LIÇÕES DE VIDA E ENSINAMENTOS - TUDO SOBRE OS PERSONAGENS MAIS MARCANTES DA BÍBLIA SAGRADA - OS VILÕES E HERÓIS DA BÍBLIA SAGRADA E SUAS EXPERIÊNCIAS
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
APRENDENDO COM PAULO (PARTE 29)
A PROPOSTA PARA PAULO ERA PREGAR O EVANGELHO NO MUNDO TODO
O nome original do Apóstolo Paulo era Saulo; no judaico Saulo, em hebreu Shaul (Saul) e no grego Saulus. O Apóstolo Paulo nasceu entre os anos 5 e 10 dC, na cidade de Tarso da Cilícia . Por isso era e é chamado Paulo ou Saulo de Tarso.
"E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando" (Atos 9:11).
A origem de Paulo
Era filho de judeus, da tribo de Benjamin e como era o costume foi circuncidado ao oitavo dia. Também cresceu seguindo a mais perfeita tradição judaica.
"Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu" (Filipenses 3:5).
E também era cidadão romano.
"O tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o examinassem com açoites, para saber por que causa assim clamavam contra ele. E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado? E, ouvindo isto, o centurião foi, e anunciou ao tribuno, dizendo: Vê o que vais fazer, porque este homem é romano. E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento" (Atos 22:24-28).
O caráter de Paulo
Lendo as Cartas percebemos o caráter do Apóstolo: às vezes muito meigo e carinhoso; às vezes, severo. Não abria mão das suas idéias e ameaçava com castigos. Escrevendo às comunidades comparava-se à mãe que acaricia os filhinhos e era capaz de dar a vida por eles.
"Antes fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas; porquanto nos éreis muito queridos" (I Tessalonicenses 2:7,8)
Sentia pelos fiéis as dores do parto.
"Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós; Eu bem quisera agora estar presente convosco, e mudar a minha voz; porque estou perplexo a vosso respeito" (Gálatas 4:19,20).
Amava-os, e por isso se sacrificava ao máximo por eles.
"Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado" (II Corítnios 12:15).
Mas era também pai que educava e gerava as pessoas por meio do Evangelho à vida nova.
"Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos" (I Tessalonicenses 2:11). "Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo" (I Coríntios 4:15).
Sentia, pelas comunidades que fundou, o ciúme de Deus, temendo que elas perdessem a fé.
"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo" (II Coríntios 11:2,3).
Quando se fazia necessário exigia obediência.
"Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?" (I Coríntios 4:21).
Muitas vezes Paulo é apresentado como alguém distante do povo e das suas comunidades, incapaz de manifestar sentimentos, indiferente ao drama das pessoas, anti-feminista, moralista e assim por diante. Os que vêem Paulo com esses olhos esquecem-se de suas viagens, cadeias, sofrimentos, perigos e, sobretudo, sua paixão por Jesus e pelo povo. Era capaz de amar todos os membros de todas as comunidades, sem distinção, chamando-os de queridos, amados, irmãos e até mesmo filhos. Queria que todos fossem fiéis a Deus.
É interessante ler as suas Cartas e anotar com quanta freqüência ele usava expressões, tais como: tudo, todo, sempre, continuamente, sem cessar, etc., e com elas expressar sua constante preocupação para com todos. E basta uma leitura mais cautelosa das suas Cartas para descobrir que Paulo não é assim tão insensível e que todo o seu apostolado vem carregado de sentimentos.
"O coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado. Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos. Ora, em recompensa disto, (falo como a filhos) dilatai-vos também vós" (II Coríntios 6:11-13).
A família de paulo
Tinha uma irmã e um sobrinho que moravam em Jerusalém.
"E o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido acerca desta cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo" (Atos 23:16).
A profissão de Paulo
Sua profissão era artesão, fabricante de tendas.
"E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas" (Atos 18:3).
O estado civil de Paulo
O seu estado civil também é um tanto incerto, ainda que na maioria das vezes se afirme que era solteiro. Pelo que vemos nas cartas paulinas, parecia ele ser solteiro:
"Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu" (I coríntios 7:7,8).
Alguns ficam em dúvida por causa do que está escrito em I Coríntios:
"Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?" (I Coríntios 9:6)
A conversão de Pualo
A experiência de Paulo com Jesus mudou completamente a sua vida. De perseguidor passou a ser o anunciador até a sua morte.
Na sua primeira missão apostólica, entre os anos 45 e 49, anunciando o Evangelho em Chipre, Panfilia, Pisidia e Lacaônia (At 13-14), passou a usar o nome grego de Paulo de preferência a Saulo, seu nome judaico.
"Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele" (At 13,9).
Porém, ele soube tirar proveito desse título, bem como de toda a bagagem cultural adquirida, para conduzir todos a Jesus.
"Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele" (I Coríntios 9:19-23).
A missão de Paulo
Encontrou dificuldade para ser aceito como Apóstolo. As suspeitas vinham do fato ser um perseguidor e sobretudo porque não foi escolhido pessoalmente por Jesus. Quatorze anos após a sua conversão, subiu a Jerusalém, para o Concílio, onde defendeu a não circuncisão para os pagãos. Ele mesmo se defendeu das acusações.
"Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" (Gálatas 1:11,12).
Para ele, anunciar o Evangelho era uma obrigação:
"Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!" (I Coríntios 9:16).
Em sua incansável missão de anunciar o Evangelho Paulo sofreu muito, mas não desistiu. Ele mesmo relata algumas das situações difíceis que passou:
"São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez"
(II Coríntios 11:23-27).
Teve que lutar contra os falsos missionários (2Cor 10-12) que anunciavam um Evangelho fácil, que fugiam da humilhação e da tribulação. Anunciavam um Jesus sem a cruz. Paulo anunciava o Jesus Crucificado, ainda que isso fosse escândalo.
"Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos"
(I Coríntios 1:23).
Porém a cruz não era o fim. O mesmo Jesus da cruz é também o Jesus Ressuscitado (1Cor 15).
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terça-feira, 25 de setembro de 2018
APRENDENDO COM ELISEU (PARTE 6)
Tornar as águas más em saudáveis
Texto: II Reis 2:19 –20 - Ex.
15: 22-27
NOSSO DEUS É
UM DEUS DE TRANSFORMAÇÃO
II RS 2:
15, 16, 18
Eliseu viveu
em uma das épocas
mais turbulentas e difíceis
de Israel. Época de
apostasia e distanciamento
da vontade de
Deus. A Escola de Profetas que formava
os futuros sacerdotes
e profetas estava contaminada pela falta de fé, dada a
assolação que Jezabel
havia feito através
do culto a Baal. Os discípulos dos profetas precisavam voltar a
ter fé e também serem valorizados pelo povo. Porém faltava-lhes o
testemunho, pois onde não há posicionamento
de fé, não pode haver milagres e
sinais.
Deus queria
honrar a seu servo Eliseu, para
que esse fosse o instrumento de
purificação daquele povo.
Os discípulos
viam sobre a vida de Eliseu a unção de Elias, porém
resistiam a esse fato, tentando achar uma forma de descaracterizar a verdade
espiritual ali existente. Noutro
momento anterior os mesmos ficaram indagando sobre o fato de Elias ser levado pelo Senhor, e querendo dessa forma até
pará-lo de seu intento (II RS 2: 4 – 6).
Essa resistência
espiritual era algo que
precisava ser tratada e Deus iria usar Eliseu para isso.
B - O AMOR
DE DEUS EM MEIO A
NOSSA TEIMOSIA
Ex. 15: 22 – 27
Jericó era uma
cidade bem situada, porém
suas águas eram más. Em um lugar de clima desértico o
haver água era uma grande benção, porém as águas de Jericó, não serviam para
nada. Muitas vezes recebemos valore
importantes, porém por certas situações
adversas, somos impedidos de usufruir
destes valores. Jericó era uma
cidade amaldiçoada, porém o povo
que habitava ali, tinha esperança em sua
reconstrução. (Josué 6: 26).
Essa situação traz a lembrança
o ocorrido com o povo de Israel,
quando saia do Egito, e teve sua primeira
experiência com o desapontamento no deserto. Já imaginaram, passar sede depois
de um grande livramento, e achar águas
amargas.
Deus queria
trazer “três experiências”
para aquele povo, receber
águas boas.
Eles caminharam “três dias” no deserto e não acharam água.
C - TRÊS DIAS COM AS EXPERIÊNCIAS QUE DEUS
QUER NOS DAR
1º DIA - SABER QUE CERTOS
VALORES QUE CONFIAMOS SE
ESVAZIAM EM MEIO ÃS NECESSIDADES, MAS QUE DEUS NÃO É INGRATO.
Ex. 12: 35 – 36
O povo de Israel saiu
acumulados de tesouros, tudo o que eles
sempre viram os egípcios usando, e que lhes trazia inveja,
era agora deles.
Deus tinha realizado os seus
sonhos. Porém agora do que serviam
os tesouros num deserto, não
haviam mercados, sucos ou
frutas para se comprar
ou trocar. O diabo queria que eles maldissessem
a Deus. Queria que eles achassem
Deus ingrato. “Agora que somos
livres e que temos a paga pelo nosso tempo de escravidão, vamos morrer
de sede”. Porém deus não é ingrato, ele tem tudo preparado no Seu tempo. Jesus disse a
Satanás quando tentado no deserto. “Nem só de pão viverá o
homem, mas sim de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4: 1 – 4) O momento era de deserto, porém Jesus confiou em Deus e logo
depois os anjos vieram e o serviram (Mt 4:11). A palavra
que Deus tinha para Jesus
era “uma ordem” para
seus anjos o servirem após a
vitória.
2º DIA - DIA
DE SABER QUE DEUS PODE TIRAR
DE SITUAÇÕES SIMPLES
GRANDES BENÇÃOS DE VITÓRIA
E LIÇÕES.
Ex. 15: 24 – 25
O povo estava
ansioso por causa da sede e começou a perder seus
referenciais.
Nessas situações
de ânsia, o ser humano entra em
depressão e começa a sonhar com grandes
livramentos, para tentar se auto valorizar, porém Deus não os queria tratar simplesmente com uma cura psicológica momentânea,
mas sim estabelecê-los como guerreiros
forjados nas dificuldades. A fonte para eles beberem
naquele momento era aquela mesmo, o que mudaria era o “sabor”
e não a fonte propriamente.
DEUS TINHA
ALI TRÊS OBJETIVOS
PARA ELES:
A - Dar-lhes
Estatutos: Dar parâmetros de formação
que as diferenciassem como povo de
Deus .
B - Dar-lhes
Ordenança: Dar uma
orientação marcante para não mais errarem
C - Dar-lhes
a provação que era uma experiência marcante
de livramento na necessidade,
para não mais andarem oprimidos.
Jesus, quando foi tentado
no deserto foi
colocado “em cheque”, por Satanás, “Se
você é filho de Deus, se atire daqui”.
Jesus não precisava provar nada a
ninguém fazia parte de sua formação o
“resistir no dia mal”, sabia disso e por isso respondeu
simplesmente: “Não tentarás ao
Senhor Teu Deus”. A vida dEle era para
fazer a vontade de
Deus e não haveria o porque desconfiar de Deus.
Deus de um
pedaço de árvore transformou
as águas amargas em doces e
os saciou, a tua vitória virá de lugares
que você
não imagina. Deus transforma o pensamento
dos homens em nada. I Cor 1: 25
3º DIA - DIA DE VIVER
A ABUNDÂNCIA DO SENHOR, QUE É A SUA VONTADE.
Ex. 15: 27
Após a
experiência eles agora
tinham aprendido o que era necessário
e receberiam a medida “sacudida” do Senhor. Era o tempo das “Vacas
Gordas”, e Deus preparou doze
fontes, uma para cada tribo, e setenta
palmeiras para eles
acamparem e ali descansarem,
e usufruírem da benção de serem mais do que vencedores.
Tudo tem seu tempo.
Era o tempo,
primeiramente, de adquirirem
autoridade sobre suas almas e
sobre as setas do maligno nas suas mentes, e também sobre o deserto. Jesus também ao ser
tentado pela 3º
vez resistiu a Satanás e este se foi, porque agora
Jesus tinha autoridade sobre ele e seus valores, e o mandou embora.
(Mt 4: 8 –10), em
seguida no lugar dos prazeres
transitórios deste mundo, Jesus
recebeu os anjos que o serviram (Mt 4:11)
Jr. 29:11 – 12
APRENDENDO COM JESUS
Jesus tinha cabelo comprido ?
Este assunto sobre os cabelos de Jesus não é uma questão importante ou
significativa. De modo algum. Mas existe muita confusão sobre o assunto.
Praticamente todas as representações de Jesus Cristo apresentam-No com cabelo
comprido.
Mas ... vejamos a Bíblia e os relatos históricos.
Teria mesmo Jesus cabelo comprido ?
Somos muitas vezes confrontados
(em livros, obras de arte, escritos, imagens várias) com expressões gráficas
tentando representar a face física do Senhor Jesus Cristo.
Sendo certo que este
é um tema que muitas pessoas receiam em falar, devemos pôr um ponto de ordem,
já que algumas imagens estão a denegrir o Nosso Senhor e Salvador.
E isto porque todas as
tentativas que existam de forma a querer representar a face do Senhor Jesus não
passam disso mesmo: meras tentativas, já que ninguém sabe como Ele era
fisicamente nem existem quaisquer vestígios pertencentes a Ele.
A visão do Senhor Jesus com
cabelo comprido surgiu no século IV com o chamado "Santo Sudário",
um tecido onde está encrostada uma face que a Religião Católica fez convencer
pertencer ao Senhor Jesus, de forma a qual amuleto servir de santuário para
milhões de peregrinos e prosélitos vilmente enganados na sua ignorância.
Vejamos a história e abramos a Bíblia.
Sabemos que o Senhor
Jesus viveu na terra de Israel, na altura sob o domínio do império Romano. Ora,
o cabelo curto nos homens não é fruto da cultura moderna.
Os livros de história
e as estátuas dos legionários romanos mostram todos os homens com cabelo curto
(bem curto, mesmo).
Quem ditava a «moda» era o imperador e todos os imperadores
e capitães romanos, antes e depois de Jesus, desde Júlio César a Trajano tinham
cabelo comprido.
Antes do período romano, a
cultura predominante na zona oriental do Mediterrâneo, incluindo a Judeia, foi
a grega.
Nos tempos do Senhor Jesus, grande parte da população judia era de
cultura helénica e falava grego (João 12:20; Actos 6:1) - aliás, os livros do
Novo Testamento estão escritos precisamente em grego.
O estilo no cabelo era o
mesmo, ou seja, curto. Basta ver as estátuas dos filósofos Aristóteles, Platão,
Sócrates... alguns usavam barba, mas muitos outros não; todavia,o cabelo era
sempre curto.
Relativamente aos judeus não
helénicos, o Talmude judaico (anterior ao período grego) refere que «os
sacerdotes devem cortar-se cada 30 dias». Estes judeus conheciam o mandamento
de Ezequiel 44:20: «As suas cabeças não raparão, nem deixarão crescer o seu
cabelo». As estátuas e demais reproduções dos varões judeus nos tempos de Jesus
mostram claramente que ninguém usava cabelo comprido.
Há contudo quem faça confusão por
causa de Jesus ser nazareu. Jesus era nazareu porque era da cidade de Nazaré;
não era nazireu, que é algo completamente diferente. Este termo (nazireu)
prende-se com um voto perante o Senhor Deus quanto ao serviço e dedicação que
alguns fizeram.
Foi o caso, por exemplo, de Sansão (cfr. Juízes 13:5; 16:17).
Aliás, os nazireus estavam sujeitos a regras muito estritas. E quanto a estas,
cumpre notar que o Senhor Jesus bebeu vinho (Mateus 11;:19) e numa ocasião tocou
num cadáver (Mateus 9:25) e ambos estes atos eram proibidos aos que faziam voto
de nazireu (Números 6:3,6).
O cabelo comprido que alguns
varões usam hoje é fruto da cultura moderna
Abramos a Bíblia em 1Cor. 11:14. Ali lemos: «não vos ensina a mesma
natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido ?
Se Paulo assim
escreveu era impossível Jesus ter cabelo comprido.
Os que faziam voto de nazireu
deixavam crescer o cabelo em sinal de humildade e submissão. Era precisamente
uma vergonha. Por isso, suportavam-na por amor a Deus.
Devemos notar que quando
terminava o período do voto, o nazireu devia cortar de imediato o seu cabelo
(Números 6:18). Não é isto que vemos naqueles que nos dias de hoje deixar
crescer o cabelo - geralmente para glória própria (vanglória) e exibicionismo.
NÃO. Jesus não tinha cabelo
comprido. O seu aspecto era similar ao de qualquer judeu da sua época.
Na noite
anterior da Sua crucificação, veio uma multidão para o prender. Mas esta
multidão não reconheceu quem era Jesus dentre os homens (Jesus e os seus
discípulos) que ali estavam.
Foi necessário Judas usar um sinal especialmente
combinado para O revelar aos seus inimigos: um beijo na face (Mateus 26:48-49).
Ele não teria necessidade de o fazer se Jesus tivesse um aspecto que o
distinguisse dos demais.
APRENDENDO COM DANIEL (PARTE 21)
POSTURA, DECISÕES E ESCOLHAS
Daniel foi um jovem hebreu, levado cativo para a corte da Babilônia
Desde sua adolescência, ele ouviu falar de Deus através do profeta Jeremias, também viu a calamidade chegar em sua pátria
Ele escutou o profeta Jeremias falar do juízo de Deus sobre a nação de Israel
Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, ainda que não fossem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.
(Jeremias 2:11-13)
Daniel ainda adolescente decidiu no coração servir a Deus independente da situação do seu país. O povo de Deus seria levado cativo pelos babilônios, por causa de rebeldia e desobediência. Tanto o rei como todos os sacerdotes transgrediram as leis de Deus
Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém.
E o Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.
Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos entregou na sua mão.
E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para babilônia.
E queimaram a casa de Deus, e derrubaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram a fogo, destruindo também todos os seus preciosos vasos.
E os que escaparam da espada levou para babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia. (2 Crônicas 36:14-20)
A calamidade chegou! Daniel deixou ser capacitado por Deus para suportar crises
Sua postura foi de vencedor, alguém determinado a servir a Deus em qualquer lugar, em qualquer circunstância
Daniel decidiu ser sábio, instruído no conhecimento de Deus, um jovem disciplinado
Nabucodonosor, rei da Babilônia invade Israel e leva alguns prisioneiros, entre eles, o jovem Daniel
E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes,
Jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.
E o rei lhes determinou a porção diária, das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, para que no fim destes pudessem estar diante do rei.
E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias;
(Daniel 1:3-6)
A posição de Daniel era como prisioneiro de guerra, mas, no seu interior, era de servir a Deus, no terreno do inimigo
Daniel, era fiel a Deus, honesto, justo. Além destas virtudes, Deus concedeu a Daniel alguns dons, entre eles, o dom de interpretar sonhos
E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar.
Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
(Daniel 1:8,9)
A marca registrada de Daniel era a fidelidade a Deus - ele não falou pra ninguém sobre religião, apenas não queria se contaminar com nada, nem com a comida, nem com os costumes, nem com a idolatria da Babilônia
Daniel era carismático e mantinha bons relacionamentos com todos. E se deu bem em tudo que fazia, conquistava a confiança das pessoas ao redor, mesmo sofrendo perseguições, humilhações
Em nenhum momento Daniel deixou de buscar ao Senhor, ele era um homem de oração.
ainda tempos depois, quando Babilônia foi invadida pelos Medos e Persas, Daniel continuou servindo outros reis, porque ele era homem de confiança
E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino cento e vinte príncipes, que estivessem sobre todo o reino;
E sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes príncipes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
Então o mesmo Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.
(Daniel 6:1-3)
O rei Dario pensou em promover Daniel. Tão logo, ele foi vítima de uma conspiração no trabalho. Ficaram com inveja dele, logo no ambiente competitivo e hostil da corte. Muitos de seus companheiros de trabalho ficaram com inveja dele, da sua promoção, então fizeram de tudo para lhe puxar o tapete
Então os presidentes e os príncipes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa.
Então estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a acharmos contra ele na lei do seu Deus. (Daniel 6:4,5)
Daniel vítima de uma conspiração foi parar na cova dos leões, mas, como era um homem de Deus, fiel e devoto em suas orações, Deus fechou a boca do leões
O rei por forte pressão dos conspiradores, assinou um decreto que ninguém poderia adorar outro deus que não fosse o próprio rei
A idéia pareceu boa, mas foram mexer com a menina dos olhos de Deus, que era o jovem Daniel, inocente e justo
Até o rei perdeu o sono, porque a sentença foi cumprida na vida de um dos seus melhores empregados
Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disseram-lhe: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou decreto, que o rei estabeleça, se pode mudar.
Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e lançaram-no na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.
E foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus senhores, para que não se mudasse a sentença acerca de Daniel.
Então o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum, e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono.
(Daniel 6:15-18)
No dia seguinte houve uma surpresa! Deus deu um grande livramento para o justo Daniel
Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei, e foi com pressa à cova dos leões.
E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre!
O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
Então o rei muito se alegrou em si mesmo, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.
(Daniel 6:19-23)
Vale a pena seguir o exemplo de Daniel. Vale a pena servir a Deus. Vale a pena ser justo e honesto no ambiente de trabalho. Vale a pena confiar em Deus em meio as adversidades e desafios da vida
O exemplo de Daniel nos mostra que aquele que serve a Deus, os anjos acampam ao redor e nenhum mal ou dano acontece sem permissão de Deus
O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.(Salmos 34:7)
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APRENDENDO COM DAVI (PARTE 28)
NA TUA LUZ, VEMOS A LUZ
Salmos 36:9 - Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.
O salmista Davi mostra o contraste entre os prejuízos causados pela maldade humana e os benefícios produzidos pela bondade divina.
Dentre eles, Davi destaca a luz do Senhor: “Pois em Ti está o manancial da vida. Na Tua luz, vemos a luz.” (Salmo 36:9).
A luz é, provavelmente, a energia mais poderosa encontrada na criação.
A criação da luz precedeu todas as outras dimensões da obra divina, inclusive a vida.
Por isso, na história humana, não tem faltado tentativas várias de imitar a luz ou de substituir a luz.
E as entidades que não querem obedecer à vontade do Criador têm feito o possível para nos convencer das grandes vantagens das trevas.
É bem verdade que na ausência da luz o clima é ideal para o crime, para a corrupção, para todas as injustiças.
Aquele que peca precisa das trevas.
Jesus deixou claro que Seus discípulos são “a luz do mundo”.
Por causa disso, disse Ele, as trevas do mundo odeiam os cristãos obedientes.
Principalmente porque as pessoas, ao perceber a luz do Cristo em nós, naturalmente “glorificam ao Pai que está nos céus”.
Logo, a luz que recebemos não é apenas para o nosso benefício.
Não é apenas para garantir ambiente espiritual em nossos templos.
Fomos “chamados das trevas para a maravilhosa luz” do Senhor.
Quando recebemos a luz do Cristo e a refletimos para a saúde espiritual dos outros, confirmamos “o manancial da vida”.
E concordamos com o salmista: “Na Tua luz, vemos a luz”.
APRENDENDO COM JOSÉ (PARTE 17)
JOSÉ , FAMOSO E ESQUECIDO NO EGITO
Por que José do Egito foi esquecido pelo faraó mesmo tendo feito tanto pelo Egito?
Algo me deixou intrigado em minha leitura bíblica: Como pode o faraó em Êxodo ter esquecido o que José do Egito fez pelo Egito?
José liderou com grande maestria os esforços para estocar alimentos nos 7 anos de abundância e depois conduzir todo o processo nos 7 anos de fome.
Isso certamente deixou grandes marcas no Egito. Por que José não foi lembrado pelo faraó de Êxodo?
Caro leitor, nesse capítulo da história temos a Bíblia sendo bastante descritiva, mas não explicativa com tantos detalhes.
Ou seja, a Bíblia descreve como ocorreu, mas não traz detalhes adicionais explicando pormenores como esse assunto acima citado.
No entanto, nesse caso, podemos facilmente levantar algumas possibilidades que nos ajudam a entender porque José do Egito foi esquecido pelo faraó. Vejamos:
(1) De Gênesis 37 a 50 temos a narrativa da linda história de José do Egito, desde o momento onde foi vendido pelos irmãos, até seu triunfo como governador do Egito e sua morte.
José fez grandes feitos no Egito. Alguns são citados na Bíblia de forma grandiosa:
“Assim, comprou José toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome era extrema sobre eles; e a terra passou a ser de Faraó” (Gênesis 47:20).
José tinha grande prestígio no Egito nessa época, o que o levou a declarar a seus irmãos:
“Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito”
(Gênesis 45:8).
Mas por que José do Egito tempos depois foi esquecido?
(2) O primeiro fator que podemos levantar é o tempo que se passou. Moisés relata isso no início da sua narrativa de Êxodo: “Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração” (Êxodo 1:6).
O tempo traz esquecimento. Isso é muito fácil de comprovar.
Por exemplo, você se lembra do nome de seu tataravô?
Provavelmente não, não é verdade?
Esse é o efeito do tempo.
No entanto, por que um homem como José, de tão grande importância histórica seria esquecido?
É muito comum que nos lembremos de pessoas importantes da história, mesmo com certo tempo decorrido, pois elas são muito mencionadas devido seus feitos.
Como explicar isso? Vejamos:
(3) O segundo fator que podemos levantar é que José era um estrangeiro fazendo sucesso fora de seu país.
É muito provável que egípcios de gerações posteriores não tivessem muito interesse em exaltar um estrangeiro, ainda mais um que não cria em seus deuses e vinha de uma cultura totalmente diferente da deles.
Esse pensamento pode ser o motivo de o nome de José do Egito ter sido como que apagado aos poucos da história dos egípcios, ao ponto de ser declarado:
“Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José” (Êxodo 1:8).
Mas temos ainda um outro fator interessante!
(4) Sabemos que o faraó era a autoridade máxima no Egito. Ele assim era, pois era considerado um deus.
O faraó da época de José do Egito certamente era dotado de maior humildade que outros, pois viu a mão poderosa de Deus agindo na ocasião da interpretação dos sonhos e posteriormente no sucesso de José em seu trabalho.
No entanto, por que outros faraós iriam se rebaixar diante de um estrangeiro que não tinham conhecido?
Por que exaltariam um estrangeiro que poderia ofuscá-los?
Isso pode ter levado os faraós que governaram entre a morte do faraó dos tempos de José e o faraó que escravizou os israelitas, a menosprezar qualquer honra a esse israelita e até mesmo “apagar” da história antiga o que ele fez, a fim de exaltarem a si mesmos.
(5) Todos esses motivos, então, nos levam a entender claramente porque José do Egito foi esquecido propositalmente no Egito, mesmo tendo feito grandes obras ali.
E também porque os israelitas, que moraram ali por muitos anos, foram também hostilizados e transformados em escravos, sendo considerados uma ameaça a soberania nacional.
APRENDENDO COM JESUS
MULTIDÃO E DISCÍPULOS
Em Mateus 16, do verso 13 ao 20, Jesus, enquanto caminhava para Cesaréia, aldeia ao norte da Galiléia, administrada por Filipe, perguntou aos seus discípulos sobre o que o povo pensava dele. Queria saber que identidade lhe atribuíam.
A gente sempre se relaciona com o outro a partir da identidade que lhe atribuímos, independente dessa identidade atribuída corresponder ou não com a identidade assumida pelo outro.
O povo atribuiu ao Senhor a identidade de profeta. É verdade que o compararam aos profetas mais contundentes que Israel já conheceu: Elias, Jeremias e João Batista. Mas profeta.
O povo errou, entretanto, Jesus não fez nenhum comentário. O povo não sabia quem era Jesus, mas não se importava muito com isso, porque buscava o que Cristo lhes pudesse fazer, não, necessariamente, o que tivesse a lhes dizer.
Tanto que Jesus teve de orientar os discípulos a ter sempre um barquinho à mão caso ele fosse comprimido pelo povo (Marcos 3.9,10).
Porque, como o povo percebera que bastava tocar em Jesus para ser curado, muitos arrojavam-se sobre ele para o tocar. Iam ao encontro de Jesus para buscar uma benção.
De fato, ao invés de irem ao encontro de Jesus, iam lhe de encontro. Jesus, então, foi obrigado a se proteger do povo que queria abraçar.
Acho que podemos chamar a esse ajuntamento de A Igreja da Multidão.
A igreja que não sabe quem é Jesus, só sabe e só se importa em saber o que Jesus lhe pode fazer, como lhe pode ser útil.
Hoje, cada vez mais, há igrejas que parecem ter o mesmo perfil da multidão: sua mensagem acaba por incentivar um relacionamento utilitário com Jesus.
Em contrapartida há a Igreja dos Discípulos. Pedro, à mesma pergunta, respondeu:
Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Resposta perfeita, porque diz que Jesus era o Messias esperado, mas era mais do que se esperava, pois aguardava-se o maior de todos os profetas (era o que criam os mestres de Israel na época)
Entretanto, Deus mesmo veio em carne e osso para salvar a humanidade.
Essa Igreja sabe quem Jesus é. E o sabe porque o próprio Pai o revelou, como afirmou Jesus a Pedro.
A Igreja dos Discípulos é a Igreja que o Pai deu para o Filho, porque pertence a ela aqueles a quem Jesus, pelo Pai, foi apresentado (João 6.44).
A Igreja dos Discípulos sabe que a única maneira de relacionar-se corretamente com Jesus é através da adoração.
A um líder a gente segue; a um chefe a gente obedece; a um profeta a gente ouve; de um mestre a gente aprende; a Deus a gente adora.
Essa é a Igreja que o Filho edifica, porque esta fica sobre a Pedra, que é Jesus reconhecido como Deus que veio em carne e osso para nos salvar.
E como nos ensinou o apóstolo Paulo, adorar a Jesus é imitá-lo (1 Corintios 11.1).
E isso é fruto do desejo de ser igual a Jesus, e quanto mais a gente anda em direção a esse desejo, mais o Espírito Santo o torna realidade em nossas vidas (2 Corintios 3.18).
A Igreja da Multidão está à cata das bênçãos. Do tipo que até o adversário pode dar.
A Igreja dos Discípulos está à cata das palavras de vida eterna; essas que só Jesus tem (João 6.68).
A Igreja da Multidão busca crescer a todo custo, e para isso lança mão de todo e qualquer esquema.
A Igreja dos Discípulos vai buscar as ovelhas de Cristo, as que reconhecerão a sua voz, para que haja um só rebanho e um só pastor (João 10.16); e, para isso insiste na exposição da verdade que liberta.
A Igreja da Multidão promete o fim do sofrimento e bênçãos materiais.
A Igreja dos Discípulos promete a vida abundante e a ressurreição.
A Igreja da Multidão convoca indivíduos a serem individualistas: a terem tudo o que, pela fé, possam conseguir.
A Igreja dos Discípulos convoca indivíduos a serem pessoas comunitárias: a doarem tudo o que a fé, que liberta das posses, permite doar.
A Igreja da Multidão exorta as pessoas a desfrutarem o mundo.
A Igreja dos Discípulos exorta as pessoas a, irmanadas, transformarem o mundo.
A igreja dos Discípulos está querendo mais da vida de Jesus para, na vida, ser cada vez mais como Jesus.
Cada pessoa que se diz seguidora de Cristo; cada pessoa que se considera pregadora do evangelho; cada comunidade que se diz cristã precisa se submeter a esse gabarito, para descobrir de que referencial faz parte, ou de qual se aproxima mais: da Igreja da Multidão ou da Igreja dos Discípulos.
Todos seremos tentados a buscar o que busca a Igreja da Multidão, mas não nos esqueçamos: o tesouro é Cristo e, com ele, vem tudo o que precisamos para ser como ele: gente como gente deve ser.
No Reino de Deus Jesus é tudo em todos os súditos; e tudo o que os súditos do Reino querem ser é todo Jesus.
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