terça-feira, 7 de junho de 2022

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 56)

APRENDENDO COM DAVI

 

"Faleceu Samuel; todos os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.". 1 Sm25:1. Aparentemente Davi havia alcançado o zênite da maturidade espiritual. Estaria Davi preparado para governar Israel? Seria a hora dele ser colocado no trono para dirigir o povo de Deus pelos vales das dificuldades até a presença de Deus? As suas últimas atitudes deixam profundas impressões acerca de seu caráter e de sua submissão a Deus. Mas nada como uma crise para revelar o grau de nossa maturidade ou o que está por baixo de nossa aparente maturidade.

 

O Texto nos diz que é neste momento que Davi recebe uma dura notícia: "Samuel faleceu". Com a morte de Samuel, não morria apenas um amigo e um conselheiro, mas morria também a última esperança humana de Davi ser rei. Samuel representava para Davi o fato de que havia sempre um profeta e uma escola inteira de profetas orando e intercedendo por ele.

 

Agora, Samuel havia falecido. Este era um momento que a sua fé, submissão e a sua maturidade estavam sendo acrisolada. Acrisolar é uma palavra que vem do grego CRISIS. SÓ SE AMADURECE NA CRISE. NINGUÉM AMADURECE NO BEM BOM. É só através das crises que chegamos à maturidade espiritual. Porque é na crise que nós somos acrisolados. Purificados, livres das impurezas. São as crises que revelam o que há por dentro de nós. Traz à tona o verdadeiro eu de cada pessoa.

 

Neste momento de crise, Davi foge. Pensa que tudo está perdido. Deixa En-Gedi, um paraíso-fortaleza, e desce para o meio do deserto de Parã ou Maom na península do Sinai que foi no passado o deserto onde os israelitas vagaram Por 40 anos por terem desobedecido a Deus. Na crise, Davi ainda se mostra um homem vulnerável. Vulnerável aos seus sentimentos. Não orou, não buscou, não ouviu nenhuma palavra do Senhor. Apenas sentiu medo, insegurança; e guiado e controlado por esses sentimentos, tomou uma atitude suicida de fuga para o meio do nada.

 

Como é triste tomar decisões dirigidas por sentimentos. Sempre acabamos em grandes num grande deserto de dificuldades. E esse é o retrato de Davi no capítulo 25. Apesar de Davi ser um homem submisso e obediente à vontade de Deus, que não se deixava guiar pelas circunstâncias ou pela opinião dos outros, ainda assim, apresentava essa brecha em seu caráter: era um homem vulnerável as seus sentimentos. Era um homem dominado pelos seus sentimentos.

 

O problema é que os sentimentos nos cegam, os sentimentos nos roubam a lucidez. Nos impedem de ver as coisas como elas são. Porque os sentimentos não têm compromisso com a verdade, eles não têm preocupação se é certo, ou errado, se é verdadeiro ou falso, se prejudica ou não prejudica. A única preocupação dos nossos sentimentos é conquistar o nosso coração, e que nós digamos sim a tudo o que eles dizem para nós. 

 

Mas graças a Deus que Ele sempre tem os seus instrumentos para nos trazer de volta à Palavra do Senhor. E qual ou quem foi o instrumento que Deus usa para recuperar esse perdido Davi aos caminhos do Senhor novamente? Abigail.

 

A Bíblia diz que Davi, diante da atitude tola do tolo Nabal, esposo de Abigail (este mostrou total ingratidão para com as atitudes graciosas de Davi) se enche de ira, de vingança e decide matar Nabal. Contudo diz a Palavra que Abigail o demoveu de sua insana emoção.

 

Agora, como foi que Abigail conseguiu fazer Davi deixar de ser também um Nabal? (Nabal =tolo) - um homem controlado pelos seus sentimentos e fazê-lo voltar a ser um homem segundo o coração de Deus controlado pela Palavra de Deus (1 Sm.26, 30-31).

 

Ela confronta Davi com o seu futuro. Cada palavra de Abigail foi calculada para tocar, para golpear o coração de Davi controlado pelos seus sentimentos. E por que ela confronta Davi com o seu futuro? Porque os nossos sentimentos só "pensam" no aqui e no agora; eles nunca "pensam" no depois. Os sentimentos só "têm olhos" para o momento. São cegos para ver e encarar o futuro.

 

Na verdade, as pessoas só são dominadas e controladas pelos seus sentimentos porque eles nunca pensam no amanhã. Nunca se deixam confrontar com o dia seguinte. Nunca se deixam confrontar com as consequências, com as colheitas que terão que fazer amanhã.

 

Quem sabe você hoje está assim, quer se livrar dos tentáculos dos sentimentos e ser um homem controlado pela Palavra de Deus? Então, é preciso olhar para o futuro. É preciso confrontar-se com o dia de amanha. O apóstolo Paulo disse em Galatas 6 "aquilo que o homem semear, isso também ceifará". É preciso se confrontar com o amanha da colheita.


APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS

Qualquer um que conheça alguma coisa sobre os evangelhos – e mesmo aqueles que não conhecem – sabe que Jesus era amigo de pecadores. Ele muitas vezes atraia a ira dos escribas e fariseus por comer com pecadores (Lucas 15.2).

 

Jesus claramente reconheceu que um dos insultos atirados contra ele era que ele era “um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lucas 7.34). Essa história significa que Jesus é amigo de pecadores como nós. Também nos desafia pelo exemplo de Jesus a certificarmos que não rejeitamos ninguém de alguma forma que Jesus jamais faria.

 

Por mais preciosa que essa verdade seja – que Jesus é amigo de pecadores – como qualquer outra verdade preciosa da Bíblia, ela deve ser protegida de erros doutrinários e éticos. É muito fácil, e incrivelmente comum, que cristãos (ou não cristãos) peguem a verdade geral de que Jesus era amigo de pecadores e a torcem até não ser mais reconhecida. Assim, “Jesus comia com pecadores” se torna “Jesus adorava uma boa festa”, que se torna “Jesus estava mais interessado em demonstrar amor do que tomar partido”, que se torna “Jesus sempre estava do lado dos não religiosos”, que se torna “Jesus pouco se importava com as violações da Torá”.

 

Se queremos celebrar o fato de que o Senhor Jesus é um grande amigo de pecadores – e deveríamos – precisamos prestar cuidadosa atenção às formas em que Jesus de fato foi amigo de pecadores. Fora a história da mulher pega em adultério (por motivos de crítica textual), eu contei cinco passagens principais nos evangelhos onde Jesus foi  repreendido por estar perto demais dos pecadores.

 

Mateus 9.9-13; Marcos 2.13-17; Lucas 5.27-32 -  Essa é a história do chamado de Mateus, o coletor de impostos, para ser seu discípulo.Aqui vemos Jesus tomando lugar à mesa com muitos coletores de impostos e pecadores “porque estes eram em grande número e também o seguiam” (Marcos 2.15). Quando os escribas e os fariseus murmuram a respeito de suas companhias, Jesus diz a eles que não veio “chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5.32).

 

Mateus 11.16-19; Lucas 7.31-35 – Aqui Jesus repreende os “homens da presente geração” porque rejeitaram João Batista, por ele ser muito rígido, e rejeitaram o Filho do Homem por ser muito relaxado.É desse incidente que temos a frase “amigo de pecadores”. Vale notar que esse foi um insulto direcionado a Jesus por seus inimigos. Isso não significa que Jesus não o era e que não deveríamos cantar sobre isso, mas essa passagem sugere que Jesus não se encaixava de todas as maneiras nessa descrição. Se Jesus não era “um glutão e bebedor de vinho”, como seus oponentes diziam, talvez ele também não fosse“amigo de publicanos e pecadores” da mesma maneira que eles imaginavam.

 

Lucas 7.36-50 – Logo após vem outra história parecida em Lucas. Uma mulher pecadora unge Jesus com um perfume precioso, enxuga os pés de Jesus com suas lágrimas e com seu próprio cabelo. Quando Jesus é corrigido por deixar essa “pecadora” tocá-lo, ele lembra a Simão que aqueles a quem muito é perdoado amam muito. No fim, Jesus perdoa a mulher de seus pecados e anuncia “A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lucas 7.50).

 

Lucas 15.1-2 – O contexto das parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido em Lucas 15 está nos primeiros versos do capítulo. Conforme os publicanos e pecadores  “aproximavam-se de Jesus”, os fariseus e escribas murmuravam que Jesus estava os recebendo e comendo com eles. As três parábolas que se seguem demonstram como Deus busca os perdidos (15.3, 8, 20) e o quão feliz Deus fica quando pecadores se arrependem (15.7, 10, 21-24).

 

Lucas 19.1-10 – Novamente, os líderes judeus murmuram porque Jesus “ele se hospedara com homem pecador” (Lucas 19.7). Por mais que Zaqueu tenha se arrependido e mudado (19.8), os judeus simplesmente não conseguem aceitar que o Filho do Homem tenha vindo para buscar e salvar os perdidos (19.10) e que esse publicano famoso tenha sido salvo (19.9).

 

Assim, que lições podemos tirar desses episódios? De que forma Jesus era amigo de pecadores? Ele tinha uma estratégia para alcançar coletores de impostos? Ele “andava” indiscriminadamente com beberrões e prostitutas? Ele era um messias do relaxado do tipo “deixa a vida me levar”?

O que vemos do conjunto dessas passagens é que os pecadores eram atraídos por Jesus, que Jesus gastava tempo com esses pecadores que estavam abertos a seus ensinamentos, que Jesus perdoava pecadores arrependidos e que Jesus abraçava pecadores que criam nele.

 

Jesus era amigo de pecadores não porque fazia vista grossa ou ignorava o pecado ou gostava de uma festinha com aqueles que se envolviam com imoralidade. Jesus era amigo de pecadores no sentido de que veio para salvar pecadores e ficava muito feliz em receber aqueles que estavam abertos ao evangelho, que se arrependiam de seus pecados ou que estavam no caminho para colocar sua fé nele.

 

 Kevin Deyiung

APRENDENDO COM MATEUS

APRENDENDO COM  MATEUS 


Abrindo o Novo Testamento, encontramos o preciosíssimo Evangelho de Mateus, embora na ordem cronológica não tenha sido o primeiro a ser escrito. Dirigido aos judeus, apresenta informações e ensinos por meio de tópicos, que se organizam em cinco seções, cada uma encerrando-se por uma afirmação sumária, como se pode ver em 7: 28; 11: 1; 13: 53; 19: 1 e 26: 1. É um precioso livro de ensinos sobre a vida de Jesus, o rei e Senhor, que veio implantar o reino de Deus entre os homens. Vale a pena conhecer mais detalhadamente este extraordinário livro.

 

I - UM EVANGELHO ESCRITO PARA OS JUDEUS

O Evangelho de Mateus parece ter sido preparado particularmente para os judeus cristãos que viviam na Palestina ou proximidades. Os membros da Igreja Primitiva na maioria eram judeus. Havia, portanto, necessidade de tratar de questões e assuntos que resolvessem suas dúvidas, tais como se Jesus era verdadeiramente descendente de Davi, qual foi sua atitude para com a Lei, se Jesus era de fato o Messias, por que o Reino não havia chegado, etc.

 

a) Características - Por causa desse objetivo, Mateus é diferente de Lucas, por exemplo, que escreveu para evangelizar os gregos e pessoas dessa cultura. Tal preocupação já pode ser vista na apresentação de sua origem: Lucas traça a genealogia de Jesus até Adão, enquanto Mateus traça até Davi e até  Abraão, 1: 1. Mateus inicia seu Evangelho pela genealogia de Jesus, filho de Davi, filho de Abraão, passando pelos personagens mais proeminentes no judaísmo, entre eles Davi, o mais importante rei de Israel.

 

b) Não era fácil ser cristão nos primeiros tempos. Os novos convertidos precisavam saber:

Por que Cristo fora rejeitado por Israel e como enfrentar a perseguição que eles estavam sofrendo por parte de seus próprios patrícios; 

O que Cristo tinha realizado e por que o Reino não tinha sido estabelecido ainda.

Como pensar e viver nesse período de espera. Eles precisavam ter segurança concernente ao futuro e ao retorno de Cristo. Jesus tinha dado todas as informações aos seus apóstolos e um deles necessitava colocar isto no papel. Mateus foi guiado pelo Espírito de Deus para fazer isto.

 

c) Ênfase ao cumprimento das profecias - Mateus revela grande interesse em relacionar Jesus com as profecias do Antigo Testamento. Existem 129 referências ao AT. Essa ênfase indica que Ele estava escrevendo a leitores para os quais o cumprimento de profecias era importante e significativo. Queria mostrar que Jesus é o Messias e nele se cumpriram as profecias do AT.

 

II - A CRISE DA CRUZ

a) Nem tudo na vida e ministério de Jesus foi fácil. Os capítulos 13 a 19 falam sobre a rejeição pelos seus concidadãos, 13: 54-58, a ameaça de Herodes através da morte de João Batista, 14: 1-12, e até sobre a dificuldade que os discípulos estavam tendo para aceitar os ensinos de Jesus,  15: 12 e 16: 5-9. Esses fatos indicam tensões que levaram  Jesus a declarar a iminência da cruz, e a revelar-se a si  próprio, na transfiguração, 17: 1-13. A cruz aparece crescentemente diante de Jesus e torna-se o objetivo imediato de sua carreira terrena, 17: 22, 23.

 

b) A revelação do Messias gera conflitos  - Quando ocorre a declaração do propósito messiânico, os conflitos aumentam, surgindo freqüentes debates com os fariseus, 19: 3-12, com os herodianos e saduceus, 22:15-33. Por outro lado, Jesus passou a fazer duras denúncias contra os religiosos da época, cap. 23, bem como a anunciar a destruição do templo e a desolação de Jerusalém, presentes no sermão profético, no cap. 24.

 

c) Mateus acentua o caráter messiânico da morte de Jesus. Jesus cita o Antigo Testamento por quatro vezes, aplicando a si as profecias sobre a paixão, 26: 31, 54, 56 e  27:9. Há um destaque à relação entre o que os profetas disseram e o calvário, 27: 35. Ao responder à  pergunta de Caifás, aplicou a si mesmo o título de Filho do Homem, 26: 64, que em Daniel era aplicado a um ser celestial, conforme Dn. 7: 13, 14.

 

III - OS APELOS DE JESUS

O cap. 28 é um sumário de todo o Evangelho. Mateus firma seu ensino pela ilustração das atitudes para com Jesus: rejeição e incredulidade dos fariseus ou adoração e aceitação pelos discípulos.

Encerrando cada secção deste Evangelho, há um apelo ou convite de Jesus aos discípulos e o autor destina este convite também a cada um de nós: 

No fim da seção didática, Jesus convidou os seus discípulos a darem o primeiro passo no caminho que conduz à vida, 7: 13-14;

Após provar-lhes o seu poder, comissionou-os e convidou-os a tomar a sua cruz e segui-lo, 10: 34-41.

Na seção em que explica seu programa, faz um duplo apelo:

(a) convite ao descanso, dirigido à multidão, 11: 28;

(b) convite à compreensão das suas palavras, 13: 51;

Após anunciar sua morte iminente, no grande momento decisivo de sua vida, ecoou uma chamada, para uma entrega confiante: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”, 16: 24.

 


APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS


Jesus estava à mesa com os pecadores e publicanos – cobradores de impostos. O que surpreende, entretanto, não é que Jesus esteja à vontade na companhia de gente mal falada, mas que pessoas de reputação duvidosa e moral escandalosa se sintam perfeitamente à vontade na mesa de Jesus.


Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: "Siga-me". Levi levantou-se e o seguiu. Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e "pecadores" estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam.


Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com "pecadores" e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com publicanos e ‘pecadores’?" Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". [Marcos 2.14-17]


Fariseus, escribas, publicanos e pecadores. Os fariseus, nome que significa “separados”, eram o mais ortodoxo e rigoroso segmento do judaísmo dos dias de Jesus. Eles se consideravam “o verdadeiro Israel”.


Os escribas, também chamados doutores da Lei, eram estudiosos e mestres da Torah, o texto sagrado dos judeus.À época os judeus eram colônia romana e pagavam impostos exorbitantes.


Os publicanos eram os judeus coletores de impostos que trabalhavam para Roma nas províncias e colônias romanas.Além de serem considerados traidores de Israel, eram repudiados pelos fariseus e mestres da Lei, pois não apenas faziam o serviço sujo para Roma como também estavam envolvidos em corrupção, cobrando impostos abusivos em benefício próprio.


HÁ RAZÕES PARA ESTE APARENTE PARADOXO.


JESUS NÃO USAVA SUA AUTORIDADE PARA SE DISTINGUIR, MAS PARA SEDUZIR. O biógrafo de Jesus, Marcos, parece desenvolver sua narrativa de modo a nos conduzir propositadamente a essa cena. Apresenta Jesus ensinando com uma autoridade jamais vista anteriormente, e contrapondo seu ensino ao modelo dos religiosos escribas e fariseus. Admiradas, as pessoas se perguntavam a respeito de Jesus: “O que é isso? Um novo ensino? De onde vem essa autoridade?” (Marcos 1.22,27).


Os mestres de Israel formavam uma casta iniciada na Torah, e por isso se julgavam acima do povo simples, com quem falavam assentados “na cadeira de Moisés”. Jesus se misturava entre as gentes, e enquanto falava compartilhava os mistérios do reino de Deus a quem estivesse de coração aberto. Geralmente os pecadores estavam mais prontos a ouvir, pois não se sentiam intimidados nem menosprezados por Jesus. Sim, Jesus revela mistérios espirituais aos simples e pecadores.


JESUS NÃO USAVA SEU PODER PARA DESTRUIR, MAS PARA PROMOVER LIBERTAÇÃO. Os demônios devem temer a Jesus. Os seres humanos, não. Diante de Jesus os espíritos maus davam passos para trás, em tom suplicante para que não fossem destruídos (Marcos 1.23-26).


JESUS NÃO AMEAÇA OS SERES HUMANOS COM SEU PODER ESPIRITUAL. Não é um feiticeiro gerando medo, adulação indevida e subserviência. Diferentemente dos neofariseus, Jesus coloca os homens em pé, os ensina a andar com suas próprias pernas e os conduz à autonomia responsável e reverente a Deus. Sim, Jesus expulsa demônios e liberta seres humanos.


JESUS NÃO USA SUA PUREZA PARA SEGREGAR, MAS PARA ABRAÇAR OS EXCLUÍDOS. O leproso que de Jesus se aproxima sabe que pode ser purificado. Na tradição de Israel, o leproso era impuro, e todo aquele que com ele tivesse contato se tornaria igualmente impuro. Mas Jesus, ao tocar o leproso, purifica o leproso. Com o seu toque, em vez de ser maculado pela lepra, transfere sua pureza ao leproso (Marcos 1.40-42). Sim, Jesus abraça os impuros.


JESUS NÃO USAVA SUA VIRTUDE PARA CONDENAR, MAS PARA OFERECER PERDÃO. O paralítico que lhe é apresentado tem seus pecados perdoados (Marcos 2.5-7). Os religiosos, partindo do princípio que somente Deus pode perdoar pecados, expressam sua contrariedade. Jesus poderia lhes estender a mão: “Muito prazer, Deus em carne e osso”. Sabedor de seu direito e do débito dos homens, Jesus estende a mão como oferta de aproximação, perdão e reconciliação.


O olhar de Jesus não é condenatório. Sua voz não é acusadora. Seu tom não é moralista. Sua mensagem não é de juízo, mas de salvação. Não vem para promover “o dia da vingança de Deus”, mas para anunciar “o ano da graça do Senhor”. Sim, Jesus perdoa pecados.


JESUS NÃO USA SUA TRADIÇÃO RELIGIOSA PARA SE EXIMIR DAS DORES DO MUNDO, MAS PARA PROMOVER A VIDA. Os religiosos querem saber se é lícito curar no sábado (Marcos 3.1-6). A interpretação de que guardar o sábado implica distanciamento ao sofrimento humano é absolutamente rejeitada por Jesus


A Torah é caminho de vida e não pode ser usada para garantir aos religiosos o lugar confortável e asséptico da omissão diante do ser humano que sofre. O sábado foi criado para o homem, e não o homem para o sábado, ensinou Jesus (Marcos 2.17). Sim, Jesus usa sua religião em favor da vida.


Devem ser temidos os homens que se valem de sua autoridade e poder espiritual para intimidar e abusar de gente simples, sua pretensa superioridade moral para segregar os pecadores, sua pseudo virtude para condenar os que não se encaixam em seus padrões de pureza, sua religião para lavar as mãos enquanto o mundo chora.


De fato, não surpreende que publicanos e pecadores se sintam à vontade na companhia de Jesus. A mesa está posta: partilha dos mistérios divinos, ação que promove libertação, abraços de inclusão, oferta de perdão, compaixão, solidariedade e generosidade.


Para quem imagina que Jesus é condescendente com pecadores e seus pecados, corações corruptos, e comportamentos imorais, é importante sublinhar que chamava todos ao arrependimento. Não legitimava a vida torta. Mas não olhava torto para ninguém. Aliás, olhava sim. Olhava torto para os que acreditavam que não precisavam se arrepender.



sexta-feira, 3 de junho de 2022

APRENDENDO COM JEOACAZ

 

Quem Foi o Rei Jeoacaz na Bíblia?

O rei Jeoacaz de Israel e o rei Jeoacaz de Judá viveram durante o reino dividido. A Bíblia registra que após a morte do rei Salomão, tão logo Israel deixou de ser um reino unificado, e as tribos do norte se separaram das tribos do sul. Essa divisão ocorreu, principalmente, por conta das injustiças e da exploração do povo através das altas cargas de impostos.

O rei Jeoacaz de Israel

O rei Jeoacaz de Israel foi filho de Jeú. Ele reinou durante dezessete anos em Samaria, a capital do Reino do Norte, sucedendo seu pai em aproximadamente 814 a.C. A história do seu reinado está registrada em 2 Reis 13:1-9. O rei Jeoacaz reinou em Israel quando o Reino de Judá estava sendo governado por Joás, filho de Atalia.

Durante o seu governo, o Reino de Israel estava subordinado à Síria, que naquele tempo era governada por Hazael em Damasco. Por isso, o texto bíblico informa que o Reino de Israel foi muito oprimido por Hazael durante os dias de Jeoacaz (2 Reis 13:22).

Naquele contexto, foi permitido que Jeoacaz controlasse um exército de apenas dez carros de combate, cinquenta cavaleiros e dez mil homens de infantaria. A opressão Síria sobre Israel naquele período era, na verdade, juízo de Deus contra o pecado dos israelitas impenitentes.

A Bíblia também diz que o rei Jeoacaz fez o que era mau aos olhos do Senhor. Ele seguiu as mesmas práticas pecaminosas do rei Jeroboão I, que fez pecar a Israel através da idolatria que corrompeu e religião israelita ao instituir uma espécie de culto apóstata em Betel (2 Reis 13:2). Além disso, durante o reinado de Jeoacaz o poste-ídolo dedicado a Aserá permaneceu de pé em Samaria (2 Reis 13:6).

Mas em determinado momento, o rei Jeoacaz clamou ao Senhor, e Deus ouviu a sua oração. Dessa forma, naquele tempo o rei Hazael somente não destruiu todo o Reino do Norte porque Deus foi misericordioso com o seu povo (2 Reis 13:3-22). Nesse ponto, a Bíblia diz que o Senhor providenciou um libertador para Israel, e os israelitas escaparam do poder da Síria (2 Reis 13:5).

O texto bíblico não informa o nome desse libertador. Alguns estudiosos acreditam que talvez esse libertador tenha sido o rei assírio Adade-Nirari III; enquanto outros identificam esse libertador como sendo o profeta Eliseu. Quando Jeoacaz de Israel morreu, ele foi sepultado em Samaria, e seu filho Jeoás reinou em seu lugar.

O rei Jeoacaz de Judá

O segundo rei chamado Jeoacaz na Bíblia foi filho do rei Josias de Judá. Ele viveu cerca de duzentos anos depois do primeiro Jeoacaz, e começou a reinar em Jerusalém em 609 a.C. quanto tinha vinte e três anos de idade. Sua mãe se chamava Hamutal, e seu avô materno se chamava Jeremias, de Libna. Seus irmãos eram: Joanã, Jeoaquim (também chamado de Eliaquim) e Zedequias (também chamado de Matanias).

Jeoacaz de Judá também era conhecido como Salum, provavelmente uma abreviação do nome Selemias. Muitos estudiosos acreditam que Salum era o seu nome pessoal, e Jeoacaz era o seu nome real. Isso não era algo muito incomum naquele tempo. Inclusive, seus irmãos, Jeoaquim e Zedequias, receberam esses nomes quando assumiram posteriormente o trono de Jerusalém como vassalos dos egípcios e dos babilônios, respectivamente.

Outra coisa interessante sobre Jeoacaz é que ele não era o filho mais velho de Josias, e mesmo assim foi escolhido como sucessor de seu pai no trono de Judá. Sobre isso, o texto bíblico é claro ao indicar que Jeoacaz não era o sucessor natural de Josias, e que sua ascensão ao trono ocorreu por interferência do “povo da terra” que o fez rei em lugar de seu pai (2 Reis 23:30).

A expressão “povo da terra” que designa as pessoas que entronizaram Jeoacaz, é muito debatida entre os estudiosos. Alguns acreditam que essa expressão se refere aos líderes do povo de Judá; enquanto outros sugerem que a expressão se refere aos camponeses de Judá que não habitavam dentro da cidade de Jerusalém. Seja como for, muitos comentaristas defendem que essas pessoas aclamaram Jeoacaz porque talvez ele tivesse uma política contrária ao Egito, assim como seu pai.

O reinado de Jeoacaz de Judá

Jeoacaz assumiu o trono de Judá num momento muito turbulento. Seu pai, o rei Josias, havia acabado de ser morto pelo Faraó Neco na batalha em Megido. 

Mas o reinado de Jeoacaz durou apenas três meses. Ele subiu ao trono no verão de 609 a.C. e foi destituído no outono, quando o Faraó Neco o capturou e o levou exilado para o Egito. Além disso, Neco tributou Judá e instituiu Eliaquim — a quem trocou o nome para Jeoaquim — como rei em Judá no lugar de Jeoacaz.

Apesar de ter sido muito breve — apenas três meses — a Bíblia fala do reinado de Jeoacaz de forma muito negativa. De acordo com o texto bíblico, Jeoacaz fez o que era mau perante o Senhor (2 Reis 23:32). Jeoacaz foi o primeiro rei de Judá a morrer no exílio.

Daniel Conegero

APRENDENDO COM JAFÉ

 

Jafé - Um modelo de Fidelidade, respeito, solidariedade e afeto ao pais

 

 Jafé, um dos três filhos de Noé, ao lado de Sem e Cam. Apesar de ser um personagem pouco conhecido e citado da bíblia, Jafé nos ensina importantes lições quanto à fidelidade e a capacidade de honrar os pais. 

A origem hebraica do nome Jafé faz referência às ideias de expansão e ampliação, características que podem ser observadas na história dele.

Na Bíblia, Jafé é retratado juntamente com seu irmão Sem, como um homem que é fiel e demonstra um profundo respeita ao seu pai (Gênesis 9:18) . . 

Além disso, Jafé também é um exemplo de honra aos pais. Quando Noé se embebedou de vinho em sua tenda, Jafé e seu irmão Sem cobriram a sua nudez, ato que demonstra respeito, cuidado e fidelidade. Nessa mesma ocasião, seu irmão Cam agiu de forma contrária, o que representou desrespeito ao pai. Dessa maneira, essa diferença entre os dois comportamentos demarca as bênçãos que Jafé e Sem receberam em suas atitudes para com o pai, além da própria amizade entre eles. 

Por causa desse gesto, Jafé foi abençoado por meio da expansão do seu território e obteve o privilégio de viver nas tendas de Sem em Canaã. Jafé também é referenciado como fundador de uma cidade chamada Jafa.

Jafé e sua esposa foram duas das oito pessoas que foram salvas na arca e, após o dilúvio, tiveram 7 filhos: Javã, Magogue, Tubal, Meseque, Madai, Gômer e Tiras. Dos 7 filhos de Jafé, surgiram por volta de 14 nações, que são apontadas como originárias dos indo-europeus.

O respeito e cuidado que Jafé demonstrou para com seu pai Noé naquele momento de vulnerabilidade, embriaguez e desânimo pode nos trazer muitas reflexões sobre fidelidade para com os nossos pais. Quando Cam demonstrou impaciência e desrespeito, fez Noé amaldiçoar os seus descendentes e, em contrapartida, abençoar os descendentes de Jafé.

As bênçãos proferidas por Noé em favor de Jafé foram importantes para que ele conseguisse expandir o seu território e os seus descendentes entrassem nos territórios de Sem. 

Por isso, o dever de respeitar, honrar e se manter fiel aos pais é um preceito demonstrado e reforçado muitas vezes na bíblia em diferentes contextos, histórias e pessoas. Essa atitude de lealdade e respeito é essencial para que sejamos abençoados e bem-sucedidos em nosso projetos, além de prolongar os anos de vida. 

Em Êxodo 20:12, esse ensinamento é bem claro quando diz que, ao honrar seu pai e sua mãe, os seus dias se prolongarão sobre a terra. Em Efésios 6:1-4, esse mesmo ensinamento é reforçado como primeira promessa.

Em Colossenses 3:20, nos é dito que a obediência aos pais é uma atitude de honra e que agrada a Deus. No livro de Provérbios 1:8, temos o ensinamento de que dar ouvido às correções dos nossos pais nos trará coisas boas, pois elas serão “como enfeite para a sua cabeça e adorno para o seu pescoço”.

APRENDENDO COM POTIFAR

 

Potifar, oficial de Faraó

 

Potifar é um personagem bíblico (Gn 39.1), oficial de Faraó, vivia no Egito e era casado com uma mulher que a Bíblia não narra seu nome, ficando conhecida apenas como a mulher de Potifar. 

Ele comprou José dos comerciantes ismaelitas que o tinham levado até o Egito e levou o jovem filho de Jacó à sua casa para servir-lhe como mordomo (Gn 39.4). O nome Potifar provavelmente significa “a quem Rá deu”, no sentido de ter colocado na terra. Rá era o deus sol cultuado no antigo Egito. Esse significado vem do entendimento adotado por muitos estudiosos de que o nome Potifar é uma forma abreviada do nome Potífera.

 

Quem foi Potifar?

 

Potifar era um egípcio que, de acordo com a Bíblia, servia como oficial de Faraó e capitão da guarda (Gênesis 37.36; 39.1). Um ponto interessante na descrição bíblica de Potifar é que a palavra hebraica aplicada é a mesma para “eunuco”. Inclusive, algumas traduções da Bíblia em português se refere a Potifar exatamente assim, como "eunuco de Faraó".

No entanto, os eruditos explicam que o significado mais geral e antigo dessa palavra indicava um cortesão, ou seja, um oficial da corte. Assim, o sentido de eunuco é um significado mais restrito da mesma palavra usada para designar um oficial da corte que servia no alojamento das mulheres.

 Mas no caso de Potifar, um homem casado, obviamente o sentido mais apropriado dessa palavra é mesmo aquele que faz referência a um oficial que ocupava uma posição privilegiada exercendo um cargo de confiança na corte de Faraó.

De acordo com os historiadores da história egípcia, o tipo de cargo ocupado por Potifar como “capitão da guarda”, fazia dele o líder do corpo da guarda real. Alguns comentaristas sugerem que talvez Potifar fosse um tipo de mordomo no palácio Egípcio, mas isso parece ser bem pouco provável.

José na casa de Potifar

Para compreender o contexto bíblico, no antigo testamento, José, filho de Jacó, despertou a inveja de seus irmãos, que o venderam como escravo aos ismaelitas, os quais o levaram ao Egito, onde o venderam ao oficial egípcio Potifar (Gn 37.28).

A mulher de Potifar

Deus fez com que José prosperasse (Gn 39.2-4) e tornou-se alvo do desejo lascivo da mulher de Potifar (Gn 39.7), ela pôs os olhos nele e intentou deitar-se com o jovem que à época tinha apenas 17 anos de vida (segundo a maioria dos estudiosos).

José, mesmo jovem, guardava preceitos de moral e temor a Deus, e, em seu coração, jamais intentou pecar contra Deus nesse sentido e trair a confiança do seu senhor, que o havia colocado como administrador de todos os seus bens e de toda a sua casa, reservando, por óbvio, sua mulher (Gn 39.9).

A mulher de Potifar assediou José e desejava ardentemente deitar-se com ele, ao que o jovem recusou de forma veemente, sendo acusado falsamente pela mulher de ter tentado se aproveitar dela (Gn 39.10-15). 

Potifar lança José na prisão

Em virtude da falaciosa história narrada ao marido; irado, Potifar toma José e lança-o no cárcere. Assim, o jovem José ficou preso por um crime que na realidade ele jamais cometeu ((Gn 39.19).

Um escravo que tentasse violentar a esposa de seu senhor, provavelmente seria morto. Mas como José foi apenas mandado à prisão, muitos eruditos acreditam que talvez Potifar tenha, de alguma forma, desconfiado do testemunho de sua mulher.

Seja como for, a verdade é que José foi mandado para o cárcere que recebia os presos da corte de Faraó (Gn 39.20). É claro que em tudo isso o propósito de Deus estava sendo cumprido, e todo aquele mal seria tornado em bem.

 Depois dessas coisas, nada mais é dito na Bíblia a respeito da história de Potifar. Alguns comentaristas conjecturam que talvez o chefe dos carcereiros que confiou em José na prisão fosse o próprio Potifar. Outros sugerem que Potifar não era necessariamente o carcereiro-mor, mas, sim, o chefe da guarda que posteriormente entregou o padeiro e o copeiro de Faraó aos cuidados de José.

Como o texto bíblico diz que o cárcere ficava na casa do capitão da guarda, e se estiver correta a suposição de que Potifar era o capitão da guarda responsável pelo cárcere, então José ficou aprisionado nas dependências da casa de Potifar. De qualquer forma, o texto bíblico não é claro nesse sentido e nada sobre isso pode ser afirmado com certeza.

APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...