terça-feira, 2 de junho de 2020

APRENDENDO COM JESUS


POR QUE O MESTRE
COME COM OS PECADORES?

Marcos 2.15-17 - Ora, estando Jesus à mesa em casa de Levi, estavam também ali reclinados com ele e seus discípulos muitos publicanos e pecadores; pois eram em grande número e o seguiam. Vendo os escribas dos fariseus que comia com os publicanos e pecadores, perguntavam aos discípulos: Por que é que ele come com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores.

REFLEXÕES - O texto acima, narrado pelo evangelista Marcos, que podemos encontrar também em Mateus e Lucas, nos adverte para um perigo que a Igreja de Jesus está correndo em nossos dias, quando o número de denominações cresce de forma muito grande. Não é raro observarmos, na luta por conseguir novos membros, que algumas igrejas tendem a denegrir outras e a tentar arrebanhar discípulos junto à coirmãs. Trata-se de prática não condizente com o princípio da evangelização, ordenado pelo Senhor Jesus. Afinal se as pessoas alvo de nossas investidas já não mais se encontram doentes, pois encontraram o remédio para suas enfermidades na pessoa de Jesus Cristo, o que vamos nós fazer, investindo contra a denominação em que ora congregam?
Caros irmãos, é bom meditarmos sobre o que estamos fazendo ao tentar arrancar pessoas de determinadas congregações. Será que não estamos apenas querendo impor-lhes os usos e costumes de nossas denominações? Estará a doutrina de uma igreja mais perfeita que a de outra? Uma congregação será tão perfeita que poderá atribuir-se a santidade e negar a outras a caracterização como igreja cristã verdadeiramente fundada nos princípios da Evangelho do Senhor Jesus? Ele que nos diz: "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Mt 23.4" O Mestre reafirma uma verdade clara: os sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes; vamos então procurá-los e trazê-los para o rebanho do Senhor. Deixemos que os irmãos que já estão na Igreja Cristã, seja qual for a denominação, e que sabemos pautar-se pela palavra de Deus, vivam sua vida crescendo no conhecimento que seus pastores e o Espírito podem dar-lhes. Vamos nós em busca das ovelhas perdidas.
Outra verdade que nos coloca o versículo 16 deste capítulo 2 de Marcos, põe-nos de frente com uma questão: nossa santidade é aquela que implica afastamento radical do mundo? Veja bem, santo é, por definição, aquele que foi separado do mundo para o serviço de Deus. Tal separação, entretanto, implica deixar as coisas más que o mundo nos oferece; não podemos, todavia, abandonar os pecadores que estão neste mundo. Foi a atitude de Jesus, em conviver com os pecadores que escandalizou os fariseus, santos de aparência. Sabemos que Deus odeia o pecado. Mas ama o pecador até as últimas conseqüências. Como vamos evangelizar, fechados em nossa confortável posição de cristãos de templo? Eis o nosso desafio: buscar o pecador, doente da alma, onde ele estiver, sem nos deixarmos contaminar com o mal que o cerca. Evidentemente que a moderação e o bom senso, frutos dos Espírito Santo, são necessários para discernirmos até onde podemos ir. Há certos ambientes que realmente não podemos freqüentar. Você deve imaginar de quais falo.
03/07/97 17:53
A paz do Senhor, que supera todo entendimento, esteja com você. Hoje e sempre!


segunda-feira, 11 de maio de 2020

APRENDENDO COM ISAIAS (PARTE 08)


Desce, Senhor! Precisamos de Ti!

  Ó Senhor, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Volta, por amor dos teus servos e das tribos da tua herança. Só por breve tempo foi o país possuído pelo teu santo povo; nossos adversários pisaram o teu santuário. Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste e como os que nunca se chamaram pelo teu nome. Oh! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes tremessem na tua presença, como quando o fogo inflama os gravetos, como quando faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que as nações tremessem da tua presença!” (Isaías 63.17- 64:2)
Isaías intensifica sua súplica nestes versículos. No começo da sua oração, instou com o Senhor para visitar seu povo, porque sentiam falta do seu sorriso, da sua mão sustentadora, e do seu coração compassivo (Is 63.15,16). Agora vai além disso. Seu clamor nestes versículos é: “Precisamos de ti!”
Esta parte da oração de Isaías, então, sinaliza uma mudança dramática no modo de pensar do povo de Israel, o povo que Isaías estava representando nesta oração. Até então pensavam ingenuamente que podiam prosseguir tranqüilos sem Deus; que para todo efeito sua presença era dispensável. Mas Isaías vê no futuro quando estarão sentados no meio dos escombros das suas vidas despedaçadas; e vê que voltarão enfim ao reconhecimento de que ter Deus consigo não é opcional, mas essencial.
Devemos lembrar sempre que Isaías está olhando para o povo de Deus. Este é o fato mais chocante. Pensaríamos que seria preciso enfatizar a necessidade de Deus somente para aqueles que o não conhecem, mas esta passagem é uma prova contundente de que o povo de Deus pode tornar-se perigosamente auto-suficiente. A igreja hoje é diferente em algum aspecto do povo daquela época? Estamos realmente conscientes da nossa inteira incapacidade e da nossa total falta de perspectiva enquanto separados de Deus? Ou estamos dependendo da nossa própria sabedoria e habilidade para lutar contra Satanás e suas forças?
Se não tivermos cuidado, podemos achar que apertar todos os botões certos produzirá resultados espirituais duradouros. Reduzimos a obra da igreja a manobras astutas dentro de possibilidades estatísticas e terminologia psicológica. Estamos fazendo exatamente o que Davi se recusou a fazer: lutar com a armadura de Saul. Podemos ser polidos e instruídos, porém não ter poder. Precisamos reconhecer que Deus pode fazer mais em um minuto com seu poder, do que nós em toda uma vida com nossas “estratégias”. Ah, se pudéssemos ver nossa necessidade de Deus, e ver gerado em nós uma profunda fome por ele!
A passagem acima revela duas grandes razões por que o povo de Deus precisa do seu poder.

1. Para Ter Avivamento
Em nenhuma outra área a tendência de confiar na nossa própria força e sabedoria se mostra mais forte do que neste assunto de buscar avivamento. Durante o século passado, ouvimos que avivamento é algo que podemos mais ou menos criar no momento que o quisermos. É simplesmente uma questão de empregar certas técnicas.
A oração de Isaías revela a tolice total deste conceito. Se fosse possível para o povo de Deus avivar a si próprio, esta oração teria sido totalmente desnecessária. Mas vemos pelo contrário que a condição do povo era tal que somente Deus poderia solucionar.
Primeiro ele confessa a dureza de coração do povo, e ao mesmo tempo mostra duas maneiras em que esta dureza se manifesta (v. 17). Primeiro, o coração duro fica cada vez mais insensível às ordens de Deus, e se distancia delas. Segundo, o coração duro se isola de qualquer sentimento de temor a Deus.
Em outras palavras, quando nosso coração se endurece para com Deus, ficamos desleixados e indiferentes sobre o pecado nas nossas vidas. Tornamo-nos cada vez mais negligentes e descuidados sobre os caminhos de Deus. Deus tem caminhos certos para nós, que são caminhos de alegria e justiça (Is 64.5), mas quando nossos corações se endurecem, nos envolvemos com nossos caminhos e deixamos de nos importar com os caminhos de Deus.
Certa vez, vi um adesivo no pára-choque de um carro que dizia: “Há apatia demais neste país, mas quem se importa?” É exatamente este o problema do coração duro. Sabemos que estamos nos desviando de Deus e dos seus caminhos, mas estamos ficando mais e mais apáticos; simplesmente não nos importamos.
A outra manifestação de um coração duro é não sentir qualquer temor a Deus. Antigamente, os cristãos falavam bastante de temer a Deus, mas hoje as pessoas ficam nervosas quando se fala disso. Sempre que se encontra um texto nas Escrituras que fala de temor a Deus, alguém se apressa em dizer que isto não quer dizer medo de Deus. Não tenho tanta certeza disso. Creio que há bastante motivo de se ter medo de Deus. Deus prometeu disciplinar seus filhos quando caíssem em pecado.
Esta oração de Isaías foi em favor de pessoas que viriam experimentar as amargas dores da disciplina. Elas só orariam com as palavras de Isaías depois que sua terra natal fosse devastada, seu templo e cidade sagrada reduzidos a cinzas, e elas próprias levadas cativas para Babilônia.
Quem não deveria ter medo de tal experiência terrível? Somente um tolo! Se estas pessoas tivessem sentido medo de Deus e do seu castigo, poderiam ter escapado de todo esse sofrimento e dor.
Mas veja a causa da dureza de coração. Isaías diz: “Ó Senhor, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos?” De acordo com Isaías, Deus endurecera seus corações! Como isto pode ser! Ou Isaías está simplesmente culpando a Deus pelos pecados do povo?
Aqui vemos algo que não é pregado com freqüência, mas que é verdadeiro. Quando o povo de Deus começa a se desviar pouco a pouco para o caminho do pecado, Deus oferece-lhe por algum tempo oportunidades de arrependimento. Se estas oportunidades forem desprezadas, ele o entrega de forma mais completa aos seus caminhos tortuosos. A primeira manifestação da sua disciplina é no sentido de retirar de nós o desejo de voltar para ele.
A tristeza dos nossos tempos atuais está justamente aqui. Temos ouvido durante anos que se não nos arrependermos dos nossos pecados, Deus enviará juízo sobre nós. Podemos pensar que estamos escapando de tais conseqüências, porque nada de tão mal nos tem acontecido. O que não entendemos é que o juízo de Deus já começou. Nossa própria apatia sobre coisas espirituais é a primeira parte do juízo de Deus sobre nós.
Veja como é fútil dizer que podemos ter avivamento na hora que o quisermos. O problema é que nossos corações estão tão endurecidos que não queremos avivamento. Só Deus pode remover esta dureza. Não existe nenhuma forma de estímulo ou indução que o resolverá; tem de ser o próprio Deus! 
Mas o profeta ainda não terminou. Diz ainda que o povo precisa de Deus porque foram pisados (Is 63.18,19). Esta condição aparece de duas formas. Primeiro, por terem sido completamente dominados pelos seus inimigos (v.18), e segundo, porque chegaram ao ponto de serem iguais a pessoas sobre quem Deus nunca governou.
É impossível descer para um ponto mais baixo do que este: dominados por ímpios, e até mesmo se assemelhando aos ímpios que os venceram. Nem é preciso dizer o quanto este quadro se encaixa com nossa situação hoje. Nossos inimigos parecem estar triunfando sobre nós por toda parte. Ensinamentos cristãos são ridicularizados e se tornam alvo de deboche na televisão e no cinema. O respeito cristão pela vida é desafiado de forma monstruosa através do massacre indiscriminado de fetos pelo aborto. E ao invés de resistir a estas coisas, muitos cristãos estão se apressando a encobri-las ou a se acomodar a elas. Com toda certeza, estamos nos parecendo com os ímpios que nos venceram!
Outra vez digo: Precisamos de Deus! Somente Deus pode nos restaurar da nossa condição de povo pisado e vencido pelos inimigos. Somente Deus pode remover nosso opróbrio e nos restaurar para onde deveríamos estar.
Mas precisamos de Deus não só para avivamento; precisamos dele também...

2. Para a Conversão de pecadores
“...para fazeres notório o teu nome aos teus adversários”, Isaías orou. Este é o objetivo da igreja. Queremos ver o nome de Deus revelado àqueles que não o conhecem. Mas fico a pensar se entendemos a complexidade desta tarefa, e como dependemos inteiramente de Deus para realizá-la.
Isaías usa três metáforas para comunicar o que está envolvido em Deus fazer notório o seu nome. Primeiro, ele fala dos montes tremerem, “derreterem” (tradução do termo usado na versão KJV em inglês), ou ainda “escoarem” (Edição Corrigida), diante da presença de Deus. Que símbolo apropriado é a montanha para a vida do pecador! O pecador é uma cordilheira de montanhas disposta em oposição a Deus. Tem em seu coração montanhas de resistência, dureza, obstinação, incredulidade, orgulho e cegueira, que se opõem ao conhecimento de Deus.
Isaías também menciona a frieza da água. Tão frígido é o coração do pecador que qualquer influência espiritual logo é esfriada e exterminada. Ele precisa urgentemente de fogo para derreter o gelo e fazer a água ferver. 
Finalmente, Isaías também menciona os gravetos. A idéia aqui é de pequeno galhos, ramos e folhas, todos entrelaçados e emaranhados. É uma figura do coração humano, cheio de ervas daninhas, galhos, e toda espécie de vegetação selvagem, fora de controle. São os espinhos da parábola de Jesus (Mt 13.7,22). Antes que o pecador possa se converter, a Palavra de Deus precisa encontrar boa terra para poder lançar raízes. Enquanto há ervas e espinhos, a Palavra não pode se estabelecer. O mato precisa ser queimado primeiro.
Estas imagens devem reforçar para nós a verdade que pecadores estão na mais temível e deplorável condição imaginável, e ao mesmo tempo a verdade correspondente de que pecadores não são facilmente ganhos para o Senhor. Podemos nos armar com toda espécie de técnica evangelística, argumento sagaz, e propaganda cativante a respeito dos programas de entretenimento que estamos promovendo na igreja; mas ainda não seremos capazes de vencer a dureza, a frieza, e o emaranhado que há no coração do pecador. Podemos organizar teatros e seminários, podemos conversar animada-mente sobre como estamos entusiasmados com nossa igreja, e de como ficamos mais vibrantes depois que nos tornamos cristãos – e mesmo assim o pecador ficará olhando sem entender nada, ou irá embora achando graça.
Só há uma coisa que pode derreter a montanha, ferver a água, e consumir o mato entrelaçado do coração do pecador – e isso é o fogo de Deus! O poder de Deus é o que precisamos! Estou convencido de que a igreja não poderá realmente evangelizar enquanto não se colocar de joelhos para buscar o poder que convence, o poder que converte, e que vem de Deus!
A igreja, então, tem duas grandes necessidades. Precisa de avivamento para si mesma, e de conversão para aqueles que não conhecem a Deus. Ela é completamente incapaz de realizar estas coisas por si mesma. Que todos nós que fazemos parte da igreja, e que ansiamos por ver avivamento e conversões, nos coloquemos de joelhos para orar junto com Isaías: “Desce, Senhor. Precisamos de ti!”

Roger Ellsworth


APRENDENDO COM JESUS


O Que Significa Dar a Outra Face na Bíblia?

Quando a Bíblia diz que devemos dar a outra face a um agressor isso significa que não devemos nos deixar levar pelo sentimento de vingança pessoal.
Ao invés de dar lugar ao desejo de retaliação com um espírito de ódio e rancor, os cristãos devem dar lugar ao perdão através de um espírito de amor.
Jesus ensinou que seus seguidores deveriam dar a outra face ao falar sobre o erro da retaliação pessoal durante seu Sermão da Montanha.
Então ao condenar a vingança ao expor o verdadeiro sentido da Lei (Mateus 5:38), o Senhor Jesus declarou: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te referir na face direita, ofereça-lhe também a outra; e, ao que quer derramar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas” (Mateus 5:39-41).
O que dar a outra face não quer dizer?
Muitas pessoas ficam em dúvida quanto a interpretação correta dessas palavras de Jesus.
 Mas o contexto imediato da própria passagem e sua comparação a outros textos bíblicos, indicam que o objetivo das palavras de Jesus não era literal.
Ao dizer que não devemos resistir ao perverso, mas dar a outra face àquele que nos golpear o rosto, Jesus não estava exigindo que ficássemos expostos a agressões criminosas ou que aceitássemos violência gratuita.
A própria reação de Jesus ao ser esbofeteado indica isso (cf. João 18:2,23). Além do mais, Deus instituiu as autoridades para que elas fossem agentes da justiça punindo o malfeitor
(Romanos 13:1-6).
Então a exortação sobre dar a outra face deve ser interpretada à luz de seu ensino principal; a saber, o amor ao próximo, ainda que este seja seu inimigo (cf. João (cf. João 18:22,23).
Aqui vale lembrar que logo após dizer que os crentes devem oferecer a outra face, Jesus advertiu: “Amai os vossos inimigos” (Mateus 5:44).
Os estudiosos relembram também que uma bofetada no lado direito do rosto significava um insulto ou uma injúria.
Sob esse aspecto, dar a outra face então quer dizer não revidar um insulto ou uma injúria na mesma proporção, isto é, na base de uma reação vindicativa.
O teólogo do Novo Testamento, William Hendriksen, fornece uma explicação muito apropriada desse ensino do Senhor Jesus.
Ele diz que dar a outra face significa mostrar em atitudes, palavras e atos que não se está dominado pelo espírito de rancor, mas pelo espírito de amor.
Em outras palavras, Jesus Cristo está ensinando que seus seguidores não devem resistir ao perverso com medidas oriundas de uma indisposição para amar e perdoar.
Como dar a outra face?
A natureza humana possui uma inclinação natural a demonstrar uma aspiração por vingança.
É muito mais cômodo se enveredar pelo caminho do ódio e do ressentimento do que do amor e do perdão. Por isso não é fácil dar a outra face diante de uma ofensa.
Mas o cristão deve manter sempre em mente que a vingança pertence a Deus.
O apóstolo Paulo fala justamente sobre isso. Ele escreve: “Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Romanos 12:18-21).
Então veja que a ideia de que o crente deve dar a outra face, está diretamente relacionada ao fato de que ele é chamado a ser um pacificador; bem como ao pleno conhecimento de que ele serve a um Deus justo que a seu tempo certamente corrigirá todos os erros e ofensas.
Como diz Warren W. Wiersbe, podemos ser vitoriosos nessa tarefa, pois Jesus está do nosso lado, ajudando-nos a construir nosso caráter.
escrito por Daniel Conegero

APRENDENDO COM JÓ (PARTE 9)



A GUERRA ESPIRITUAL, A PALAVRA DE DEUS E O DILEMA DE JÓ


A história de Jó é uma história de guerra espiritual que se dá, não apenas no íntimo, mas que também tem seus reflexos na teologia, nas estruturas e nas relações.

É uma guerra onde o objetivo principal não é o de medir forças e ver quem tem mais poder, mas de nos transformar a fim de compreendermos com maior clareza os propósitos eternos de Deus.

Não será uma abordagem voltada para a dimensão missionária da igreja, mas sim para o processo transformador que a luta espiritual desencadeia.

É neste contexto que pretendo refletir sobre guerra espiritual vivenciada por Jó. A forma como ele a enfrentou e as mudanças que ela trouxe sobre sua vida, teologia e relação com Deus e o próximo, serão o objetivo desta pequena reflexão.

O cenário do guerra

Os primeiros dois capítulos do livro de Jó definem o campo e os personagens deste conflito. Temos de um lado Deus que nos é apresentado como o Senhor soberano sobre tudo o que acontece na terra e no céu. As ações dos anjos e dos homens não lhe escapam aos olhos. Walter Wink afirma que "a fé no Israel primitivo, na verdade não tinha lugar para Satanás. Somente Deus era o Senhor e tudo o que acontecia, para o bem ou para o mal, era atribuído a Deus. "Eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro; diz o Senhor" .

Para o Velho Testamento, Deus sempre era a causa primeira e última de tudo o que acontecia no céu e na terra; ele assume total responsabilidade sobre o bem e o mal. Este é um conceito importante que veremos na forma como Jó enfrenta seu conflito espiritual.

De outro lado, temos o próprio Satanás, que se apresenta diante de Deus junto com os "filhos de Deus". Ele nos é apresentado como um acusador, expressão usada no Novo Testamento para definir seu papel. Ele levanta suspeitas quanto às motivações de Jó em ser tão íntegro e reto diante de Deus. Suas dúvidas colocam sob suspeita o testemunho de Deus e, consequentemente, as relações entre Deus e o homem. Ele não tem um poder próprio e não age independentemente de Deus. Suas ações, Deus assume como sendo suas próprias ações quando afirma que Satanás o havia "incitado contra ele (Jó), para o consumir sem causa" (Jó 2:3b). Satanás também reconhece isto ao dizer a Deus "estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face!" (Jó 2:5).

Embora a maldade tenha sido proposta e executada por Satanás, ele próprio reconhece que é a mão de Deus, em última análise, a responsável pelas aflições de Jó. Satanás não é um ser autônomo, independente, com liberdade plena para agir e fazer o que lhe interessa.
Por fim temos Jó, aquele sobre quem Satanás levanta suas suspeitas e que, aos olhos de Deus, é um homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desvia do mal. O alvo das acusações de Satanás é o homem em sua relação com Deus.

Ele não duvida do que Deus afirma sobre seu servo Jó. Sua dúvida repousa sobre as motivações, as intenções secretas da devoção de Jó. Estas suspeitas não comprometem apenas as intenções de Jó mas, sobretudo, a aliança que Deus estabelece com seu povo.

A tese levantada é a de que ninguém adora e serve a Deus por nada. Por detrás de toda a retidão e integridade, o homem esconde sua verdadeira motivação que é a recompensa que espera receber de Deus. Satanás duvida que alguém possa amar a Deus sem esperar alguma retribuição. Se as suspeitas de Satanás forem confirmadas, ele encontra a justificação para sua própria queda.

O centro da guerra espiritual se dá na arena do conflito relacional e afetivo e não no do poder.

A estratégia de Satanás

Deus aposta no poder do amor, do relacionamento que existe por causa do afeto. Este é o poder que ele dispõe para enfrentar a aposta que Satanás propõe. Por natureza, é um poder frágil, cuja força está em cativar o coração e obter deste uma resposta igualmente afetiva e amorosa.

A guerra espiritual, na perspectiva de Jó, não é uma disputa de poder entre duas forças que se digladiam buscando provar quem é maior e o mais forte. Antes, é um conflito entre Deus, que ama gratuitamente e incondicionalmente e o acusador que usa todos os recursos possíveis para provar a impossibilidade deste amor. O que está em jogo na aposta entre Deus e Satanás é a relação de Jó com seu Senhor.

Numa outra cena semelhante, a da tentação no deserto, o que está em jogo ali é também a mesma coisa. Quando Satanás se aproxima de Jesus para tentá-lo, a primeira pergunta foi: "se és Filho de Deus, manda…" A dúvida lançada não era em relação ao poder de Jesus de transformar pedras em pães ou saltar do alto do templo e ordenar aos anjos que lhe socorressem. A dúvida era em relação à voz que ele acabara de ouvir no Jordão dizendo: "este é o meu Filho amado em quem tenho o meu prazer".

A preocupação de Satanás não está no poder de Jesus para transformar pedras ou dar qualquer show que demonstre sua habilidade em manipular as forças cósmicas; sua preocupação está em levantar suspeitas, colocar sob dúvidas e, por fim, arruinar a relação única que o Filho tem com o Pai.
Durante toda a vida e missão de Jesus, sua luta espiritual foi preservar o vínculo amoroso, afetivo e obediente que ele tinha em relação ao Pai. Seu último suspiro, depois de toda a vergonha e humilhação do Calvário, foi mais uma vez afirmar seu amor ao Pai dizendo: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito".

Foi esta relação de amor e afeto que venceu o pecado, que trouxe o triunfo da cruz. A cruz é o triunfo do amor sobre o poder. A opção pelo poder é uma opção maligna. É por isto que Jó recusa o caminho tão comum e popular da guerra espiritual moderna, o do dualismo, que vê o mundo dividido entre dois grandes poderes, duas grandes forças que disputam o domínio e o controle dos homens e da história.
Recentemente, foi publicado no Brasil um livro sobre a batalha espiritual que define a batalha espiritual com os seguintes dizeres: "Há no mundo dois reinos em conflito, duas forças que se chocam em combate pelo destino eterno dos seres humanos, dois poderes em confronto: O poder das trevas contra o poder da luz".

Para o editor, o mundo está literalmente dividido entre duas grandes forças, uma do bem e outra do mal, e que precisamos urgentemente optar por um lado, sacar as armas espirituais e partir para defender o ameaçado reino do Senhor Jesus.

Jó não vê o mundo assim. Para ele, o Senhor reina. Logo após ter sido violentamente afligido pelas catástrofes provocadas por Satanás, ele não diz: "O Senhor deu e Satanás tomou, agora devo amarrar e reivindicar o que me foi tirado"; pelo contrário, sua afirmação revela que, mesmo tendo sido Satanás o autor de toda a desgraça que sobreveio a ele e sua família, ele continua colocando Deus no centro de todos os acontecimentos ao declarar: "o Senhor deu, o Senhor tomou, bendito seja o nome do Senhor".

Quando abraçamos o dualismo, a guerra espiritual transforma-se numa disputa de poder; temos que provar quem é mais forte, mais competente. Entramos na arena criada pelo próprio Satanás e passamos a lutar com suas armas. Optamos pelo poder, pelo domínio, e caímos na grande armadilha que ele nos preparou. Jesus, quando provocado, nunca se valeu do seu poder para se auto afirmar perante Satanás ou mesmo o mundo. Um dos ladrões que fora crucificado com ele disse-lhe: "Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também", no entanto, Jesus não precisou dar nenhuma prova do seu poder para mostrar que era de fato o Cristo de Deus, porque o seu poder fora definido na voz do Jordão.
Um dos perigos que a guerra espiritual trás é o de induzir-nos a usar as mesmas armas de Satanás, as armas do poder. O mundo não está dividido entre duas grandes forças. Por isto, como afirma C. S. Lewis, não há uma guerra espiritual mas sim, uma rebelião interna e o rebelde encontra-se sob controle. O poder que venceu o pecado foi o poder do amor, da encarnação, da entrega, da doação. Esta é a arma da nossa guerra. O que Satanás queria era mostrar que ninguém ama a Deus por nada, que ninguém busca e serve a Deus simplesmente por que Deus é Deus; que a integridade e retidão de Jó nada mais eram do que artifícios para conquistar os favores de Deus.

É importante notar que as armas de Deus não são as mesmas de Satanás. Enquanto Satanás se vale da violência, destruição, sofrimento e dor, mostrando seu arsenal poderoso, Deus se vale da aliança feita pelo seu nome.

Esta compreensão dualista da guerra espiritual que tomou conta da igreja evangélica no Brasil e na América Latina tem causado outras conseqüências previsíveis como o surgimento da teologia da prosperidade e a ambição pelo poder político. Ambos são reflexos de uma mesma visão espiritual que coloca os crentes dentro da arena criada Satanás onde ele mesmo é quem distribui as armas. Na luta pelo poder, seja ela qual for, Satanás será sempre o vencedor. As armas de Deus são outras, seu poder transforma a vida e a alma humana, nos livra das ambições do poder, nos tornam mais submissos e obedientes a ele e sua Palavra, mais comprometidos com o seu reino e sua justiça.

As transformações em Jó

Como já vimos, o drama de Jó reflete uma aposta que Deus e Satanás fizeram em relação às motivações secretas que levam-no a ser íntegro e reto. Deus aposta na resposta do amor, e Satanás na da retribuição como expressão do egoísmo. O sofrimento imposto a Jó é para provar de que lado ele vai ficar.

Os amigos entram em cena e logo mostram que sua teologia reforça o argumento de Satanás. Para eles a lógica é simples: Deus abençoa o justo e pune o pecador, portanto, se Jó esta sofrendo, é porque pecou. Sendo assim, ele deveria reconhecer seu pecado, confessá-lo, a fim de receber de volta o que lhe havia sido tirado.



Noutras palavras, Jó deveria buscar a Deus, não por causa de Deus, mas por causa dele mesmo. Ele era a razão da sua fé e o objeto do seu amor. Jó, no princípio embora adepto desta teologia da retribuição, rejeita este argumento e reafirma sua inocência.

Na sua luta espiritual, ele tem uma opção em três: reconhecer que seus amigos têm razão e que Deus é justo, o que o levaria a negar sua inocência e a buscar a Deus por causa de si mesmo; reconhecer que seus amigos têm razão e que ele é inocente, o que o levaria a negar a Deus, e reconhecer que Deus é justo e que ele é inocente, o que o levaria a negar a teologia dos amigos.

Jó opta pela última. Esta opção o leva a experimentar uma profunda transformação na sua linguagem que Gustavo Gutiérrez chama de "Linguagem Profética e a Linguagem da contemplação".

A linguagem profética nasce da constatação que Jó teve de que há outros inocentes como ele no mundo, que sofrem a opressão daqueles que ambicionam o poder. Ele começa a falar para os pobres e sofredores com a linguagem de quem conhece a dor do inocente.

A linguagem da contemplação nasce da revelação de Deus como Senhor livre e soberano, cujos atos e justiça não são determinados pelo homem, mas pela gratuidade do seu amor. Ao reconhecer a grandeza e majestade de Deus, Jó se curva e declara que agora seus olhos o vêem. O propósito da guerra espiritual na experiência de Jó não foi determinada pela sua capacidade de vencer as catástrofes, nem mostrar que o poder de Deus é maior que o de Satanás. O propósito foi o de render seu coração, transformar sua teologia (uma vez que ele pensava como seus amigos) e viver um encontro com Deus que transformou sua linguagem sobre Deus.

A derrota de Satanás não foi medida pelo poder, mas pela rendição ao amor gratuito e incondicional de Deus. Penso que esta foi também a guerra espiritual vivida por Pedro quando o próprio Senhor o chamou e disse: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos" (Lc. 22:31, 32).

A resposta de Jesus a Satanás que reclamou o desejo de peneirar a Pedro não foi aquela clássica de nossas batalhas espirituais: "tá amarrado". Pelo contrário, Jesus disse apenas que iria orar por ele para que sua fé não desfalecesse.
Era necessário que Pedro passasse pela peneira. Sua índole era por demais impulsiva. Suas armas de guerra precisavam ser neutralizadas para que pudesse humildemente confessar seu amor ao Senhor.

Tudo o que Jesus queria era uma declaração de amor, e não a arrogância do poder. Pedro foi também transformado pelo poder do amor de Deus e experimentou uma nova linguagem para falar de Deus.

A guerra espiritual e o silêncio de Deus A luta espiritual vivida por Jó, Jesus e Pedro, tem um elemento comum que é o silêncio de Deus. Parece-me que em todas elas Deus permite aquilo que Jesus afirma acerca de Pedro: deixar que Satanás o peneire. O Silêncio de Deus não é o silêncio da indiferença, mas o da oração e da intercessão.

A resposta final deste silêncio é a afirmação de que, apesar do sofrimento imposto por Satanás, nosso coração continua sendo eternamente de Deus. A afirmação do amor que temos pelo Senhor é a resposta final de toda a luta espiritual.

Não se trata de uma disputa de poder, de demonstrar quem é mais poderoso e domina o universo; esta tentação Jesus venceu no deserto.
Deus não está preocupado em demonstrar seu domínio e soberania porque ele é de fato o Senhor absoluto e soberano e isto nunca foi colocado em disputa; sua glória ele não divide com ninguém, nem mesmo com Satanás.

A razão da guerra espiritual é demonstrar a quem nosso coração pertence. Diante desta finalidade, Deus se faz silencioso na espera de nossa resposta. Em algumas situações bíblicas onde Satanás impõe o sofrimento como instrumento de desmascaramento de nossas motivações mais secretas, vemos que Deus guarda o silêncio esperando nossa resposta. Foi assim com Jó, com Pedro e com o próprio Senhor. Também foi assim com Abraão quando leva seu filho Isaque para o altar do sacrifício. O papel de "acusador dos irmãos" mostra que Satanás desempenha um lugar importante no plano eterno de Deus: o de denunciar nossas máscaras e hipocrisias. É por isto que Jó, em momento algum de sua guerra espiritual, trata com Satanás, mas com Deus. Deus é seu advogado e justificador, é ele quem defende sua causa e é dele que Jó espera receber a absolvição.




Conclusão

A percepção da guera espiritual como uma disputa pelo poder de domínio e controle do homem, do mundo e da história acabou levando a igreja evangélica a optar pelas mesmas armas de Satanás, e perder o sentido mais profundo e verdadeiro da luta espiritual que é o de nos transformar, transformar nossos conceitos, valores e teologias que tentam enquadrar Deus nos esquemas malignos do poder. Nosso chamado é para subir ao Calvário, para sofrer todas as implicações do amor e do serviço, e resistir todas as investidas malignas que tentam nos afastar do caminho para Jerusalém. A vitória espiritual é a resposta do amor incondicional e desinteressado a Deus e ao seu reino. Enquanto permanecermos íntegros nas nossas motivações e desejos; enquanto permanecermos no caminho do discipulado e da cruz; enquanto permanecermos obedientes e submissos ao Senhor e sua Palavra, permaneceremos do lado de quem é e sempre será o vencedor.

Artigo publicado com autorização do autor.
Ricardo Barbosa de Sousa


APRENDENDO COM LUCIFER

A queda de lúcifer
 
-Você pode ler a história completa de Lúcifer em Isaías 14 ; Ezequiel 28:13-19; e Apocalipse 12:4-12.
A Bíblia diz que existem milhões de anjos criados. Daniel 7:10. Entre eles havia um querubim que trabalhava próximo do trono de Deus. Ele era considerado bom e perfeito até o dia que pecou contra Deus. A Bíblia diz que ele elevou o seu coração de forma orgulhosa por causa de sua formosura. ( Ezequiel 28:17). Por causa de seus sentimentos malvados ele acabou por corromper a sua sabedoria e sem explicação nenhuma se revoltou contra Deus. Seu objetivo era derrubar Deus do trono e se tornar igual a Ele. (Isaías 14:14). Para poder conseguir isso ele conseguiu convencer 1/3 dos anjos do céu a ficar do seu lado. Ele prometeu um governo melhor do que o divino, aonde os anjos não teriam que obedecer a Lei de Deus.
Guerra Total:
Então a Bíblia diz que o Capitão do Exército de Deus ( Josué 5:13-15), o arcanjo Miguel teve que intervir para acabar com a rebelião. Arcanjo significa: aquele que está acima dos anjos. Miguel significa: Quem é como Deus? Dessa forma, Miguel não era um anjo comum, criado. Miguel era o nome de Jesus antes de se tornar um ser humano. Ele era o eterno Filho de Deus. Apocalipse 12 continua a história dizendo que houve guerra no céu entre Jesus e seus anjos e Satanás e os anjos que ficaram ao seu lado. No entanto, Lúcifer perdeu a guerra e junto com a terça parte dos anjos celestiais foi expulso para a Terra!!
Dessa forma, o mal chegou a nosso recém criado planeta que se viu no meio de um conflito de proporções cósmicas. Depois disso, Lucifer usou uma serpente como médium levando Adão e Eva a pecarem contra Deus. veja Gênesis capítulo 3. Desde então os seres humanos perderam a imortalidade e ficaram sujeitos a influência dos anjos maus ou espíritos de demônios como são popularmente conhecidos.



APRENDENDO COM JESUS

A Suficiência da Morte de Cristo

Isaías 53:11, “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; ...”
Missionário Calvin Gardner




I.                   O Trabalho da Alma de Cristo

Foi necessária a morte de Cristo no lugar do pecador.  Compreendemos o que é o pecado e o motivo que levou Cristo a morrer pelo pecador pelas descrições claras que a Bíblia fornece.  Na Palavra de Deus, o pecado é descrito como sendo a ausência de justiça ou coisa boa e como toda a imundícia e superfluidade de malícia.  É também descrito como um recém nascido abandonado na sua imundícia; um corpo morto, um enfermo com doenças abertas e imundas, a gangrena e um sepulcro aberto.  Entendemos o desprezo que Deus tem pelo pecado quando lemos que não há nenhuma verdade nele, sendo comparado ao vomito de cães e à lama dos porcos e até ao pano imundo de uma mulher menstruada

Para que ninguém tenha dúvidas sobre este assunto, o Apóstolo João diz, pela inspiração do Espírito Santo, que quem peca “é do diabo”, convencendo-nos claramente que o pecado, em todas as suas considerações, é terrível, abominável e diabólico.  Pelas descrições claras e marcantes da Palavra de Deus, entendemos sem a menor dúvida o que levou Cristo à morte de Cristo, tornando real a salvação.

Entendemos o que é pecado e aquilo que levou Cristo a morrer no lugar do pecador pode ser melhor entendido pela observação dos frutos podres do pecado.  Jesus disse: pelos frutos conhecerá a árvore pois “não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons”.  Tiago pergunta: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” e também, “pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos?” Em face à evidente clareza da lógica, Tiago resume: “Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce. 

À vista de tais verdades, podemos examinar os frutos podres e as obras vergonhosas do pecado e, com isso, entender melhor a sua natureza e o tipo de preço que foi pago por ele.  A obras do pecado estão listadas várias vezes pela Bíblia, dando-nos um entendimento da podridão que é o pecado.  Aquele ser que foi feito pela própria mão de Deus na Sua própria imagem, o superior de tudo que se achava na terra é agora, como resultado do pecado, um adúltero e homicida. O pecado fez com que esse ser glorioso viesse a ser uma vergonha  e a não ter nenhum traço da glória de Deus (Isaías 64:6; Rom 3:23, “destituídos estão da glória de Deus”). Foi por causa do pecado que o homem, criado reto e bom, tornou-se maldito e cheio de astúcias.  O homem, por ser criatura de Deus, tem o dever de temer, honrar, obedecer e dar glória a Ele  mas, agora, por causa do pecado, é servo de Satanás e da sua própria concupiscência, e  em vez de dar ao Criador toda a honra que Lhe é divida, anda em auto-suficiência. Foi o pecado que fez aquele que foi feito para gozar a presença de Deus chegar a conhecer a morte e a separação de Deus  e fez com que este tornasse uma afronta à santidade de Deus.  Entendemos claramente o que é o pecado quando os seus efeitos são examinados.  Não apenas alguns, mas todos os homens estão sob esses efeitos deploráveis.  Se pelos frutos conhecemos a árvore é conhecido, pelas conseqüências do pecado entendemos o que ele realmente significa.

Entendemos o que é o pecado e o que levou Jesus a morrer pelo estudo do fim terrível do pecado.  Aquilo que é contra a justiça e a santidade divina; aquilo que opera ativamente contra o onipotente Deus, pode apenas provocar o antagonismo do justo e poderoso Deus.  É esse fim que o pecado gera: a ira do eterno e santo Deus.  Aquele que é o amigo do mundo tornou-se automaticamente o inimigo de Deus.  É esse o fim do pecado: a “inimizade contra Deus”.  Aquele que resiste a justa autoridade de Deus será, sem misericórdia, reduzido a pó. Somente os que negam o que declara claramente a Bíblia, o testemunho da natureza  e da lei escrita no coração de todo homem  estão em dúvida ainda hoje sobre o que merece todo pecado.  A verdade resumida é: “A alma que pecar, essa morrerá”.

Quando a época da graça se findar, vemos pelas Escrituras o eterno fim do pecado.   Para todo pecador que não tem os pecados lavados pelo sangue de Cristo, o seu fim é: ser lançado fora da presença misericordiosa de Deus no lago de fogo (Apoc 20:12-15).  Estes nunca poderão entrar na cidade celestial.  Essa separação é uma separação da misericórdia e da benignidade de Deus, que agora está no mundo (Rom 2:4; Isaías 48:22, “Mas os ímpios não têm paz, diz o SENHOR.”). Essa separação é de ter uma existência eterna conhecendo somente a ira eterna, a maldição e o juízo justo de Deus.  A eterna e infinita ira de Deus é “sobre toda a impiedade e injustiça dos homens.  A eterna e infinita maldição de Deus é para “todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”.  O juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que fazem a abominação do pecado.  Pelo fim terrível do pecado podemos entender o que é o pecado e o que levou Cristo a morrer.

II.                A Alma de Cristo

O imensurável amor de Deus por Seu povo determinou a necessidade de um grande Salvador do pecado.  O próprio Filho de Deus, o Jesus Cristo, é quem Deus sabiamente determinou ser o Único Meio que nos leva a Ele (João 14:6).

Cristo foi o amado de Deus, mesmo antes de nascer na cidade de Belém.  “Desde o princípio” Cristo ocupava a posição de ser “as delícias” de Deus ou Aquele em “quem se apraz a minha alma”. Não é surpresa então que “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito”.

No tempo oportuno, Cristo “se fez carne” para ser como o pecador em tudo, mas sem pecado.  É entendido que Cristo sofreu as limitações da carne em que Ele nasceu pois Ele crescia em estatura  e sujeitou-se aos pais.  Como homem, Cristo experimentou cansaço precisou de dormir, sofreu a sede, a fome, a emoção (chorou – João 11:35; compaixão - Mat. 9:36); e padeceu das nossas fraquezas conhecendo as fortes dores da vida terrestre e a tentação satânica.  A sua qualidade de homem foi declarada de vez quando Ele foi ferido e morreu.  Pelo fato de Cristo tornar-se carne, Deus ficou satisfeito com o trabalho da sua alma feito no lugar do homem pecador.  Ele é o único substituto do homem (“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; ... Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossa iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele ... o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.”, Isaías 53: 4-6). Por Cristo ter morrido por nós [“morreu por nós” (Romanos 5:6-8)] e ter sido feito pecado por nós (II Cor 5:21), toda a obra destruidora do pecado foi desfeita e vencida. Agora, quando um homem crê arrependido em Cristo pela fé, tem a remissão de todas as suas ofensas (Efés. 1:7; Col. 1:14).  Sendo a alma do próprio Cristo que faz tal trabalho, o Santo Deus se satisfaz eternamente.

III.             Deus Satisfeito com o Trabalho da Alma de Cristo

Deus é completamente satisfeito pelo trabalho da alma de Cristo.  Não resta nada que o pecador arrependido e crente em Cristo faça para contentar Deus para a sua salvação, seja nesta terra agora ou no céu pelo futuro.  Cristo, por sua ressurreição, aniquilou o diabo, que tinha o império da morte, e é aceito eternamente pelo Pai em glória.  Pelo fato de a obra de Cristo ser suficiente a Deus em tudo e para todo o sempre, proclama-se que “em nenhum outro há salvação” (Atos 4:12).  A salvação é exclusivamente por Cristo, pois a Bíblia, pela inspiração do Espírito Santo, declara que “ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Cor. 3:11).

Cristo é o Salvador exclusivo para todo e qualquer homem que venha a se arrepender dos pecados e crer pela fé nEle. É fiel e digna de toda aceitação a palavra que diz que “Cristo veio salvar o pecador” (I Tim 1:15).  Se você se vê como um sujo pecador e condenável diante de Deus, olhe a Cristo e a ninguém outro (“ninguém vem ao Pai senão por Mim.”, João 14:6).  Não procure um outro mediador ou mediadora pois há um somente, o próprio Jesus Cristo (I Tim 2:5,6).  Por ser Cristo o próprio Deus que se fez carne no lugar dos pecadores, Ele é o único que pode “levar-nos a Deus” (I Pedro 3:18).  A sua posição exclusiva é entendida pelo fato de que a Cristo, o único exaltado soberanamente, dobrar-se-á todo o joelho nos céus e na terra, e debaixo da terra, para glória do Deus Pai (Fil. 2:9-11).   Não existe nenhum outro ser angélico, humano ou espiritual para receber tal honra.  Satisfaça-se com Quem Deus se satisfaz completa e eternamente.

IV.  A Aplicação
Deus já deu o Seu Unigênito Filho, Jesus Cristo.  O trabalho da Sua alma resulta uma redenção eterna para todos que venham exclusivamente a Cristo pela fé (Hebreus 9:12; Romanos 5:1; 8:1).  O sacrifício necessário pelo pecado nunca mais será dado novamente.  A mensagem agora a todos os homens e em todo lugar é: Arrependa-se e creia em Cristo (Atos 16:31; 17:30).  Todos os que são cansados da escravidão dos seus pecados são mandados a virem a Este Cristo que satisfaz O Santo Deus. 

Você, que deseja beber dessa fonte de vida, venha e beba!  Venha se arrependendo da sua inimizade contra Deus; clama pela misericórdia de Deus; confie pela fé no sacrifício de Cristo, que agrada completa e eternamente o Pai.  A sua salvação eterna é a promessa divina (João 3:16).  A fé necessária para agradar Deus vem do próprio Deus.   Se você deseja tal obra de Deus por Cristo, clama a Deus que Ele tenha misericórdia e ajude a sua incredulidade (Mar 9:24).

Deus não pede intenção boa obra humana nenhuma, pleno entendimento, esforço futuro qualquer ou intermediários de religião: Cristo é completamente satisfatório a Deus. Cristo satisfaz Deus completamente.  Ele satisfaz você na mesma medida?

Este imenso sacrifício que Deus deu para que o homem pecador fosse salvo, não necessita de nenhuma melhora do homem.  O que o homem precisa é clamar a Deus pela graça para confiar em Cristo Jesus para possuir essa justiça de Deus (II Cor. 5:21). 

É necessário saber que é desrespeito grosso aquele ensino que infere que a mãe de Jesus é necessária mediar o sacrifício de Cristo, agraciar o pecador para vir a Cristo ou em qualquer maneira interceder o sacrifício de Cristo em prol de algum pecador.  O sacrifício da pessoa de Cristo tem o suficiente diante de Deus para salvar por toda a eternidade qualquer pecador sem nenhuma participação de Maria.  É o Espírito Santo que traz o pecador a Cristo e nenhum meio humano.  O pecador que espera que a Maria, um apóstolo, ou outra pessoa facilitar a sua posição diante de Deus faz desrespeito a Jesus Cristo, o Único Mediador entre nós e Deus.  Quem confia na mínima parte em Maria ou outra pessoa, ainda jaz debaixo da ira de Deus por rejeitar, até numa mínima parte, Aquele que Deus deu para ser o Salvador completo.  Ninguém vem a Deus senão somente por Cristo (João 14:6).

Finalmente é heresia gritante o ensino que a obediência sincera da Palavra de Deus ou uma experiência extraordinária possa de alguma forma aperfeiçoar o que Cristo fez no lugar do pecador.  Nenhuma ordenança eclesiástica ou experiência espiritual pode selar, concluir, firmar ou outra maneira terminar o que Deus já completou no Seu Filho.  Cristo, sozinho, é o autor e consumador da fé verdadeira em todos os tempos.  E é por Cristo somente que o pecador arrependido é feito justo diante de Deus (Hebreus 12:2; II Cor. 5:21).  Quando o sacrifício de Cristo, pela fé, é aplicado aos pecados do pecador, Deus verá o trabalho da sua alma e ficará satisfeito.  Satisfaz você a limitar-se a Cristo?


APRENDENDO COM PAULO (PARTE 45)

APRENDA A VIVER CONTENTE 
 "Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação." - Filipenses 4:11
Paulo é categórico: "APRENDI" a viver contente, não que ele gostasse das tribulações que enfrentava, mas ele entendia o curso deste mundo que caminha em sentido contrário a Jesus, e mesmo assim prosseguia na sua caminhada sem murmurar, dedicando sua vida totalmente para servir ao Senhor como apóstolo e missionário em seu tempo.
“Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece”. (Filipenses 4.11-13)
Paulo estava preso e pesava sobre a sua cabeça uma sentença de morte. Estava passando necessidades (talvez, até fome). Ainda assim, declara estar CONTENTE! Como isso é possível?
Qual era o seu segredo? Como viver contente em toda e qualquer situação? Como podemos conseguir este estado de espírito? Vamos analisar esta sua declaração.
1. APRENDI A VIVER contente
A primeira lição que podemos tirar é que este estado de espírito não vem por acaso; é o resultado de um longo aprendizado.
Enquanto a maioria das pessoas aprendem a se tornarem “fechadas”, desconfiadas e entristecidas com as amargas experiências da vida, o Apóstolo Paulo, com estas mesmas experiências, comuns a todos nós, aprendeu o segredo do viver contente.
Ele considerava cada experiência, boa ou ruim, uma excelente oportunidade para aprender a viver.
Será que é isto que nos falta, uma “atitude de aluno na vida”, uma atitude positiva, diante das dificuldades e dos sofrimentos?
2. (Aprendi a viver) CONTENTE
Dando uma olhadinha mais profunda no texto bíblico, descobrimos que a palavra traduzida como “contente” neste texto bíblico é a palavra grega autarkes ou autokratés, de onde vieram também as nossas palavras Autarquia e Autocrata.
Autarquia significa: Governo autônomo. Administração autônoma que procede sem interferência do poder central; autonomia.
Autocrata significa: Soberano absoluto e independente.
O que será que o Apóstolo Paulo queria dizer, ao usar esta palavra? Será que ele estava rindo à toa em meio às tempestades? Não! É claro que não, pois o sofrimento incomoda.
O que o Apóstolo Paulo estava dizendo é que é possível conservar a serenidade, o controle da situação, a autonomia, independentemente dos problemas que estamos passando. É como se dissesse: Aprendi a manter o controle…
Esta é a segunda lição que podemos tirar deste texto bíblico.
E quanto a nós, já aprendemos isto?
3. (Aprendi a viver contente) EM TODA E QUALQUER SITUAÇÃO
A terceira lição que podemos tirar deste texto é esta: É preciso aprender a manter a serenidade em toda e qualquer situação.
Na hora da humilhação ou da exaltação.
Na hora da fartura ou da fome.
Na hora da abundância ou da escassez.
A maioria de nós não sabe administrar nem uma situação nem outra. Quando estamos “por baixo”, xingamos, reclamamos, sofremos, enchemos o coração de ódio e mágoa.
Quando estamos “por cima”, esbanjamos e humilhamos quem está “por baixo”.
Muitos não são honrados por Deus, porque não teriam o mínimo controle numa situação de fartura e abundância.
Isto aplica-se a nós?
4. TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE.
Provavelmente você já tenha ouvido este verso bíblico.
As aplicações mais comuns são essas: Tudo posso TER, FAZER, ADQUIRIR, CONQUISTAR, PROSPERAR naquele que me fortalece.
Bem, não é nada disto! O que o Apóstolo disse foi: Tudo posso ADMINISTRAR naquele que me fortalece.
– Ele APRENDEU, porque Cristo o fortalecia.
– A VIVER CONTENTE, porque Cristo o fortalecia.
– EM TODA E QUALQUER SITUAÇÃO, porque Cristo o fortalecia.
Em nenhum momento o Apóstolo pretendeu nos ensinar alguma nova filosofia de vida ou uma oração mágica que forçasse as janelas do céu a se abrirem sobre nós.
Ele tão-somente estava relatando que chegou à maturidade da fé, que lhe dava o controle da situação – fosse ela qual fosse – porque Jesus Cristo o fortalecia.
O cristão, como qualquer outro ser humano, passa por diversas experiências na vida, da fome à fartura; da humilhação à honra; da escassez à abundância, mas, é possível aprender a manter a serenidade em qualquer situação.
No entanto, a plenitude deste aprendizado só é possível para aqueles que buscam força em Jesus Cristo.
Somente aqueles que estão ligados em Cristo e dispostos a aprender poderão um dia repetir com honestidade as palavras do Apóstolo: APRENDI A VIVER CONTENTE EM TODA E QUALQUER SITUAÇÃO!
Se você está passando por um momento difícil não se desespere, o melhor que você tem a fazer é esperar em Deus !!!
Porque é em meio a essas tribulações que Deus trata conosco, e é assim que aprendemos a viver contente em qualquer circunstância.
Senhor Deus, ainda que eu não entenda muito bem a razão destas tribulações, eu sei que posso descansar em Ti, porque isso tudo é passageiro, e logo o Senhor trará a vitória !!!
Eu agradeço porque a partir destas circunstâncias o Senhor esta me tratando e ensinando a viver cada dia mais contente em Sua presença !!! Ensina-me a viver em gratidão, louvando e adorando ao Senhor, seja na bonança ou na tempestade, na abundância ou na escassez, na batalha ou na vitória !!! Em nome de Jesus. Amém.

APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...