quinta-feira, 5 de julho de 2018

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 24)

O Vale da Sombra da Morte


“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estas comigo; a tua vara e teu cajado me consolam”. Salmos 23:4

O Salmo 23 foi chamado de uma das criações mais sublimes de todos os tempos, como também "a pérola do livro dos Salmos". Houve, igualmente, quem dissesse que é um hino de louvor à providência Divina. Não é um Salmo longo, são apenas seis versículos, mas, no entanto, é, sem dúvida, o capítulo mais amado do Antigo Testamento, senão de toda a Bíblia. 

É conhecido pelas crianças. Dos cento e cinqüenta salmos, é aquele que 90% dos leitores sabem de cor. Qualquer criança que vai à Escola Bíblica o conhece. E tem sido a última leitura solicitada por muitos cristãos neste mundo quando em seu leito de dor já encarando a morte. 

Muitas pessoas têm uma aversão pelo assunto morte. “Eu também não gosto de falar, muito menos de escrever”.A Bíblia nos relata vários vales. 

O vale Hinom era um local que os pais sacrificavam seus filhos ao Deus Moloque. Tinha o Vale do Monturo onde eram jogados corpos dos indigentes e dos que a “lei” mandava matar. Mas um vale que poucos conhecem e que o salmista fez questão de falar foi o Vale que traz a aflição, que quando se encontra lá, a pessoa está na estrada da morte, caminhando a passos largos para o fim.

Vale da Sombra da Morte


Quem teve a oportunidade de assistir o filme os Dez Mandamentos, conheceu este vale, mesmo que passivamente, mas conheceu. O vale da Sombra da Morte era um local escuro, a ultima morada dos leprosos. A Lepra (ou Hanseníase ou mal de Hansen, do nome de Gerhard Hansen, que identificou o agente da doença) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. Ela é endêmica em certos países tropicais, em particular na Ásia. 

No Brasil existem muitos casos de hanseníase. Os doentes são chamados leprosos, apesar de que este termo tende a desaparecer com a diminuição do número de casos e dada a conotação pejorativa a ele associada. Com a falta de cuidados médicos os portadores eram levados para “O Vale da Sombra da Morte” deixados lá e entre eles os que estavam melhor cuidavam dos piores até o fim. Não existia saída; ali era a ultima morada antes da morte. A presença dos doentes terminais (apesar de que todos eram terminais) aos olhos dos que chegavam, sua mente divagava, e a pergunta para si mesmo era sempre a mesma; Quando vou chegar lá?

Davi o Vale e o Leitor


O salmista em sua metáfora foi alem do que lhe rodeava, pois era o rei de Israel. Colocou-se na posição de um simples mortal que necessita da misericórdia de Deus; e diz “Ainda que eu estivesse lá no Vale da Sombra da Morte, todo cheio de lepra, em estado terminal, não temeria mal algum, porque Deus está comigo”.

Existe uma facilidade muito grande em falar palavras bonitas de incentivo para alguém. Mas, preste a atenção Deus está mandando falar com você que está em uma situação semelhante, Passando por doenças dificuldades financeiras etc. O Senhor está com você. Ele é teu Pastor. Nada vai te faltar.

APRENDENDO COM TIAGO



TENTAÇÃO

Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. (1 Coríntios 10:13)

O Ap. Paulo está dizendo que a tentação que vem sobre nós é humana, é coisa de nossa carne fraca, porque então muita gente diz que tentação é coisa do Diabo?

Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência *desejo incontrolável da carne.
(Tiago 1:14)

Em outra declaração Tiago diz que somos atraídos pelos nossos próprios desejos. Quer dizer então , que o diabo simplesmente joga a isca, ele espera os nossos desejos aflorarem, ele quer ver nossos olhos sendo hipinotizados?

Logo em seguida Tiago vem com uma receita infálivel contra tentação, voltamos nossa mente para Deus, resista a toda aparencia daquilo que parece que vai nos fazer um bem danado e simplesmente a tentação se afastará de nós:

Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Tiago 4:7

Felizes os homens que conseguem escapar das tentações, porque em seguida, após a sua recusa em aceitar a tentação, está sendo provado, e receberá um boa recompensa, uma boa consciencia e uma paz de espirito

Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. (Tiago 1:12)

Este é o roteiro de uma vida livre de tudo aquilo que quer nos aprisionar num ciclo vicioso de maus hábitos e vicios e caminhos da perdição, a decisão é sua, mas lembre-se os olhos nunca se fartam, os desejos nunca se acabam, por isso a tentação vem sempre aparentemente como sendo algo mais forte do que nós:

Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.
(Eclesiastes 1:8)

Como o inferno e a perdição nunca se fartam, assim os olhos do homem nunca se satisfazem. (Provérbios 27:20)

Sem Deus nada podemos fazer, sujeite-se a Deus e vença os seus maiores inimigos que estão dentro de você

APRENDENDO COM JEREMIAS (PARTE 6)



AS VEREDAS ANTIGAS

"Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos." (Jeremias 6:16)

É natural se interessar por novidades. Os jornais e revistas existem para satisfazer uma parte da curiosidade humana sobre coisas novas.

A tecnologia avança pela busca de coisas ainda não descobertas ou não inventadas.

O comércio sobrevive por alimentar o desejo das pessoas de ter as roupas da moda, eletrodomésticos da última geração e carros do ano.

E quem usa computadores entende bem que os programas e até os computadores “novos” chegam às lojas já desatualizados!

Neste ambiente que valoriza as novidades, não nos surpreende ver muitas pessoas fazendo a mesma coisa em questões espirituais.

Buscam novidades e atualizações, novos caminhos e religiões da moda.

E nesta busca, desviam da verdade revelada pelo Deus eterno que nos criou e nos guia.

Há 2.600 anos, Jeremias transmitiu estas palavras do Senhor: “Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos” (Jeremias 6:16).

Alguns séculos depois, Paulo visitou a Grécia, o berço da filosofia ocidental. O narrador descreve o povo de Atenas: “Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades” (Atos 17:21).

A mensagem de Paulo foi uma novidade para muitos dos seus ouvintes naquele dia, como o evangelho continua sendo a “boa nova” para as multidões hoje.

Mas Paulo começou onde todos precisam começar, com o Criador do universo. Ele mostrou a preocupação de Deus com suas criaturas, chegando à mensagem da salvação por meio de Jesus crucificado e ressurreto.

Desde aquela época, Deus não atualizou a sua mensagem para o homem. Muitas igrejas vivem acrescentando e mudando a palavra revelada, como faziam os falsos profetas da época de Jeremias.

Abandonam a mensagem eterna em busca de algo mais espetacular. Desprezam as “veredas antigas” encontradas exclusivamente na Bíblia. Pregam a sabedoria humana e as manchetes dos jornais, porque perderam a confiança no bom caminho que leva à vida eterna
(1 Coríntios 2:1-5).

A tentação nos dias de hoje é uma escolha entre o velho caminho (a vontade de Deus para nós) e um novo caminho fornecido por Satanás.

Tantas vezes o caminho de Satanás é apresentado para nós como um atalho à felicidade, prosperidade e realizações. No entanto, este caminho nos leva para longe de Deus e as bênçãos que ele anseia nos dar.

Não sejamos como o povo de Deus nos dias de Jeremias, que recusou o caminho de Deus e disse, “Não vamos andar nesse caminho”. O resultado da escolha deles foi a sua própria destruição.

Oração: Ó querido Pai, Todo Poderoso Deus, perdoe-me por achar que as coisas sempre devem ser do meu jeito, perdoe-me por desviar do seu caminho e tentar buscar um caminho que parece ser mais fácil e que vai me levar à felicidade mais rapidamente.

Através do seu Espírito Santo, ajude-me a ver além das fachadas das tentações de Satanás, para enxergar seus resultados amargos. Sei que o Seu caminho é o caminho de alegria, paz e descanso. Por favor, dê-me a coragem de andar nele confiantemente. No nome de Jesus eu oro. Amém.

terça-feira, 19 de junho de 2018

APRENDENDO COM LUCAS




O Evangelho de Lucas
Lucas 10: 21-24

Normalmente estudamos o que o Evangelho nos diz, edificando-nos com suas mensagens. Neste artigo, vamos além: iremos ver como é a estrutura do livro e vamos conhecer também seu autor. Ao afirmar que “Lucas escreveu”, não estamos nos esquecendo de que sua obra só foi possível por causa da inspiração do Espírito Santo do Senhor.

Lucas é o autor do terceiro Evangelho e do livro de Atos, At. 1:1-5. Os dois livros mostram uma similaridade de estilo. O escritor foi um companheiro de viagem de Paulo, At. 16: 10-17.  E os dois documentos são dirigidos à mesma pessoa: Teófilo. O evangelho de Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C.

I - QUEM FOI LUCAS

Homem crente, cheio do Espírito do Senhor, com ampla visão da necessidade da obra, Lucas empregou seus dons ligados à palavra escrita para proclamar o que sabia a respeito de Jesus Cristo. Ele fora evangelista, pastor e chamado de “médico amado”:
1) O médico amado - Esse é o tratamento afetivo que lhe dispensa Paulo em Cl. 4:14. Seus pais eram de origem grega. Lucas não fora discípulo de Jesus, em seu ministério. Provavelmente converteu-se com a pregação de Paulo. Por ter amplo vocabulário e dom da comunicação, ao escrever o terceiro Evangelho e Atos, Lucas oferece-nos maior quantidade de informações históricas do que qualquer outro autor do Novo Testamento.
2) Evangelista e pastor - Lucas foi companheiro nas viagens missionárias do apóstolo Paulo, permanecendo com ele até sua morte, Cl. 4:14; II Tm. 4:11 e Fm. 24. Lucas ficou em Filipos, na segunda viagem missionária de Paulo, a fim de ajudar a estabilizar a nova igreja ali, At. 16: 40; 17: 1.

II - ASPECTOS BÁSICOS DO LIVRO

b) Parábolas. Das 35 parábolas registradas no NT, 19 são encontradas no Evangelho de Lucas, entre elas: a da figueira estéril, 13; a da grande ceia, da dracma perdida, 15; do administrador infiel, 16; do fariseu e do publicano, 18.
c) A linguagem - O Evangelho de Lucas é o mais literário de todos. Contém no início quatro belos hinos:  o cântico de Maria, 1:46-55, quando foi visitar Isabel;  o cântico de Zacarias, uma palavra profética do pai de João Batista, 1:67-79;  o cântico dos anjos, 2:14, quando Jesus nasceu e o cântico de Simeão, em 2:28-32, ao tomar o menino Jesus nos braços.
d) A paixão do Salvador, 18: 31-23: 56 - É interessante observar como Lucas, ao relatar os dias finais de Jesus, dá um toque característico de linguagem à última ceia, ao aviso de Jesus a Pedro, ao episódio de suor com sangue, à disposição dos acontecimentos em casa de Caifás, ao comparecimento de Jesus perante Herodes, ao discurso de Jesus às mulheres de Jerusalém, 23:27-31, ao ladrão arrependido, sem alterar a sua marcha nem o seu significado. 

As simpatias e os sofrimentos humanos foram postos em relevo por Lucas, ao mostrar como o Filho do Homem sofria na cruz em obediência ao Pai.
e) Ao relatar a ressurreição do Salvador, 24:1-53, Lucas o faz de uma forma nova e diferente. A realidade é a mesma dos demais evangelhos, porém a forma como relata a aparição do Cristo ressurreto aos discípulos no caminho de Emaús elimina qualquer dúvida que, porventura, o leitor possa ter quanto ao fato. A inesperada e convencedora manifestação da presença viva de Jesus, sua interpretação das Escrituras e a convicção espiritual que se apossou deles, quando Ele lhes falava, constituía evidência incontestável de que alguma coisa de novo havia acontecido na terra.

III - ENSINOS QUE SE DESTACAM NESTE EVANGELHO

O propósito de Lucas ao escrever para os gregos era o de alcançar a maioria dos convertidos através da pregação de Paulo, At. 11:20-21. As pessoas educadas nessa cultura costumavam glorificar a sabedoria, a beleza e o homem ideal. Quando o evangelho começou a circular, puderam conhecer mais claramente a mensagem universal de Jesus, que assim pode ser resumida:
a) Oferta universal de salvação - Jesus é o perfeito Deus-Homem que oferece a salvação a todas as nações, Lc. 2: 29-32. É uma oferta universal, pois para Ele não há judeu, nem gentio, nem grego, nem bárbaro, nem escravo, nem livre. Sua obra é uma interpretação viva e completa daquele que tem poder para redimir o homem em qualquer lugar e em qualquer tempo.
b) Redentor e salvador - Lucas descreve Cristo como redentor de todos os que crêem, oferecendo perdão e salvação independentemente do privilégio de uma raça particular ou nação, a saber: aos samaritanos, 9: 51-56; 10: 30-37; aos pagãos, 2: 32; 3: 6; 4: 25-27; aos judeus, 1: 33; 2: 10; aos publicanos, pecadores e desterrados, 3: 12; 5: 27-32; 7: 37-50; ao povo de modo geral, 7: 36; 11: 37; 14: 1; aos pobres, 1: 53; 2: 7; 6: 20; 7: 22; aos ricos, 19: 2; 23: 50; a mulheres e a homens.
c) A doutrina do Espírito Santo - Lucas dá especial atenção à doutrina do Espírito Santo, mais que Mateus e Marcos juntos. Ele nos informa que todos os principais personagens do Evangelho tinham o poder do Espírito Santo para a obra: João Batista, 1: 15; Maria, 1: 35; Isabel 1: 41; Zacarias, 1: 67; Simeão, 2: 25, 26, e o próprio Jesus 4: 1.

APRENDENDO COM JESUS


JESUS, O PRÍNCIPE DA PAZ
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." (João 14:27)
Infelizmente, o termo "Paz" está tão desgastado que já não significa nada para ninguém.
Os homens fazem conferências para a paz, mas, por detrás, estão a traí-la, porque os interesses político-económicos têm, para eles, mais valor que a verdadeira paz.
Falam de paz ao seu próximo, porém os seus corações estão cheios de perversidade (Salmo 28:31).
Jesus, o Filho de Deus, que veio ao mundo trazer a verdadeira paz, ensinou: - "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá (para tornar a tirá-la). Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize".
A paz que Eu vos dou é para sempre. Paz que vós tereis dentro de vós mesmos, paz que tereis com os vossos inimigos, paz que tereis com o Pai, se observardes o que Eu vos digo.
Paz que recebereis através de um coração arrependido e contrito, manso e confiante em Mim. Não vos atemorizeis, "credes em Deus, crede também em Mim".
A Paz que Ele nos dá é um estado de espírito que se caracteriza pela mansidão, pela tranquilidade plena, pela satisfação completa, por sabermos que estamos em Cristo e que Ele está em nós.
Quem tem a paz que Cristo dá consegue manter relacionamentos pacíficos com o seu semelhante, porque, nessa paz, não há hipocrisia, nem fingimento, nem falsidade, nem segundas intenções.
Por isso, Jesus disse "Não vos dou a Minha paz como o mundo a dá".
Esta paz foi a paz proclamada aquando do nascimento de Jesus, quando os anjos cantaram "Glória a Deus nas alturas, paz na terra entre os homens a quem Deus quer bem, ou seja, aos homens de boa vontade"
(Lucas 2:14).
Deus estava em Cristo Jesus que nos trouxe e dá a verdadeira paz (II Coríntios 5:19).
Já vives esta paz que Cristo dá?
Já estás em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo?
Já tens Jesus no teu coração por meio da fé?
Hoje pode ser a tua última oportunidade.
Podemos estar enfrentando uma grande luta, mas sabemos que a paz verdadeira está bem perto de nós.
Não uma paz meramente exterior e passageira, ou a paz artificial dos antidepressivos, das férias ou da ausência de problemas.
Mas a paz que brota do coração daquele que morreu na cruz.
É a paz de Jesus que supera as piores circunstâncias.
A paz verdadeira que vem da confiança no único Deus, criador e sustentador da vida.
O próprio Deus nos livra das tormentas desta vida, e nos oferece graciosamente a sua Paz.
Pegue-a, é de graça!

APRENDENDO COM ELIAS (PARTE 7)



O SIMPLES E O EXTRAORDINÁRIO
Assim que o Senhor chamou Elias para fora, algo aconteceu: “Ao que Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte perante o Senhor. E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto; e depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e ainda depois do fogo uma voz mansa e delicada. E ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. E eis que lhe veio uma voz que dizia: Que fazes aqui, Elias?” (I Reis 19:11).
Há uma tendência em todos nós de esperarmos que Deus fale conosco de forma espetacular.
Tenho descoberto que o que mais necessitamos nestes momentos de crise, é de ouvir a voz mansa e delicada de Deus.
Muitas vezes nos inclinamos a pensar que sempre que Deus se move há agito e barulho.
Para sairmos de uma crise de desânimo prolongado achamos que precisamos ver um anjo de Deus, mas não.
Elias viu duas vezes o anjo que lhe acordou para que comesse e isto não mudou nada.
Nosso conceito é errado e muitas vezes deixamos de experimentar a ação de Deus porque só esperamos o extraordinário e não o simples.
Deus não estava no vento. Não estava no terremoto. E nem tampouco no fogo.
Mas estava naquela voz mansa e delicada, naquele divino som sarador para a alma de Elias.
Muita gente deixa de provar o mover de Deus quando se recusa a perceber que Ele também age de maneira simples e não só de modo extraordinário.
Quando Jesus passou pelo tanque de Betesda, havia uma multidão de enfermos e doentes por lá, mas só um foi sarado.
Aquele era o lugar onde Jesus poderia ter feito muitas coisas, mas só curou um. Por quê?
Porque enquanto todo mundo ficava olhando para cima, esperando a hora em que o anjo desceria agitar as águas, deixaram de perceber que Aquele que Cura estava andando no meio deles de forma simples.
Quando Naamã, o leproso, foi ao encontro de Eliseu, o profeta, em busca de sua cura, aconteceu algo semelhante.
Eliseu nem sequer saiu ao encontro do homem, só mandou dizer que mergulhasse sete vezes no rio Jordão e a cura ocorreria.
Naamã se indignou que o profeta nem veio ao seu encontro; externou suas expectativas dizendo:
“Eu esperava que ele viria até mim, poria a mão no lugar da lepra, invocaria o nome de seu Deus e eu seria curado.
Mas não, me manda banhar num rio de águas barrentas enquanto os rios de minha terra são bem melhores!”
E decide ir embora sem fazer o que lhe foi mandado.
Mas um dos seus servos, com sabedoria, se aproximou e disse: “Meu senhor, se o homem de Deus te pedisse uma coisa difícil, o senhor não faria?”
E diante da resposta afirmativa, acrescentou: “Então porque não faz a fácil!” Então Naamã entendeu que o agir de Deus não se dá só de maneira extraordinária, aceitou o simples e foi curado.
Precisamos entender que Deus não vai chacoalhar o mundo para nos tirar da caverna do desânimo.
Ele está nos chamando para fora e vai falar ao nosso coração de maneira simples e mansa.
Para encobrir a voz do desânimo, a voz do Senhor não necessita ser tão estrondosa, nossos ouvidos é que precisam querer ouvir sua voz.
Precisamos tomar uma decisão de sair da caverna e nos colocarmos diante do Senhor. Só ele pode nos sarar o coração ferido pelo abatimento.
Elias havia fugido do plano divino. A partir do momento em que ele volta a ouvir a voz de Deus dando as direções para seus passos ministeriais, a voz do desânimo vai sendo abafada em sua alma.
Penso que se Elias não tivesse se isolado, talvez seu servo (que também tinha a unção profética, era um discípulo) poderia ter sido um canal de Deus em sua vida.
Quando o desânimo chega, não devemos fugir e nem tampouco se esconder, mas reagir, buscando a voz do Senhor até que ele soe mais alto!

sexta-feira, 8 de junho de 2018

APRENDENDO COM RUTE (PARTE 5)




RUTE “Uma mulher de bem”


Será que as coisas finalmente melhorariam para essa jovem viúva? Ela tinha se apegado a Noemi, sua sogra, jurando que ficaria com ela e que se tornaria adoradora de Jeová, Deus de Noemi.

As duas viúvas tinham saído de Moabe e ido para Belém, e Rute, que era moabita, logo ficou sabendo que a Lei de Jeová fazia provisões práticas e dignas para os pobres em Israel, incluindo os estrangeiros.* E agora ela podia observar alguns dos servos de Jeová, que seguiam a Lei e eram treinados por ela, agirem de um modo que revelava espiritualidade e bondade. Isso tocou seu coração tão sofrido.

Uma dessas pessoas foi Boaz, um homem rico, de mais idade, em cujos campos ela respigava.

Naquele dia, ele havia reparado em Rute e sentido um carinho paternal por ela. Rute com certeza ficou contente no seu íntimo ao pensar nas palavras bondosas dele, elogiando-a por cuidar da idosa Noemi e por buscar proteção sob as asas do Deus verdadeiro, Jeová. — Rute 2:11-13.

Mesmo assim, Rute talvez se preocupasse com seu futuro. Visto que era estrangeira, pobre e não tinha marido nem filhos, como ela sustentaria a si mesma e à sua sogra nos anos à frente? Respigar seria suficiente? E quem cuidaria dela quando envelhecesse? 

Seria natural que ela se preocupasse com isso. Nos tempos atuais, de grandes dificuldades econômicas, muitos têm ansiedades similares. Ao analisarmos como a fé de Rute a ajudou a enfrentar esses desafios, veremos muitas coisas que podemos imitar.

O que é uma família?


Quando acabou de bater os grãos e ajuntá-los, Rute viu que havia respigado cerca de 1 efa de cevada, ou 22 litros. Pode ser que sua carga pesasse uns 14 quilos. Rute talvez tenha envolvido tudo com um pano, colocado sobre a cabeça e partido para Belém ao anoitecer. — Rute 2:17.

Noemi ficou feliz de ver sua querida nora e talvez tenha ficado surpresa ao reparar na pesada carga de cevada que Rute trazia. Visto que Rute também havia trazido sobras dos alimentos que Boaz tinha providenciado para os trabalhadores, as duas tomaram uma refeição simples. Noemi perguntou: “Onde respigaste hoje e onde trabalhaste? Torne-se bendito aquele que reparou em ti.” (Rute 2:19)

Noemi estava atenta; a abundância de provisões que Rute havia conseguido mostrava que alguém tinha reparado na jovem viúva e a tinha tratado com bondade.

As duas começaram a conversar, e Rute disse a Noemi como Boaz havia sido bondoso. Comovida, Noemi exclamou: “Bendito seja ele por Jeová que não abandonou a sua benevolência para com os vivos e os mortos.” (Rute 2:19, 20

Ela encarou a bondade de Boaz como vindo de Jeová, que move seus servos a serem generosos e promete recompensá-los por sua bondade.* — Provérbios 19:17.

Noemi incentivou Rute a aceitar a oferta de Boaz de continuar respigando em seus campos, perto das moças da casa dele, para evitar o assédio dos ceifeiros. Rute aceitou esse conselho. Ela também continuou a ‘morar com a sua sogra’. (Rute 2:22, 23

Vemos aqui de novo a qualidade mais notável de Rute — o amor leal. Seu exemplo pode nos fazer refletir se prezamos nossos laços familiares, apoiando lealmente as pessoas que amamos e ajudando-as quando necessário. Esse amor leal nunca passa despercebido a Deus

Será que Rute e Noemi não chegavam a ser uma família? Em algumas culturas, uma família só é família no pleno sentido quando todos os papéis são preenchidos — marido, esposa, filhos, avós e assim por diante. 

Mas o exemplo de Rute e Noemi nos lembra que os servos de Jeová podem abrir seu coração e fazer com que mesmo a menor das famílias seja um lar acolhedor onde existe amor e bondade. Você tem apreço por sua família? Jesus lembrou seus seguidores que a congregação cristã pode se tornar uma família para quem não tem nenhuma. — Marcos 10:29, 30.

“Ele é um dos nossos resgatadores”

Rute continuou a respigar nos campos de Boaz desde a colheita da cevada, por volta de abril, até a colheita do trigo, por volta de junho. As semanas foram passando, e Noemi sem dúvida pensava cada vez mais no que poderia fazer por sua nora. Quando ainda estavam em Moabe, Noemi achava que jamais poderia ajudar Rute a encontrar outro marido. (Rute 1:11-13

Mas agora começava a pensar de outra forma. Ela disse a Rute: “Minha filha, não devia eu procurar-te um lugar de descanso?” (Rute 3:1)

 Naquele tempo era costume os pais procurarem um cônjuge para os filhos, e Rute de fato havia se tornado como uma filha para Noemi. Ela queria achar “um lugar de descanso” para Rute — referindo-se à segurança e proteção que um lar e um marido proporcionariam. Mas o que Noemi poderia fazer?

Quando Rute mencionou Boaz pela primeira vez, Noemi disse: “O homem é aparentado conosco. Ele é um dos nossos resgatadores.” (Rute 2:20

O que isso significava? A Lei de Deus para Israel incluía provisões amorosas para as famílias que, devido a pobreza ou luto, passassem por dificuldades. Se uma mulher ficasse viúva sem ter filhos, ela se sentiria ainda mais aflita porque essa situação impediria que a descendência e o nome de seu marido perdurassem pelas gerações futuras. Mas a Lei de Deus permitia que o irmão do marido se casasse com a viúva. Assim ela poderia dar à luz um herdeiro que desse continuidade ao nome do falecido e cuidasse dos bens da família.* — Deuteronômio 25:5-7.

Noemi pensou num plano. Podemos imaginar o olhar surpreso de Rute ao passo que sua sogra falava. É provável que a Lei de Israel ainda fosse algo novo para Rute, e muitos dos costumes, um pouco estranhos. No entanto, sua consideração por Noemi era tão grande que ela ouviu atentamente cada palavra. O que Noemi aconselhou Rute a fazer talvez tenha parecido estranho ou embaraçoso, até mesmo humilhante, mas ela escutou o conselho e humildemente disse: “Farei tudo o que me disseres.” — Rute 3:5.
Às vezes é difícil para os jovens ouvir os conselhos dos mais velhos e experientes. É fácil achar que quem é mais velho não consegue realmente entender os problemas e desafios que os jovens enfrentam. O exemplo de humildade de Rute nos lembra que ouvir a sabedoria de pessoas mais velhas que nos amam e querem o nosso melhor pode ser muito recompensador. Mas qual foi o conselho de Noemi, e será que Rute foi mesmo recompensada por acatá-lo?

Rute na eira

Naquela tardinha, Rute foi até a eira — uma área plana de terra batida onde os lavradores levavam os grãos para serem debulhados e joeirados. Normalmente se escolhia um lugar numa encosta ou no alto de uma colina, onde as brisas eram mais fortes no fim da tarde e começo da noite. Para separar os grãos do restolho e da palha, usavam-se grandes forquilhas ou pás. A mistura era lançada para o alto de modo que o vento levava embora a palha, que era mais leve, e os grãos caíam no chão.
Rute ficou observando discretamente à medida que o serviço era concluído. Boaz supervisionou o trabalho de joeirar os grãos, que foram se amontoando em grande quantidade. Depois de uma boa refeição, ele se deitou perto do montão de cereal. Pelo visto, naquela época era costume fazer isso, talvez para proteger a preciosa colheita contra ladrões ou saqueadores. Rute viu Boaz se deitar. Era o momento de pôr o plano de Noemi em ação.
Com o coração batendo forte, Rute se aproximou lentamente. Dava para ver que o homem estava num sono profundo. Assim, como Noemi tinha dito, ela descobriu os pés dele e se deitou ali. Depois aguardou. O tempo foi passando, mas para Rute deve ter parecido uma eternidade. Por fim, perto da meia-noite, Boaz começou a se mexer. Tremendo de frio, ele se esticou para cobrir os pés. Então, percebeu que havia alguém ali. O relato diz: “Eis que havia uma mulher deitada aos seus pés!” — Rute 3:8.

“Quem és tu?”, perguntou ele. Rute respondeu, talvez com a voz trêmula: “Sou Rute, tua escrava, e tens de estender a tua aba sobre a tua escrava, visto que és resgatador.” 

Alguns comentaristas bíblicos têm procurado dar a entender que as ações e as palavras de Rute tinham uma certa conotação sexual. Mas eles se esquecem de dois detalhes. 

Primeiro, Rute estava agindo de acordo com os costumes da época, muitos dos quais se perderam no tempo. Assim, seria um erro comparar as ações dela com os baixos padrões morais de nossos dias. Segundo, Boaz respondeu de uma maneira que deixa claro que ele encarava a conduta de Rute moralmente casta e muito elogiável.

Sem dúvida, o tom gentil e suave de Boaz acalmou Rute. Ele disse: “Que Jeová te abençoe, minha filha. Expressaste a tua benevolência melhor no último caso do que no primeiro, não indo atrás dos jovens, quer o de condição humilde, quer o rico.” (Rute 3:10

A expressão “no primeiro [caso]” referia-se ao amor leal de Rute em acompanhar Noemi de volta para Israel e cuidar dela. “No último caso” era a situação atual. Boaz notou que uma jovem mulher como Rute poderia facilmente ter procurado um marido entre os homens bem mais novos, fossem ricos ou pobres. Em vez disso, ela procurou o bem não só de Noemi, mas também do marido falecido de Noemi, por dar continuidade ao nome da família na terra dele. Não é difícil ver por que Boaz ficou tão impressionado com o altruísmo dessa jovem mulher.

Boaz continuou: “E agora, minha filha, não tenhas medo. Farei para ti tudo o que disseres, pois todos no portão do meu povo se apercebem de que és uma mulher de bem.” (Rute 3:11) Ele achou boa a ideia de se casar com Rute; talvez até certo ponto esperasse aquele pedido para ser resgatador dela. Boaz, porém, era um homem correto e não queria fazer as coisas simplesmente segundo suas preferências. Ele disse a Rute que havia um resgatador com parentesco mais próximo da família do marido falecido de Noemi; Boaz falaria primeiro com esse homem para lhe dar a oportunidade de se tornar marido de Rute.
Boaz sugeriu que Rute se deitasse de novo e descansasse até perto do amanhecer; então ela poderia ir embora discretamente. Ele queria proteger a reputação dela, bem como a sua, visto que as pessoas poderiam pensar que algo imoral havia acontecido. Rute se deitou de novo aos pés de Boaz, talvez agora mais tranquila depois de ouvir uma resposta tão bondosa ao seu pedido. Enquanto ainda estava escuro, Boaz encheu a manta de Rute com uma porção generosa de cevada, e ela voltou a Belém.
Deve ter sido muito bom para Rute ouvir Boaz dizendo que ela era conhecida como “uma mulher de bem”. Sem dúvida, essa reputação se devia em boa parte à vontade que ela tinha de conhecer a Jeová e servi-lo. Ela também havia mostrado grande bondade e sensibilidade para com Noemi e seu povo, adaptando-se de bom grado a costumes que para ela certamente eram desconhecidos. Se imitarmos a fé de Rute, nos esforçaremos em respeitar as pessoas e seus costumes. Assim, também poderemos criar uma excelente reputação.

Um lugar de descanso para Rute

“Quem és, minha filha?”, disse Noemi quando Rute chegou. Ela talvez tenha perguntado isso porque estava escuro. Mas Noemi também queria saber se Rute ainda estava na mesma situação de viúva descompromissada ou se agora havia a possibilidade de um casamento. Rute contou logo à sua sogra a conversa que teve com Boaz. Também mostrou a porção generosa que Boaz tinha lhe pedido para entregar a Noemi.* 

Noemi sabiamente aconselhou Rute a ficar em casa em vez de sair para respigar nos campos. Ela garantiu a Rute: “O homem não terá sossego a menos que leve o assunto ainda hoje a término.” — Rute 3:18.

Noemi tinha razão. Boaz foi ao portão da cidade, onde os anciãos costumavam se reunir, e esperou que aquele parente mais próximo passasse. Perante testemunhas, Boaz lhe deu a oportunidade de atuar como resgatador por se casar com Rute. Mas o homem recusou, alegando que isso prejudicaria sua própria herança. Assim, perante as testemunhas no portão da cidade, Boaz declarou que agiria como resgatador, comprando tudo que pertencia a Elimeleque, marido de Noemi, e se casando com Rute, viúva de Malom, filho de Elimeleque. Boaz disse que com isso ele esperava ‘fazer que se levantasse o nome do morto sobre a sua herança’. (Rute 4:1-10)

 Boaz era mesmo um homem correto e altruísta.

Boaz se casou com Rute. Então, o relato diz: “Jeová concedeu-lhe conceber e ela deu à luz um filho.” As mulheres de Belém abençoaram e elogiaram Rute. Disseram que ela era para Noemi “melhor do que sete filhos”. O relato mostra que o filho de Rute se tornou ancestral do grande Rei Davi. (Rute 4:11-22) Davi, por sua vez, foi ancestral de Jesus Cristo. — Mateus 1:1.*
Rute realmente foi abençoada, assim como Noemi, que ajudou a criar aquela criança como se fosse seu filho. A vida dessas duas mulheres é um belo lembrete de que Jeová Deus nota o esforço de quem trabalha de modo humilde para cuidar de sua família e o serve lealmente com seu povo escolhido. Jeová sempre recompensa aqueles que conquistam uma excelente reputação aos seus olhos, como no caso de Rute.

 Como notado por Noemi, a bondade de Jeová não se restringe aos vivos; ela se estende até mesmo aos mortos. Noemi tinha perdido o marido e os dois filhos. Rute havia perdido o marido. Com certeza, elas amavam muito esses homens. Qualquer bondade mostrada a Rute e Noemi era, na verdade, mostrada aos homens que com certeza teriam desejado que essas mulheres queridas fossem bem cuidadas.
Pelo visto, assim como o direito à herança, o direito de se casar com a viúva cabia primeiro aos irmãos do falecido e depois ao parente mais próximo. — Números 27:5-11.

Boaz deu a Rute seis medidas de um peso não especificado — talvez para sugerir que, assim como seis dias de trabalho eram seguidos de um descanso sabático, os dias de Rute como viúva em breve seriam seguidos pelo “descanso” que um lar e um marido proporcionavam. Ou é possível que as seis medidas — talvez pás cheias — fossem tudo o que Rute conseguisse levar.
Rute é uma das cinco mulheres que a Bíblia alista na linhagem de Jesus. Outra mulher foi Raabe, mãe de Boaz. (Mateus 1:3, 5, 6, 16) Como Rute, ela não era israelita. 


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