segunda-feira, 11 de julho de 2022

APRENDENDO COM JESUS

 

ESTEJA PREPARADO PARA A VOLTA DO SENHOR

JESUS A ESTA TERRA!!         

As recentes e grandes mudanças políticas e econômicas no cenário mundial, tanto a guinada surpreendente dos países do bloco socialista, quanto a unificação dos países da Europa Ocidental, a situação de paz no Oriente Médio, e até mesmo as ocorrências no Terceiro Mundo, são sinais evidentes da proximidade do fim da era em que vivemos e, portanto, da segunda vinda do Senhor. Isto motivou a publicação deste estudo à luz da palavra pura da Bíblia sobre a preparação do povo de Deus para a volta de seu amado Senhor Jesus. Esta era uma preocupação do apóstolo Paulo, conforme registra Efésios 5:15-17: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor."

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA (Mt 24:32-44)

"Aprendei, pois, da figueira a sua parábola: quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabei que está próximo o verão" (Mt 24:32 - IBB Revisada). A figueira, que fora amaldiçoada por Jesus em Mt 21:19, refere-se à nação de Israel (conforme Jr 24). Esta passou por um longo inverno, desde o primeiro século até o ano de 1948, quando foi restaurada. Este fato indica que o seu ramo se tornou tenro e que suas folhas brotaram, isto é, a vida voltou a ela e as atividades exteriores começaram. Para os cristãos isto constitui um sinal do fim desta era.

"Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça" (Mt 24:34). A geração aqui não é segundo a contagem de tempo, mas segundo a condição moral das pessoas, como em Mt 11:16; 12:39, 41, 42, 45 e Pv 30:11-14. Isto significa que desde o tempo desta profecia até a completa restauração de Israel, a situação moral daquela geração não mudaria.

"Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento" (Mt 24:37,38). Comer, beber e casar foram originalmente estabelecidos por Deus para a existência humana. Mas Satanás, o inimigo de Deus, se utiliza destas genuínas necessidades para envenenar os homens, ocupando-os e distraindo- os dos interesses de Deus. A sociedade humana está entorpecida pelos prazeres carnais e mundanos e a situação irá piorar até atingir o seu clímax durante a volta do Senhor. Todavia, isso não significa que não devamos comer, beber ou casar e, sim, que não devemos permitir que estas coisas nos tirem a sobriedade (Lc 17:20-33; Ef 5:18). O Senhor nos exorta com o exemplo da mulher de Ló (Lc 17:32), que virou estátua de sal, a não nos apegarmos ao mundo e as suas coisas (1 Jo 2:15-17; 1 Co 7:31). Somos guardados do mundo ao nos declarar cristãos, servos de Jesus (Jo 12:26, cf. Rm 1:16; 2 Tm 1:12; 1 Pe 4:16), sendo Suas testemunhas (At 1:18). Se negarmos ao Senhor, envergonhando-nos Dele e de Suas palavras diante dos homens, Ele nos negará diante do Pai (Mt 10:32,33; 2 Tm 2:12,13; Mc 8:38; Lc 9:26).

UM SERÁ TOMADO E DEIXADO O OUTRO

"Então dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra"(Mt 24:40,41). Enquanto as pessoas do mundo estiverem


entorpecidas pelas coisas materiais, sem nenhuma percepção do juízo vindouro, alguns cristãos sóbrios e vigilantes serão tomados enquanto os néscios serão deixados. Os dois homens nesses versículos devem ser irmãos em Cristo e as duas mulheres, irmãs no Senhor. Isso é confirmado pelo versículo 42: "vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor". O Senhor não exortaria pessoas não salvas a vigiar, nem é o Senhor dos não salvos.

Ser tomado significa ser arrebatado antes da grande tribulação, sendo guardado da hora da provação que vem para experimentar os que habitam sobre a terra (Ap 3:10). Este será um sinal da vinda do Senhor. É interessante observar que os dois homens estarão no campo e as duas mulheres estarão trabalhando num moinho. Em ambos os casos vemos atividades relacionadas à subsistência. Todo mundo estuda ou trabalha apenas para "comer, beber ou casar", sendo usurpados pelos prazeres carnais e mundanos. Nós também estudamos e trabalhamos para a manutenção de nossa existência, mas com o fim de viver para cumprir o propósito de Deus.

Alguns podem pensar que um cristão não precisa estudar ou trabalhar e, sim, ler a Bíblia e orar o dia inteiro. Mas o Senhor Jesus nos mostra aqui que o arrebatamento ocorrerá quando as pessoas estiverem envolvidas em seu trabalho normal. Devemos ser fiéis em nossos deveres diários. Precisamos ter uma vida equilibrada trabalhando e estudando e, ao mesmo tempo, buscando o crescimento de vida espiritual. O motivo de um ser tomado e o outro deixado é a diferença na questão do amadurecimento da vida divina neles. O arrebatamento dos vencedores, que são os cristãos maduros em vida, será um sinal para os que forem deixados.

VIGIANDO E ESTANDO APERCEBIDOS

"Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor" (Mt 24:42). O Senhor virá secretamente, como um ladrão, para levar as coisas de valor. Se buscarmos crescimento e maturidade na vida divina e nos deixarmos transformar pelo Espírito Santo, seremos como pedras preciosas que o Senhor, na Sua vinda, levará secretamente. Esta é a vinda secreta do Senhor para os servos vigilantes, os vencedores (Ap 2:7,11,17,26-28; 3:5,12; 21:7).

A PARÁBOLA DO SERVO FIEL E PRUDENTE

"Quem é, pois, o servo fiel e prudente a quem o Senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?" (Mt 24:45). A fidelidade é para com o Senhor e a prudência é para com os homens. Ser vigilante, na parábola anterior, é para ser arrebatado até a presença do Senhor, e ser fiel nesta é para reinar no Milênio (Mt 24:47).

Os conservos no versículo 45 referem-se aos cristãos, membros da família de Deus (Ef 2:19), que é a Igreja (1 Tm 3:15). "Dar-lhes o sustento a seu tempo" significa alimentar os irmãos em Cristo, ministrando-lhes a Palavra de Deus como vida no tempo certo. Por um lado, devemos cuidar da nossa própria vida espiritual, do nosso crescimento e transformação, vivendo uma vida vigilante, não descuidada ou desleixada, aguardando a vinda do Senhor. Mas, por outro, precisamos ser servos fiéis e prudentes a quem o Senhor confiou alguns membros da Sua família para cuidar. Há tantos que precisam do nosso cuidado, do alimento espiritual que dispensamos, para que a Igreja seja edificada. Devemos sair do nosso egoísmo e comodismo para suprir a vida de Deus a nossos conservos, temendo gerar escândalo e tropeços aos nossos irmãos (Mt 18:6-9;Lc 17:1,2; Mc


9:42-48). Este encargo de edificação do Corpo é para todos os seus membros, e não apenas para alguns líderes (Ef 4:16). Assim, devemos ser fiéis em ministrar esta palavra saudável (2 Tm 1:13; 2:2), que tem poder de dar herança aos filhos de Deus (At 20:32).

"Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens" (Mt 24:46,47). Esta é a recompensa para o vencedor: autoridade para reinar na manifestação do Reino Milenar (Ap 2:26-28), quando o Senhor lhe confiará todos os Seus bens. Receberão a coroa de glória somente os líderes que cuidarem do rebanho de Deus como modelos do rebanho e não como dominadores (1 Pe 5:1-4; Ez 34).

"Mas se aquele servo... disser: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios" (Mt 24:48,49). Um mau servo supõe que seu Senhor não voltará tão breve e, por isto, vive como alguém que não tem de ajustar contas com Ele, passando a espancar os seus companheiros. Isto significa maltratar os seus irmãos em lugar de alimentá-los. E passa a comer e beber com ébrios, vivendo em companhia das pessoas mundanas e em dissolução.

"Virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera, e em hora que não sabe, e castiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes" (Mt 24:50,51). O problema desse servo não é desconhecer que o Senhor virá, mas não O esperar. Ele é um genuíno filho de Deus, salvo e remido pelo Seu sangue, porém não está aguardando a Sua vinda. Ele não vive como alguém que está preparado para a volta de seu Senhor. Portanto, quando o Senhor vier, ele será lançado com os hipócritas. Isto não significa que irá para a perdição eterna, para o lago de fogo, mas que será cortado da glória vindoura do Senhor, que equivale a ser lançado nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes por mil anos (Mt 8:11-12; 22:11-13; 24:48-51; 25:30; Lc 13:27-28), lamentando não ter sido fiel e prudente enquanto viveu na terra, e onde terá de saldar a sua dívida (Mt 18:34). Neste mesmo período, aqueles que foram fiéis e prudentes reinarão com o Senhor (Ap 20:4-6), participando de Suas bodas (Mt 22:1-13; Ap 19:8,9). O Senhor também nos exorta a estarmos preparados para a Sua vinda através das parábolas das dez minas em Lc 19:11-27, das dez virgens e dos talentos em Mt 25:1-30.

O fato de termos sido salvos para sempre não significa que possamos viver de qualquer maneira, como quem não terá de prestar contas ao Senhor. Se formos vencedores, ganharemos a recompensa de participar do Reino Milenar; se não, perderemos o galardão, o gozo do Reino, e sofreremos punição e disciplina por mil anos, onde haverá choro e ranger de dentes. Por este motivo, Paulo nos alerta em 2 Co 5:10: " Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo". Neste mesmo trecho, e em 1 Co 4:3-5 e Rm 14:10-12, o próprio apóstolo não se excluía de ter de se apresentar para ser julgado pelo Senhor!

A SALVAÇÃO SENDO ETERNA (Hb 5:9)

Pode parecer estranho ao leitor que um cristão salvo ainda esteja sujeito à punição em julgamento vindouro. Mas este é um ensino claro e fundamental na Escritura. Lemos em Hb 6:4-6: impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados e provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível


outra vez renová-los para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-o à ignomínia." No versículo 8 é-nos dito que o fim de tal cristão é ser queimado (cf. Jo 15:2,6; Rm 11:17-24). Em 1 Co 3:12-15 vemos o que significa este "ser queimado": "Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, este receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo". Tanto Hb 6 quanto 1 Co 3 tratam do cristão, pois só um cristão terá provado dos "poderes do mundo vindouro" e se preocupado em "edificar sobre o fundamento (Cristo - 1 Co 3:11)". Note aqui que o Senhor nos diz em Sua palavra que, apesar de a obra de um crente se queimar e ele sofrer dano, ele ainda é salvo!! O próprio apostolo Paulo entregou o crente adultero a Satanás para que seu espírito fosse salvo (1 Co 5:5), a despeito do pecado praticado!! A Biblia usa termos fortes para expressar o julgamento de Deus para com o seu povo tais como ser queimado, ser arrancado, perecer, sofrer o dano da segunda morte (Ap 2:11), ser apagado do livro da vida (Ap 3:5), porém isto não quer dizer que aquele que tiver de ser sujeito a tal julgamento tenha de perecer definitivamente. Se Deus é poderoso para reinchertar na arvore da vida aqueles que Ele cortou dentre os judeus (Rm 11:23-24), quanto mais deverá Ele reinchertar após o milênio (Ap 20:4-6) os crentes derrotados, a quem Ele deu a sua aliança e prometeu a salvação eterna (At 16:31; 26:17,18; Hb 5:9; 9:15; 10:12,14; Gl 3:14-18), depois de terem sido devidamente punidos!! Podemos entender este "reinchertar" como sendo o restabelecer da comunhão com a vida divina (Jo 15:1-7; 1 Jo 1:9), voltando a ter o direito de "habitar" na videira verdadeira que é Cristo e a participar de suas riquezas (Cf. Ap 2:7)!

A garantia da nossa salvação está na promessa do Senhor de que de modo algum nos jogaria fora, feita

em João 6:37: "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Conforme a Bíblia, somente Judas se perdeu (Jo 17:12; At 1:16-20) para que se cumprisse a Escritura, e isto pôde ocorrer porque ele não teve a oportunidade de receber o Espírito da Vida, dado após a ressureição do Senhor Jesus (Jo 7:37-39; 20:27; 1 Co 15:45; Gl 3:14), e que hoje está disponível a nós por meio do evangelho (At 11:17,18; Rm 10:13-15).

O Senhor ainda prossegue dizendo em João 10:28,29: "Eu lhes dou a vida eterna: jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar". Quando nos convertemos ao Senhor, Ele nos deu uma vida que é eterna e não temporária. Se a salvação pudesse ser perdida, então esta vida eterna poderia ser tirada, e desse modo não seria mais eterna. Mas graças a Deus que Ele é fiel e não volta atrás em Sua palavra (Gl 3:15-22). Ele jamais muda (Tg 1:17) e o dom da vida concedido por Ele a nós é irrevogável (Rm 11:29). É Ele quem nos justifica (Rm 5:19; 8:33). Você crê que o maligno poderia nos arrebatar da mão do Senhor e de sua salvação através de enganar-nos fazendo-nos pecar? Não creia nisso, mas creia em João 10:28,29!

Assim, como vimos acima, apesar de sermos julgados, não perdemos a salvação. Em Hebreus 5:9 o Senhor nos diz que a salvação é eterna. A base de nossa salvação não é as nossas obras; se assim fosse, seria impossível sermos salvos. Se fôssemos salvos por obras, o mérito da salvação e a responsabilidade de mantê-la seriam nossos e não do Senhor (Cf. Rm 4:2-8; 3:20). Mas veja o evangelho de João 15:16: " Não fostes vós que


me escolhestes a mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós outros". Em 2 Timóteo 1:9 temos: "...que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos". Portanto, não é segundo as nossas obras que somos salvos, mas pela Sua graça recebida pelo nosso crer (At 15:11 e cf. Rm 3:24; 4:13-25; 11:5,6; Gl 2:21; 5:4; Tt 2:11; 3:4-7). Efésios 2:8,9 também afirma isso: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie". Desse modo, somente o Senhor Jesus tem todo o mérito pela nossa salvação. Graças a Deus que é assim, pois a nossa obra falha, mas a Sua Graça jamais falha!!

Por isto, para ser salvo basta crer no Senhor Jesus (At 16:30,31), e por crermos, recebemos a vida eterna (Jo 3:16; 5:24) e nos tornamos filhos de Deus genuínos e legítimos (Jo 1:12; Rm 8:14-17; Gl 4:6,7), e não meramente adotados! Um filho adotato não tem a vida e o sangue do Pai, apenas possui os direitos de filho conferido pelo Pai que o adotou, conosco não é apenas isto que ocorre, mas até mesmo nascemos de novo (Jo 3:2-12) e temos participação na própria natureza divina do Pai (2 Pe 1:4). Os que não tem esta experiência de conversão não são considerados filhos de Deus pelas escrituras (ver a seguir). A maneira prática de sermos salvos é crendo em Seu nome, invocando-o como nosso Senhor e Salvador (Rm 10:9-13). Não é por meio de obras ou cursos de aperfeiçoamento que nascemos de novo (Jo 3:3; Tg 1:18).

Mesmo quando nos afastamos, como o filho pródigo, o Pai ainda aguarda ansiosamente o nosso arrepen- dimento (Lc 15:11-32). No caso de pecarmos, o Senhor Jesus como advogado intercede por nós (1 Jo 2:1 - filhinhos aqui são os crentes e não os incrédulos!). Os incrédulos são considerados filhos da ira (Ef 2:3; cf. Rm 9:22), filhos da desobediencia (Cl 3:6), filhos das trevas (cf. 1 Ts 5:4-8), e até mesmo filhos do diabo (Jo 8:41-47). Sómente Cristo pôde salvar-nos desta condição miserável (Cl 1:13; Ef 2:11-13; 1 Pe 2:10). A Escritura Sagrada afirma expressamente em 1 João 1:5-10 que quem disser que não peca é mentiroso, portanto não há filho de Deus que não peque, mas que se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados. Ele até mesmo aparentemente retarda a Sua vinda porque em Sua longaminidade está aguardando o nosso arrependimento (2 Pe 3:9). A diferença dos crentes para os incrédulos, é que os crentes não vivem em pecado, mas quando iluminados logo se arrependem porque a vida que neles está não aprova o pecado (1 Jo 3:5,6). Não podemos confundir entre TER a vida eterna e PERMANECER na vida eterna e divina, vivendo por ela! A fonte dos pecados cometidos por nós, contra a nossa vontade (Rm 7:14-25), é a carne que ainda está em nós, e que milita contra o nosso espírito (Gl 5:17), e que deve constantemente ser mortificada pela cruz (Gl 5:24; Cl 3:5) para que realmente vivamos pela vida divina (Jo 6:56; 15:5), e possamos desfrutar da plena libertação operada por Cristo (Rm 7:25-8:6).

O DESENVOLVIMENTO DA SALVAÇÃO

Em Filipenses 2:12 lê-se: "... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor". Talvez muitos cristãos ainda não compreendam com exatidão o fato de a nossa salvação necessitar ser desenvolvida. Segundo a Palavra de Deus, a nossa salvação é composta de três estágios. Cada estágio corresponde à salvação de uma parte do ser humano tripartido: corpo, alma e espírito (1 Ts 5:23). A maior dificuldade das pessoas tem sido distinguir a alma do espírito humano, mas Hebreus 4:12 diz que "a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais


cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas".

O primeiro estágio da nossa salvação ocorre quando nascemos de novo em nosso espírito (Jo 1:12; 3:6), correspondendo à salvação de nosso espírito. Como já vimos, nada precisamos fazer para que seja cumprido este primeiro estágio, bastando que creiamos no nome do Senhor Jesus Cristo para sermos salvos. Assim, neste estágio somos salvos em nosso espírito ao nos tornarmos um espírito com o próprio Senhor (1 Co 6:17). Esta união com o espírito do Senhor jamais poderá ser desfeita, pois nos dá a vida eterna (1 Jo 5:13), a qual jamais perece.

O segundo estágio da nossa salvação é o mais longo, e é este que depende das nossas obras (Tg 2:24- 26), e que precisa ser desenvolvido com temor e tremor (Fp 2:12). Devemos passar o tempo de nossa peregrinação em temor (1 Pe 1:17-19; Hb 12:25,28,29), pois é com dificuldade que o justo é salvo (1 Pe 4:18). Neste estágio devemos aceitar mansamente o julgamento de Deus HOJE em sua casa (1 Pe 4:17), sendo humilhados por Ele (1 Pe 5:6), para que sejamos exaltados e aprovados em sua vinda. O fim deste estágio é a salvação das nossas almas (Hb 10:39). Embora já estejamos salvos em nosso espírito, ainda é possível perdermos a vida da alma na vinda de nosso Senhor (Mt 16:24-27 - vida aqui, no original grego, é "psiqué", ou vida da alma). Tal salvação requer perseverança e (Lc 21:19; 1 Pe 1:9). Por isto as nossas almas precisam ser fortalecidas para permanecerem firmes na fé, a fim de que possamos perseverar através de muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus (At 14:22). Tais tribulações, que depuram nossa (1 Pe 1:6,7), produzem em nós um eterno peso de glória (2 Co 4:17), que nada mais é do que o próprio Cristo sendo formado em nossa alma (Rm 8:29,30; Gl 4:19). Neste estágio somos transformados de glória em glória (2 Co 3:18) ao contemplarmos o Senhor e ao ter a nossa mente renovada (Rm 12:1,2) por meio de nos despir do velho homem e nos revestir do novo homem (Ef 4:22-24; Cl 3:9-11), pois Cristo nos resgatou desta maneira de vida (1 Pe 1:18,19). Por isto, é indispensável cingirmos a nossa mente (1 Pe 1:13) para estarmos bem supridos e alimentados com o próprio Senhor Jesus como o Pão da vida, que é a Sua Palavra, a fim de vivermos por meio Dele (Jo 6:48, 51, 57) e não mais por nós mesmos (Rm 14:7-9; 2 Co 5:14-17). Anelando a Sua Palavra pura, cresceremos para a Sua plena salvação (1 Pe 2:1,2; Ef 4:15; 2 Pe 3:18; Ef 2:19-22) até que todos cheguemos à unidade da Fé (Ef 4:13). Deste modo recebemos as suas preciosas promessas, por meio das quais nos tornamos cada vez mais participantes de Sua própria Natureza divina (2 Pe 1:3,4), sendo salvos da corrupção do mundo. Assim, permanecemos Nele e não seremos envergonhados em Sua vinda (1 Jo 2:28).

O próprio Senhor Jesus falou aos Seus discípulos que para salvarem a sua vida da alma no futuro, era-

lhes necessário negá-la hoje (Mt 10:38,39; 16:24-27; Mc 8:34-38; Lc 9:23-25; 17:33; Jo 12:25). O Filho do Homem de vir, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras (Ap 22:12). Por isto, nem todo o que diz "Senhor, Senhor" e profetiza e expele demônios em Seu nome entrará no Reino dos Céus (apesar de ter recebido a vida eterna), mas somente aquele que fizer a vontade do Pai (Mt 7:21-23). Além disso, apesar de haver uma herança para os filhos de Deus (Cl 1:12; Lc 12:32; At 26:18; Tg 2:5), apenas aqueles que praticarem a justiça receberão este galardão (1 Co 6:8-10; Gl 5:19,21; Ef 5:5). O Senhor nos mostra nos capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho de Mateus qual é o padrão de conduta em Seu Reino, e que seremos julgados por Sua palavra dita a nós (Jo 12:47- 49). Por isto, quem mais conhecer a Palavra do Senhor e não praticá-la com prudência (Mt 7:24-27) será passível


de maior punição (Lc 12:47,48). Precisamos aceitar a disciplina amorosa do Senhor hoje (1 Pe 4:17; Dt 8:5; Pv 3:11; 6:23; 12:1; 15:10,32; 1 Co 11:32; Hb 12:4-13) para sermos achados Nele, irrepreensíveis, na Sua volta (2 Pe

3:14; 1 Ts 5:23; Fp 3:8,9).

O terceiro estágio da nossa plena salvação é a redenção do nosso corpo ou glorificação. Neste estágio final, o próprio Espírito do Senhor que nos deu vida e transformou a nossa alma, dará vida também aos nossos corpos mortais (Rm 8:11), de maneira que o corpo corruptível será revestido da incorruptibilidade (1 Co 15:51-57; 2 Co 5:4,5). O nosso corpo será liberto da escravidão e corrupção da velha criação (Rm 8:21) e transfigurado segundo o corpo de Sua glória (Fp 3:21), de modo que seremos como o Senhor é (1 Jo 3:1,2), e Ele será visto em nós na Sua vinda (2 Ts 1:10). Assim, reinaremos com Cristo, como seus co-reis, sobre as nações (2 Tm 2:12; Ap 20:4,6; 2:26,27; 12:5).

Evidentemente Deus deseja dar herança (At 26:18; Cl 1:12; 3:24; Hb 6:12;9:15; 1Pe 1:3,4; 3:9; Cf. At

20:32; Rm 4:13-17; Gl 3:17,18; Ef 1:11,14; 5:5; Mt 5:5; 1 Co 6:9,10; 15:50; Gl 5:21) e galardão (Mt 5:12; 16:27; Hb

10:35) a seus filhos, além de apenas a salvação da perdição eterna. Esta é a herança da vida eterna (Mt 19:29; Mc 10:17; Lc 10:25; 18:18; Cf. 1 Tm 6:12) e a plena Salvação de Deus, que abrange desde a salvação inicial até a herança como recompensa (Hb 1:14). Embora em 1 Co 2:9 seja colocado que tal recompensa seja inimaginável ao homem, no versículo seguinte (1 Co 2:10) diz que tal recompensa nos é revelada pelo Espírito, e até mesmo Ef 1:14 afirma que recebemos no espírito um penhor desta herança, uma pequena amostra do que nos espera se perseverarmos até o fim (Hb 6:4,5; Mt 24:13; Cf. Hb 12:4-13). Desta forma, podemos Ter um pequeno antegozo das maravilhosas promessas descritas em Ap 2:7,11,17,26-28; 3:5,12,21 por exemplo. Em nosso espírito podemos compreender porque a própria criação de Deus aguarda ardentemente a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8:18-23). Isaías até mesmo expressa alguns detalhes da reação da criação diante da manifestação dos filhos de Deus (Is 55:12,13; Sl 96:11-13), cujo resultado será surpreendente (Is 2:4; 11:2-10; 60:18-22; Ap 21:23- 22:5), e tudo para a glória de Deus!! Aguardamos os novos céus e nova terra, onde habita a justiça (2 Pe 3:13), então a terra se encherá do conhecimento de Deus (Is 11:9; Hab 2:14).

Os incrédulos, por não terem Cristo, não tem esperaça (Ef 2:12; 1 Ts 4:13). Mas nós, os cristãos crentes

em Cristo, somos pessoas de esperança. O chamado que recebemos de Deus nos traz esperança (Ef 1;18; 4:4). Fomos regenerados para uma viva esperança (1 Pe 1:3). O nosso Cristo que está em nós é nossa esperança da glória (Cl 1:27; 1 Tm 1:1), expressada na redenção e transfiguração de nossos corpos, em glória (Rm 8:23-25). Esta é a esperança da salvação (1 Ts 5:8), a abençoada esperança (Tt 2:13), a boa esperança (2 Ts 2:16), a esperança da vida eterna (Tt 1:2; 3:7); a esperança da glória de Deus (Rm 5:2), a esperança do evangelho (Cl 1:23), a esperança depositada nos céus (Cl 1:5). Devemos manter esta esperança (1 Jo 3:3) e até nos gabar dela (Rm 5:2). O nosso Deus é um Deus de esperança (Rm 15:13), e através do encorajamento das escrituras nós podemos ter esperança (Rm 15:4) todo o tempo em Deus (1 Pe 1:21) e podemos nos regozijar nela (Rm 12:12). O livro de Hebreus nos exorta a manter firme a confiança na esperança da glória até o fim (Hb 3:6), a mostrar o zelo com a completa certeza de nossa esperança até o fim (Hb 6:11), e segurar a esperança colocada diante de nós (Hb 6:18). Hebreus também nos diz que a Nova Aliança nos traz uma nova esperança, que nos achega a Deus (Hb 7:19). A nossa vida deve ser uma vida de esperança, que provém de fé (1 Pe 1:21; 1 Co 13:13). Devemos seguir Abraão que sem esperança, creu em esperança (Rm 4:18), assim a nossa vida e viver irão


demonstrar que temos um alvo, uma esperança, o deixará os inscrédulos intrigados (1 Pe 3:15).

As primícias, aqueles que tiverem amadurecido na vida divina antes dos outros, irão inclusive acompanhar e cooperar com o Senhor Jesus Cristo em Sua Segunda vinda (Ap 19:7-18; Mt 24:28; Lc 17:37; Jl 2:1-11; Ap 7:9- 17; 14:1-5; 15:2-4; 16:15). O apóstolo Paulo explica mais alguns detalhes de como será a nossa condição após a transfiguração, ressurreição e redenção de nossos corpos (1 Co 15:35-58), indicando claramente haver diferenças de glória entre os filhos de Deus que desfrutarem desta glorificação na manifestação do Reino (Lc 21:28). Provavelmente tais diferenças se devam ao quanto que cada um de nós deixou o Espírito de Deus trabalhar em seu interior (Rm 8:11 cf. Cl 3:16), pois será este mesmo espírito em nós que nos revestirá de glória na Sua Segunda Vinda (Fp 3:20,21). Por isto o Senhor nos exorta a nunca nos darmos por satisfeitos com aquilo que já tenhamos ganho Dele (1 Co 10:12), mas devemos sempre nos sentir mais carentes do trabalhar do Espírito Santo em nós (Mt 5:3; Fp 3:7-16; 1 Co 9:24-27), perseverando sempre em buscar o Senhor esta é a condição normal de um vencedor! Que o Senhor nos guarde assim até a sua volta (1 Ts 5:23,24). Ele nos chama para que tomemos posse ao máximo de nossa herança, tanto que Ele se desgosta quando nos damos por satisfeitos (Hb 12:3; 10:35-39; 1 Ts 5:19) e paramos, e por isto acabamos por perder o sabor (Mt 5:13).

Com respeito a volta do Senhor Jesus a esta Terra, podemos estar absolutamente certos dela, pois como

prometeu (Mt 24:3,27-31,42-44; Mc 13:26,27,35,36; Lc 21:27,28) virá para reinar sobre esta terra (Ap 19:5; 20:4,6) e para nos buscar (1 Ts 4:16-17; Ap 3:10; 14:1, 14-16). Enquanto a maioria dos crentes, que não está familiarizada com o propósito de Deus, querem ir para o Céu, finalmente tanto Cristo quanto o próprio Deus descerão a esta Terra para habitarem nela para sempre(Ap 21:1-4, 9-11; 22:3-5)! A respeito deste tempo o Pai o sabe (Mt 24:36), o que implica que qualquer afirmativa sobre uma determinada data futura para a vinda do Senhor e o fim deste mundo é fruto de uma mente carnal e presunçosa, e totalmente desprovida de base bíblica. Ele vírá para se casar com a sua Noiva, a Igreja, os santos vencedores (Ap 19:7-9), matará o anticristo e seus seguidores (Ap 2 Ts 2:8; Ap 19:19-21), juntará a salvará as tribos de Israel (Rm 11:26) e julgará os gentios e incrédulos (At 17:31; Mt 25:31-46).

Por ter o Senhor preparado-nos tão grande e rica salvação (Hb 2:3), que sequer podemos imaginar (1 Co 2:9), não devemos ser néscios recebendo tal graça em vão (2 Co 6:1), mas devemos temer profanar tão maravilhosa aliança (Hb 10:26-31). Assim viveremos uma vida de santidade em temor (1 Ts 4:1-8). Ao mesmo tempo, devemos reunir toda a diligência (cf. 2 Pe 1:3-8) para desenvolver a salvação da nossa alma. Esta é a nossa responsabilidade. O resto o Senhor fará.

A DIFERENÇA ENTRE A SALVAÇÃO E A RECOMPENSA

Existem duas escolas teológicas no cristianismo: uma prega que a salvação é eterna, e o desfrute da recompensa do Senhor no céu é garantido; outra, que a salvação pode ser perdida. Estas duas escolas pecam por definirem uma teologia baseando-se em apenas uma parte da Escritura Sagrada e não em toda a Palavra de Deus. É uma falha primária extrair um ensino da Escritura baseando-se apenas em uma parte dela. É necessário conferirmos a nossa interpretação com toda a Bíblia porque, sendo esta soprada por Deus (2 Tm 3:16; 2 Pe 1:21) não pode falhar (Jo 10:35), nem contradizer-se a respeito de uma questão tão básica como a salvação que recebemos ao aceitar a palavra do evangelho. Somente assim chegaremos à unidade da (Ef 4:5), ao invés de


usarmos a própria Bíblia dada por Deus para causar sérias divisões entre Seu povo.

A atitude mais adequada para um cristão é amar e honrar a Palavra de Deus acima de seus próprios conceitos e opiniões (At 17:11,12). Deus honra a este com tal atitude humilde com Sua presença e revelação, e resiste ao soberbo (1 Pe 5:5). Não devemos ir à Escritura para buscar provas para um ensinamento particular nosso, mas devemos nos achegar a ela com coração humilde, abertos para a luz de Deus, para que Ele mesmo nos ensine tal como quer, independentemente de nossos conceitos e opiniões. Devemos ter temor de ensinar algo diferente daquilo que a Escritura Sagrada nos apresenta, senão sofreremos dano em nossa herança no Reino dos Céus (Mt 5:19; Ap 22:18,19), pois teremos de dar conta ao Senhor de cada palavra que tenhamos dito (Mt 12:36,37). Não sejamos aqueles que confundem as coisas com respeito a salvação, por não entendê-las (1 Tm 1:3-7; 2 Pe 3:14-16).

A facção teológica que prega que a salvação pode ser perdida ignora vários trechos das Escrituras, e não admite que uma pessoa após ter sido salva possa tornar a pecar e, ainda assim, continuar com a salvação garantida. Isto é causado pela confusão entre a questão da salvação e a da recompensa. Estas duas questões são claramente distintas na Bíblia: o nosso crer é para a salvação, enquanto as nossas obras são para a recompensa ou punição (que não é a perdição eterna).

CONCLUSÃO

"Nisto consiste o amor, não em que tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou, e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados" (1 Jo 4.10). Nada nos separa deste amor (Rm 8:31-39). Afinal, porque perseveramos em seguir ao Senhor e nos guardamos do pecado? Será por medo de perder a salvação, ou porque O amamos? E por outro lado, será que por termos certeza da salvação eterna vamos deixar de amar ao Senhor? Não será justamente por ter Ele derramado Seu sangue precioso em Seu sacrifício para nos garantir a salvação que O amaremos ainda mais? O melhor e mais excelente caminho para um filho de Deus preparar-se para a vinda do Senhor é crescer no amor e apreciação por Ele (Gl 2:20; 1 Ts 3:12,13). O Senhor Jesus virá para dar galardão àqueles que amam a Sua vinda (2 Tm 4:8) e preparam-se para ela (Tt 2:11-15; 1 Jo 2:28; 3:3; Tg 5:7-11; 2 Pe 3:9,14-18), tendo corrido a carreira (1 Co 9:24-27; Hb 12:1; 2 Tm 4:7), obtendo assim o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (Fp 3:7-15). Deste modo, a vinda do Senhor não os pegará de surpresa, mas é sua esperança (Lc 21:25-28; 1 Ts 4:17,18; 5:8,9; Rm 5:2; Ef 1:18; Cl 1:5,27; Tt 2:13; Hb 6:18).

O fim de todas as coisas é o amor, e é este amor que nos une aos irmãos para servirmos ao nosso Senhor. Todo aquele a quem o nosso Deus e Pai recebeu como filho Seu, por ter crido em Jesus Cristo, não pode deixar de ser acolhido como irmão (1 Jo 4:20; 5:1). Nos últimos dias desta era o Senhor tem colocado em nós um pesado encargo de anunciar o evangelho do Reino (Mt 24:14), e para esta comissão há a necessidade de que todos os filhos de Deus cooperem juntos na unidade do Espírito a fim de manifestar o testemunho de Jesus às nações, como Ele mesmo orou em Jo 17:19-23. Assim estaremos não apenas aguardando mas também apressando a vinda do nosso amado Senhor Jesus (2 Pe 3:12).

terça-feira, 7 de junho de 2022

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 56)

APRENDENDO COM DAVI

 

"Faleceu Samuel; todos os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.". 1 Sm25:1. Aparentemente Davi havia alcançado o zênite da maturidade espiritual. Estaria Davi preparado para governar Israel? Seria a hora dele ser colocado no trono para dirigir o povo de Deus pelos vales das dificuldades até a presença de Deus? As suas últimas atitudes deixam profundas impressões acerca de seu caráter e de sua submissão a Deus. Mas nada como uma crise para revelar o grau de nossa maturidade ou o que está por baixo de nossa aparente maturidade.

 

O Texto nos diz que é neste momento que Davi recebe uma dura notícia: "Samuel faleceu". Com a morte de Samuel, não morria apenas um amigo e um conselheiro, mas morria também a última esperança humana de Davi ser rei. Samuel representava para Davi o fato de que havia sempre um profeta e uma escola inteira de profetas orando e intercedendo por ele.

 

Agora, Samuel havia falecido. Este era um momento que a sua fé, submissão e a sua maturidade estavam sendo acrisolada. Acrisolar é uma palavra que vem do grego CRISIS. SÓ SE AMADURECE NA CRISE. NINGUÉM AMADURECE NO BEM BOM. É só através das crises que chegamos à maturidade espiritual. Porque é na crise que nós somos acrisolados. Purificados, livres das impurezas. São as crises que revelam o que há por dentro de nós. Traz à tona o verdadeiro eu de cada pessoa.

 

Neste momento de crise, Davi foge. Pensa que tudo está perdido. Deixa En-Gedi, um paraíso-fortaleza, e desce para o meio do deserto de Parã ou Maom na península do Sinai que foi no passado o deserto onde os israelitas vagaram Por 40 anos por terem desobedecido a Deus. Na crise, Davi ainda se mostra um homem vulnerável. Vulnerável aos seus sentimentos. Não orou, não buscou, não ouviu nenhuma palavra do Senhor. Apenas sentiu medo, insegurança; e guiado e controlado por esses sentimentos, tomou uma atitude suicida de fuga para o meio do nada.

 

Como é triste tomar decisões dirigidas por sentimentos. Sempre acabamos em grandes num grande deserto de dificuldades. E esse é o retrato de Davi no capítulo 25. Apesar de Davi ser um homem submisso e obediente à vontade de Deus, que não se deixava guiar pelas circunstâncias ou pela opinião dos outros, ainda assim, apresentava essa brecha em seu caráter: era um homem vulnerável as seus sentimentos. Era um homem dominado pelos seus sentimentos.

 

O problema é que os sentimentos nos cegam, os sentimentos nos roubam a lucidez. Nos impedem de ver as coisas como elas são. Porque os sentimentos não têm compromisso com a verdade, eles não têm preocupação se é certo, ou errado, se é verdadeiro ou falso, se prejudica ou não prejudica. A única preocupação dos nossos sentimentos é conquistar o nosso coração, e que nós digamos sim a tudo o que eles dizem para nós. 

 

Mas graças a Deus que Ele sempre tem os seus instrumentos para nos trazer de volta à Palavra do Senhor. E qual ou quem foi o instrumento que Deus usa para recuperar esse perdido Davi aos caminhos do Senhor novamente? Abigail.

 

A Bíblia diz que Davi, diante da atitude tola do tolo Nabal, esposo de Abigail (este mostrou total ingratidão para com as atitudes graciosas de Davi) se enche de ira, de vingança e decide matar Nabal. Contudo diz a Palavra que Abigail o demoveu de sua insana emoção.

 

Agora, como foi que Abigail conseguiu fazer Davi deixar de ser também um Nabal? (Nabal =tolo) - um homem controlado pelos seus sentimentos e fazê-lo voltar a ser um homem segundo o coração de Deus controlado pela Palavra de Deus (1 Sm.26, 30-31).

 

Ela confronta Davi com o seu futuro. Cada palavra de Abigail foi calculada para tocar, para golpear o coração de Davi controlado pelos seus sentimentos. E por que ela confronta Davi com o seu futuro? Porque os nossos sentimentos só "pensam" no aqui e no agora; eles nunca "pensam" no depois. Os sentimentos só "têm olhos" para o momento. São cegos para ver e encarar o futuro.

 

Na verdade, as pessoas só são dominadas e controladas pelos seus sentimentos porque eles nunca pensam no amanhã. Nunca se deixam confrontar com o dia seguinte. Nunca se deixam confrontar com as consequências, com as colheitas que terão que fazer amanhã.

 

Quem sabe você hoje está assim, quer se livrar dos tentáculos dos sentimentos e ser um homem controlado pela Palavra de Deus? Então, é preciso olhar para o futuro. É preciso confrontar-se com o dia de amanha. O apóstolo Paulo disse em Galatas 6 "aquilo que o homem semear, isso também ceifará". É preciso se confrontar com o amanha da colheita.


APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS

Qualquer um que conheça alguma coisa sobre os evangelhos – e mesmo aqueles que não conhecem – sabe que Jesus era amigo de pecadores. Ele muitas vezes atraia a ira dos escribas e fariseus por comer com pecadores (Lucas 15.2).

 

Jesus claramente reconheceu que um dos insultos atirados contra ele era que ele era “um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lucas 7.34). Essa história significa que Jesus é amigo de pecadores como nós. Também nos desafia pelo exemplo de Jesus a certificarmos que não rejeitamos ninguém de alguma forma que Jesus jamais faria.

 

Por mais preciosa que essa verdade seja – que Jesus é amigo de pecadores – como qualquer outra verdade preciosa da Bíblia, ela deve ser protegida de erros doutrinários e éticos. É muito fácil, e incrivelmente comum, que cristãos (ou não cristãos) peguem a verdade geral de que Jesus era amigo de pecadores e a torcem até não ser mais reconhecida. Assim, “Jesus comia com pecadores” se torna “Jesus adorava uma boa festa”, que se torna “Jesus estava mais interessado em demonstrar amor do que tomar partido”, que se torna “Jesus sempre estava do lado dos não religiosos”, que se torna “Jesus pouco se importava com as violações da Torá”.

 

Se queremos celebrar o fato de que o Senhor Jesus é um grande amigo de pecadores – e deveríamos – precisamos prestar cuidadosa atenção às formas em que Jesus de fato foi amigo de pecadores. Fora a história da mulher pega em adultério (por motivos de crítica textual), eu contei cinco passagens principais nos evangelhos onde Jesus foi  repreendido por estar perto demais dos pecadores.

 

Mateus 9.9-13; Marcos 2.13-17; Lucas 5.27-32 -  Essa é a história do chamado de Mateus, o coletor de impostos, para ser seu discípulo.Aqui vemos Jesus tomando lugar à mesa com muitos coletores de impostos e pecadores “porque estes eram em grande número e também o seguiam” (Marcos 2.15). Quando os escribas e os fariseus murmuram a respeito de suas companhias, Jesus diz a eles que não veio “chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5.32).

 

Mateus 11.16-19; Lucas 7.31-35 – Aqui Jesus repreende os “homens da presente geração” porque rejeitaram João Batista, por ele ser muito rígido, e rejeitaram o Filho do Homem por ser muito relaxado.É desse incidente que temos a frase “amigo de pecadores”. Vale notar que esse foi um insulto direcionado a Jesus por seus inimigos. Isso não significa que Jesus não o era e que não deveríamos cantar sobre isso, mas essa passagem sugere que Jesus não se encaixava de todas as maneiras nessa descrição. Se Jesus não era “um glutão e bebedor de vinho”, como seus oponentes diziam, talvez ele também não fosse“amigo de publicanos e pecadores” da mesma maneira que eles imaginavam.

 

Lucas 7.36-50 – Logo após vem outra história parecida em Lucas. Uma mulher pecadora unge Jesus com um perfume precioso, enxuga os pés de Jesus com suas lágrimas e com seu próprio cabelo. Quando Jesus é corrigido por deixar essa “pecadora” tocá-lo, ele lembra a Simão que aqueles a quem muito é perdoado amam muito. No fim, Jesus perdoa a mulher de seus pecados e anuncia “A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lucas 7.50).

 

Lucas 15.1-2 – O contexto das parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido em Lucas 15 está nos primeiros versos do capítulo. Conforme os publicanos e pecadores  “aproximavam-se de Jesus”, os fariseus e escribas murmuravam que Jesus estava os recebendo e comendo com eles. As três parábolas que se seguem demonstram como Deus busca os perdidos (15.3, 8, 20) e o quão feliz Deus fica quando pecadores se arrependem (15.7, 10, 21-24).

 

Lucas 19.1-10 – Novamente, os líderes judeus murmuram porque Jesus “ele se hospedara com homem pecador” (Lucas 19.7). Por mais que Zaqueu tenha se arrependido e mudado (19.8), os judeus simplesmente não conseguem aceitar que o Filho do Homem tenha vindo para buscar e salvar os perdidos (19.10) e que esse publicano famoso tenha sido salvo (19.9).

 

Assim, que lições podemos tirar desses episódios? De que forma Jesus era amigo de pecadores? Ele tinha uma estratégia para alcançar coletores de impostos? Ele “andava” indiscriminadamente com beberrões e prostitutas? Ele era um messias do relaxado do tipo “deixa a vida me levar”?

O que vemos do conjunto dessas passagens é que os pecadores eram atraídos por Jesus, que Jesus gastava tempo com esses pecadores que estavam abertos a seus ensinamentos, que Jesus perdoava pecadores arrependidos e que Jesus abraçava pecadores que criam nele.

 

Jesus era amigo de pecadores não porque fazia vista grossa ou ignorava o pecado ou gostava de uma festinha com aqueles que se envolviam com imoralidade. Jesus era amigo de pecadores no sentido de que veio para salvar pecadores e ficava muito feliz em receber aqueles que estavam abertos ao evangelho, que se arrependiam de seus pecados ou que estavam no caminho para colocar sua fé nele.

 

 Kevin Deyiung

APRENDENDO COM MATEUS

APRENDENDO COM  MATEUS 


Abrindo o Novo Testamento, encontramos o preciosíssimo Evangelho de Mateus, embora na ordem cronológica não tenha sido o primeiro a ser escrito. Dirigido aos judeus, apresenta informações e ensinos por meio de tópicos, que se organizam em cinco seções, cada uma encerrando-se por uma afirmação sumária, como se pode ver em 7: 28; 11: 1; 13: 53; 19: 1 e 26: 1. É um precioso livro de ensinos sobre a vida de Jesus, o rei e Senhor, que veio implantar o reino de Deus entre os homens. Vale a pena conhecer mais detalhadamente este extraordinário livro.

 

I - UM EVANGELHO ESCRITO PARA OS JUDEUS

O Evangelho de Mateus parece ter sido preparado particularmente para os judeus cristãos que viviam na Palestina ou proximidades. Os membros da Igreja Primitiva na maioria eram judeus. Havia, portanto, necessidade de tratar de questões e assuntos que resolvessem suas dúvidas, tais como se Jesus era verdadeiramente descendente de Davi, qual foi sua atitude para com a Lei, se Jesus era de fato o Messias, por que o Reino não havia chegado, etc.

 

a) Características - Por causa desse objetivo, Mateus é diferente de Lucas, por exemplo, que escreveu para evangelizar os gregos e pessoas dessa cultura. Tal preocupação já pode ser vista na apresentação de sua origem: Lucas traça a genealogia de Jesus até Adão, enquanto Mateus traça até Davi e até  Abraão, 1: 1. Mateus inicia seu Evangelho pela genealogia de Jesus, filho de Davi, filho de Abraão, passando pelos personagens mais proeminentes no judaísmo, entre eles Davi, o mais importante rei de Israel.

 

b) Não era fácil ser cristão nos primeiros tempos. Os novos convertidos precisavam saber:

Por que Cristo fora rejeitado por Israel e como enfrentar a perseguição que eles estavam sofrendo por parte de seus próprios patrícios; 

O que Cristo tinha realizado e por que o Reino não tinha sido estabelecido ainda.

Como pensar e viver nesse período de espera. Eles precisavam ter segurança concernente ao futuro e ao retorno de Cristo. Jesus tinha dado todas as informações aos seus apóstolos e um deles necessitava colocar isto no papel. Mateus foi guiado pelo Espírito de Deus para fazer isto.

 

c) Ênfase ao cumprimento das profecias - Mateus revela grande interesse em relacionar Jesus com as profecias do Antigo Testamento. Existem 129 referências ao AT. Essa ênfase indica que Ele estava escrevendo a leitores para os quais o cumprimento de profecias era importante e significativo. Queria mostrar que Jesus é o Messias e nele se cumpriram as profecias do AT.

 

II - A CRISE DA CRUZ

a) Nem tudo na vida e ministério de Jesus foi fácil. Os capítulos 13 a 19 falam sobre a rejeição pelos seus concidadãos, 13: 54-58, a ameaça de Herodes através da morte de João Batista, 14: 1-12, e até sobre a dificuldade que os discípulos estavam tendo para aceitar os ensinos de Jesus,  15: 12 e 16: 5-9. Esses fatos indicam tensões que levaram  Jesus a declarar a iminência da cruz, e a revelar-se a si  próprio, na transfiguração, 17: 1-13. A cruz aparece crescentemente diante de Jesus e torna-se o objetivo imediato de sua carreira terrena, 17: 22, 23.

 

b) A revelação do Messias gera conflitos  - Quando ocorre a declaração do propósito messiânico, os conflitos aumentam, surgindo freqüentes debates com os fariseus, 19: 3-12, com os herodianos e saduceus, 22:15-33. Por outro lado, Jesus passou a fazer duras denúncias contra os religiosos da época, cap. 23, bem como a anunciar a destruição do templo e a desolação de Jerusalém, presentes no sermão profético, no cap. 24.

 

c) Mateus acentua o caráter messiânico da morte de Jesus. Jesus cita o Antigo Testamento por quatro vezes, aplicando a si as profecias sobre a paixão, 26: 31, 54, 56 e  27:9. Há um destaque à relação entre o que os profetas disseram e o calvário, 27: 35. Ao responder à  pergunta de Caifás, aplicou a si mesmo o título de Filho do Homem, 26: 64, que em Daniel era aplicado a um ser celestial, conforme Dn. 7: 13, 14.

 

III - OS APELOS DE JESUS

O cap. 28 é um sumário de todo o Evangelho. Mateus firma seu ensino pela ilustração das atitudes para com Jesus: rejeição e incredulidade dos fariseus ou adoração e aceitação pelos discípulos.

Encerrando cada secção deste Evangelho, há um apelo ou convite de Jesus aos discípulos e o autor destina este convite também a cada um de nós: 

No fim da seção didática, Jesus convidou os seus discípulos a darem o primeiro passo no caminho que conduz à vida, 7: 13-14;

Após provar-lhes o seu poder, comissionou-os e convidou-os a tomar a sua cruz e segui-lo, 10: 34-41.

Na seção em que explica seu programa, faz um duplo apelo:

(a) convite ao descanso, dirigido à multidão, 11: 28;

(b) convite à compreensão das suas palavras, 13: 51;

Após anunciar sua morte iminente, no grande momento decisivo de sua vida, ecoou uma chamada, para uma entrega confiante: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”, 16: 24.

 


APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS


Jesus estava à mesa com os pecadores e publicanos – cobradores de impostos. O que surpreende, entretanto, não é que Jesus esteja à vontade na companhia de gente mal falada, mas que pessoas de reputação duvidosa e moral escandalosa se sintam perfeitamente à vontade na mesa de Jesus.


Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: "Siga-me". Levi levantou-se e o seguiu. Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e "pecadores" estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam.


Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com "pecadores" e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com publicanos e ‘pecadores’?" Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". [Marcos 2.14-17]


Fariseus, escribas, publicanos e pecadores. Os fariseus, nome que significa “separados”, eram o mais ortodoxo e rigoroso segmento do judaísmo dos dias de Jesus. Eles se consideravam “o verdadeiro Israel”.


Os escribas, também chamados doutores da Lei, eram estudiosos e mestres da Torah, o texto sagrado dos judeus.À época os judeus eram colônia romana e pagavam impostos exorbitantes.


Os publicanos eram os judeus coletores de impostos que trabalhavam para Roma nas províncias e colônias romanas.Além de serem considerados traidores de Israel, eram repudiados pelos fariseus e mestres da Lei, pois não apenas faziam o serviço sujo para Roma como também estavam envolvidos em corrupção, cobrando impostos abusivos em benefício próprio.


HÁ RAZÕES PARA ESTE APARENTE PARADOXO.


JESUS NÃO USAVA SUA AUTORIDADE PARA SE DISTINGUIR, MAS PARA SEDUZIR. O biógrafo de Jesus, Marcos, parece desenvolver sua narrativa de modo a nos conduzir propositadamente a essa cena. Apresenta Jesus ensinando com uma autoridade jamais vista anteriormente, e contrapondo seu ensino ao modelo dos religiosos escribas e fariseus. Admiradas, as pessoas se perguntavam a respeito de Jesus: “O que é isso? Um novo ensino? De onde vem essa autoridade?” (Marcos 1.22,27).


Os mestres de Israel formavam uma casta iniciada na Torah, e por isso se julgavam acima do povo simples, com quem falavam assentados “na cadeira de Moisés”. Jesus se misturava entre as gentes, e enquanto falava compartilhava os mistérios do reino de Deus a quem estivesse de coração aberto. Geralmente os pecadores estavam mais prontos a ouvir, pois não se sentiam intimidados nem menosprezados por Jesus. Sim, Jesus revela mistérios espirituais aos simples e pecadores.


JESUS NÃO USAVA SEU PODER PARA DESTRUIR, MAS PARA PROMOVER LIBERTAÇÃO. Os demônios devem temer a Jesus. Os seres humanos, não. Diante de Jesus os espíritos maus davam passos para trás, em tom suplicante para que não fossem destruídos (Marcos 1.23-26).


JESUS NÃO AMEAÇA OS SERES HUMANOS COM SEU PODER ESPIRITUAL. Não é um feiticeiro gerando medo, adulação indevida e subserviência. Diferentemente dos neofariseus, Jesus coloca os homens em pé, os ensina a andar com suas próprias pernas e os conduz à autonomia responsável e reverente a Deus. Sim, Jesus expulsa demônios e liberta seres humanos.


JESUS NÃO USA SUA PUREZA PARA SEGREGAR, MAS PARA ABRAÇAR OS EXCLUÍDOS. O leproso que de Jesus se aproxima sabe que pode ser purificado. Na tradição de Israel, o leproso era impuro, e todo aquele que com ele tivesse contato se tornaria igualmente impuro. Mas Jesus, ao tocar o leproso, purifica o leproso. Com o seu toque, em vez de ser maculado pela lepra, transfere sua pureza ao leproso (Marcos 1.40-42). Sim, Jesus abraça os impuros.


JESUS NÃO USAVA SUA VIRTUDE PARA CONDENAR, MAS PARA OFERECER PERDÃO. O paralítico que lhe é apresentado tem seus pecados perdoados (Marcos 2.5-7). Os religiosos, partindo do princípio que somente Deus pode perdoar pecados, expressam sua contrariedade. Jesus poderia lhes estender a mão: “Muito prazer, Deus em carne e osso”. Sabedor de seu direito e do débito dos homens, Jesus estende a mão como oferta de aproximação, perdão e reconciliação.


O olhar de Jesus não é condenatório. Sua voz não é acusadora. Seu tom não é moralista. Sua mensagem não é de juízo, mas de salvação. Não vem para promover “o dia da vingança de Deus”, mas para anunciar “o ano da graça do Senhor”. Sim, Jesus perdoa pecados.


JESUS NÃO USA SUA TRADIÇÃO RELIGIOSA PARA SE EXIMIR DAS DORES DO MUNDO, MAS PARA PROMOVER A VIDA. Os religiosos querem saber se é lícito curar no sábado (Marcos 3.1-6). A interpretação de que guardar o sábado implica distanciamento ao sofrimento humano é absolutamente rejeitada por Jesus


A Torah é caminho de vida e não pode ser usada para garantir aos religiosos o lugar confortável e asséptico da omissão diante do ser humano que sofre. O sábado foi criado para o homem, e não o homem para o sábado, ensinou Jesus (Marcos 2.17). Sim, Jesus usa sua religião em favor da vida.


Devem ser temidos os homens que se valem de sua autoridade e poder espiritual para intimidar e abusar de gente simples, sua pretensa superioridade moral para segregar os pecadores, sua pseudo virtude para condenar os que não se encaixam em seus padrões de pureza, sua religião para lavar as mãos enquanto o mundo chora.


De fato, não surpreende que publicanos e pecadores se sintam à vontade na companhia de Jesus. A mesa está posta: partilha dos mistérios divinos, ação que promove libertação, abraços de inclusão, oferta de perdão, compaixão, solidariedade e generosidade.


Para quem imagina que Jesus é condescendente com pecadores e seus pecados, corações corruptos, e comportamentos imorais, é importante sublinhar que chamava todos ao arrependimento. Não legitimava a vida torta. Mas não olhava torto para ninguém. Aliás, olhava sim. Olhava torto para os que acreditavam que não precisavam se arrepender.



sexta-feira, 3 de junho de 2022

APRENDENDO COM JEOACAZ

 

Quem Foi o Rei Jeoacaz na Bíblia?

O rei Jeoacaz de Israel e o rei Jeoacaz de Judá viveram durante o reino dividido. A Bíblia registra que após a morte do rei Salomão, tão logo Israel deixou de ser um reino unificado, e as tribos do norte se separaram das tribos do sul. Essa divisão ocorreu, principalmente, por conta das injustiças e da exploração do povo através das altas cargas de impostos.

O rei Jeoacaz de Israel

O rei Jeoacaz de Israel foi filho de Jeú. Ele reinou durante dezessete anos em Samaria, a capital do Reino do Norte, sucedendo seu pai em aproximadamente 814 a.C. A história do seu reinado está registrada em 2 Reis 13:1-9. O rei Jeoacaz reinou em Israel quando o Reino de Judá estava sendo governado por Joás, filho de Atalia.

Durante o seu governo, o Reino de Israel estava subordinado à Síria, que naquele tempo era governada por Hazael em Damasco. Por isso, o texto bíblico informa que o Reino de Israel foi muito oprimido por Hazael durante os dias de Jeoacaz (2 Reis 13:22).

Naquele contexto, foi permitido que Jeoacaz controlasse um exército de apenas dez carros de combate, cinquenta cavaleiros e dez mil homens de infantaria. A opressão Síria sobre Israel naquele período era, na verdade, juízo de Deus contra o pecado dos israelitas impenitentes.

A Bíblia também diz que o rei Jeoacaz fez o que era mau aos olhos do Senhor. Ele seguiu as mesmas práticas pecaminosas do rei Jeroboão I, que fez pecar a Israel através da idolatria que corrompeu e religião israelita ao instituir uma espécie de culto apóstata em Betel (2 Reis 13:2). Além disso, durante o reinado de Jeoacaz o poste-ídolo dedicado a Aserá permaneceu de pé em Samaria (2 Reis 13:6).

Mas em determinado momento, o rei Jeoacaz clamou ao Senhor, e Deus ouviu a sua oração. Dessa forma, naquele tempo o rei Hazael somente não destruiu todo o Reino do Norte porque Deus foi misericordioso com o seu povo (2 Reis 13:3-22). Nesse ponto, a Bíblia diz que o Senhor providenciou um libertador para Israel, e os israelitas escaparam do poder da Síria (2 Reis 13:5).

O texto bíblico não informa o nome desse libertador. Alguns estudiosos acreditam que talvez esse libertador tenha sido o rei assírio Adade-Nirari III; enquanto outros identificam esse libertador como sendo o profeta Eliseu. Quando Jeoacaz de Israel morreu, ele foi sepultado em Samaria, e seu filho Jeoás reinou em seu lugar.

O rei Jeoacaz de Judá

O segundo rei chamado Jeoacaz na Bíblia foi filho do rei Josias de Judá. Ele viveu cerca de duzentos anos depois do primeiro Jeoacaz, e começou a reinar em Jerusalém em 609 a.C. quanto tinha vinte e três anos de idade. Sua mãe se chamava Hamutal, e seu avô materno se chamava Jeremias, de Libna. Seus irmãos eram: Joanã, Jeoaquim (também chamado de Eliaquim) e Zedequias (também chamado de Matanias).

Jeoacaz de Judá também era conhecido como Salum, provavelmente uma abreviação do nome Selemias. Muitos estudiosos acreditam que Salum era o seu nome pessoal, e Jeoacaz era o seu nome real. Isso não era algo muito incomum naquele tempo. Inclusive, seus irmãos, Jeoaquim e Zedequias, receberam esses nomes quando assumiram posteriormente o trono de Jerusalém como vassalos dos egípcios e dos babilônios, respectivamente.

Outra coisa interessante sobre Jeoacaz é que ele não era o filho mais velho de Josias, e mesmo assim foi escolhido como sucessor de seu pai no trono de Judá. Sobre isso, o texto bíblico é claro ao indicar que Jeoacaz não era o sucessor natural de Josias, e que sua ascensão ao trono ocorreu por interferência do “povo da terra” que o fez rei em lugar de seu pai (2 Reis 23:30).

A expressão “povo da terra” que designa as pessoas que entronizaram Jeoacaz, é muito debatida entre os estudiosos. Alguns acreditam que essa expressão se refere aos líderes do povo de Judá; enquanto outros sugerem que a expressão se refere aos camponeses de Judá que não habitavam dentro da cidade de Jerusalém. Seja como for, muitos comentaristas defendem que essas pessoas aclamaram Jeoacaz porque talvez ele tivesse uma política contrária ao Egito, assim como seu pai.

O reinado de Jeoacaz de Judá

Jeoacaz assumiu o trono de Judá num momento muito turbulento. Seu pai, o rei Josias, havia acabado de ser morto pelo Faraó Neco na batalha em Megido. 

Mas o reinado de Jeoacaz durou apenas três meses. Ele subiu ao trono no verão de 609 a.C. e foi destituído no outono, quando o Faraó Neco o capturou e o levou exilado para o Egito. Além disso, Neco tributou Judá e instituiu Eliaquim — a quem trocou o nome para Jeoaquim — como rei em Judá no lugar de Jeoacaz.

Apesar de ter sido muito breve — apenas três meses — a Bíblia fala do reinado de Jeoacaz de forma muito negativa. De acordo com o texto bíblico, Jeoacaz fez o que era mau perante o Senhor (2 Reis 23:32). Jeoacaz foi o primeiro rei de Judá a morrer no exílio.

Daniel Conegero

APRENDENDO COM JAFÉ

 

Jafé - Um modelo de Fidelidade, respeito, solidariedade e afeto ao pais

 

 Jafé, um dos três filhos de Noé, ao lado de Sem e Cam. Apesar de ser um personagem pouco conhecido e citado da bíblia, Jafé nos ensina importantes lições quanto à fidelidade e a capacidade de honrar os pais. 

A origem hebraica do nome Jafé faz referência às ideias de expansão e ampliação, características que podem ser observadas na história dele.

Na Bíblia, Jafé é retratado juntamente com seu irmão Sem, como um homem que é fiel e demonstra um profundo respeita ao seu pai (Gênesis 9:18) . . 

Além disso, Jafé também é um exemplo de honra aos pais. Quando Noé se embebedou de vinho em sua tenda, Jafé e seu irmão Sem cobriram a sua nudez, ato que demonstra respeito, cuidado e fidelidade. Nessa mesma ocasião, seu irmão Cam agiu de forma contrária, o que representou desrespeito ao pai. Dessa maneira, essa diferença entre os dois comportamentos demarca as bênçãos que Jafé e Sem receberam em suas atitudes para com o pai, além da própria amizade entre eles. 

Por causa desse gesto, Jafé foi abençoado por meio da expansão do seu território e obteve o privilégio de viver nas tendas de Sem em Canaã. Jafé também é referenciado como fundador de uma cidade chamada Jafa.

Jafé e sua esposa foram duas das oito pessoas que foram salvas na arca e, após o dilúvio, tiveram 7 filhos: Javã, Magogue, Tubal, Meseque, Madai, Gômer e Tiras. Dos 7 filhos de Jafé, surgiram por volta de 14 nações, que são apontadas como originárias dos indo-europeus.

O respeito e cuidado que Jafé demonstrou para com seu pai Noé naquele momento de vulnerabilidade, embriaguez e desânimo pode nos trazer muitas reflexões sobre fidelidade para com os nossos pais. Quando Cam demonstrou impaciência e desrespeito, fez Noé amaldiçoar os seus descendentes e, em contrapartida, abençoar os descendentes de Jafé.

As bênçãos proferidas por Noé em favor de Jafé foram importantes para que ele conseguisse expandir o seu território e os seus descendentes entrassem nos territórios de Sem. 

Por isso, o dever de respeitar, honrar e se manter fiel aos pais é um preceito demonstrado e reforçado muitas vezes na bíblia em diferentes contextos, histórias e pessoas. Essa atitude de lealdade e respeito é essencial para que sejamos abençoados e bem-sucedidos em nosso projetos, além de prolongar os anos de vida. 

Em Êxodo 20:12, esse ensinamento é bem claro quando diz que, ao honrar seu pai e sua mãe, os seus dias se prolongarão sobre a terra. Em Efésios 6:1-4, esse mesmo ensinamento é reforçado como primeira promessa.

Em Colossenses 3:20, nos é dito que a obediência aos pais é uma atitude de honra e que agrada a Deus. No livro de Provérbios 1:8, temos o ensinamento de que dar ouvido às correções dos nossos pais nos trará coisas boas, pois elas serão “como enfeite para a sua cabeça e adorno para o seu pescoço”.

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