terça-feira, 13 de dezembro de 2022

APRENDENDO COM NOEMI

 APRENDENDO COM NOEMI  

A morte de Abimeleque (1:3-5)

Morreu Elimeleque... Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.

A morte, num certo sentido, é um dos acontecimentos mais natu­rais da vida, mas, num outro, é o menos natural. Todos os homens são mortais; o tempo de permanência do homem aqui na terra é limi­tado. 

A morte inexoravelmente lembra o homem de sua fragilidade e limitação; limitação essa (o salmista nos diz) da qual o Senhor não fica esquecido, e que faz par te do significado da compaixão que sente para com o seu povo: "Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura, e sabe que somos pó." 

Assim como toda a "natureza", a morte faz parte do homem desde o princípio. E certas casas funerárias modernas parecem recusar-se a crer que ela seja real.

Que significado, ficamos imaginando, o crente em Javé dava à morte quando Noemi ficou desamparada de seus dois filhos e de seu marido? 

Eles não tinham consciência da transformação do significado da morte trazida pelo Novo Testamento. Eles tinham muito menos fundamento do que nós para crer na vida após a morte. 

Não poderiam ter entendido a plenitude do significado das palavras de Paulo sobre a morte, que "perdeu o seu aguilhão", ou da sua descrição da morte como um simples "adormecer".

 Mas não devemos esquecer a confiança de Davi em que estaria com o seu filho morto, nem o pensamento positivo dos Salmos 49 e 73. 

Mesmo para um homem de fé do Antigo Testamento, morrer era "dormir com os seus pais", ou "ser reunido ao seu povo". E o desespero expresso em passagens tais como o Salmo 88 parte daquele que se julga alienado da com­paixão de Deus, morrendo sob a sua ira, e não de um crente ple­namente confiante na graça de Deus.

Mas é a ressurreição de Jesus Cristo que dá forma àquilo que para o cristão agora é uma certeza: para o crente a morte proporciona comunhão infinita com o Senhor. Para o cristão, morrer é "zarpar rumo a outra terra".

 Nossos corpos são preparados para uma vida espiritual mais completa, preparados para a vida no céu, com seus correlativos celestiais mais ricos do que os corpos físicos que são apro­priados para este mundo de espaço e tempo. 

A esperança cristã aguarda "aquela grande multidão que ninguém pode enumerar", cujas roupas foram alvejadas "no sangue do Cordeiro", que ficarão em pé diante do trono de Deus e o servirão "de dia e de noite no seu santuário".

Algumas partes do Antigo Testamento dão indicações destas afir­mações de fé. Isaías, numa seção que poderia ser considerada como a base da fé no destino pessoal, como também da sorte da nação, fala do tempo quando o Senhor "tragará a morte para sempre e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos." 

Então ele afirma que "os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó." E nas visões apocalípticas de Daniel, ele se estende pela fé em busca daquilo que talvez apenas perceba indistintamente: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e horror eterno."

Mas, de um modo geral, a morte no Antigo Testamento é um estado ambíguo e escuro. De um lado, os mortos são às vezes considerados como aqueles que foram separados da esfera da influência de Javé. A morte para eles significa o fim de um relacionamento consciente com Deus; já não se ouvem mais louvores a Javé. 

A morte é o rei dos terrores. O submundo tenebroso do Seol, o lugar dos mortos, é um local profanado que enfatiza o horror da morte. O crente em Javé não deve tentar alcançar aqueles que morreram, nem deve, como os demais cananeus, ocupar-se em rituais da morte, como cortar o cabelo ou ferir sua carne como um reconhecimento do poder da morte.

 O povo de Moabe, entre o qual Noemi habitava, possivelmente tinha atitudes para com a morte que eram intoleráveis para o crente em Javé (indicadas, talvez, pelo modo como Amos teve de denunciá-lo porque "queimou os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal").

Por outro lado, também encontramos no Antigo Testamento uma forte fé em Javé como Senhor, e o Senhor da vida. Nenhum outro soberano pode reinar no reino da morte. Assim, neste vácuo, a fé em Javé cria indícios de esperança. 

O salmista, quando se encontra à beira da morte, clama a Javé para que se lembre dele; e, em outra passagem, o poeta expressa a certeza de que Deus vai recebê-lo através da morte numa outra vida. Ou, então, mesmo que venha a fazer a sua cama no Seol, "lá estás também". O Senhor não vai abandoná-lo. 

Há um sentido no qual, no momento da morte, Javé vai "arrebatar" o crente para que fique em comunhão com ele. O próprio Deus está presente junto ao crente na vida e na morte, e não vai abandoná-lo no reino de Seol.

Quanto desta fé crescente Noemi partilhava nós não sabemos. Talvez ela tivesse vislumbres dessa verdade que nos foi totalmente revelada no Novo Testamento: para aquele que se aproxima de Deus pela fé, a morte, num certo sentido, já ficou para trás. Os crentes cristãos são "batizados na morte de Cristo" e, embora a sua morte física ainda tenha de acontecer porque a glória completa ainda não foi revelada, sua comunhão contínua com o Senhor é coisa segura.

Mas seja quanto for que Noemi tenha captado sobre o significado da morte para o crente em Javé, existem dois aspectos de suas próprias circunstâncias que são evidentes. Primeiro, seu marido e filhos haviam morrido prematuramente. 

Como podemos nos identifi­car bem com a tristeza do Antigo Testamento, quando enfrentamos aquilo que os que ficam só podem classificar de morte prematura! Abraão morreu em idade avançada, um homem velho e cheio de anos. Numa vida assim há realização, como na de Jó, que viu seus filhos, netos e até mesmo bisnetos. 

Mas a morte de uma pessoa jovem tem um tom de tragédia: "Em pleno vigor de meus dias hei de entrar nas portas do além; roubado estou do resto dos meus anos." Hagar, a mãe, lamenta a morte iminente de seu filho: "Assim não verei morrer o menino"; e Davi sofre com a morte do seu filho.

 Para Malom e Quiliom certamente, e podemos imaginar que também para Elimeleque, a morte chegou cedo na vida; eles foram "roubados" do resto dos seus anos. E Noemi ficou desamparada de seus dois filhos e de seu marido muito cedo na vida.

Em segundo lugar, embora o livro de Rute apenas nos dê um rápido vislumbre de fé em que a morte não seja o fim da comunhão (1:17), havia uma certeza. O nome do homem não deve ser esquecido. Seu nome permaneceria na sua herança. 

Como era importante para ele, portanto, que tivesse um filho (4:5,10)! E como deveria ser desesperador, portanto, para Noemi o fato de que, além de ter perdido os três homens de sua família, ela não tivesse um único herdeiro através do qual os nomes deles continuassem e sua herança ficasse garantida! Seus homens morreram, e com eles os seus nomes!

Aqui o autor coloca um desastre em cima do outro na vida de Noemi, dando-nos um senso real do choque que atinge uma pessoa nessas condições. Ela certamente não havia merecido; com certeza fora inesperado. Não estaremos penetrando aqui no lado oculto da providência de Deus: o fato de que certos sofrimentos nossos parecem insuportáveis; algumas de nossas circunstâncias parecem tão injus­tas; e algumas de nossas perguntas ficam sem respostas?

Com Noemi aprendemos que fé, às vezes, significa uma disposição de deixar essas perguntas como mistérios de Deus, na confiança de que, em dias melhores, ele tem se mostrado fidedigno.

 O Senhor visita (1:6-7)

Então se dispôs ela com as suas noras, e voltou da terra de Moabe, porquanto nesta ouviu que o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu, pois, ela com suas noras do lugar onde estivera; e, indo elas caminhando, de volta para a terra de Judá,...

A nossa memória mantém vivo no presente o significado das experiências passadas. Com que frequência o povo de Deus recebeu a instrução de "lembrar" de como Deus o ajudou no passado. 

Depois do êxodo do Egito, na noite de Páscoa, a primeira palavra de Moisés , ao povo foi: "Lembrai-vos deste mesmo dia ... pois com mão forte o Senhor vos tirou de lá." Eles deviam se lembrar do seu tempo de escravos no Egito como um incentivo para a guarda do sábado; deviam lembrar que o Senhor era o seu Deus. 

Quando tivessem medo, deviam se lembrar do poder do Senhor. Quando repousassem em bênçãos, deviam se lembrar de que também o tinham provocado à ira. Grande parte das regras éticas de sua sociedade estava fundamentada na lembrança do tempo em que eram escravos e na salvação de Deus. Nos dias dos juizes, logo depois que Gideão morreu, houve proble­mas, porque o povo se voltou novamente para Baal e não se lembrou do Senhor seu Deus.

Mas Noemi se lembrou. As linhas de comunicação com os amigos da pátria continuaram abertas. Pelo testemunho posterior de Rute vemos que Noemi fora uma servidora fiel de Javé em Moabe. 

Ela man­tivera viva em sua consciência a realidade da ajuda do Senhor ao seu povo no passado. E aguardava sinais da sua ajuda no presente. Como o salmista, quando consumido com sofrimento e depressão, Noemi sem dúvida consolava-se "invocando os feitos do Senhor". Como Jonas em seu nada invejável estado aquático, a mente de Noemi estava em oração ("Quando dentro em mim desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração"). 

Nos tempos de provação, fé às vezes significa deixar as dificuldades nas mãos de Deus, mesmo sem receber uma resposta. Uma fé assim é fortalecida pela lembrança constante de como Deus nos ajudou no passado. Pedro insiste com os seus leitores cristãos para que tenham em mente as promessas e os dons graciosos de Deus, e que os tenham como lembrete. E, acima de tudo, somos aconselhados a lembrar, a des­cansar e a nos alimentar da graça salvadora de Deus em Cristo sempre que comermos o pão e bebermos o cálice do Senhor "em memória" dele. 

A fé é uma caminhada de confiança e crescimento; é um móbile em movimento, não uma vida estática. E quando algumas partes balançam por algum tempo nas sombras, confiamos que aparecerão de novo na luz, como já aconteceu muitas outras vezes. Parte da espiritualidade dos homens e mulheres de fé no tempo de Noemi consistia em meditar nos grandes feitos de Deus no passado, e podemos aprender com eles a manter assim a fé viva em períodos de trevas.

Assim, o coração de Noemi permaneceu em Judá e ela não se esqueceu do seu Deus. Na verdade os seus ouvidos ficaram alertas às notícias que chegavam a Moabe, de que Javé não abandonara o seu povo: a fome terminara, o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. 

O Senhor, como já dissemos, traduz o nome de Deus, Javé. Ele é o Deus cujo nome pessoal indica o seu caráter: o Deus que está em atividade, o Deus que vem ao encontro do seu povo na necessidade, o Deus que liberta o seu povo pela ação de um remidor (goel) 

É através do caráter deste Senhor, revelado ao seu povo gerações antes, que Noemi mede agora a amargura de suas perdas e do seu iso­lamento (1:13, 21). É este Senhor que, descobrimos mais tarde, é adorado por Boaz e seus empregados, e cuja bênção é invocada sobre Rute (2:4,12). 

É este Senhor que é bendito por Noemi por causa da graciosa generosidade de Boaz, que é visto como o doador da vida e sob cujos cuidados providenciais Noemi finalmente encontra alegria (2:20,4:13-14). O livro de Rute é rico em sua revelação do tipo de Deus que é Javé.

O nosso autor anseia que o caráter deste Senhor domine a sua narrativa. É como se quisesse que os seus leitores colocassem os acontecimentos detalhados das alegrias e tristezas de sua história dentro do contexto do Deus cujo caráter foi descrito como "Javé".

Quanto significado existe na frase O Senhor se lembrará! As notícias que Noemi recebeu não são expressas em termos tais como "o tempo melhorou", ou "houve uma inversão económica", ou "a ameaça da invasão desapareceu". 

Tudo isso poderia fazer parte da cadeia das causas para a recuperação da fartura em Belém. Mas não, as notícias chegaram a Noemi em termos de ação do Senhor. Aqui há um tema central na Bíblia: toda a vida é traçada diretamente pela mão de Deus. Quando nos concentrarmos principalmente nas causas secundárias sentimo-nos encorajados a manipular o sistema. É a concentração na Grande Causa que nos ensina a viver pela fé.

Quando o Senhor "visita" o seu povo, ele o faz pelo julgamento ou através de bênção. O alimento que agora existia em Belém é en­tendido por Noemi como um dom de Deus. O sentido disto foi captado pelo salmista ("Abençoarei com abundância o seu man­timento, e de pão fartarei os seus pobres"), como também pelo sacerdote Zacarias séculos mais tarde, quando ele se deleitou no nascimento do mensageiro do Messias ("Bendito seja o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo"). Com a confiança de Noemi nesse Deus, ela podia lidar, como veremos, com os sentimen­tos de ira que suas circunstâncias viessem a provocar.

Agora, com Rute e Órfã, ela inicia sua viagem de volta ao lar.

 

 

 

 

 


APRENDENDO COM ABIMELEQUE

 

APRENDENDO COM ABIMELEQUE 

                    A fome (1:1)

Nos dias em que julgavam os juizes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos.

Mudar de residência não é uma tarefa que a maioria das pessoas assume com leviandade. É uma coisa dispendiosa e inquietante. Implica arrancar raízes e deixar amigos e vizinhos. 

Geralmente leva a procurar uma nova casa, estabelecer uma nova vizinhança, co­nhecer outras pessoas. Para uma família é um verdadeiro terremoto. 

Embora Elimeleque, marido de Noemi, certamente não tivesse a mesma quantidade de utensílios domésticos para transportar que um chefe de família moderno, não foi uma decisão menos importante para ele. Ele re­solveu sair de Belém por causa de uma fome.

Belém de Judá era uma cidade, cerca de oito quilómetros ao sul da atual Jerusalém. Seu nome significa "casa do pão", nome que aponta para a incomum fertilidade daquela região para o plantio de cereais (como o esclarece o capítulo 2 do livro de Rute), Também destaca que a fome era fora do comum. 

Alguns comentaristas crêem que a fome local na região de Belém (aparentemente não havia tal dificuldade cerca de oitenta quilómetros a sudeste, em Moabe, do outro lado do atual Mar Morto) devia-se em parte às pilhagens associadas com o período caótico dos juizes. A invasão midianita no período de Gideão, por exemplo, destruiu a lavoura e o gado.

Por causa da fome, Elimeleque decidiu que ele e sua família iriam morar durante algum tempo como estrangeiros residentes (peregri­nos) na terra de Moabe.

Não temos certeza do que o induziu a partir. Embora a religião cananéia procurasse controlar o processo da natureza com os seus niveis da fertilidade, o povo de Javé fora ensinado a confiar nele conquanto à prosperidade da terra. 

Será que a fome, na mente de Elimeleque, era um sinal do descontentamento divino? Não sabe­mos. Sabemos que outros belemitas permaneceram na terra à espera do final da fome e, ao que parece, passaram muito melhor do que lilimeleque (versículo 6). 

À luz dos acontecimentos subsequentes, ficamos imaginando se o autor não pretende nos levar a pensar que Abimeleque não foi sábio na sua atitude! 

 Certamente a viagem não alcançou o seu objetivo: escapar da morte. Todos os três homens da família morreram em Moabe. 

Além disso, com a mudança, morreram numa terra estranha, deixando Noemi, a viúva, muito mais desolada do que se tivesse permanecido na companhia dos seus conhecidos.

Ali, com tantos lugares, por que ir a Moabe?!

Localizada no planalto, ao leste do Mar Morto, Moabe era povoada pt-Ios descendentes de Ló.6 Embora não tivessem sido atacados pêlos israelitas em seu retorno à terra prometida depois do êxodo, apesar de sua falta de amabilidade característica, os moabitas não deviam ser admitidos na congregação de Israel. Por quê? 

Eles eram adoradores de Camos, um deus ao qual aparentemente se faziam sacrifícios humanos. Os moabitas eram, às vezes, chamados de "povo de Camos".

 Além disso, durante o primeiro período dos juizes, Eglom, rei de Moabe, invadiu a terra dos israelitas e manteve o povo de Israel na escravidão durante dezoito anos. 

Portanto, era um lugar muito estranho para um crente em Javé, habitante de Belém, escolher para morar. Por que não foram para algum lugar onde se adorava Javé? Será que era falta de confiança na providência de Deus? 

Embora elogiando o pretenso desejo de Elimeleque de cuidar de sua família durante a fome, Matthew Henry pergunta como se poderia justificar a mudança a Moabe. "Aborrecer-nos com o lugar no qual Deus nos coloca e abandoná-lo na primeira oportunidade, logo que nos depara­mos com algum desconforto ou alguma inconveniência, é evidência de um espírito descontente, desconfiado e instável."

Não temos dados suficientes para saber se a atitude de Elimeleque justifica o comentário de Matthew Henry. Porém, mesmo que a atitude de Elimeleque implique falta de fé ou expressão de desconten­tamento para com Javé, o restante do livro de Rute demonstra amplamente que a providência graciosa de Deus não é limitada pela loucura do homem. 

A alegria final na família e o propósito de sua história, resultante da entrada de Rute no cenário, demonstram a rica benignidade da providência de Deus. Ver que tais benefícios foram colhidos como resultado de uma conduta impensada é uma evidência de seu amor. Felizmente, a providência de Deus cobre até os nossos erros!

 

Os nomes (1:2-5)

Este homem se chamava Elimeleque, e sua mulher, Noemi; os filhos se chamavam Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; vieram à terra de Moabe e ficaram ali. 3 Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com seus dois filhos, 4os quais casaram com mulheres moabitas; era o nome duma Órfã, e o nome da outra Rute; e ficaram ali quase dez anos. 5 Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.

Para o nosso autor, os nomes são significativos. Temos alguns personagens no livro cujos nomes não são mencionados, como o "resgatador" que aparece em Rute 4:1. Portanto devemos presumir que, se o escritor nos cita nomes, é com algum propósito especial. 

Na maneira hebraica de pensar, saber o nome de uma pessoa é conhecer o seu caráter, conhecer a pessoa. O nome é a pessoa. Quando Abrão se tornou uma nova pessoa, ele recebeu um novo nome. Quando o nome de uma pessoa é destruído ou retirado, a pessoa, é extinguida da memória humana, como se nunca tivesse existido.

 Era uma coisa terrível ser deixado sem nome nem descendentes. Portanto, quando Deus diz o seu próprio nome, está falando do seu caráter e comparti­lhando o seu próprio ser com aqueles aos quais falou. "Javé" é o seu nome pessoal, o nome do Deus da aliança.

Elimeleque significa "meu Deus é rei". Alguns comentaristas, como Henry, que já citamos acima, imaginam que talvez haja alguma censura implícita no fato de citar este nome. Não deveria tal nome expressar dependência e confiança em Deus? Com certeza deveríamos lembrar que para todo aquele que pode dizer "meu Deus é rei", embora não receba uma promessa de uma vida livre de problemas, há sempre a promessa do pão de cada dia e a certeza de que não há necessidade de ficar morbidamente ansioso por causa do amanhã.15 Parte do significado da fé pode ser expressa declarando que a f é é aquilo que Deus nos dá para nos ajudar a enfrentar as incertezas da vida. Será que Elimeleque vivia de acordo com o seu nome?

Noemi significa "amável, encantadora, agradável". E o comovente significado deste nome destaca-se mais tarde, quando Noemi volta de Moabe com sua nora Rute, entristecida pelas experiências amargas que ela cria ter recebido da mão do Senhor. "Não me chameis de

Noemi", ela diz aos seus vizinhos, "chamai-me Mara; porque grande .unargura me tem dado o Todo-poderoso" (1:20).

Malom e Quiliom, os filhos de Noemi, aparentemente tinham anti­gos nomes cananeus, mas foram aqui mencionados devido ao seu sig-n i ficado dentro do cenário, para que entendamos as lágrimas e o sofrimento do restante de Rute 1. "Malom" parece estar ligado a uma raiz cujo significado é "estar enfermo"; e "Quiliom" significa algo assim como "enfraquecer", ou "definhar", ou até mesmo "aniqui­lação".

Órfã e Rute são nomes moabitas e os seus significados não são muito claros. Mas o que está claro é a sua nacionalidade. Os filhos de lïlimeleque casaram-se com adoradoras de Camos e, embora tal casamento não fosse aparentemente proibido, os moabitas não eram admitidos na congregação para o culto.

A família, diz-nos o autor, era de efrateus. Efrata é uma palavra geralmente associada com Belém, mas o seu significado é muito incerto. As passagens onde aparece sugerem que há uma dignidade especial ou alguma importância em se estar ligado a um efrateu. Aqui, provavelmente, indica que estamos sendo apresentados a uma família bem estabelecida. Certamente, quando Noemi voltou, não era uma pessoa sem importância (1:19). 

Talvez, como sugere Leon Morris, sua família pertencesse à "aristocracia" local, uma família que, quando partiu para Moabe, era conhecida como de pessoas ricas ("Ditosa eu parti", 1:21). Mas a riqueza e o prestígio não são garantias de fe­licidade material ou de ausência de sofrimento. 

A fome angustiou a família o suficiente para que esta abandonasse o seu lar e partisse para Moabe. Depois, além da perda do conforto físico e da segurança do lar, veio a dor, não de uma morte, mas de três. Noemi, em quem se concentra este primeiro capítulo de Rute, ficou sozinha, sem lar, sem marido, sem filhos, sem amigos, sem esperança, sem herança. O que o culto a Javé significava para ela agora?

 


quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS

Qualquer um que conheça alguma coisa sobre os evangelhos – e mesmo aqueles que não conhecem – sabe que Jesus era amigo de pecadores. Ele muitas vezes atraia a ira dos escribas e fariseus por comer com pecadores (Lucas 15.2).

 

Jesus claramente reconheceu que um dos insultos atirados contra ele era que ele era “um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lucas 7.34). Essa história significa que Jesus é amigo de pecadores como nós. Também nos desafia pelo exemplo de Jesus a certificarmos que não rejeitamos ninguém de alguma forma que Jesus jamais faria.

 

Por mais preciosa que essa verdade seja – que Jesus é amigo de pecadores – como qualquer outra verdade preciosa da Bíblia, ela deve ser protegida de erros doutrinários e éticos. É muito fácil, e incrivelmente comum, que cristãos (ou não cristãos) peguem a verdade geral de que Jesus era amigo de pecadores e a torcem até não ser mais reconhecida. Assim, “Jesus comia com pecadores” se torna “Jesus adorava uma boa festa”, que se torna “Jesus estava mais interessado em demonstrar amor do que tomar partido”, que se torna “Jesus sempre estava do lado dos não religiosos”, que se torna “Jesus pouco se importava com as violações da Torá”.

 

Se queremos celebrar o fato de que o Senhor Jesus é um grande amigo de pecadores – e deveríamos – precisamos prestar cuidadosa atenção às formas em que Jesus de fato foi amigo de pecadores. Fora a história da mulher pega em adultério (por motivos de crítica textual), eu contei cinco passagens principais nos evangelhos onde Jesus foi  repreendido por estar perto demais dos pecadores.

 

Mateus 9.9-13; Marcos 2.13-17; Lucas 5.27-32 -  Essa é a história do chamado de Mateus, o coletor de impostos, para ser seu discípulo.Aqui vemos Jesus tomando lugar à mesa com muitos coletores de impostos e pecadores “porque estes eram em grande número e também o seguiam” (Marcos 2.15). Quando os escribas e os fariseus murmuram a respeito de suas companhias, Jesus diz a eles que não veio “chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5.32).

 

Mateus 11.16-19; Lucas 7.31-35 – Aqui Jesus repreende os “homens da presente geração” porque rejeitaram João Batista, por ele ser muito rígido, e rejeitaram o Filho do Homem por ser muito relaxado.É desse incidente que temos a frase “amigo de pecadores”. Vale notar que esse foi um insulto direcionado a Jesus por seus inimigos. Isso não significa que Jesus não o era e que não deveríamos cantar sobre isso, mas essa passagem sugere que Jesus não se encaixava de todas as maneiras nessa descrição. Se Jesus não era “um glutão e bebedor de vinho”, como seus oponentes diziam, talvez ele também não fosse“amigo de publicanos e pecadores” da mesma maneira que eles imaginavam.

 

Lucas 7.36-50 – Logo após vem outra história parecida em Lucas. Uma mulher pecadora unge Jesus com um perfume precioso, enxuga os pés de Jesus com suas lágrimas e com seu próprio cabelo. Quando Jesus é corrigido por deixar essa “pecadora” tocá-lo, ele lembra a Simão que aqueles a quem muito é perdoado amam muito. No fim, Jesus perdoa a mulher de seus pecados e anuncia “A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lucas 7.50).

 

Lucas 15.1-2 – O contexto das parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido em Lucas 15 está nos primeiros versos do capítulo. Conforme os publicanos e pecadores  “aproximavam-se de Jesus”, os fariseus e escribas murmuravam que Jesus estava os recebendo e comendo com eles. As três parábolas que se seguem demonstram como Deus busca os perdidos (15.3, 8, 20) e o quão feliz Deus fica quando pecadores se arrependem (15.7, 10, 21-24).

 

Lucas 19.1-10 – Novamente, os líderes judeus murmuram porque Jesus “ele se hospedara com homem pecador” (Lucas 19.7). Por mais que Zaqueu tenha se arrependido e mudado (19.8), os judeus simplesmente não conseguem aceitar que o Filho do Homem tenha vindo para buscar e salvar os perdidos (19.10) e que esse publicano famoso tenha sido salvo (19.9).

 

Assim, que lições podemos tirar desses episódios? De que forma Jesus era amigo de pecadores? Ele tinha uma estratégia para alcançar coletores de impostos? Ele “andava” indiscriminadamente com beberrões e prostitutas? Ele era um messias do relaxado do tipo “deixa a vida me levar”?

O que vemos do conjunto dessas passagens é que os pecadores eram atraídos por Jesus, que Jesus gastava tempo com esses pecadores que estavam abertos a seus ensinamentos, que Jesus perdoava pecadores arrependidos e que Jesus abraçava pecadores que criam nele.

 

Jesus era amigo de pecadores não porque fazia vista grossa ou ignorava o pecado ou gostava de uma festinha com aqueles que se envolviam com imoralidade. Jesus era amigo de pecadores no sentido de que veio para salvar pecadores e ficava muito feliz em receber aqueles que estavam abertos ao evangelho, que se arrependiam de seus pecados ou que estavam no caminho para colocar sua fé nele.

 

 KEVIN DEYOUNG

 

APRENDENDO COM MOISÉS (PARTE 14)

 

APRENDENDO COM MOISÉS

Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito. Êxodo 3:10 

 

Meditando sobre a família, Deus me levou a fazer uma comparação com a jornada do Povo de Deus desde o Egito até a terra prometida.

 

Moisés liderou, executou as instruções do Senhor, a fim de ensinar o povo e a prepará-los para entrar em Canaã durante toda a jornada desde a saída do Egito.

 

Os pais, representam, simbolicamente Moisés, são responsáveis pelo papel de ensinar, educar, instruir e orientar durante a caminhada desde o nascimento até o casamento. 

 

MOISÉS NÃO ENTROU NA TERRA PROMETIDA! 

Também o SENHOR se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu lá não entrarás. Josué, filho de Num, que está diante de ti, ele ali entrará; fortalece-o, porque ele a fará herdar a Israel. Deuteronômio 1:37-38 

 

Moisés entrega a responsabilidade de guiar os Hebreus na conquista da terra à Josué: 

E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés. Josué 1:1-3

 

Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Josué 1:6 

 

Os pais entregam a responsabilidade dos filhos aos conjugues. 

 

Josué guiou, liderou os israelitas na travessia e conquista da terra prometida, lutaram, guerrearam juntos e por fim conseguiram se apossar da terra. 

 

Esse é o papel do conjugue, caminhar, lutar e se apossar do melhor de Deus, simbolizado pela terra de Canaã. 

 

Nem todos obedeceram às ordenanças e se desviaram dos caminhos do Senhor, se entregando à idolatria e costumes pagãos dos antigos moradores da terra. 

 

Para que possam servir a Deus, cumprir seus propósitos e se apossar da herança, a nova família, os filhos (conjugues) devem se achegar a Deus, ter comunhão com Ele, só assim poderão desfrutar da proteção da sombra da nuvem durante o dia, do fogo de Deus à noite e atravessar o deserto, as tribulações, aflições e obstáculos do novo ciclo familiar que se inicia.

 

E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Êxodo 13:21 

 

Agora o SENHOR vosso Deus deu repouso a vossos irmãos, como lhes tinha prometido; voltai-vos, pois, agora, e ide-vos às vossas tendas, à terra da vossa possessão, que Moisés, o servo do SENHOR, vos deu além do Jordão. Tão somente tende cuidado de guardar com diligência o mandamento e a lei que Moisés, o servo do SENHOR, vos mandou: que ameis ao SENHOR vosso Deus, e andeis em todos os seus caminhos, e guardeis os seus mandamentos, e vos achegueis a ele, e o sirvais com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. Assim Josué os abençoou, e despediu-os; e foram-se às suas tendas. Josué 22:4-6 

 

VIRGULA: 

Ao gerar nova vida, gravidez, deixa-se de ser Josué e tem inicio o novo ciclo da família, pois deixam de ser Josué e passam a ser Moisés, com a responsabilidade de levar os novos para a Canaã. 

 

Somente quando chegarmos à Jerusalém Celestial, a verdadeira Canaã, poderemos por um PONTO FINAL. 

 

APRENDENDO COM OSÉIAS (PARTE 09)

 

APRENDENDO COM OSÉIAS

”Sim, o Senhor, o Deus dos Exércitos; o Senhor é o seu memorial.” –  Oséias 12:5

 

Muitas vezes lemos um determinado trecho onde o escrito mostra um assunto, mais, talvez, por causa de uma vírgula ou uma frase colocada em parágrafo diferente, venhamos entender outro. Por isso, faz-se necessário que, tenhamos bastante atenção naquilo que absorvemos que seja útil para nosso crescimento, tão intelectual quanto espiritual, devemos ser cautelosos e saber qual a realidade do assunto, se tem coerência, se vem nos edificar ou é apenas fruto de imaginação fértil. Depois de sabermos diferenciar-lo, então, ciente do fato podemos argüir.

 

Neste versículo, por exemplo, o profeta Oséias deu uma ênfase tamanha a alguém, alguém que ele descreve com sensatez e presteza, vindo do seu coração? Certamente, este alguém ele conhecia, e, reconhecia o seu poderio, sabia da sua força, entendia os seus feitos, logo, atribuía-lhe os adjetivos precisos, Senhor e General, conseqüentemente dava-lhe as honras merecidas.

 

De uma forma confirmativa e imperativa ele sustentou uma qualidade que só este Ser tinha, Um Senhorio único, impar, irretratável. Um domínio absoluto sobre outros, que por sua vez fez-se digno de todas as homenagens de glorias.

 

De fato, pode se perceber que, Oséias entendia sobre o que ele estava falando, ele não relatava por ouvir de outros, mais porque possuía intimidade, Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Jó 42:5, ele não estava descrevendo o que outros lhes diziam, ele era parte vivenciada daquela cientificação, ele, era um dos que eram liderados por este Senhor.

 

E quem é este que é tão estupendo ao ponto de Ser venerado por exércitos inteiro? Quem é este Rei de toda essa Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.) Salmos 24:10, você consegue assimilar o porque das honras de Oséias? Ele entendeu que, está simplesmente, debaixo da autoridade máxima. Está sob as ordens do Grande Rei o qual pertencem todas as glorias, e que, também é o Senhor dos exércitos, soberano e inigualável, logo, nenhum outro rei ou senhor, seria capaz de ser comparado a Ele. Pois quem no céu se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos dos poderosos pode ser semelhante ao Senhor? Salmos 89:6.

 

Este Senhor tem o domínio sobre tudo e todos, conseqüentemente nada poderá lhe vencer, Ele é o Grande General, Vencedor invicto, sua força e domínio estende-se sobre os céus e movem os alicerces da terra. Ninguém que se alia Dele perde uma luta. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Salmos 24:8.  As suas estratégias são infalíveis, ninguém pode destruir o que Ele ergueu. Ninguém pode desfazer o que Ele fez. A sua sabedoria é incompreensível e inigualável a de qualquer outro. Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento tem. Jó 12:13. Ninguém possui tanta ciência para ensinar igual a Ele. Eis que Deus é excelso em seu poder; quem ensina como ele? Jó 36:22

 

Este Rei, Chamado Deus dos Exércitos, lidera e nunca é liderado, pois acima Dele não existe outro, não há ninguém que possa dar-lhe alguma ordem, Por que quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Romanos 11:34. Ele faz com que os poderosos fiquem presos em suas próprias estratégias. Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos perversos se precipita. Jó 5:13

 

O profeta está fazendo referencia a alguém que era digno absoluto de ser venerado, ele enfatiza que, de tudo o que tenhamos que lembrar, seja sempre memorável ao Senhor, trazer guardado dentro de nós, apenas as lembranças de alguém que faz jus pelo os seus feitos dignos e poderosos.

Um Ser tremendo que é Senhor, que é Deus, que é Rei e General, que conduz vários exércitos sem deixar que ninguém se perca, domina os adversários e vencer no piscar de olhos. Este sim, não podemos nunca esquecer-lo.

 

Este tão breve relato que Oséias mostra-nos é de suprema importância, visto revelar um Deus Supremo é intensificadamente grande, e, ao mesmo tempo, é um lembrete para jamais tiramos das nossas vidas.

 

Aquilo que venhamos a fazer, falar, ou viver, vai mostrar e demonstra a quem seguimos. Oséias mostra claramente que ele seguia a um Deus invencível, mesmo com todos os contratempos que ele viveu, fez-se notar, que ele era um guerreiro, e obedeciam as ordenanças do Grande General, O Deus Todo Poderoso, ele conhecia este Deus ao ponto de com poucas palavras demonstrar uma força insuperável do seu Senhor, conseqüentemente, Oséias por ser um aliado neste comando, também trazia consigo as características do seu Senhor, General, Rei e Deus, pois o filho sempre tem o DNA do seu pai.

 

E Você, traz em sua vida as mesmas as qualidades que Oséias traziam? Então você faz parte de um exercito diferençável, o Exercito de Deus. Caso contrário, você está no batalhão errado. Porém, hoje é o seu dia de sorte, chegou a sua vez de alistar-se. E, Seja bem vindo à patrulha que trilha o caminho da salvação.

 

APRENDENDO COM JESUS

 

APRENDENDO COM JESUS

Precisamos chegar perto de Jesus. Aprender dele, caminhar com ele, ser contagiados por ele, negarmos a nós mesmos como ele se negou  e amar os outros como ele amou!

 

JESUS ENXERGAVA O SOFRIMENTO ALHEIO

Ao passar, Jesus viu um cego de nascença (Jo 9.1) 

 

JESUS ENXERGAVA AS DEFORMIDADES FÍSICAS — as costas corcundas por 18 anos da mulher encurvada (Lc 13.11), a mão atrofiada daquele homem que estava na sinagoga (Lc 6.6), as pernas imóveis por 38 anos do paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.5), os olhos baços do cego de nascença (Jo 9.1), o rosto sem a orelha direita do servo do sumo sacerdote (Lc 22.50).

 

JESUS ENXERGAVA OS TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS — a nudez e a violência do endemoninhado de Gerasa, que vivia nos sepulcros, gritava sem parar e cortava-se com pedras (Mc 5.1-5).

 

JESUS ENXERGAVA A TRISTEZA INTERIOR — a dor daquela mulher que já havia perdido o marido e agora estava sepultando o único filho (Lc 7.13), e as lágrimas da irmã e dos amigos de Lázaro, sepultado quatro dias antes (Jo 11.33). Duas vezes, Jesus perguntou a Maria Madalena: “Mulher, por que está chorando?” (Jo 20.13, 15).

 

JESUS ENXERGAVA O VAZIO EXISTENCIAL — ao encontrar-se com aquela samaritana que já havia vivido com cinco maridos e estava ligada ao sexto, o Senhor lhe disse solenemente: “Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4.13-14). Este vazio acontece quando a pessoa não sabe de onde veio nem para onde vai, corre atrás de tudo e não tem nada, experimenta tudo e nunca se satisfaz. Jesus teve compaixão daquela multidão de homens e mulheres famintos “porque eram como ovelhas sem pastor” (Lc 9.10-17).

 

A sede da alma é mais intensa do que a sede do corpo. O vazio existencial é mais doloroso do que o vazio estomacal.

 

JESUS ENXERGAVA A PRESSÃO DA CULPA – a mulher pecadora que ele havia perdoado, cheia de gratidão, não se conteve e entrou sem ser convidada na casa de Simão, o fariseu, e fez tudo o que o seu coração desejava: lavou os pés do Senhor com suas lágrimas, enxugou-os com seus cabelos, beijou-os e, por último, os ungiu com o perfume que trazia num frasco de alabastro. Embora fosse uma cena inusitada, Jesus não interrompeu o ritual da mulher e ainda a defendeu, explicando ao seu anfitrião que “aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama”.

 

E ainda se dirigiu à vista de todos à mulher, dizendo-lhe três coisas: “Seus pecados estão perdoados”, “sua fé a salvou” e “vá em paz” (Lc 7.36-50).

 

O mesmo aconteceu com outra mulher em situação bastante complicada, que tinha sido surpreendida em adultério (portanto não tinha como se defender) e caído nas mãos dos implacáveis fariseus. Felizmente, ela foi levada a Jesus, que, depois de desmoralizar e mandar embora os acusadores da mulher, disse-lhe mais ou menos as mesmas três palavrinhas ditas à ex-“pecadora”: “Eu também não a condeno”, “agora vá” e “abandone sua vida de pecado”(Jo 8.1-11).

 

Ninguém suporta o peso continuado (“dia e noite”) da mão do Senhor, cujo propósito é conduzir o culpado à confissão e ao abandono do pecado (Sl 32.1-5).

APRENDENDO COM JEREMIAS (PARTE 11)

 APRENDENDO COM JEREMIAS

 

“Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino. Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor. E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1,6:9)

 

Grande foi o chamado para o profeta Jeremias, homem humilde perante Deus “Olha para mim, Senhor, e ouve a voz dos que contendem comigo”  (Jr 18:19), e que chegou a se dizer criança para fazer tamanha obra a mando do próprio Deus, que entre outras promessas o disse “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” (Jr 1:5)

 

Já no primeiro versículo é atribuída ao profeta Jeremias, a autoria do livro, que foi escrito a partir de 627 e se estendeu até 580 AC. Este livro registra as mensagens finais sobre Judá, alertando-lhe sobre a destruição que se aproximava caso a nação não se arrependesse.

 

O maior clamor de Jeremias era levar o povo a voltar-se para Deus. Entretanto, parecia inevitável que Judá fosse destruído por cauda da constante imoralidade que o povo insistia em viver e a idolatria a outros deuses “No décimo dia do quinto mês, do ano décimo nono de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nebuzaradã, o chefe da guarda e servidor do rei da Babilônia, veio a Jerusalém. E queimou a Casa do Senhor e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; também entregou às chamas todos os edifícios importantes” (Jr 52,12:13)

 

Jeremias chega a comparar a Judá corrompida a umaprostituta “Ainda que há muito quebrava eu u teu jugo e rompia as tuas ataduras, dizias tu: não quero servir-te. Pois, em todo outeiro alto e debaixo de toda árvore frondosa, te deitavas e te prostituías” (Jr 2:20). 

 

O profeta   estava consciente que o julgamento de Deus sobre Judá estava próximo, e embora tivesse grande misericórdia com seu o libertando em várias ocasiões, o livro registra a conquista do rei Nabucodonosor e os exércitos da Babilônia sobre a cidade.

 

Ao longo de cinquenta e dois capítulos, apesar do julgamento de Judá e o povo ter sido achado em falta perante o Senhor, havia promessas de restauração: “Assim diz o Senhor: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar. Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr 29,10:11)

APRENDENDO COM JABES

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