terça-feira, 11 de agosto de 2020

APRENDENDO COM MARCOS


                                                          Propósito
Quanto ao propósito este não aparece tão claro no Evangelho, e os estudiosos não são unânimes quanto a ele. A seguir temos algumas sugestões de propósito que podem ser assumidas.

1. Propósito Apologético

Marcos escreveu para uma comunidade cristã de maioria gentílica, e talvez tenha sido o seu propósito demonstrar porque Jesus foi rejeitado pelo povo judeu. Então, podemos entender baseados nesta posição, porque o evangelho apresenta duas características mui distintas, tanto a popularidade, como a oposição a Cristo. A.B. Bruce observa que esse paradoxo pode ser encontrado a partir dos dois primeiros capítulos, e se estendem praticamente até o fim do Evangelho.[1] 
Isto tem levado autores como Robert H. Gundry a defender que o Evangelho de Marcos é uma apologia da cruz de Cristo, escrito com fins evangelísticos para pessoas que tinham receio de crer na vergonha da cruz, num mundo onde a fraqueza era desprezada, e o poder estimado.[2]
Ainda, este Evangelho teria um propósito apologético para (1) mostrar porque Jesus como o Messias, era inocente diante das acusações dos judeus, e que o seu sofrimento era parte do propósito de Deus; (2) para expor por que Jesus, não declarou publicamente ser ele o Messias; (3) para apresentar as obras de Jesus como triunfantes sobre as forças demoníacas.[3]

2. Propósito Pastoral

Se a datação mais aceita estiver correta este Evangelho foi escrito entre 65-67 d.C., durante a perseguição de Nero. O grande incêndio de Roma em 64 d.C., possivelmente provocado pelo próprio imperador Nero, mas que fora atribuído aos cristãos. Por este motivo os cristãos estavam sendo perseguidos, e muitos estavam sendo martirizados. Marcos então, teria escrito para fortalecer estes cristãos que se encontravam abatidos e confusos com o sofrimento, morte e perseguições.

3. Propósito Doutrinário

Esta posição sugere que o propósito deste Evangelho seria preparar material para o discipulado. A própria tradição indica este propósito conforme já foi citado Clemente de Alexandria em sua obra Hypotyposeis.
O ensino dos apóstolos transmitidos oralmente precisava ser registrado, e comunicado aos novos discípulos, para que a mensagem do evangelho não se desvirtuasse, e assim fosse mantido fielmente o ensino de Cristo. Conforme bem afirma Pohl que
uma igreja que negligencia a recordação do Jesus terreno, em breve também não terá mais o Cristo verdadeiro de hoje, que é o mesmo ontem e para sempre. Um espírito que não recorda o Cristo de ontem não é um Espírito Santo. Também nisto reside o verdadeiro impulso para a transmissão da tradição de Jesus entre os primeiros cristãos, e para sua conservação definitiva e quádrupla no Novo Testamento.[4]

4. Esclarecer o segredo Messiânico

Uma posição que tornou-se comum entre os estudiosos de Marcos, é o conceito do “segredo Messiânico”.[5] Segundo esta posição Marcos em seu Evangelho desenvolve gradativamente a exposição do conceito de Messias. O mistério da pessoa de Jesus que já deixava todos curiosos (1:22,27; 3:21,22,30; 4:41; 6:2,14s; 8:11). Os demônios o reconhecem, mas recebem a ordem de guardar silêncio (1:25,34; 3:12; 5:6-8). Milagres poderosos deixam transparecer quem ele é, mas os presentes recebem a ordem de guardar silêncio (1:44; 5:43; 7:36; 8:26). Muitos dos atos do Senhor os próprios discípulos não entendiam (6:52; 8:17s). Mas depois gradativamente Cristo aceita ser reconhecido como Senhor, Deus e redentor, primeiro, pelos discípulos (8:29; 9:7), depois pelos peregrinos (10:47-49), na entrada triunfal (11:9-10), diante do Sinédrio (14:61s), de Pilatos (15:2), e finalmente, perante todo o povo de Israel (15:9,12,26,32,39).
Alguns têm sugerido que é por causa deste segredo intencional do próprio Senhor, que a sua messianidade não foi descoberta no início de seu ministério, e que somente foi exposta abertamente após a sua morte e ressurreição.

5. Propósito Evangelístico

Segundo essa sugestão Marcos teria escrito este livro com o propósito evangelístico. Isto explicaria porque o livro não é uma biografia, pois ele escreve para pessoas que conheciam os fatos básicos sobre o ministério de Jesus.
A ênfase de todo o livro recai sobre a última semana de Cristo. Marcos apresenta o sofrimento, a vergonha da cruz, e sua morte; e da perspectiva da glória de Cristo, seu poder e sua vitória final. Podemos supor que “Marcos escreveu seu Evangelho para ser usado na tarefa missionária da Igreja, para prover material para os evangelistas e missionários da Igreja de Roma.”[6]
Esta posição casaria muito bem com a característica literária do livro. Merril C. Tenney coloca que “as suas descrições breves, as suas frases agudas, as suas aplicações diretas da verdade, são exatamente aquilo que um pregador da rua usaria ao pregar Cristo a uma multidão promíscua.”[7]
Podemos concluir que Marcos escreveu este Evangelho com um propósito evangelístico, embora isso não exclua necessariamente os outros propósitos como sendo secundários.


Estrutura do Livro
Antes de esboçar a estrutura do Evangelho de Marcos devemos perguntar qual foi o critério que ele utilizou para compor a estrutura do seu Evangelho. Quanto a forma como o assunto se encontra distribuído no Evangelho de Marcos os estudiosos tem sugerido as seguintes classificações.

1. Esboço Cronológico

Segundo esta proposta de estrutura do texto, Marcos teria arranjado seu material seguindo a ordem dos eventos históricos como de fato eles ocorreram.

2. Esboço Topológico

Marcos teria arrumado o seu material de acordo com os lugares que Jesus visitou, começando pela Galiléia e terminando em Jerusalém sem necessariamente seguir a seqüência histórica dos acontecimentos.

3. Esboço Tópico

Esta proposta sugere que Marcos teria organizado seu material por assuntos, dentro de um esquema cronológico mais amplo. A sua estrutura seguiria temas comuns.

4. Esboço Cristológico

Esta divisão pressupõe que o livro se propõe a revelar o “segredo Messiânico”. Aproveitando a seqüência geográfica ou cronológica, o autor teria desvendado este segredo gradativamente, segundo se encontra na disposição de assuntos que ele estabeleceu.  
Nenhuma destas opções são totalmente satisfatórias para responder sobre a cronologia da vida de Jesus levantadas pela harmonia dos Evangelhos. O Dr. Nicodemus sugere que
Marcos retrata fielmente a seqüência histórica dos eventos, quando assim ele o indica (1:14; 1:21; 1:29; 9:2, etc.), e que um arranjo tópico ou topológico não significa necessariamente que ele editou e modificou os fatos, ou as palavras de Jesus.[8]

A Estrutura

A divisão abaixo não segue rigidamente nenhum dos esboços que foram apresentados acima, e sim uma síntese deles.

I.  O início do ministério de Jesus (1:1-13)
A. Seu precursor, 1:1-8
B. Seu Batismo, 1:9-11
C. Sua tentação, 1:12-13
II. O ministério de Jesus na Galiléia (1:14-6:29)
A. O ministério inicial na Galiléia, 1:14-3:12
B. O ministério posterior na Galiléia, 3:16-6:29
III. O ministério em outras localidades (6:30-9:32)
A. Nas praias orientais do Mar da Galiléia, 6:30-52
B. Nas praias ocidentais do Mar da Galiléia, 6:53-7:23
C. Na Fenícia, 7:24-30
D. Em Decápolis, 7:31-8:10
E. Nas regiões de Cesaréia de Felipe, 8:11-9:32
IV. O Ministério Final na Galiléia (9:33-50)
V. O Ministério na Judéia e Peréia (cap. 10)
A. Ensino sobre o divórcio, 10:1-12
B. Ensino sobre as crianças, 10:13-16
C. O jovem rico, 10:17-31
D. Jesus prediz sua morte, 10:32-34
E. O pedido dos dois irmãos, 10:35-45
F. A cura do cego Bartimeu, 10:46-52
VI. O ministério em Jerusalém (caps. 11-13)
A. A entrada triunfal, 11:1-11
B. A purificação do Templo, 11:12-19
C. Controvérsias finais com líderes judaicos 11:20-12:44
D. O sermão escatológico no Monte da Oliveiras, cap. 13
VII. A Paixão de Jesus (caps. 14-15)
A. Jesus é ungido, 14:1-11
B. A última Ceia, 14:12-25
C. Jesus prediz a negação de Pedro, 14:26-31
D. Jesus no Getsêmani, 14:32-42
E. A prisão, julgamento, e a morte de Jesus, 14:43-15:47
VIII. A Ressurreição de Jesus (cap. 16)


Local da Escrita
A tradição da Igreja antiga quanto a autoria e aos destinatários aponta inconteste para Roma. Somente uma voz tardia e isolada propõe que Marcos escreveu o seu Evangelho em Alexandria, no Egito.[9]

1. A Comunidade Judaica em Roma
        A dispersão dos judeus foi um acontecimento de grande importância para a preparação da vinda de Cristo, e para o progresso da Igreja Cristã. Quando ocorreu o Pentecostes os judeus já se encontravam espalhados por todo o império romano (At 2:5-11).
        A informação mais antiga sobre a comunidade judaica na capital romana remonta ao ano 139 a.C.. Calcula-se que o número de judeus no início do século I aproximava-se de 40.000. Alguns anos mais tarde a capital romana chegou a ter mais judeus do que na cidade de Jerusalém. Muitos foram para lá como escravos de guerra; outros foram por motivos religiosos, ou seja, para alcançar novos prosélitos (Mt 23:15), mas muitos poderiam ter ido por causa do comércio.[10]
        Com a confiança de César conquistada por Herodes, o Grande, a influência judaica cresceu no império romano. Disto resultou alguns privilégios adquiridos pelos judeus como a livre guarda do sábado, eram isentos do serviço militar como legionários romanos, e desfrutavam de liberdade religiosa em suas reuniões sem a presença de soldados romanos, que eram gentios.
        Com isso o movimento crescente do cristianismo tendo nascido em berço judeu, também desfrutou destes benefícios, pois para os de fora eles não passavam de uma facção judaica em crescimento.

2. A Igreja em Roma
        Provavelmente a Igreja de Roma começou com romanos, ou judeus residentes na capital romana que se converteram no dia do Pentecostes. Em Atos há uma referência aos “visitantes vindos de Roma” (At 2:10).
        Adolf Pohl aponta seis características da Igreja Cristã em Roma nos dias de Marcos. Primeiro, ela era uma das mais antigas e rica em tradições dentro do império romano. Tácito confirma o grande número de cristãos na capital império. Os cristãos tinham na capital de Roma adquirido uma posição de preeminência entre as demais igrejas do império. Na epístola aos romanos vemos Paulo num bom relacionamento com ela (Rm 1:8; 16:16). A maioria da igreja ali era gentílica. Em Roma vivia uma comunidade cristã cheia de mártires. Com o desaparecimento dos primeiros líderes daquela comunidade, surgiu Marcos para intervir e garantir à igreja a tradição de Jesus.[11]


Destinatários

        O Evangelho de Marcos foi escrito para a Igreja de Roma. Hurtado trata o assunto com certa superficialidade chegando a concluir sem maiores averiguações que “a única conclusão positiva que podemos tirar é que Marcos escreveu para cristãos gentios moradores fora da Palestina.”[12] Contudo, discordo dele pois o livro apresenta algumas evidências que nos levam a pensar que Marcos escreveu seu Evangelho para os cristãos que moravam em Roma.

Em primeiro lugar, devemos observar que os cristãos romanos como destinatários são indicados pela mais primitiva tradição da Igreja.
Segundo, Marcos explica costumes e traduz palavras judaicas, o que seria totalmente desnecessário para uma audiência judaica.
Não podemos ignorar os latinismos. Contra esta evidência poderia ser argumentado que, pelo fato de Marcos viver num mundo dominado politicamente e culturalmente por Roma, esta influência dos latinismos seria algo muito comum. Mas devemos perguntar porque estes latinismos não são “tão comuns” nos outros evangelhos? Pohl falando da influência do idioma latino coloca que “é claro que latinismos não precisam estar apontando para a Itália, mas são possíveis em todo lugar aonde os romanos chegaram. Só que no evangelho de Marcos eles são especialmente numerosos e de traços característicos”.[13]
Existe uma possível referência a um membro da Igreja de Roma. Simão Cireneu, é apresentado como pai de Alexandre e Rufo (Mc 15:21), e Rufo morava em Roma na época que Paulo escreveu aos romanos (Rm 16:13), ou seja 57-60 d.C., poucos anos antes de Marcos escrever (cerca de 65-67 d.C.). Quando Marcos escreve o seu Evangelho, escreve pressupondo que os seus leitores conhecessem Alexandre e Rufo. 


Data da Escrita
        O Evangelho segundo Marcos foi escrito em 65-67 d.C.. Algumas razões pelas quais essa data é preferível.
        Primeiro, esta data é preferível, pois, Marcos possivelmente escreveu após a morte de Pedro, que ocorreu entre 64-65 d.C., durante a perseguição de Nero. É o que afirmam o prólogo Antimarcionita (180 d.C) e Irineu (Adv. Haer. 3:1.2).[14]
Segundo, o Evangelho de Marcos foi provavelmente o primeiro Evangelho a ser escrito, e talvez usado por Mateus e Lucas, o que torna uma data após 70 d.C. muito improvável.[15]
A destruição de Jerusalém ocorreu em 70 d.C., e não encontramos neste Evangelho nenhuma menção do cumprimento do sermão escatológico de Jesus, e da sua referência sobre a futura angústia que viria sobre Jerusalém.[16]


Ênfases Teológicas
A Cristologia de Marcos é admirável, ele possuía um entendimento surpreendente acerca de quem Jesus era, fazendo observações, narrando detalhes, atos e reações do Senhor em momentos específicos de seu ministério.
Marcos apresenta Jesus como sendo verdadeiro homem. Na Cristologia de Marcos Jesus é perfeitamente humano. Ele precisava orar (1:35; 6:31), comer (2:16), beber (15:36), sentia fome (11:12), tocava nas pessoas (1:41), e era tocado por elas (5:57), ele se entristecia (3:5), e se indignava (10:14), sentia sono por causa do cansaço e era despertado após momentos de cansaço (4:38-39). Enquanto homem o seu conhecimento é limitado (13:32), de modo que se volta para ver quem lhe tocou (5:30), possuí corpo humano (15:43), um espírito humano (2:8), e inclusive poderia morrer (15:37).[17]
Marcos apresenta Jesus como sendo verdadeiramente Deus. Na Cristologia de Marcos não há negação da sua divindade. Ele descreve Jesus como tendo domínio soberano sobre o reino da enfermidade (1:40-45; 8:22-26; 10:46,52;), dos demônios (1:32-34), e da morte (5:21-24,35-43), sobre os elementos da natureza (4:35-41; 6:48; 11:13-14,20); prediz o futuro (8:31; 9:9,21; 10:32-34; 14:17-21), conhece o coração das pessoas (2:8; 12:15), vencendo a morte (16:6).[18] De acordo com Marcos as duas naturezas de Cristo, divino e humano, se encontram em perfeita harmonia na pessoa de Jesus. E isto pode ser percebido nas seguintes passagens (4:38-39; 6:34,41-43; 8:1-10; 14:32-41).
Marcos apresenta Jesus como o Filho de Deus. Esse título é usado para descrever a sua messianidade. Marcos inicia seu Evangelho identificando João Batista como o cumprimento da profecia de Ml 3:1 e Is 40:3, como aquele que viria e prepararia o caminho para o “Messias”. A voz que surge do céu dizendo “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado” (1:11 NVI). Jesus é aquele a quem os anjos servem (1:13). O seu sangue é oferecido em favor de muitos (10:45, cf. 14:24). Ele batiza com Espírito Santo (1:8), nomeia os seus próprios embaixadores (3:13-19), tem autoridade para mandar que os homens lhe sigam e o recebam (8:34; 9:37); na transfiguração manifesta parcialmente a glória futura (9:11); e declara que virá outra vez na glória de seu Pai (8:38), nas nuvens com grande poder e glória, quando enviará seus anjos para recolher seus eleitos (13:26-27).[19] Precisamente foi condenado por ter confirmado a sua divina filiação (14:61-63).
Marcos apresenta Jesus como o Redentor. Jesus numa de suas declarações afirma que ele veio para “dar a sua vida em resgate por muitos”(10:45). Marcos descreve um Cristo que haveria de sofrer, e dedica uma grande porção de sua narrativa para expor a Paixão de Cristo, mais do que os outros Evangelhos.[20]







APRENDENDO COM MARCOS


O EVANGELHO DE MARCOS 

Podemos encontrar a narrativa de três passagens contendo detalhes que pertencem ao acervo específico do Evangelho de Marcos. Alguns dos estudiosos têm encontrado nestas passagens evidências como se o autor sem querer se identificar de forma objetiva dissesse: “olha esse aqui sou eu”! 
A primeira passagem é 10:17, que relata sobre “um homem correu em sua direção” e, “Jesus olhou para ele e o amou” (Mc 14:21 NVI). Não temos aqui o nome deste homem que vai ao encontro de Jesus, mas a forma como Jesus o olhou “com carinho”; nem Mateus (19:16-30), nem Lucas (18:18-30), mas somente Marcos poderia saber o modo deste olhar.
Em 14:13-16 encontramos a descrição de “um homem carregando um pote de água virá ao encontro de vocês” (NVI). Aparentemente este homem sabia de tudo, pois ele já esperava pelos dois discípulos, e sem perguntas os conduz pelo caminho e os leva até uma determinada casa. Novamente, Marcos usa o recurso de apresentar um personagem sem identificá-lo, apenas indica que morava em Jerusalém, mas que certamente era um outro discípulo, pois Jesus sabia de sua disponibilidade para preparar a última ceia. Podemos deduzir que este poderia ser Marcos, pois a casa de sua mãe, algum tempo depois do Pentecostes viria a se tornar um ponto de referência para os cristãos em Jerusalém (At 12:12), e que lugar poderia ser mais sugestivo, senão a casa onde ocorreu a última ceia?
A narrativa de “um jovem” que foge desnudo (Mc 14:51-52). Este episódio em si é desprovido de relevância, a não ser que fosse importante para o autor do Evangelho. O autor nos fornece aqui alguns detalhes significantes, Stott comenta que “o jovem que seguiu Jesus era claramente rico, porque usava um lençol ‘de linho’: geralmente, tais peças eram de algodão. O terror do jovem é realçado tanto por fugir desnudo como por sua disposição de desfazer-se de uma vestimenta tão valiosa.”[1]

2.3.  O autor

Até aqui temos considerado, pelas evidências, que o autor do segundo Evangelho era denominado como Marcos. Os estudiosos o identificam com João Marcos de Jerusalém, por ser o único “Marcos” que os escritores do NT mencionam.
Lucas e Paulo em seus escritos nos fornecem algumas informações acerca de João Marcos. Na residência de sua mãe, que se chamava Maria, se reuniam os cristãos da igreja de Jerusalém (At 12:12). Ele era primo de Barnabé (Cl 4:10). Participou da primeira viagem missionária com Paulo e Barnabé, contudo não foi bem sucedido, e regressou para Jerusalém (At 13:13), por motivos que desconhecemos (At 12:35; 13:5); Paulo por causa dessa desistência, não quis levá-lo na viagem seguinte, Barnabé não concordando, rompeu com Paulo, e continuaram os seus esforços missionários separados um do outro (At 15:37-41). Contudo, posteriormente Paulo menciona Marcos como seu colaborador (Fm 24; Cl 4:10) e como lhe sendo útil para o ministério (2 Tm 4:11).[2]
Podemos concluir historicamente que, após a morte de Paulo, Marcos passou a trabalhar com Pedro.[3] Quanto ao seu relacionamento com o apóstolo, além das informações que recebemos por parte dos Pais da Igreja, só possuímos uma referência do próprio apóstolo ao mencioná-lo carinhosamente como “Marcos, meu filho” (1 Pe 5:13, NVI). Era comum entre os judeus, especificamente entre os rabinos chamar os seus discípulos de filhos, como também os discípulos se dirigirem aos seus mestres, como “pai”.[4]
Este Evangelho possui similaridades com os sermões de Pedro. Ainda analisando o estilo literário, podemos observar que o Evangelho de Marcos “segue os eventos históricos sobre a vida de Jesus que aparecem nos sermões de Pedro em Atos 3:13-14 e 10:37-42”.[5] Como já observamos, o nome de Marcos está intimamente ligado ao de Pedro, logo, não nos surpreende que ambos tenham discursos similares.
Além das similaridades com os sermões de Pedro, possuímos outras evidências de uma possível influência do apóstolo. C.E. Graham Swift coloca o assunto assim
o evangelho começa com a chamada de Pedro, sem referência alguma à natividade de Cristo. O evangelho focaliza o ministério na Galiléia, e mais especialmente nos arredores de Cafarnaum, cidade de Pedro. (...) São omitidas alguns pormenores que destacam a pessoa de Pedro, em a narrativa da confissão de Pedro, em Cesaréia de Filipe, e do seu andar sobre o mar. São relatadas minunciosamente as suas derrotas, como a negação do mestre.[6]

Em resumo, podemos dizer que Deus soberanamente preparou aquele que haveria de escrever o Evangelho. Augustus Nicodemus sugere “Marcos certamente conheceu a Jesus em Jerusalém, andou com os principais líderes apostólicos, e deles ouviu muitas outras coisas”.[7]


Conteúdo do Evangelho
Este livro não é uma biografia. Marcos tencionou apresentar a vida do mestre de forma bem resumida, enfatizando a sua mensagem. Não pode ser considerada uma biografia no sentido moderno da palavra. Larry W. Hurtado declara que “a motivação forte conducente à redação dos evangelhos não partiu de interesses biográficos, pelo menos como os entendemos hoje, mas nasceu do desejo de incrementar a fé em Jesus, e a ela dar forma”.[8]
Vejamos algumas razões porque esse Evangelho não pode ser considerado uma biografia. O Evangelho de Marcos não faz uma descrição física de Cristo. Não é fornecido nenhum detalhe a respeito da altura, peso, cor, enfim, nenhuma característica física de Cristo foi comentada. 
O segundo Evangelho não contém a narrativa do nascimento e infância de Jesus. Não encontramos neste Evangelho como vemos em Mateus e Lucas a genealogia, a narrativa do nascimento, nem mesmo algumas pinceladas da infância do Senhor. Podemos observar que a começar pelo título há uma ênfase na mensagem do Senhor, sem necessariamente anular o seu apregoador.[9]
Mesmo a narrativa que encontramos do ministério de Cristo não é exaustiva. O autor nos fornece o início ministerial de Cristo dizendo que “ele percorreu toda a Galiléia, pregando nas sinagogas” (Mc 1:21; 1:39, NVI). Neste dado já possuímos um salto histórico enorme, pois o narrador omite todos os detalhes e seqüências de sua mensagem como também, desta trajetória de Cristo em seu ministério inicial. Pohl corretamente diz que
é evidente que Marcos não tinha a intenção de dar o mesmo peso aos diversos aspectos da vida de Jesus. Seu interesse primordial era sua morte, porque ali ficou demonstrado definitivamente – sem contestação por toda a eternidade – quem é Jesus e como é Deus.[10]
        
Jesus iniciou o seu ministério na região da Galiléia. Sabemos que a região da Galiléia abrangia uma vasta porção de terra, com muitas cidades e vilas. Flávio Josefo afirma que “não somente há uma grande quantidade de aldeias e vilas, mas também um grande número de cidades (não menos que 240), tão populosas que a menor delas tem mais de quinze mil habitantes”.[11] Contudo, acerca deste número populacional tão volumoso Alfred Edersheim afirma que “naturalmente deve ser um grande exagero, pois haveria de existir naquele país uma população duas vezes mais densa que os mais densos distritos da Inglaterra, ou Bélgica.”[12] Apesar do exagero de Josefo, podemos crer que de fato a região da Galiléia era populosa. Apenas nesta afirmação tão resumida de todo o ministério de Jesus na Galiléia, podemos concluir que o Evangelho de Marcos não é uma narrativa exaustiva.
Deixou-se claro o que o Evangelho não contém, mas o que de fato ele contém? Isto será exposto de forma mais detalhada no tópico sobre o propósito, estrutura e ênfases teológicas do texto, podemos ainda levantar outras características do conteúdo aqui.

Características da Narrativa
Este Evangelho é conhecido por dar proeminência ao evangelho. Diferentemente dos outros Evangelhos, este enfatiza mais a mensagem do que o seu mensageiro, e isso pode ser averiguado a começar pelo seu título (1:1). Harrison coloca que “esta mensagem divina é digna do sacrifício da própria vida por parte do discípulo (8:35; 10:29). Deve ser proclamada a todas as nações (13:10; 14:9). Marcos é totalmente kerygmático em sua ênfase.”[13]
Este Evangelho é conhecido como “o Evangelho da Ação”. O Evangelho de Marcos é marcado pela descrição de um ministério ativo, realizado por Cristo. Não encontramos o Senhor em nenhum lugar deste Evangelho descansando. A maior parte dos sermões de Jesus são omitidos, dando maior ênfase nas ininterruptas atividades do Senhor. Hendriksen observa que “cada um dos primeiros onze capítulos de Marcos contém o relato de pelo menos um milagre (1:21-28, 29-31, 32-34, 39, 40-45; 2:1-11; 3:1-6; 4:35-41; 5:1-20, 21-43; 6:30-44, 45-52, 53-56; 7:24-30, 31-37; 8:1-10, 22-26; 9:14-29; 10:46-52; e 11:12-14, 20-21)”.[14]
Este Evangelho possui uma característica marcante por sua brevidade. Observemos que apesar de sua brevidade, ele contém certos detalhes que são omitidos pelos outros evangelistas, como por exemplo, 2:4; 4:37-38; 6:39; 7:33; 8:23-25; 14:54, e ainda contém uma parábola que não se encontra em nenhum outro lugar (4:26-29).[15] E também encontramos em Marcos a narrativa de dois milagres que somente são mencionados aqui (7:31-37 e 8:22-26).[16]
É um Evangelho rico em detalhes. De fato, ele é mais breve e sucinto que os outros Evangelhos, contudo, ele não se torna superficial por sua brevidade. Marcos nos fornece em seu relato não somente a ocorrência em si, mas também transmite minuciosidade em sua narrativa. Vejamos alguns exemplos. No deserto, ele afirma que Jesus “estava entre as feras” (1:13). Na pregação de João Batista, ele observa a ordem “creiam nas boas novas” (1:15). Ao curar a sogra de Pedro, Jesus não somente a tocou, mas também “a tomou pela mão” (1:31). Quanto a alguns hábitos do Senhor ele relata que, “de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, e ali orava” (1:35, NVI). Estes são alguns dos detalhes que são relatados no primeiro capítulo, contudo, é possível encontrar maiores detalhes nos capítulos seguintes que são peculiares em Marcos, e que não encontramos nos demais Evangelhos.[17]
Este Evangelho é conhecido por sua sinceridade. Marcos é extremamente franco em sua narrativa, ele não hesita em mencionar a falta de entendimento dos discípulos (4:13; 6:52; 8:17,21; 9:10,32), que a própria família de Jesus o considerava como tendo enlouquecido (3:21), ele ainda diz que Jesus não podia realizar milagres em Nazaré por causa da incredulidade do povo (6:5-6). Marcos é igualmente sincero em “sua descrição das reações humanas de Jesus. As emoções como compaixão, ira, dor, severidade, tristeza, afeto e amor são todos atribuídos a ele”.[18]
Este Evangelho é conhecido como “o Evangelho aos gentios”. Percebe-se uma ausência de traços judeu-cristão que é tão comum no Evangelho de Mateus. Na história da mulher siro-fenícia, o Evangelho de Marcos não apresenta como em Mateus, Jesus respondendo: “eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15:24, ARC). E Jesus em seu sermão escatológico em Mc 13, faz a seguinte observação no verso 10, “é necessário que antes o evangelho seja pregado a todas as nações”.[19]





APRENDENDO COM JESUS


O MODELO DE JESUS PARA SUA IGREJA

Por que há tantas igrejas? Qual é a certa, ou são todas certas? Devo participar de uma igreja para agradar a Deus? Por causa da desnorteante quantidade de opções no mundo religioso, mais e mais pessoas estão fazendo perguntas como estas.
Para responder, vamos voltar a examinar o Novo Testamento. Por enquanto, esqueça o que você sabe a respeito de religião e considere, de novo, o padrão do evangelho pregado por Cristo e seus apóstolos.
Durante sua vida na terra, Jesus escolheu 12 homens, chamados apóstolos, para revelar e espalhar a mensagem depois de sua ascensão. Começando em Atos 2, estes homens pregaram e ensinaram o evangelho em Jerusalém. Logo, outros seguidores de Cristo estavam indo de lugar a lugar, ensinando a mesma mensagem. Olhemos para a cidade de Antioquia da Síria como um modelo do que aconteceu quando pessoas receberam o evangelho lá (Atos 11:19-26). Vários cristãos foram a Antioquia. Eles pregaram o evangelho do Senhor Jesus (v. 20). Muitos foram convertidos ao Senhor (v. 21). Os novos convertidos foram exortados a permanecer no Senhor (v. 23). Como resultado, muitas pessoas foram unidas ao Senhor (v. 24). O que é ressaltado em tudo isto é, claramente, o Senhor: Pregando o Senhor, conversão ao Senhor e lealdade ao Senhor. A próxima coisa que lemos no texto é a igreja se reunindo. Evidentemente, aqueles convertidos ao Senhor reuniam-se e trabalhavam como uma igreja (congregação). Esta igreja logo recolheu dinheiro para mandr aos irmãos pobres em outra cidade (Atos 11:27-30). Mais tarde, a igreja mandou dois de seus cinco profetas e mestres para espalhar o evangelho em outras áreas (Atos 13-14). Estes dois, Barnabé e Paulo, pregaram a Jesus em muitas outras cidades e logo, nelas também, havia igrejas (Atos 14:23). Enquanto Paulo e Barnabé, alegremente, relataram à igreja de Antioquia sobre o trabalho do Senhor durante a viagem (Atos 14:27), não há nenhuma indicação de que a igreja de Antioquia exercesse qualquer controle sobre as outras igrejas. Antes, presbíteros (também chamados bispos e pastores, na Bíblia) foram escolhidos dentro de cada uma destas congregações para supervisionarem-na (Atos 14:23). Nunca, na Bíblia, os presbíteros foram autorizados a supervisionar outra congregação além da qual foram eles selecionados (Atos 20:28; 1 Pedro 5:1-3).
Como é típico na história dos homens, algumas mudanças entraram gradativamente e desviaram os Cristãos deste modelo original. Pouco a pouco, o desenvolvimento de uma organização foi se extendendo acima das igrejas. Grupos de homens e igrejas mais importantes começaram a controlar as outras igrejas. As igrejas começaram a se tornar parte de uma hierarquia. A lealdade a Cristo foi substituída pela lealdade à "igreja". Uma extrema reação contra este erro levou a um outro abuso do plano de Deus. Alguns decidiram que não era necessário fazer parte de qualquer congregação e tentaram servir a Deus sozinhos, sem adoração ou trabalho com outros cristãos. Como podemos servir a Deus em um mundo cheio de tais desvios de sua vontade?
Que os homens pudessem apartar-se do padrão de Deus, não é surpresa. Repetidamente, no Velho Testamento, o povo se extraviou de sua  palavra. Em cada ocasião, profetas de Deus como Isaías (44:22; 55:6-7), Jeremias (3:12-14; 6:16; 35:15), Ezequiel (14:6; 18:30-32) e Joel (2:12-13) chamaram o povo de volta ao plano original de Deus. Cada vez que os israelitas se desviavam do padrão, homens devotos conduziam a nação a abandonar as alterações e retornar à vontade revelada por Deus. Davi (1 Crônicas 13), Ezequias (2 Crônicas 29-31), Josias (2 Reis 22-23), Esdras (9-10) e Neemias (8-10,13), todos ajudaram o povo a voltar ao plano original de Deus. Todas as vezes, a meta foi uma imitação completa do padrão revelado.
A solução para o mundo religioso, que nestes dias está por demais extraviado da vontade de Jesus Cristo, é voltar ao padrão da Bíblia. Jesus chamou a palavra de Deus de "a semente" (Lucas 8:11). Uma das qualidades interessantes da semente é que a planta que dela resulta, quando é plantada, é sempre a mesma, não importa quando ou onde ela é semeada. Se plantarmos hoje a semente pura (a palavra de Deus), conseguiremos o mesmo efeito que a palavra produziu no primeiro século. Quando o resultado for grupos religiosos e organizações, desconhecidos no Novo Testamento, a causa é que foram semeados outros ensinamentos, além do puro evangelho.
Imagine que você e eu sejamos abandonados numa ilha desabitada. Não temos nenhum conhecimento de religião. Um dia, uma Bíblia chega na praia e começamos a lê-la, estudá-la e decidimos seguir o que ela ensina. Sem qualquer conhecimento de religião, apenas com a pura semente do evangelho plantada em nossos corações, o que faríamos? Decidiríamos seguir a Jesus em nossa vida, submetendo-nos a seu ensinamento. Reunir-nos-íamos como uma congregação para adorar e servir ao Senhor. Talvez decidíssemos ir a outros lugares para ensinar pessoas a seguirem a Jesus. Mas que tipo de igreja decidiríamos tornar-nos? Esta questão jamais passaria pela nossa mente. Sem conhecimento das modificações humanas, jamais pensaríamos em ser qualquer outra coisa que não fosse uma igreja de Jesus Cristo, servindo-o independentemente e seguindo seu ensinamento. Para nós, que bem sabemos das modificações que os homens têm feito no evangelho, nosso alvo deve ser igual: servir ao Senhor exatamente do mesmo modo que as Escrituras ensinam, se seguir os erros de outros.
Princípios Básicos
Mantenha a ênfase em Cristo.
Em nossa sociedade, a lealdade às igrejas toma o lugar da lealdade a Cristo. Algumas pessoas colocam a  igreja acima de Jesus Cristo e servem a igreja acima de tudo. Estas pessoas pensam sobre seu serviço a Deus em termos de encontrar a igreja, juntar-se à igreja, e permanecer fiéis à igreja. Apostasia, para eles, é deixar a igreja. Em termos bíblicos, a igreja é simplesmente aqueles que estão seguindo a Jesus, a família de Deus. Nosso foco, ênfase, e lealdade são para com Cristo. Outras pessoas colocam a igreja entre Cristo e o homem, pensando nela como uma instituição através da qual Deus fala ao homem e o homem a Deus. Mas Cristo é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5). Eu não procuro Deus através da igreja; a igreja é o povo que está procurando seguir a Deus. É Cristo quem deve dominar nossas vidas, não a igreja.
Veja o lugar da igreja (congregação) no plano de Deus. Deus planejou que os cristãos haveriam de servi-lo com outros cristãos, como uma parte de um grupo de discípulos. Ele esperou que as igrejas se reunissem para adorar, juntar seus recursos para trabalhar, procurar homens qualificados para ensinar, e encorajar uns aos outros à fidelidade (Atos 2:42-47; 4:32-37; 11:26-30; 14:23; 20:7; 1 Coríntios 16:1-2; Hebreus 10:24-25; etc.). Eu sou parte de uma igreja porque Cristo ordenou. Tentar ser um cristão sozinho, sem fazer parte de uma congregação, é ignorar as instruções de quase todos os livros, desde Atos até Apocalipse, os quais foram escritos para as igrejas, ou para dar instruções sobre a determinação de Deus para as igrejas. Não podemos colocar a igreja no lugar de Cristo como Senhor. Mas, antes, em obediência a Cristo, submetermo-nos ao plano que ele revelou a respeito das atividades dos cristãos.
Evite pensamentos errados. O conceito de uma estrutura hierárquica entre igrejas, penetra de tal maneira em nossa sociedade que é difícil evitarmos. A Bíblia não ensina o conceito de uma igreja sendo parte de um grupo de igrejas. Assim como não devemos pensar que a igreja seja a mediadora entre o homem e Deus, não devemos pensar em alguma organização como mediadora entre a congregação e Deus. Cada igreja, que segue a Cristo, vai segui-lo diretamente, sem lealdade a qualquer grupo ou rede de igrejas.
Faça parte de uma igreja que segue o padrão da Bíblia. Já no tempo em que João escreveu o livro do Apocalipse, algumas igrejas estavam se extraviando do padrão (Apocalipse 2-3). Visto que eu não posso participar, nem encorajar práticas fora das Escrituras (Efésios 5:11; 2 Coríntios 6:14-7:1; 2 João 9-11), eu também não posso fazer parte de uma igreja que não é fiel à palavra de Deus. Graças a Deus, temos, ainda, a semente pura. É possível a uma igreja seguir a palavra de Deus e voltar ao caminho de Deus, como os israelitas fizeram em muitas ocasiões. É ainda possível para indivíduos se reunirem e começarem uma igreja conforme a vontade de Deus. Os apelos e exemplos de muitos homens de Deus foram relatados na Bíblia, para nos ensinar e nos motivar a seguir o caminho de volta ao padrão do Senhor.
Voltemos e sirvamos a Deus exatamente como os cristãos o fizeram no primeiro século.

por Gary Fisher


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