quinta-feira, 17 de setembro de 2020

APRENDENDO COM TOMÉ (PARTE 02)

 

O CRISTÃO CORAJOSO

Toda vez que falamos de Tomé, escutamos:
 não seja como Tomé, um homem sem fé

Toda vez que falamos em Tomé, escutamos coisas negativa sobre este personagem, um exemplo de pessoa que não se deve imitar, ALGUÉM QUE FICOU MARCADO NA HISTÓRIA PELO LADO NEGATIVO 

Toda vez que falamos de Tomé, pensamos num homem vacilante e incrédulo.

MAS GRAÇAS A DEUS QUE A PRÓPRIA BÍBLIA TAMBÉM DESTACA SUAS QUALIDADES

Nós seres humanos temos a tendencia de criticar as pessoas, porque gostamos de ver apenas os defeitos, observamos muito os defeitos das pessoas e quase sempre esquecemos de observar suas qualidades

"Se você faz mil coisas boas, ninguém quer saber, mas se você comete um deslize, todo mundo vai gostar de comentar"

Infelizmente a natureza humana é assim, e isso não foi diferente em relação a Tomé, um dos 12 discipulos que acompanharam Jesus

Tomé era um homem corajoso, sincero, transparente, dizia o que pensava, admitia que tinha duvidas, tinha crises, tinha problemas, dizia o que sentia, não falsificava seus sentimentos, não era fingido, não tinha nada de hipocrisia em seu carater, mas foi mal interpretado POR MUITOS LEITORES da Biblia, porque não meditaram corretamente sobre suas virtudes

Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele. 
João 11:16

Essa declaração de Tomé é muito forte, este versiculo está num texto, que mostra a grandeza de seu caráter

Quando Lazaro estava doente a caminho da morte, mandaram chamar Jesus que estava em outro lugar distante da familia de Lazaro, quando a noticia chegou até Jesus, ele não veio imediatamente



João 11:1-4


Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.
E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.

Os discipulos preferiam acreditar que lazaro tivesse morrido e não era mais necessário Jesus voltar, mas na verdade eles estavam morrendo de medo de voltar, menos o nosso amigo TOMÉ.

Por causa da perseguição dos fariseus, eles estavam com medo de serem mortos, por que naquele episódio, muitos estavam tramando a morte de Jesus, por isso eles disseram:



João 11: 6-8


Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.
Depois disto, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia.

Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá?

Jesus analisa a situação e não alivia em nada o medo de seus discipulos, mas veja bem, Tomé permanece na mesma situação, não altera as suas emoções, não altera em nada a coragem que está instalada em seu caráter



João 11-14-15


Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto; E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele.

Jesus resolve voltar, para ressuscitar Lazaró e consolar a sua familia, a maioria dos dicipulos tremem de medo, quer dar linha, seguir em frente, mas Tomé entende a situação

Aí entra em cena o caráter de Tomé, o homem que por muitos é considerado um homem incrédulo, sem fé, mas ele sinceramente preferia morrer com Jesus do que viver sem Jesus, ele era o único dos discipulos que não tinha medo, porque ele solta a frase:

Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele.
João 11:16


Tomé não vacila em sua fé e coragem, para ele viver ou morrer com Jesus era lucro, Notem que ele diz do fundo do coração: "vamos voltar e se for para morrer, vamos morrer com Jesus


Que tipo de cristão hoje, tem essa coragem?


Coragem e amor pelas pessoas, porque o convite que fizeram a Jesus era para voltar e ver uma pessoa que estava enferma e morreu, visitar sua familia e consolar aqueles que estavam sofrendo



Tomé tinha coragem e amor pelas outras pessoas, se fosse para consolar e ajudar as pessoas, não importa o lugar ele iria, se fosse um lugar perigoso ou não, não importava, ele não tinha medo, ao contrario dos outros discipulos que estavam morrendo de medo.


Era aquele tipo de cristão que falava a verdade, não mente para si mesmo, se está ruím, está ruím, se tem duvidas fala que tem duvidas, não fingi que está tudo bem, ele fala exatamente o que sente, ao contrário de muitos que diz sempre que está tudo bem, está sempre na benção, que não precisa de ajuda, que passa uma imagem de super-homem, mas passa um tempo todo mundo percebe que a sua vida está uma desgraça

Em outra ocasião, se percebe que tomé, quando não sabia das coisas perguntava, admitia que tinha certos assuntos que ele não sabia, era um homem autentico, sincero consigo mesmo, tem duvidas pergunta para conseguir as respostas certas, não fica calado achando que sabe tudo, ele tem desejo de aprender a verdade de modo correto

Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
João 14:5

Se fosse Tomé no lugar de Pedro quanto ele negou Jesus, naquela noite quando ele teve galofobia, disse que nem conhecia Jesus, negou Jesus por 3vezes porque teve muito medo de admitir que era amigo de Jesus

Tomé no lugar dele teria coragem suficiente para dizer eu sou amigo dele sim, e daí, eu conhece ele, não fez nada de errado, tá sofrendo de modo injusto, eu acompanhei a vida dele, ele vai morrer sem merecer, ele não merece, eu estou sofrendo por causa disso, é meu amigo sim, se for preciso minha cabeça também pode rolar, eu não ligo

Ele defenderia Jesus, ele morreria com Jesus, pois ele mesmo disse uma vez no meio dos discipulos:vamos e morremos com Ele – só os homens corajosos dizem o que sente

Mas para frente na história, pense na cena, Jesus é pego para ser crucificado, os discipulos saem de perto, são dispersos, Judas vai se enforcar, Tomé fica sozinho pela cidade e o restante, os outros dez, entram numa casa e ficam orando e com medo dos fariseus, com medo de tudo que aconteceu naquele dia, até Jesus voltar a falar com eles



João 20:19-22


Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.

E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.

Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.

E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.

Mas Tomé não estava com medo, ele ficou sozinho, naquela hora que Jesus voltou ele não estava junto com o restante do discipulos :

Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 
João 20:24


A duvida dele era sincera, porque Jesus aparece numa casa aos 10 discipulos, é fácil acreditar deta forma, um pergunta para o outro: voce viu o que eu vi? O outro do lado diz: é Jesus, ele ressucitou... é muito mais fácil crer assim, um vai confirmar para o outro o que viu, estavam todos na mesma cena, na coletividade


Depois quando Tomé aparece os discipulos chegaram até ele e comentam: voce não vai acreditar cara, voce não estava conosco, vimos o Senhor? Nós vimos ele, só voce é que não viu porque ficou para trás, onde voce estava?


E tomé diz a verdade, ele diz o que estava no seu coração:


Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. "João 20:25


Notaram as palavras de Tomé. Ele foi muito mais sincero do que incrédulo


Tomé aos olhos dos outros homens é considerado até hoje um incredulo, era o pior dos discipulos, um homem duvidoso, que não tinha firmeza em suas convicções, mas não é nada disso, as pessoas analisam a aparência, as atitudes, mas Deus olha o coração



Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. João 20:24


Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.


Agora com Tomé foi diferente, ele chega depois da cena, os outros discipulos lhe falam que Jesus apareceu, ele não presenciou junto com todos, ele não foi incredulo, ele foi sincero...


ele poderia ter feito as perguntas: Como posso saber se estão dizendo a verdade?, Eu não estava junto com vocês, não vi Jesus junto com voces, como posso crer, agora eu só acredito vendo


Por causa da sua sinceridade, sua coragem de dizer exatamente o que pensa e sente, Jesus volta "novamente só para Tomé, só para dizer a ele que também a benção da ressureição era para ele ver



João 20:26-29


E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco.

Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.

E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!

Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.

Tomé não tinha medo da verdade, não usava mascaras, mesmo estando em conflito, estando se sentindo só, ele era corajoso, e só quem é corajoso admite crises, duvidas, falhas, mas ele confrontava seus conflitos internos, isto faz parte de uma grande virtude de carater.

JESUS VOLTOU MAIS UMA VEZ, SÓ PARA TOMÉ, QUE PRIVILÉGIO DESTE HOMEM, JESUS NÃO ABANDONA OS CORAJOSOS E SINCEROS

Seja como Tomé, um homem corajoso, sincero, humano, que admite seus medo, suas falhas e suas dúvidas e encontra todas as respostas pela frente (um homem que tinha coragem de dizer o que sentia)


DA PRÓXIMA VEZ QUE TE FALAREM SOBRE TOMÉ , DEFENDA ELE, NÃO DEIXE QUE APAGUEM A VIRTUDE DE UM GRANDE HOMEM DE DEUS

APRENDENDO COM JEZABEL

 

Vencendo Jezabel, cumprindo o papel profético 

 

Por detrás de qualquer pessoa pode estar um espírito dominante, reinando e se apossando da mente de tal pessoa, fazendo com que suas atitudes e comportamentos sejam maus

 

A melhor coisa é ser dominado pelo Espírito Santo de Deus, de outro modo, seremos dominados por outro tipo de espírito

 

É uma guerra espiritual que se estabelece bem diante de nossos relacionamentos  

 

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; e estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” (II Coríntios 10:4-6)

 

Vivemos em uma geração na qual temos que cumprir nosso papel profético como homens e mulheres de Deus, e, para isso, faz-se necessário, antes, vencer a Rainha do Céu, que é a mesma Jezabel, espírito dominador.

 

 E Deus está abrindo os olhos da Sua Igreja, advertindo homens e mulheres desta terrível sedução.

 

É chegado o tempo de analisarmos nossa vida em Deus e descobrirmos quais as legalidades que existem e que ainda permitem a atuação desse espírito maligno, para fecharmos as brechas e cancelarmos todos os argumentos.

 

Quem era Jezabel?

 

Jezabel foi rainha de Israel e promoveu culto a Baal – falso profeta.

 

“E sucedeu que Acabe (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.” (I Reis 16:31).

 

Ela foi idólatra e imoral. Imitava os dons espirituais e exercia uma força tremenda sobre Israel. Seu nome representa o adultério físico e espiritual. Ela se tornou símbolo do gnosticismo na Igreja, pois trabalhava com a inversão de valores.

 

Por ser filha de Etbaal, trazia consigo as práticas do seu povo e, quando casou com Acabe, o que não era permitido pela lei de Moisés, que proibia o casamento dos israelitas com povos pagãos, Jezabel fez com que o rei servisse aos seus deuses e não mais ao Deus de Israel.

 

A Bíblia narra que o rei Acabe, marido de Jezabel, desejou a vinha de Nabote e que este se negou a vendê-la, o que acendeu a ira da malvada que determinou em seu coração matar um homem justo (I Reis 21:1-16).

 

Ela tomou essa atitude porque possuía raízes babilônicas.

 

Jezabel não tinha escrúpulos, assim como muitas mulheres que conhecemos que agem irresponsavelmente em qualquer situação e relacionamento, sem se preocupar se vão ou não prejudicar uma vida e até mesmo uma família inteira, como no caso de Nabote.

 

Tão-somente porque Acabe estava triste por não ter adquirido a vinha de Nabote, Jezabel ficou indignada e tomou uma atitude de vingança.

 

A Bíblia diz que ela planejou matar um homem de Deus, mentiu, falsificou assinatura, levantou dois filhos de Belial como testemunhas para dizer que Nabote pecou contra o rei e contra Deus.

 

Jezabel era extremamente estrategista para o mal.

 

Observe que ela não mentiu de qualquer jeito, mas trouxe os anciãos para condená-lo. E quando mandou matar Nabote, determinou que ele morresse com toda a sua família.

 

Toda essa história nos faz ver, claramente, três níveis de raízes de iniquidade babilônica que influenciam muitas famílias através de homens como Acabe e de mulheres como Jezabel: Destruição familiar, Embriaguez física, Embriaguez espiritual.

 

Quantas mulheres, muitas vezes, buscam apenas seus próprios interesses e não medem esforços para conseguirem o que querem.

 

 Mentem, matam, roubam, falam mal do irmão, destroem famílias, sem se preocuparem com as consequências.

 

São possuidoras das características de Jezabel.

 

Quantos homens são como Acabe, dominados por suas mulheres e permitindo que elas ajam de forma errônea. São omissos como Acabe e consentem com o mal para benefício próprio.

 

CARACTERÍSTICAS DE JEZABEL

 

Dominadora. Faz do marido um cativo, porque é controladora (I Reis 21:15).

 

Rebelde. Não aceita ‘não’ como resposta. Frauda situações para conseguir seus objetivos (I Reis 21:25)

 

É rebelde ao extremo, ainda que não pareça e que não se dê conta.

 

Rixosa. Criadora de contendas, de disputas constantes em consequência de ódio (I Reis 19:2).

 

É melhor morar só, no fundo de um quintal, do que dentro de uma mansão com uma mulher murmuradora e briguenta! (Provérbios 21:9)


Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla  (Provérbios 21:9)   

 

Manipuladora. Corrompe o bem, envolvendo pessoas de respeito (anciãos), em quem o povo não tem dificuldades de acreditar. 

 

Como toda boa manipuladora, Jezabel não aceita correção

 (I Reis 21:11).

 

Vaidosa. Não tem equilíbrio; seu desejo de chamar a atenção é incontido.

Soberba. É arrogante, orgulhosa, altiva, desprovida de humildade.

 

Impulsiva. Não tem domínio próprio nas emoções. Pode ter um ímpeto anormal e irracional que leva à prática de atos criminosos.

 

Sedutora. Envolve as pessoas através da sensualidade (Apocalipse 16:1-6).

 

Desobediente. Toma decisões sem o consentimento do marido. Não ouve conselhos, não se submete a líder algum.

 

Vingativa. Planeja o mal do inimigo; arma ciladas.

 

Tola. Destrói sua casa e a liderança do marido.

 

Iracunda. Cheia de raiva e ódio; destruidora dos princípios de Deus.

Mentirosa. Fez com que os filhos de Belial testemunhassem contra Nabote.

Falsa. Falsificou a assinatura do rei.

 

Acusadora. Acusou Nabote de ter pecado contra Deus e contra o rei.

Idólatra. Adorava Baal; trabalhava para ele.

 

Imagine como era a liderança de Jezabel, seu comportamento e atitudes diárias em benefício das trevas. Ela dominava o marido, os profetas de Baal e tentou dominar Elias, mas não conseguiu, apesar de tê-lo amedrontado.

 

O espírito de Jezabel matou a família de Nabote (I Reis 21:15), João Batista (Mateus 14:8), Sansão (Juízes 16:1). 

 

Foi uma rainha maligna e fez com que Acabe apostatasse, abandonando os princípios, tornando-se o mais iníquo de todos os reis de Israel. Ela pressionou o marido a abandonar a Deus e apoiar o culto a Baal.

 

Foi a principal responsável pelo extermínio da adoração a Yahweh e pela propagação do culto a Baal, em Israel.

 

 Vemos que muitas mulheres estão se escondendo atrás dessa capa, buscando compensar as falhas morais e feridas através de uma vida desregrada, sob as características de Jezabel. 

 

De igual forma muitos homens estão se deixando guiar por esse espírito, vivendo subjugados e dominados, de forma contrária à Palavra de Deus.

 

Mas é chegado o tempo da Igreja se levantar e se separar de toda imundícia contaminadora.

 

O espírito de Jezabel será vencido através da vida de santidade. Vencendo o espírito de Jezabel, homem e mulher conseguem cumprir o seu papel no Reino e são fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder.

 

O casal e a família podem vencer o espírito de Jezabel, enchendo-se do Espírito Santo de Deus, vivendo o que está escrito em Joel 2.

 

 Vencer Jezabel, a Rainha do Céu, é um dever da Igreja de Cristo, a Noiva do Cordeiro.

APRENDENDO COM JESUS

                   Igreja - Corpo de Cristo

1 Corintios 12.12-31  - Paulo num dos argumentos em prol da unidade da Igreja usou de linguagem figurada afirmando que a Igreja é o Corpo de Cristo. Pretendo em duas lições tratar deste assunto tão importante.

1. ALGUMAS LIÇÕES:

O corpo tem vida – Um corpo sem vida não é mais corpo, é cadáver. Uma estátua com forma de corpo não é corpo porque lhe falta vida (Ezequiel 37.7-10).

Harmonia entre seus membros – Vs. 17-20; Romanos 14.19 e Efésios 4.3.
Unidade de ação – Quando um membro do corpo se move para conseguir um certo objetivo, todos os membros se movem no mesmo sentido. Romanos 12.16 e Romanos 13.11.
Os membros são um só corpo – Vs. 14 e 19; Romanos 12.4 e 5.
Todos os membros são úteis – Vs. 21-25.
Dependência mútua – Vs. 21 e 22; Galatas 6.2; Tiago 5.16.
Todos os membros tem valor – Vs. 23; Romanos 12.10 e Filipenses 2.3.
Comunhão na alegria e no sofrimento – Vs. 26; Romanos 12.15.
Os membros não vivem para si mesmos – A mão não trabalhara para o seu próprio sustento somente, mas para o sustento do corpo todo. I Tessalonicenses 5.19 e Hebreus 13.16.

OBS.: A ambição pessoal é uma das grandes causas de divisão na Igreja. E nestes últimos tempos isto tende aumentar (II Timóteo 3. 1 e 2).

Gordon Lindsay disse que “se desejamos a unidade no Corpo de Cristo, devemos subordinar a ambição pessoal ao bem de todo o Corpo.” (Lucas 18.14, Mateus 20.20-28 e III João 9).


CONCLUSÃO

A Igreja precisa vivenciar as verdades contidas no fato de ser o Corpo de Cristo. Concluindo, é bom dizer que alguns pensam assim: Cristo sim, Igreja não.

Este pensamento não é compatível com a Palavra de Deus. Quem se isola do corpo adoece. Um coração, um rim em cima da mesa são apenas carnes mortas.

E também impossibilita os outros de serem edificados com o dom que Deus lhe deu  (Hebreus 10.24 e 25. )


 

 



Estudo 2 – Guardando a Unidade

Ef 4.3
Somos o Corpo de Cristo. Unidos por Jesus Cristo que desfez a muralha da separação que havia entre nós. O que faremos desta conquista? Desprezaremos? Ou desfrutaremos? A exortação bíblica é “guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.”


A ORAÇÃO DE JESUS PELA UNIDADE – JO 17.20-23

A intercessão pela unidade se relaciona com três grandes objetivos:

1. A evangelização do mundo
2. A manifestação da glória de Deus através da Igreja
3. O aperfeiçoamento da Igreja.


A UNIDADE CONQUISTADA NA CRUZ – Ef 2.11-22


A cruz nos fez comunidade – Ef 2.12-13
A cruz nos fez um só povo – Ef 2.14
A cruz nos fez um com os diferentes – Ef 2.19
A cruz nos fez família – Ef 2.19
A cruz nos fez Catedral de Deus – Ef 2.21

GUARDANDO A UNIDADE – Ef 4.1-6


Um só corpo – o corpo de Cristo – I Co 12.27
Um só espírito – o Espírito Santo – Ef 2.18
Uma só esperança – A esperança de vida eterna – Rm 8.23
Um só Senhor – o Senhor Jesus Cristo – Jo 20.28
Uma só fé – a fé na Palavra (Rm 10.17)
Um só batismo – o batismo no corpo de Cristo – I Co 12.13
Um só Pai – Deus Pai – Gl 4.6

CONCLUSÃO:

Uma vara de bambu sozinha é facilmente quebrada, mas um feixe de bambu não pode ser quebrado. “Melhor é serem dois do que um”, diz a Palavra. Guardemos esta unidade conquistada na cruz pelo nosso Senhor Jesus Cristo. Seguindo o exemplo do nosso Deus Trino. Pai, Filho e Espírito Santo.

 

Eber S. Jamil

 

 

 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

APRENDENDO COM ZAQUEU


O Chamado Eficaz


“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.” (Lucas 19:5)



Alguns de nós recebemos muitas vezes ensinamentos sobre as doutrinas da graça.  Mas essas doutrinas têm que ser freqüentemente repetidas, a fim de que os novos cristãos realmente possam entendê-las com suas mentes e amá-las em seus corações.


Os mais velhos talvez achem que este sermão é simples. Estou pregando-o especialmente para cristãos jovens e velhos que tenham uma melhor compreensão do ensinamento da doutrina denominada “chamado eficaz”.  Este ensinamento significa que o Espírito Santo de Deus age no coração de um homem de tal maneira que quando  ele recebe o chamado de Deus, não pode fazer nada senão obedecer a ordem e vir até Deus.

            Usarei a história de Zaqueu para explicar mais claramente o ensinamento do chamado eficaz. Zaqueu ouvira que Jesus Cristo estava realizando coisas maravilhosas entre os homens. Assim, Zaqueu queria ver Jesus com seus próprios olhos. Mas ele tinha um problema: ele era um homem de baixa estatura, e havia muitas pessoas acompanhando Jesus. O que fazer? Ele teve uma idéia. Ele subiria numa árvore e iria ocultar-se entre os galhos; então poderia ver Jesus passando sob a árvore. Ele precisava observar atentamente, pois Cristo não estaria usando nenhuma roupa especial. Ele estaria usando o mesmo tipo de vestuário que as pessoas comuns usavam.

            Enquanto estava lá escondido na árvore, Zaqueu teve uma enorme surpresa. Cristo o viu! Cristo parou sob a árvore e chamou-o: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.” O que Zaqueu poderia fazer? Havia apenas uma coisa a fazer. Zaqueu desceu da árvore e foi para sua casa. Cristo entrou em sua casa e Zaqueu “o recebeu com alegria” (Luc. 19:6). O chamado eficaz de Deus chegara a Zaqueu. Ele obedeceu o chamado. Tornou-se um crente em Cristo e entrou no reino dos céus.

1.     O ensinamento do chamado eficaz é um exemplo da graça de Deus. O chamado eficaz não depende de ser um homem bom ou mau. Zaqueu não era um homem bom. Ele vivia em Jericó em uma cidade má, que tinha sido amaldiçoada por Deus. Zaqueu era um homem que cobrava impostos das pessoas, muitas vezes injustamente. Assim, sua profissão também era má. Cobradores de impostos geralmente tiravam mais dinheiro das pessoas do que o lícito. Eles guardavam o dinheiro extra para si e ficavam ricos. As pessoas não gostavam de cobradores de impostos. Elas não gostavam de Zaqueu.

Quando Cristo entrou na casa de Zaqueu, as pessoas disseram que ele “se hospedara com homem pecador” (Luc. 19:7). Elas achavam que Cristo iria a qualquer casa, exceto à de Zaqueu. Mas Deus não pensa como os homens. Sua graça e misericórdia olharam para Zaqueu na árvore e chamaram-no para baixo. Deus chama as pessoas que escolheu. Elas podem estar muito afastadas dEle. Elas podem não ter nenhum pensamento a respeito de Deus. Ou podem estar apenas curiosas, como Zaqueu estava quando subiu na árvore. O Espírito Santo opera poderosamente no coração do homem que Deus está chamando. Quando isso acontece, até mesmo um homem como Zaqueu obedece ao chamado de Deus. A história de Zaqueu é um bom exemplo do ensinamento do chamado eficaz.




2.     Foi um chamado pessoal. Cristo chamou Zaqueu pelo nome. Talvez houvesse outras pessoas na árvore, mas Cristo viu apenas Zaqueu. “Zaqueu, desce depressa ...” Ele disse.

Há diferentes tipos de chamado na Bíblia. Lemos: “... porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt. 20:16). Este é um exemplo do chamado geral de Deus para todos os que estiverem ouvindo o evangelho. Os homens não tem em si mesmos o poder para responder a esse chamado. O chamado pessoal é o eficaz. Deus está operando no coração da pessoa que Ele chamou pelo nome. Ela responderá. Ela seguirá o chamado de Deus.

Vamos observar as Escrituras buscando exemplos do chamado eficaz de Deus. “Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse ... Mestre” (Jo. 20:26). Jesus viu Pedro e André pescando no mar. Ele lhes disse: “Vinde após mim” (Mt. 4:19). Ele viu Mateus cobrando impostos e disse-lhe: “Segue-me” (Mt. 9:9). O Espírito Santo operou nos corações de Maria, Pedro, André e Mateus. Eles não puderam resistir ao chamado de Deus, porque era um chamado eficaz. Vocês conseguem lembrar-se do momento em que o Senhor os chamou e vocês responderam de todo o coração, dizendo: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo. 20:28)?

3.     O chamado para Zaqueu foi urgente. “Zaqueu, desce depressa”. O pecador pode ouvir um sermão poderoso. Pode haver um chamado para arrepender-se e crer no evangelho. O pecador pode dizer que virá a Cristo amanhã. Ele irá se divertir hoje, antes de vir. A palavra “amanhã” pertence a Satanás. A palavra de Deus é “hoje”. O chamado de Deus para um homem é para que ele se arrependa. “Hoje” será sua palavra também, se Deus nos está chamando. Vocês dirão que ele não pode esperar até amanhã. Vocês devem vir hoje. Cristo disse: “Zaqueu, desce depressa”. Ele diz isso a vocês também. “Apresse-se e venha a mim agora”.

4.     Foi um chamado humilde. “Zaqueu, desce depressa”. Descer é uma experiência dolorosa. Primeiro, devemos descer do pensamento de que nossas próprias obras podem nos salvar. Temos que descer ainda mais, até reconhecermos que somos pecadores desobedientes. Então, temos que ir ainda mais para baixo,  até clamarmos por Deus em desespero, dizendo-Lhe que não podemos fazer nada para nos salvar. Quando Deus nos trouxer para baixo, então Ele nos levantará. “(Ele) derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes”. (Lc. 1:52).

5.     Foi um chamado amoroso. Cristo disse a Zaqueu: “... me convém ficar em tua casa”. Muitas pessoas tinham estado na casa de Zaqueu. Ele as havia roubado. Talvez ele tenha sido muito impiedoso com elas. Então, as pessoas perguntavam, por que Cristo queria ir à casa de um homem tão mau? E se Ele devesse ir, por que durante o dia, quando todos podiam vê-Lo? Por que Ele não foi à noite, quando estava escuro?

Cristo mostrou seu amor a Zaqueu não ficando do lado de fora de sua casa, mas sim entrando numa hora do dia quando todos podia vê-Lo. Cristo é muito amoroso. Ele virá às suas casas, ainda que também tenham sido casas más, como a de Zaqueu. Ele lhes dirá como disse a Zaqueu: “ ... desce depressa, pois me convém ficar em tua casa”.

6.     Foi um chamado permanente.  O chamado iria permanecer e não mudaria de maneira nenhuma. Há um chamado do evangelho que é feito a todos os homens. É um chamado geral, ainda que genuíno. A menos que o Espírito de Deus esteja operando no coração da pessoa que ouve o chamado, sua intenção de seguir a Cristo irá desvanecer. O chamado redentor de Cristo é um chamado permanente. Não terá fim.

Cristo vem às suas casas para fazer uma refeição com vocês. Ele não é como um visitante que fica somente por um curto espaço de tempo e vai embora. Vocês podem estar certos de que se Jesus está operando em seus corações pelo Seu Santo Espírito, Ele permanecerá lá. Ele nunca irá embora. Cristo lhes fala com poder e diz: “... desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”.
7.     Foi um chamado necessário. Um chamado que tinha que ser obedecido. Leia as palavras de novo: “ Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”. O chamado de Cristo para Zaqueu foi realmente uma ordem. Ele deve descer daquela árvore, porque Cristo havia decidido ficar em sua casa. Da mesma forma, todos os pecadores que foram remidos por Cristo, quando Ele morreu na cruz, haveriam de ser salvos. Sua salvação é o propósito de Deus. Esta salvação foi trazida por Cristo e prometido por Deus. O escolhido de Deus há de ser salvo. Ele ouvirá o chamado eficaz de Deus e obedecerá.

Alguns homens dizem que nunca serão cristãos. Se Cristo lhe diz: “ ... me convém ficar hoje em tua casa”, eles dizem que não O receberão com alegria como Zaqueu o fez. Mas Deus pode operar neles uma mudança tal que quando Ele os chamar novamente, não terão força para resistir. Ele não vão nem querer resistir. Ele receberão Cristo com alegria em suas casas. Ele serão salvos. Nenhum homem é tão perverso que não possa ser atingido pela misericórdia de Deus. Se Deus diz: “ ... me convém ficar hoje em tua casa”, então com certeza Ele fará isso. Alguns de vocês resistiram ao evangelho por muito tempo. Hoje, vocês não podem mais resistir. Hoje vocês ouvem uma voz dizendo: “Pecador, você riu de mim, você tentou me manter afastado, mas me convém ficar hoje em tua casa.

8.     Foi um chamado que mudou a vida de um homem. Sabemos que o chamado de Cristo para Zaqueu foi eficaz, devido à maneira como a vida dele foi transformada. Zaqueu tornou-se um homem diferente. Ele recebeu Jesus em sua casa e serviu-Lhe uma refeição. O espírito de Deus tinha operado em seu coração. Ele sabia que era um pecador. Ele confiou em Cristo para a salvação. Seus pecados foram perdoados. Ele era um homem feliz. Zaqueu era também um novo homem em Cristo. Ele começou a colocar em ordem as coisas em suas vida que haviam sido erradas. Ele disse: “Senhor, resolvo dar aos pobres a metade de meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”. Ele restituiu às pessoas mais do que tinha roubado delas como um cobrador de impostos! Ficou mais pobre, porém terá riquezas celestiais que não possuía antes de subir naquela arvore. Quando a vida de um pecador é transformada, sabemos que Deus o chamou eficazmente. O homem que era bêbado não beberá mais. Em vez disso, ele irá orar. O homem que era ladrão restituirá as coisas que roubou.

Não podemos saber se um chamado de Deus foi eficaz até que a vida de um homem tenha mudado. As pessoas viram essa mudança na vida de Zaqueu. Elas disseram que Cristo fora hospedar-se na casa de um homem pecador. Elas viram que Zaqueu começou a endireitar as coisas que haviam sido erradas em sua vida. Então souberam que seu coração havia sido purificado, porque sua vida havia mudado. Elas sabiam que a mudança era real. Elas não tinham dúvidas de que o chamado de Deus fora eficaz. Jesus disse à Zaqueu: “Hoje houve salvação nesta casa ... porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. (Lc. 19:9-10) Zaqueu tinha estado perdido. O chamado eficaz de Deus chegara até ele e Deus encontrara Zaqueu.

Há uma ou duas lições que deveríamos aprender a partir da história de Zaqueu. As pessoas orgulhosas devem tornar-se humildes. A misericórdia de Deus vem ao homem que foi trazido para baixo. As pessoas que sentem que nunca poderão vir a Cristo recebem esperança. Enquanto estou pregando, o evangelho alcançará os corações daqueles que Deus preparou para recebê-lo. O amor e a misericórdia do Senhor Jesus irão atraí-los. Eles serão eficazmente chamados. Eles O seguirão de todo o coração.

Não importa se vocês ouviram apenas por curiosidade. A curiosidade fez com que Zaqueu subisse na árvore. Deus ainda pode encontrá-los. Ele pode chamá-los e salvá-los, como fez com Zaqueu. Cristo lhes diz que vocês devem humilhar-se. Vocês devem confessar-Lhe seus pecados. Vocês deveriam dizer-Lhe que sabem que estão perdidos, a menos que Ele Se abaixe para salvá-los. Vocês estão olhando para Ele porque Ele primeiro olhou para vocês. Ele fez com que desejassem ser salvos. Vocês nunca poderiam tornar-se desejosos por si sós. Vocês podem estar certos de que Ele os está chamando com aquele chamado eficaz, que os trará a ele em arrependimento e fé.

Será que o Senhor está lhes dizendo, como disse a Zaqueu: “ ... desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”?





APRENDENDO COM MARCOS


                                                          Propósito
Quanto ao propósito este não aparece tão claro no Evangelho, e os estudiosos não são unânimes quanto a ele. A seguir temos algumas sugestões de propósito que podem ser assumidas.

1. Propósito Apologético

Marcos escreveu para uma comunidade cristã de maioria gentílica, e talvez tenha sido o seu propósito demonstrar porque Jesus foi rejeitado pelo povo judeu. Então, podemos entender baseados nesta posição, porque o evangelho apresenta duas características mui distintas, tanto a popularidade, como a oposição a Cristo. A.B. Bruce observa que esse paradoxo pode ser encontrado a partir dos dois primeiros capítulos, e se estendem praticamente até o fim do Evangelho.[1] 
Isto tem levado autores como Robert H. Gundry a defender que o Evangelho de Marcos é uma apologia da cruz de Cristo, escrito com fins evangelísticos para pessoas que tinham receio de crer na vergonha da cruz, num mundo onde a fraqueza era desprezada, e o poder estimado.[2]
Ainda, este Evangelho teria um propósito apologético para (1) mostrar porque Jesus como o Messias, era inocente diante das acusações dos judeus, e que o seu sofrimento era parte do propósito de Deus; (2) para expor por que Jesus, não declarou publicamente ser ele o Messias; (3) para apresentar as obras de Jesus como triunfantes sobre as forças demoníacas.[3]

2. Propósito Pastoral

Se a datação mais aceita estiver correta este Evangelho foi escrito entre 65-67 d.C., durante a perseguição de Nero. O grande incêndio de Roma em 64 d.C., possivelmente provocado pelo próprio imperador Nero, mas que fora atribuído aos cristãos. Por este motivo os cristãos estavam sendo perseguidos, e muitos estavam sendo martirizados. Marcos então, teria escrito para fortalecer estes cristãos que se encontravam abatidos e confusos com o sofrimento, morte e perseguições.

3. Propósito Doutrinário

Esta posição sugere que o propósito deste Evangelho seria preparar material para o discipulado. A própria tradição indica este propósito conforme já foi citado Clemente de Alexandria em sua obra Hypotyposeis.
O ensino dos apóstolos transmitidos oralmente precisava ser registrado, e comunicado aos novos discípulos, para que a mensagem do evangelho não se desvirtuasse, e assim fosse mantido fielmente o ensino de Cristo. Conforme bem afirma Pohl que
uma igreja que negligencia a recordação do Jesus terreno, em breve também não terá mais o Cristo verdadeiro de hoje, que é o mesmo ontem e para sempre. Um espírito que não recorda o Cristo de ontem não é um Espírito Santo. Também nisto reside o verdadeiro impulso para a transmissão da tradição de Jesus entre os primeiros cristãos, e para sua conservação definitiva e quádrupla no Novo Testamento.[4]

4. Esclarecer o segredo Messiânico

Uma posição que tornou-se comum entre os estudiosos de Marcos, é o conceito do “segredo Messiânico”.[5] Segundo esta posição Marcos em seu Evangelho desenvolve gradativamente a exposição do conceito de Messias. O mistério da pessoa de Jesus que já deixava todos curiosos (1:22,27; 3:21,22,30; 4:41; 6:2,14s; 8:11). Os demônios o reconhecem, mas recebem a ordem de guardar silêncio (1:25,34; 3:12; 5:6-8). Milagres poderosos deixam transparecer quem ele é, mas os presentes recebem a ordem de guardar silêncio (1:44; 5:43; 7:36; 8:26). Muitos dos atos do Senhor os próprios discípulos não entendiam (6:52; 8:17s). Mas depois gradativamente Cristo aceita ser reconhecido como Senhor, Deus e redentor, primeiro, pelos discípulos (8:29; 9:7), depois pelos peregrinos (10:47-49), na entrada triunfal (11:9-10), diante do Sinédrio (14:61s), de Pilatos (15:2), e finalmente, perante todo o povo de Israel (15:9,12,26,32,39).
Alguns têm sugerido que é por causa deste segredo intencional do próprio Senhor, que a sua messianidade não foi descoberta no início de seu ministério, e que somente foi exposta abertamente após a sua morte e ressurreição.

5. Propósito Evangelístico

Segundo essa sugestão Marcos teria escrito este livro com o propósito evangelístico. Isto explicaria porque o livro não é uma biografia, pois ele escreve para pessoas que conheciam os fatos básicos sobre o ministério de Jesus.
A ênfase de todo o livro recai sobre a última semana de Cristo. Marcos apresenta o sofrimento, a vergonha da cruz, e sua morte; e da perspectiva da glória de Cristo, seu poder e sua vitória final. Podemos supor que “Marcos escreveu seu Evangelho para ser usado na tarefa missionária da Igreja, para prover material para os evangelistas e missionários da Igreja de Roma.”[6]
Esta posição casaria muito bem com a característica literária do livro. Merril C. Tenney coloca que “as suas descrições breves, as suas frases agudas, as suas aplicações diretas da verdade, são exatamente aquilo que um pregador da rua usaria ao pregar Cristo a uma multidão promíscua.”[7]
Podemos concluir que Marcos escreveu este Evangelho com um propósito evangelístico, embora isso não exclua necessariamente os outros propósitos como sendo secundários.


Estrutura do Livro
Antes de esboçar a estrutura do Evangelho de Marcos devemos perguntar qual foi o critério que ele utilizou para compor a estrutura do seu Evangelho. Quanto a forma como o assunto se encontra distribuído no Evangelho de Marcos os estudiosos tem sugerido as seguintes classificações.

1. Esboço Cronológico

Segundo esta proposta de estrutura do texto, Marcos teria arranjado seu material seguindo a ordem dos eventos históricos como de fato eles ocorreram.

2. Esboço Topológico

Marcos teria arrumado o seu material de acordo com os lugares que Jesus visitou, começando pela Galiléia e terminando em Jerusalém sem necessariamente seguir a seqüência histórica dos acontecimentos.

3. Esboço Tópico

Esta proposta sugere que Marcos teria organizado seu material por assuntos, dentro de um esquema cronológico mais amplo. A sua estrutura seguiria temas comuns.

4. Esboço Cristológico

Esta divisão pressupõe que o livro se propõe a revelar o “segredo Messiânico”. Aproveitando a seqüência geográfica ou cronológica, o autor teria desvendado este segredo gradativamente, segundo se encontra na disposição de assuntos que ele estabeleceu.  
Nenhuma destas opções são totalmente satisfatórias para responder sobre a cronologia da vida de Jesus levantadas pela harmonia dos Evangelhos. O Dr. Nicodemus sugere que
Marcos retrata fielmente a seqüência histórica dos eventos, quando assim ele o indica (1:14; 1:21; 1:29; 9:2, etc.), e que um arranjo tópico ou topológico não significa necessariamente que ele editou e modificou os fatos, ou as palavras de Jesus.[8]

A Estrutura

A divisão abaixo não segue rigidamente nenhum dos esboços que foram apresentados acima, e sim uma síntese deles.

I.  O início do ministério de Jesus (1:1-13)
A. Seu precursor, 1:1-8
B. Seu Batismo, 1:9-11
C. Sua tentação, 1:12-13
II. O ministério de Jesus na Galiléia (1:14-6:29)
A. O ministério inicial na Galiléia, 1:14-3:12
B. O ministério posterior na Galiléia, 3:16-6:29
III. O ministério em outras localidades (6:30-9:32)
A. Nas praias orientais do Mar da Galiléia, 6:30-52
B. Nas praias ocidentais do Mar da Galiléia, 6:53-7:23
C. Na Fenícia, 7:24-30
D. Em Decápolis, 7:31-8:10
E. Nas regiões de Cesaréia de Felipe, 8:11-9:32
IV. O Ministério Final na Galiléia (9:33-50)
V. O Ministério na Judéia e Peréia (cap. 10)
A. Ensino sobre o divórcio, 10:1-12
B. Ensino sobre as crianças, 10:13-16
C. O jovem rico, 10:17-31
D. Jesus prediz sua morte, 10:32-34
E. O pedido dos dois irmãos, 10:35-45
F. A cura do cego Bartimeu, 10:46-52
VI. O ministério em Jerusalém (caps. 11-13)
A. A entrada triunfal, 11:1-11
B. A purificação do Templo, 11:12-19
C. Controvérsias finais com líderes judaicos 11:20-12:44
D. O sermão escatológico no Monte da Oliveiras, cap. 13
VII. A Paixão de Jesus (caps. 14-15)
A. Jesus é ungido, 14:1-11
B. A última Ceia, 14:12-25
C. Jesus prediz a negação de Pedro, 14:26-31
D. Jesus no Getsêmani, 14:32-42
E. A prisão, julgamento, e a morte de Jesus, 14:43-15:47
VIII. A Ressurreição de Jesus (cap. 16)


Local da Escrita
A tradição da Igreja antiga quanto a autoria e aos destinatários aponta inconteste para Roma. Somente uma voz tardia e isolada propõe que Marcos escreveu o seu Evangelho em Alexandria, no Egito.[9]

1. A Comunidade Judaica em Roma
        A dispersão dos judeus foi um acontecimento de grande importância para a preparação da vinda de Cristo, e para o progresso da Igreja Cristã. Quando ocorreu o Pentecostes os judeus já se encontravam espalhados por todo o império romano (At 2:5-11).
        A informação mais antiga sobre a comunidade judaica na capital romana remonta ao ano 139 a.C.. Calcula-se que o número de judeus no início do século I aproximava-se de 40.000. Alguns anos mais tarde a capital romana chegou a ter mais judeus do que na cidade de Jerusalém. Muitos foram para lá como escravos de guerra; outros foram por motivos religiosos, ou seja, para alcançar novos prosélitos (Mt 23:15), mas muitos poderiam ter ido por causa do comércio.[10]
        Com a confiança de César conquistada por Herodes, o Grande, a influência judaica cresceu no império romano. Disto resultou alguns privilégios adquiridos pelos judeus como a livre guarda do sábado, eram isentos do serviço militar como legionários romanos, e desfrutavam de liberdade religiosa em suas reuniões sem a presença de soldados romanos, que eram gentios.
        Com isso o movimento crescente do cristianismo tendo nascido em berço judeu, também desfrutou destes benefícios, pois para os de fora eles não passavam de uma facção judaica em crescimento.

2. A Igreja em Roma
        Provavelmente a Igreja de Roma começou com romanos, ou judeus residentes na capital romana que se converteram no dia do Pentecostes. Em Atos há uma referência aos “visitantes vindos de Roma” (At 2:10).
        Adolf Pohl aponta seis características da Igreja Cristã em Roma nos dias de Marcos. Primeiro, ela era uma das mais antigas e rica em tradições dentro do império romano. Tácito confirma o grande número de cristãos na capital império. Os cristãos tinham na capital de Roma adquirido uma posição de preeminência entre as demais igrejas do império. Na epístola aos romanos vemos Paulo num bom relacionamento com ela (Rm 1:8; 16:16). A maioria da igreja ali era gentílica. Em Roma vivia uma comunidade cristã cheia de mártires. Com o desaparecimento dos primeiros líderes daquela comunidade, surgiu Marcos para intervir e garantir à igreja a tradição de Jesus.[11]


Destinatários

        O Evangelho de Marcos foi escrito para a Igreja de Roma. Hurtado trata o assunto com certa superficialidade chegando a concluir sem maiores averiguações que “a única conclusão positiva que podemos tirar é que Marcos escreveu para cristãos gentios moradores fora da Palestina.”[12] Contudo, discordo dele pois o livro apresenta algumas evidências que nos levam a pensar que Marcos escreveu seu Evangelho para os cristãos que moravam em Roma.

Em primeiro lugar, devemos observar que os cristãos romanos como destinatários são indicados pela mais primitiva tradição da Igreja.
Segundo, Marcos explica costumes e traduz palavras judaicas, o que seria totalmente desnecessário para uma audiência judaica.
Não podemos ignorar os latinismos. Contra esta evidência poderia ser argumentado que, pelo fato de Marcos viver num mundo dominado politicamente e culturalmente por Roma, esta influência dos latinismos seria algo muito comum. Mas devemos perguntar porque estes latinismos não são “tão comuns” nos outros evangelhos? Pohl falando da influência do idioma latino coloca que “é claro que latinismos não precisam estar apontando para a Itália, mas são possíveis em todo lugar aonde os romanos chegaram. Só que no evangelho de Marcos eles são especialmente numerosos e de traços característicos”.[13]
Existe uma possível referência a um membro da Igreja de Roma. Simão Cireneu, é apresentado como pai de Alexandre e Rufo (Mc 15:21), e Rufo morava em Roma na época que Paulo escreveu aos romanos (Rm 16:13), ou seja 57-60 d.C., poucos anos antes de Marcos escrever (cerca de 65-67 d.C.). Quando Marcos escreve o seu Evangelho, escreve pressupondo que os seus leitores conhecessem Alexandre e Rufo. 


Data da Escrita
        O Evangelho segundo Marcos foi escrito em 65-67 d.C.. Algumas razões pelas quais essa data é preferível.
        Primeiro, esta data é preferível, pois, Marcos possivelmente escreveu após a morte de Pedro, que ocorreu entre 64-65 d.C., durante a perseguição de Nero. É o que afirmam o prólogo Antimarcionita (180 d.C) e Irineu (Adv. Haer. 3:1.2).[14]
Segundo, o Evangelho de Marcos foi provavelmente o primeiro Evangelho a ser escrito, e talvez usado por Mateus e Lucas, o que torna uma data após 70 d.C. muito improvável.[15]
A destruição de Jerusalém ocorreu em 70 d.C., e não encontramos neste Evangelho nenhuma menção do cumprimento do sermão escatológico de Jesus, e da sua referência sobre a futura angústia que viria sobre Jerusalém.[16]


Ênfases Teológicas
A Cristologia de Marcos é admirável, ele possuía um entendimento surpreendente acerca de quem Jesus era, fazendo observações, narrando detalhes, atos e reações do Senhor em momentos específicos de seu ministério.
Marcos apresenta Jesus como sendo verdadeiro homem. Na Cristologia de Marcos Jesus é perfeitamente humano. Ele precisava orar (1:35; 6:31), comer (2:16), beber (15:36), sentia fome (11:12), tocava nas pessoas (1:41), e era tocado por elas (5:57), ele se entristecia (3:5), e se indignava (10:14), sentia sono por causa do cansaço e era despertado após momentos de cansaço (4:38-39). Enquanto homem o seu conhecimento é limitado (13:32), de modo que se volta para ver quem lhe tocou (5:30), possuí corpo humano (15:43), um espírito humano (2:8), e inclusive poderia morrer (15:37).[17]
Marcos apresenta Jesus como sendo verdadeiramente Deus. Na Cristologia de Marcos não há negação da sua divindade. Ele descreve Jesus como tendo domínio soberano sobre o reino da enfermidade (1:40-45; 8:22-26; 10:46,52;), dos demônios (1:32-34), e da morte (5:21-24,35-43), sobre os elementos da natureza (4:35-41; 6:48; 11:13-14,20); prediz o futuro (8:31; 9:9,21; 10:32-34; 14:17-21), conhece o coração das pessoas (2:8; 12:15), vencendo a morte (16:6).[18] De acordo com Marcos as duas naturezas de Cristo, divino e humano, se encontram em perfeita harmonia na pessoa de Jesus. E isto pode ser percebido nas seguintes passagens (4:38-39; 6:34,41-43; 8:1-10; 14:32-41).
Marcos apresenta Jesus como o Filho de Deus. Esse título é usado para descrever a sua messianidade. Marcos inicia seu Evangelho identificando João Batista como o cumprimento da profecia de Ml 3:1 e Is 40:3, como aquele que viria e prepararia o caminho para o “Messias”. A voz que surge do céu dizendo “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado” (1:11 NVI). Jesus é aquele a quem os anjos servem (1:13). O seu sangue é oferecido em favor de muitos (10:45, cf. 14:24). Ele batiza com Espírito Santo (1:8), nomeia os seus próprios embaixadores (3:13-19), tem autoridade para mandar que os homens lhe sigam e o recebam (8:34; 9:37); na transfiguração manifesta parcialmente a glória futura (9:11); e declara que virá outra vez na glória de seu Pai (8:38), nas nuvens com grande poder e glória, quando enviará seus anjos para recolher seus eleitos (13:26-27).[19] Precisamente foi condenado por ter confirmado a sua divina filiação (14:61-63).
Marcos apresenta Jesus como o Redentor. Jesus numa de suas declarações afirma que ele veio para “dar a sua vida em resgate por muitos”(10:45). Marcos descreve um Cristo que haveria de sofrer, e dedica uma grande porção de sua narrativa para expor a Paixão de Cristo, mais do que os outros Evangelhos.[20]







APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...