano, como o di­nheiro, o “eu”, as pessoas e as coi­sas. Devemos adorar somente a Deus (Mt 4.10).

3.      A residência de Mica tornou-se uma casa de deuses (Jz 17. 5).

Ela possuía:

a.       Deuses - sua casa estava cheia de divindades falsas. Mica ficou como os pagãos que tinham seus deuses, como Astarote, deusa dos fenícios (Jz 2.13); Baal, deus da Fenícia e dos cananeus (Jz 2.13; 8.33); Baal-Peor, deus dos moabitas (Jz 22.17); Dagom, deus dos filisteus (Jz 16.23); Diana, deusa dos efésios (At 19.24); Moloque, deus dos amonitas (Lv 18.21), etc.

A ordem de Deus era não buscá-los e nem prostrar-se diante deles; e sim queimá-los a fogo, pois eram e são abominação ao Senhor.

b.      Terafins - Eram ídolos domés­ticos, que iam desde aqueles de pequenas dimensões (Gn 31.34,35), até os de tamanho quase natural (I Sm 19.13,16). Esses eram possuídos pelo líder do lar, e destinavam-se à descoberta dos acontecimentos futu­ros (2 Rs 23.24). 

Deus condena toda a espécie de adivinhação (Lv 19.26). Existem diversas maneiras de se adi­vinhar: astrologia, por meio dos as­tros (Is 47.13); belomancia, por meio de flechas (Ez 21.21); hepatoscopiapor meio de inspeção do fígado do indivíduo (Ez 21.21); hidromancia, por meio da água (Gn 44.5); necromancia, por meio dos mortos (Dt 18.11; Is 8.19); rabdomancia, por meio de varinha mágica (Os 4.12);sortilégio, por meio do lançar sortes (Ez 21.21), etc

Que Deus nos guarde de entrarmos por este triste caminho. O adivinhador é guiado por um espírito maligno que o domina (At 16.16-18).

4.      Consagrou um filho ao sa­cerdócioConforme a determinação de Deus, o sacerdote deveria ser um levita e passar pelo processo de purificação e consagração do sumo sa­cerdote, para exercer o seu ministé­rio (Nm 8.5-26). Nada disto ocorreu com o filho de Mica, que também era efraimita (Jz 17.1). Foi uma atitude isolada, paternal e exclusivista. Tudo foi feito erradamente. 

Infelizmente, vemos isto acontecer hoje em alguns lugares, onde pessoas não chamadas são colocadas em posição de desta­que na igreja, somente porque são parentes ou “apadrinhadas” do líder.

MICA E A CONSAGRAÇÃO DO LEVITA

Todo erro conduz a outro maior (Sl 42.7). Isto aconteceu com Mica. Apareceu em sua casa um mancebo, de Belém de Judá, levita, cujo nome era Jônatas (Jz 18.30). (Algumas fiéis traduções afirmam que ele era filho de Gérson e neto de Moisés e não de Manassés, que não era levi­ta.) 

Mica o convidou para ser o sa­cerdote de sua casa, prometendo-lhe um bom salário (Jz 17.7-12). Foi outro erro cometido, devido ao fato de que:

1.      O levita era um aventureiro. Estava peregrinando para um lugar onde achasse comodidade (vv.7-9). Não tinha alguma responsabilidade. Seu negócio era ter conforto e tranquilidade, ou seja, “sombra, água fresca e sapatos largos nos pés”. Era um autêntico turista.

2.      Não podia ser separadoRa­zões: 1) era mancebo; 2) as funções sacerdotais só poderiam ser exercidas a partir dos vinte e cinco anos de idade (Nm 8.24); 3) não pas­sou pelo processo público, exigido para a purificação e consagração pelo sumo sacerdote (Nm 8.5-22); 4) não podia oficiar sobre um sistema separado de adoração, com exclusividade (Nm 8.19); 5) não era da fa­mília de Arão (Nm 3.1-16); 6) Deus sempre chamou pessoas que estavam ocupadas para a sua obra (Ex 3.1-3; Jz 6.11; 1 Rs19.19). 

Ele é quem co­loca os obreiros na Igreja (Ef 4.11), os quais não podem ser neófitos (l Tm 3.6), e sim aptos para o traba­lho (l Tm 3.1-5).

MICA E A DISSEMINAÇÃO DE SUA IDOLATRIA

Naqueles dias, os danitas busca­vam para si uma herança maior, e, nesse intuito, enviaram uma comiti­va para observarem onde encontrariam tal território. Passaram pela casa de Mica, onde conheceram o seu sacerdote, e consultaram-no nes­se sentido, para saberem se estavam certos em sua empreitada. 

Diante de uma resposta favorável do levita, prosseguiram em seu caminho. 

Des­cobriram a região de Laís, voltaram ao seu povo, deram a notícia alvissareira, e dali saíram com um exército de seiscentos homens para conquistar aquela terra (Jz 18.3-11).

Passaram novamente pela casa de Mica e levaram todas as imagens e deuses ali existentes, e também o sacerdote, para o local a que se destinavam (Jz 18.14-31). Conquista­ram o território pretendido, Laís, cujo nome foi mudado para , e Jônatas e seus filhos foram sacerdotes, implantando naquela terra toda a idolatria que havia na casa de Mica. 

Este relatório bíblico nos fornece al­gumas lições:

1.      Idolatria disseminadaComo um fermento que leveda toda a massa (1 Co 5.6), assim ocorreu. Come­çou com Mica e espalhou para todo o povo. A tendência do mal é espa­lhar-se rapidamente (Hb 12.15).

2.      A resposta do sacerdote aos danitasTudo aconteceu conforme a palavra do sacerdote, porque era propósito de Deus que a terra fos­se conquistada pelo seu povo (Js 1.3-5; Jz 18.10), e não para confir­mar a mensagem de Jônatas

O fato de ele ser o neto de Moisés deve ter-lhe conferido determinado pres­tígio. Sua vida nos leva a pensar sobre o poder de alguns homens para atrair a atenção de outros, le­vando-os a crer em suas formas deturpadas de adoração.

Por este caso, entendemos tam­bém como começa uma seita heré­tica que, através dos tempos, tem grassado no meio do povo de Deus (Jz 18.6,9,10,27-29). É nesse pon­to que muita gente se engana. 

Nem sempre ocorre um sinal, ou cumpri­mento de uma palavra, para confirmar que o instrumento utilizado es­tava na vontade de Deus. Isto ve­mos no caso de Moisés, que não es­tava na direção divina, e por seu in­termédio aconteceu um milagre (Nm 20.7-13).

A respeito disso, Jesus nos adver­tiu (Mt 7.21-23). Sinais são mencionados na Bíblia, por essas pessoas que não tinham comunhão com Deus, como os magos do Egito (Êx 8.7) e Simão, o mágico (At 8.9-11). Nestes últimos tempos têm surgido falsos profetas que fazem muitos prodígios de mentira (Mt 24.24; 2 Ts 2.9). 

Devemos, no entanto, provar todas as manifestações ditas espiri­tuais, através de quatro maneiras, dentre outras: 1) base bíblica (Pv 30.5,6; Ap 22.18,19); 2) a vida da pessoa usada (Is 52.11); 3) a cons­ciência espiritual da igreja (1 Co 2.16; 4) o cumprimento do que foi dito (Dt 18.22; Nm 23.19).

CONCLUINDO

Vivamos de tal modo que não tenhamos algum ídolo feito pelos ho­mens, e nem pelo nosso coração, ten­do apenas Jesus como centro de toda nossa atenção, Ele que é o nosso Deus Bendito eternamente, e a quem pertence toda a glória.

Ser idólatra não significa ape­nas adorar uma imagem de escultu­ra, como fazem os adeptos de algu­mas religiões, mas também reveren­ciar o próprio eu, um objeto, uma pessoa, ou seja, qualquer coisa que tente anular o dever de o homem cultuar a Deus.

Devemos ser sábios, no mo­mento em que evangelizarmos um idólatra, a fim de não ofendermos os seus sentimentos religiosos. Fa­lemos, no entanto, a verdade com muito amor, e deixemos que o Espí­rito Santo o convença do erro que está cometendo.

Nós, evangélicos, não devemos ser fãs de um cantor ou pregador bem sucedido, pois esta é uma forma velada de idolatria também condenada pelo nosso Deus. Oremos por eles, para que continuem uma bênção, mas jamais os consideremos nossos ídolos.

Bibliografia Valdir Bícego
Fonte: www.ebdareiabranca.com

APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...