sexta-feira, 3 de junho de 2022

APRENDENDO COM ANA

 

Ana, um legado de fé e esperança para sua vida

 

A Bíblia traz histórias maravilhosas de pessoas que, mesmo falhas como nós, entregaram completamente seu coração a Deus e deixaram um legado de fé e esperança aos que viveriam posteriormente. Ana é uma dessas pessoas. Foi uma mulher de fé inabalável e que honrou a Deus em sua vida. 

Quer saber mais sobre a vida de Ana e as lições que podemos tirar dela? Então continue a leitura.

1 – Fé inabalável

Ana passou por uma situação em comum com algumas mulheres. Para a sua tristeza e de seu marido, ela não podia ter filhos e, humanamente falando, era impossível reverter esse quadro. Porém, ela sabia que Deus tinha poder para realizar o seu sonho. Com fé inabalável no Senhor depositou aos Seus pés sua angústia e o seu pedido (1 Pedro 5.7). Após levantar-se daquela oração, estava confiante de que Deus supriria as suas necessidades e lhe daria o tão sonhado filho. Ela creu de todo coração no Senhor que tudo pode.

2 – Humildade

Enquanto orava e se derramava em lágrimas aos pés do Senhor, Ana era observada pelo sacerdote Eli. Ao ver aquela mulher chorando amargamente e apenas mexendo os lábios, Eli pensou que ela estava bêbada, já que esta era uma cena comum naquelas ocasiões. Prontamente se aproximou de Ana e repreendeu-a dizendo-lhe para que deixasse de consumir vinho. Mesmo ao ser mal interpretada daquela forma, Ana não respondeu com arrogância, mas foi humilde e relatou brandamente ao sacerdote o que estava acontecendo.

3 – Fidelidade

Apesar de todas as provocações de Penina e de todas as situações difíceis que enfrentou, Ana sempre se manteve fiel ao Deus de Israel. Ao pedir um filho a Ele, Ana fez um voto ao Senhor dizendo que se seu pedido fosse respondido e ela tivesse um filho, o dedicaria ao Seu serviço. Lemos na Bíblia que o Senhor atendeu o seu pedido e, quando o menino desmamou, Ana cumpriu o voto que havia feito e levou seu tão sonhado e único filho ao templo para dedicá-lo a Deus e para que lá servisse no trabalho do Mestre.

4 – Mulher de oração

Ana não confiou sua angústia a um amigo terrestre pois sabia que ninguém poderia tirá-la. Ela foi direto à Fonte, dobrou seus joelhos e, orando, lançou seus fardos a Deus. Além disso, orava todos os dias por seu filho.

“Cada ano ela lhe fazia, com suas próprias mãos, uma túnica para o serviço; e, subindo com o esposo para adorar em Siló, dava ao menino esta lembrança de seu amor. Cada fibra da pequena veste era tecida com uma oração para que ele fosse puro, nobre e verdadeiro” (1 Samuel 2.18-20). 

5 – Gratidão

Ana reconheceu a bênção que o Senhor a havia dado e não economizou palavras para louvá-lO e engrandecê-lO por este grande feito. O Espírito Santo lhe inspirou a dizer uma das mais lindas orações que encontramos nas páginas sagradas. 

A oração de Ana continha palavras proféticas acerca do rei Davi, bem como do próprio Messias. “Aponta o cântico para a destruição dos inimigos de Deus, e o triunfo final do Seu povo remido”.

Sua piedade e fervor é um exemplo para todas as moças e mulheres que professam servir a Cristo. Momentos difíceis sempre surgirão, mas devemos nos lembrar de exemplos como estes que nos inspiram uma fé inabalável em Deus para que possamos seguir estes exemplos e sermos igualmente fiéis ao Senhor.

 

APRENDENDO COM JUDAS (PARTE 15)

 

APRENDENDO COM JUDAS

Qual é a versão correta da morte de Judas Iscariote, que em Mateus 27,5 diz que “se enforcou” , enquanto que Lucas em Atos relata que ele “se jogou de um barranco e se partiu ao meio” (Atos 1,18).

Podem-se conciliar as narrativas, ou os críticos tem razão ao supor que a Bíblia tem contradições

Para analisar o texto deveríamos estudar a história da exegese do texto, pois desde a antiguidade os estudiosos tentam dar a explicações, teríamos que passar pelo testemunho de Papias na antiguidade ou mesmo as harmonizações de Agostinho para os dois textos, ou os dicionários que descrevem o verbete “Judas”.

 

Judas se enforcou (Mateus 27,5) ou se jogou de um barranco e se partiu ao meio (Atos 1,18)?

 Olhando os dois escritos vemos que existe uma diferença de tempo entre o que Mateus escreveu e o que Lucas nos Atos dos Apóstolos escreveu.

Ambos escrevem para comunidades diferentes, Mateus escreve para Judeus de Jerusalém (Mateus aramaico 50 d. C e Mateus 60 d.C.) e numa distância pequena entre o acontecido e o escrito.

Muitos dos que ouviam o evangelho de Mateus viveram aqueles fatos, presenciaram e participaram. Enquanto que Lucas, não foi discípulo de Jesus, acompanhou em particular a Paulo nas suas viagens e seus ouvintes. (evangelho de Lucas 70 (d.C.) não conheciam nem a Palestina, ou Jerusalém muito menos onde se localizava este campo Aceldama, chamado de “campo de sangue”.

Nota: Lucas não foi discípulo de Jesus. Ele nem chegou a conhecer Jesus, pois quando Lucas nasceu, Jesus já tinha morrido. Lucas era um médico grego e viveu na época do apóstolo Paulo.

Na compreensão dos fatos podemos dizer que o que Mateus descreve são os fatos reais do momento.

Judas vendo que Jesus fora condenado se arrependeu e pegou as 30 moedas de prata e quis devolver aos sacerdotes, mas eles não receberam, então Judas atirou as moedas no templo e retirou-se para enforcar-se.

Os chefes e sacerdotes compraram com este dinheiro “impróprio para o templo, dinheiro de sangue” um campo para sepultar os estrangeiros chamado “campo de sangue”, devido ao acontecido. (Conhecemos a rigidez da lei judaica para com os estrangeiros).

Atos dos Apóstolos escrito por Lucas aparece mais tarde simplesmente, não repete o fato, mas só narra as consequências em Atos 1,18 diz que:

“caindo de cabeça para baixo, arrebentou pelo meio e derramando-se todas as suas entranhas” (Atos 1,18) Bíblia de Jerusalém.

Portanto pode assim se entender: que Mateus trata do modo da tentativa de suicídio, e Atos dos Apóstolos por sua vez descreve o resultado. Lucas simplesmente narra o acontecimento depois do fato acontecido, o suicídio.

Pelo visto, Judas atou uma corda ao galho duma árvore, e tentou enforcar-se por pular dum penhasco. (E uma explicação razoável e compreensível, a Aceldema localiza num penhasco rochoso, perto de Jerusalém ao lado da “Geena”, onde se levava toda a imundice da cidade e da limpeza dos animais para os sacrifícios).

Parece que a corda ou o galho da árvore se rompeu, de modo que ele despencou de cabeça para baixo e se rebentou nas rochas embaixo. (Jerusalém por estar junto ao deserto da Judeia, e dos vários cercos que sofreu, praticamente não possuía árvores de porte, e a árvore escolhida por Judas, não aguentou e quebrou).

A topografia em volta de Jerusalém torna esta conclusão razoável.

Outros autores entendem da mesma forma a passagem de Atos 1,18 como o resultado do acontecimento.

É possível que, “se precipitando de cabeça para baixo” fosse um termo médico para “inchação”. (ou também possível que o cadáver tenha inchado, arqueado a cabeça e pelo calor caído por terra arrebentando-se)

 

terça-feira, 24 de maio de 2022

APRENDENDO COM CALEBE


 

CALEBE - CONQUISTADOR DE DEUS

“...Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu porém perseverei em seguir ao Senhor meu Deus. Então Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua, e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao Senhor meu Deus....” 14:6-14
Nos transformar em verdadeiros conquistadores é a bênção que Deus tem para nós. De que adianta experimentar um milagre, mas seguir vivendo como um derrotado? O que o Senhor quer fazer em nós é mudar nossa atitude diante da vida, levando-nos a conquistar nossos ideais pela fé.
A BÍBLIA ESTÁ CHEIA DE EXEMPLOS DE CONQUISTADORES.
Calebe é um deles. Este homem guardou uma promessa de Deus por quarenta e cinco anos e finalmente a conquistou. No dia em que o Senhor lhe prometeu o Monte Hebron, Calebe concebeu um sonho. Mas, sonhos serão apenas ilusões, se não tivermos o caráter de vencedores.
VAMOS VER AS MARCAS QUE FAZEM DE UM HOMEM UM CONQUISTADOR EM DEUS:
1- ELE GUARDA AS PROMESSAS DE DEUS PARA SUA VIDA
Calebe não tinha apenas sonhos humanos, mas buscou projetar sua vida de acordo com a Palavra de Deus. Uma vez que o Senhor lhe fez promessas, ele creu e não abriu mão delas. Por quarenta e cinco anos ele insistiu em crer e foi pela sua perseverança que Deus o abençoou. Veja as promessas que Deus fez a Calebe em Números 14:18-24.
2- ELE NÃO DÁ OUVIDOS ÀS VOZES DA INCREDULIDADE –
Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu porém perseverei em seguir ao Senhor meu Deus. Js.14.8 –
Se há um inimigo das nossas conquistas, esse inimigo é a incredulidade. Muitos tentarão nos convencer que o caminho da fé não nos levará a nada. Calebe foi um dos poucos em sua geração que creu no que Deus dizia. Ele não se amoldou aos incrédulos!
Essa é uma marca dos conquistadores de sonhos. A palavra que Deus nos dá, deve ter mais valor para nós do que as palavras daqueles que são negativos ou pessimistas, só porque não são capazes.
3- ELE RECONHECE O FAVOR DE DEUS, MESMO QUANDO AINDA NÃO TEM TUDO O QUE BUSCA
E agora eis que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos. Js.14.10 – Você seria capaz de esperar quarenta e cinco anos por uma benção e ainda assim ter um coração agradecido?
Pois Calebe reconhecia que a benção do Senhor o mantivera vivo e com vigor!
A gratidão é um segredo espiritual. Aquele que não vê a mão de Deus na dificuldade desanima e não consegue perseverar. Em 1 Pedro 5:6,7 existem dois bons conselhos que podem nos ajudar a continuar esperando pela bênção.
4- ELE TEM DISPOSIÇÃO DE LUTAR PELOS SEUS SONHOS
E ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrarJs.14.11
O monte que Calebe queria estava cheio de inimigos, mas ele estava disposto a lutar contra eles.
Muitas vezes pensamos que a fé nos livra das lutas e nos entrega a benção “de mão beijada”, mas na verdade temos que pelejar pelo que almejamos, pois, a fé não é um sentimento, mas uma atitude. Tiago 1:22-25.
5- ELE REIVINDICA AS PROMESSAS, CONFIANDO NO PODER DE DEUS
Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste que estavam ali os anaquins, e grandes e fortes cidades. Porventura o Senhor será comigo, para os expulsar, como o Senhor disse. Js,14,12
Um conquistador de sonhos pede objetivamente o que quer. Ele não espera passivamente que as coisas aconteçam, mas ora e insiste com Deus, confiando não na sua própria força, mas no poder do Altíssimo. Precisamos ter coragem para pedir. 1 João 5:14-15 nos incentiva a pedir.
Para conquistar algo é preciso: tomar uma decisão de que queremos ter e estamos dispostos a lutar para conseguir.
Que sejamos conquistadores, expressando diante de Deus a fé, a disposição de perseverar, a gratidão pelo que Ele já feze o compromisso de lutar até ver a conquista estabelecida

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 55)

 


QUANDO TUDO QUE É BOM DESPEDAÇA

A pergunta de Davi não é a nossa? Quando tudo o que é bom se despedaça, o que os justos podem fazer? Quando aviões perfuram torres fortes, quando chamas coroam nossa fortaleza, quando cidades sacodem e as pessoas sucumbem, o que podemos fazer?
Ainda estamos esperando que iremos acordar. Ainda estamos esperando que vamos abrir um olho sonolento, balançar a cabeça com cara de travesseiro e pensar "Cara, que sonho!". Mas não vamos. Porque o que vimos não foi um sonho.
Foi indizível, impensável, mas não foi um sonho. Pessoas morreram mesmo. Prédios caíram mesmo.
E nós estamos tristes. Estamos tristes pelas pessoas inocentes que morreram, pelos seus filhos que não os verão mais, por seus cônjuges que terão que enterrá-los. Nós sofremos a perda da vida.
Mas nosso sofrimento vai ainda mais fundo. Quando nos enlutamos pela morte de pessoas, nós nos enlutamos pela morte de uma imagem. Assim como o horizonte da cidade está alterado para sempre, também estará a nossa visão do mundo. Nós pensávamos que éramos intocáveis, impenetráveis.
Com a perda de vidas inocentes vai a perda da própria inocência. Talvez devêssemos saber melhor, mas não sabíamos.
Então, o que podemos fazer? "Quando tudo o que é bom se despedaça, o que podem fazer os justos?"
Curiosamente, Davi não responde sua pergunta com uma resposta. Ele responde com uma declaração: "O Senhor está no seu santo templo. O Senhor está no seu trono no céu".
Este ponto é infalível: Deus não é afetado pelas nossas tormentas. Ele não é detido pelos nossos problemas. Ele não é atingido por esses problemas. Ele está no seu santo templo. Ele está sobre o seu trono no céu.
Edifícios caíram, mas Ele não. O negócio de Deus é mudar a tragédia em triunfo.
Ele não fez isso com José? Veja-o na prisão egípcia. Seus irmãos o haviam vendido; a mulher de Potifar tinha se deitado com ele. Se alguma vez um mundo desabou, foi o de José.
Ou considere Moisés, cuidando de rebanhos no deserto. É isso que ele pretendia fazer com a sua vida? Difícil. Seu coração bate com sangue judeu. Sua paixão é conduzir os escravos, então por que Deus o mantém conduzindo ovelhas?
E Daniel. E Daniel? Ele estava entre os melhores e mais brilhantes jovens de Israel, o equivalente às melhores graduações do nosso país. Mas ele e toda a sua geração estão sendo levados para fora de Jerusalém. A cidade está destruída. O Templo está em ruínas.
José na prisão. Moisés no deserto. Daniel em cadeias. Esses foram momentos escuros. Quem poderia ver qualquer coisa boa neles? Quem poderia saber que o José prisioneiro estava a uma promoção de tornar-se o José Primeiro Ministro? Quem teria pensado que Deus estava dando a Moisés quarenta anos de treinamento no deserto no mesmo deserto por onde ele conduziria o povo? E quem teria imaginado que Daniel, o cativo, seria em breve o Daniel conselheiro do rei?
Deus faz coisas assim. Ele fez com José, com Moisés, com Daniel, e, mais do que todos, ele fez com Jesus. Os seguidores de Cristo viram na cruz a inocência assassinada. A bondade assassinada. A torre de força do céu foi perfurada. Mães choraram, o mal dançou, e os apóstolos tiveram que querer saber: "Quando todas as coisas boas se despedaçam, o que fazem os justos?"
Deus respondeu sua pergunta com uma declaração. Com o estrondo da terra e com o rolar da rocha ele lembrou que "O Senhor está no seu santo templo; o Senhor está no seu trono no céu".
E hoje nós devemos nos lembrar: ele ainda está. Ele ainda está no seu templo, ainda sobre o seu trono, ainda no controle. E ele ainda transforma prisioneiros em príncipes, cativos em conselheiros e sextas-feiras em domingos. O que ele fez então, ele ainda fará.
Cabe a nós pedir que ele faça

APRENDENDO COM JOSÉ

 


APRENDENDO COM JOSÉ

“Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.43-45).
José escolheu permanecer no anonimato para que Jesus Cristo o nosso amado Senhor e salvador fosse conhecido, amado e servido. **“Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?” **(Mt 13.55-56).
José estava ativo no exercício de sua profissão durante o ministério de Jesus. “E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu? (Jo 6.42).
José foi um dos homens mais privilegiados de toda a Bíblia, mais do que Abraão, Moisés, Josué, Samuel, Davi, Elias, Isaias…
Porque todos os patriarcas, juízes, reis, sacerdotes e profetas desejaram ver o Messias;
José teve o privilégio de cuidar de Jesus em sua casa por muitos anos.
José teve o privilégio de cuidar de Jesus desde o seu nascimento até a sua juventude.
José teve a honra de discipular Jesus…
José ensinou a Jesus a sua profissão de carpinteiro.
José foi o único homem da terra a quem o Filho de Deus chamou de pai.
José teve o privilégio de conviver com o Filho de Deus em sua casa durante muitos anos.
Ministério é para gente que ora como João Batista, que declarou: “Convém que Ele cresça e que eu diminua”. (Jo 3.30)
Quem se auto promove no ministério, está tentando roubar a glória de Deus, e, Deus não divide a sua glória com ninguém. (Is 42.8)…
Quem se auto promove, não promove o Reino de Deus; não manifesta a Jesus aos homens.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

APRENDENDO COM DAVI (PARTE 54)

 

A RESTAURAÇÃO DE DAVI

 

É quase inacreditável que um homem como Davi, a quem se atribui a autoria de 73 dos 150 salmos e que possuía certos traços de caráter muito especiais (1 Sm 24.6; 26.8-11; 2 Sm 23.13-17; 1 Cr 21.18-27), tenha descido tanto e cometido pecados tão grosseiros depois de uma carreira acentuadamente bem-sucedida e depois de conquistar a admiração de todo o povo.

 

Os pecados desse “mavioso salmista de Israel” (2 Sm 23.1) não foram banais.

 

DAVI COMETEU ADULTÉRIO COM BATE-SEBA, cujo esposo não era judeu, mas teria abraçado o judaísmo. Nessa ocasião, Urias, o heteu, mencionado como um dos trinta e sete valentes de Davi (2 Sm 23.39), achava-se ausente do lar por estar a serviço do exército de Israel no assédio à Rabá (2 Sm 11.1).

 

O SEGUNDO GRANDE PECADO DE DAVI FOI O ASSASSINATO DE URIAS“com a espada dos filhos de Amom” (2 Sm 12.9). Ele matou um homem virtuoso, que não aceitava privilégios se outros estivessem privados deles (2 Sm 11.6-13). Curiosamente, neste sentido, Urias era muito parecido com o rei — Davi também não quis beber a água do poço de Belém porque ela quase custou a vida de seus amigos (2 Sm 23.13-17).

 

O TERCEIRO GRANDE PECADO DE DAVI FOI A CONEXÃO DOS DOIS PRIMEIROS PECADOS COM A HIPOCRISIA. Ele não estava interessado no bem-estar de Urias quando mandou buscá-lo na frente da batalha e trazê-lo para Jerusalém. O rei queria apenas que ele se deitasse com a mulher para que a gravidez dela fosse atribuída ao esposo.  O presente que Davi lhe deu era um instrumento para beneficiar o rei, e não o valente oficial do exército.

 

Mais grave ainda foi a encenação de Joabe e de Davi para justificar a morte de Urias perante a opinião pública. Foi um caso de extrema corrupção, da qual Bate-Seba não parece estar isenta (2 Sm 11.6-27).

 

Ora, depois de tanta miséria, o autor do salmo que descreve a onisciência e a onipotência de Deus (Sl 139) ficou em pandarecos (Sl 6.2-3), sob o peso esmagador da mão de Deus (Sl 32.4) e dentro de um tremedal de lama (Sl 40.2). Ele gastou pelo menos nove meses para reconhecer e confessar tudo de errado que havia feito (2 Sm 12.13, 14; Sl 32.5).

 

Suplicou a misericórdia de Deus na forma de perdão para o pecado (Sl 6.1-7) e na forma de purificação para a injustiça (Sl 51.1-12).

 

Aceitou a morte da criança, o incesto de Amnom, as trapalhadas de Absalão, a provocação de Simei, a maldade de Aitofel, a morte de Absalão e a sedição de Seba — como conseqüências diretas ou indiretas de seu mau exemplo (2 Sm 12.10-12).

 

O processo de restauração tinha de incluir todos esses acontecimentos e demorou mais de dez anos. Ao cabo de tudo, Davi recuperou o prestígio, a autoridade, o trono, a comunhão com Deus, a delicadeza de seu caráter, as bênçãos de Deus e a experiência de que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20).

 

É ele mesmo quem conta: “De todos os meus filhos, porque muitos filhos me deu o Senhor, escolheu ele a Salomão para se assentar no trono do reino do Senhor, sobre Israel” (1 Cr 28.5).

 

Ora, esse Salomão era filho “da que fora mulher de Urias”(Mt 1.6). Criado pelo profeta Natã (2 Sm 12.25), o mesmo que acusou Davi de adultério, Salomão foi também escolhido por Deus para edificar o Templo do Senhor em Jerusalém (1 Cr 28.6).

 

O ponto mais alto da graça de Deus, porém, está na presença de Davi e Bate-Seba na árvore genealógica de Jesus Cristo, ao lado da virtuosa Maria e de algumas mulheres (Tamar, Raabe e Rute), que jamais estariam ali se não fosse a maravilhosa e soberana graça de Deus (Mt 1.1-17).

 

A Bíblia registra também que Davi “morreu em ditosa velhice, cheio de dias, riquezas e glória” (1 Cr 29.28). Talvez este seja o mais extraordinário exemplo de restauração de toda a Escritura!

 


APRENDENDO COM JACÓ

 JACÓ LUTA COM DEUS

 

 

“Aquele lugar chamou Jacó de Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi poupada.” (Gênesis 32.30)

 

Desde o seu nascimento, Jacó tinha o anseio de ser o primogênito, pois sabia que o primeiro filho tinha direito a muitas bênçãos, incluindo a herança dobrada e a liderança sobre a família (Deuteronômio 21.17). Além disso, o pai liberaria uma palavra de bênção para o primogênito (Gênesis 28:3-4).

 

 

Jacó tinha um forte desejo de ser o primogênito e esta vontade já se manifestara no momento de seu nascimento, pois nasceu agarrado no calcanhar de seu irmão gêmeo, Esaú, que por sua vez foi o primeiro a nascer. Por isso, seus pais o batizaram de Jacó (Yakov), que no original hebraico significa “calcanhar” (Ekev) ou “aquele que agarra o calcanhar”. Ele tinha nitidamente desejo de ser o primeiro, o príncipe. A palavra “príncipe” vem de "primeiro", em referência ao "primeiro filho que será abençoado" pelo pai em uma família monárquica.

 

INCANSÁVEL BUSCA

Como o direito de primogenitura era uma lei, era preciso uma nova lei para revogar a anterior. Mas esta nova lei precisava ser emitida por alguém com autoridade para fazê-la e o único com esse poder era o próprio Deus.  Uma batalha já havia sido anunciada por Deus quando Rebeca estava grávida dos irmãos gêmeos.

 

“E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor”. (Gênesis 25.23). Quando o Senhor disse que “o maior servirá ao menor”, ele já estava se referindo à revogação da lei da primogenitura para aquela ocasião. Estava dizendo que Jacó teria autoridade sobre o seu irmão mais velho, ainda que viesse a nascer depois dele. Somente Deus poderia fazer uma promessa semelhante a essa, pois toda a autoridade pertence a Ele.

 

A VIDA DE JACÓ

Os filhos de Rebeca e Isaque cresceram e desenvolveram personalidades diferentes. Enquanto Esaú tornou-se um homem de caça, experiente no campo, conquistando a simpatia do pai, Jacó era diferente... um homem pacato, manso e que se agradava de estar em casa, ajudando sua mãe. Portanto, Isaque acabou se afeiçoando mais a Esaú e Rebeca a Jacó (Gênesis 25.28).

 

Jacó nasceu lutando com seu irmão pela primogenitura e, mesmo não sendo o primeiro a nascer, ainda tinha sobre sua vida uma promessa de Deus. No entanto, o Senhor tem diferentes maneiras de trabalhar na vida de um homem.

 

“Um dia, tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú”, diz o capítulo 25 do livro de Gênesis, no capítulo 25 e versículo 29. Esse episódio é, na verdade, um plano de fundo daquilo que estaria por vir. Jacó sabia que o irmão voltaria faminto da caça no campo e aproveitou que o irmão estava atordoado pela fome para propor uma troca: a primogenitura em troca de um prato de cozido com lentilha.

 

Algum tempo depois, quando Isaque estava para enfim dar a bênção que era de Esaú por direito, Jacó conta com a ajuda de sua mãe para enganar o pai – que já não enxergava quase nada – e acabou sendo abençoado no lugar do irmão, que ao ficar sabendo do episódio, se enfureceu.

 

O ocorrido obriga Jacó a deixar a casa de seus pais, que o enviam para Harã, onde vivia seu tio Labão. Lá ele permaneceria por mais de 20 anos, enfrentando a ganância do tio e carregando em seu coração uma promessa que Deus lhe fez, ainda quando estava a caminho de Harã.

 

JACÓ LUTA COM DEUS

Após aquele período, distante dos seus pais, Jacó retorna já muito próspero, com uma família abençoada e nutrindo no seu coração o desejo de ver se cumprir a promessa do Senhor, de que a partir da sua família todos os povos seriam abençoados.

 

Neste retorno, ele tem um encontro com Deus através de uma teofania, quando o Eterno assume uma figura humana ou de um anjo para se manifestar aos homens. A Bíblia diz que o Anjo do Senhor teve um encontro com Jacó, o qual por sua vez, estava determinado a não deixá-lo ir até que fosse abençoado (Gênesis 32.24 – 29).

 

 

"Eu não vou deixar você ir se não me abençoar", disse Jacó ao Anjo do Senhor, enquanto o segurava com todas as suas forças. Ele realmente estava determinado a receber sua bênção. A força que Jacó usou naquele momento foi tamanha que o Anjo precisou também usar de sua força para ferir o homem na coxa para conseguir se desvencilhar de seus braços.

 

Nós precisamos fazer o mesmo, precisamos nos agarrar ao Senhor e dizer o mesmo: "Eu não vou deixar você ir se você não me abençoar!".

 

Jacó queria receber a bênção definitiva em sua vida. Ele deixou claro que queria a bênção divina que ele tanto valorizava e desejava com paixão. Vendo a persistência e compromisso intenso, o Anjo do SENHOR atendeu ao pedido de Jacó e o abençoou.

 

“E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.” (Gênesis 32.27,28)

 

Não apenas pela luta, mas também pela experiência sobrenatural que Jacó viveu naquele momento, o significado daquilo foi tamanho em sua vida, que até mesmo o seu nome foi mudado e o cumprimento da promessa divina sobre Israel permanece até os dias de hoje, podendo ser notada até mesmo pelos olhos mais incrédulos.

 

Pr. Joel Engel

 


APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...