segunda-feira, 18 de julho de 2022

APRENDENDO COM PAULO (PARTE 62)

 UM RETRATO BRUTAL DA VIDA DE PAULO 

O primeiro esboço da vida de Paulo (a quem conhecemos, a princípio, como Saulo de Tarso) é tanto brutal como sangrento. Se um artista fosse pintá-lo com pincel e tinta a óleo, nenhum de nós iria querer pendurá-lo em nossa sala. O homem parece mais um terrorista do que um seguidor dedicado do judaísmo. Para nosso horror, o sangue do primeiro mártir espirrou sobre as roupas de Saulo, enquanto ele ficou ali, concordando com aquilo tudo, cúmplice de um crime medonho. Quem era esse mártir?

Estêvão. Um jovem cristão que morava em Jerusalém, descrito em Atos 6 como “cheio de graça e poder” (v. 8), que falava com sabedoria por unção do Espírito (v. 10), cujo semblante era “como se fosse rosto de anjo” (v. 15). Mesmo assim o apedrejaram. Foi assassinado a sangue frio.

Os membros do Sinédrio (chamado de Conselho, no Livro de Atos, em algumas versões da Bíblia), desprezaram Estêvão por causa da sua firme defesa de Cristo. Eles se recusaram a continuar ouvindo seu discurso veemente e, furiosos, o levaram para a rua, pela porta norte, até a periferia da cidade. Ali o apedrejaram, com pedras grandes e agudas, até que caiu e morreu. Saulo, observando todo o episódio, ficou em meio à multidão que gritava, tomando conta dos mantos dos assassinos de Estêvão. Ele, sem dúvida, deve ter rido com prazer sádico.

Eugene Peterson, em sua obra The Message, parafraseia a cena: Gritando e assobiando, a multidão caiu sobre ele. Então, em massa, arrastaram Estêvão para fora da cidade e o apedrejaram.

Os líderes tiraram os mantos e pediram a um jovem chamado Saulo para vigiá-los.

Enquanto as pedras choviam, Estêvão orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!”. Depois ajoelhou-se orando em voz alta o suficiente para todos ouvirem: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” - foram suas últimas palavras. A seguir, morreu. Saulo estava ali, parabenizando os assassinos.

Durante a nossa vida, adotamos naturalmente uma imagem cristianizada do apóstolo Paulo. Afinal de contas, foi ele o autor das duas cartas aos Coríntios. Escreveu Romanos, a carta magna da vida cristã. Redigiu a carta libertadora aos Gálatas, exortando-os, e também a nós, a uma vida na liberdade provida pela graça de Deus. E as “epístolas da prisão”... e as cartas pastorais, tão cheias de sabedoria, tao ricas de significado. Ora, baseado em tudo isso, você poderia achar que o homem amou o Salvador desde o berço. Nada disso.

Ele odiava o nome de Jesus a tal ponto que se tornou um agressor violento e declarado, perseguindo e matando cristãos por dedicação ao Deus dos céus. Por mais chocante que pareça, nunca devemos esquecer a cova de onde ele veio. Quanto mais compreendemos a escuridão do seu passado, tanto mais entenderemos sua gratidão pela graça.

O primeiro retrato da vida de Paulo pintado nas Sagradas Escrituras não é o de uma criancinha embalada amorosamente nos braços da mae. Também não mostra um rapazinho judeu saltando e brincando com os amigos da vizinhança nas ruas estreitas de Tarso. O retrato original não é sequer o de um jovem e brilhante estudioso da lei sentado fielmente aos pés de Gamaliel. Essas imagens só deturpam a nossa visão, levando-nos a pensar que ele teve um passado de livro de contos de fadas.


Em vez disso, o encontramos pela primeira vez como simplesmente “um jovem chamado Saulo”, participante do assassinato brutal de Estêvão e que “consentia na sua morte (At 7:58; 8:1).

Esse é o Paulo que precisamos ver para apreciar a gloriosa verdade das cartas do Novo Testamento que escreveu. Não é de admirar que mais tarde ele viesse a ser conhecido como “o apóstolo da graça”. Na verdade, quando verificamos como era o ambiente de seu nascimento e infância, descobrimos que não era marcado por ira nem por violência. A vida para Paulo começou, na verdade, muito pacificamente.

 

LUGAR NEM UM POUCO INSIGNIFICANTE

“Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilicia”, Paulo anunciou, certa vez, numa demonstração magistral de modéstia ao expor sua situação. Um estudo acurado da antiga cidade de Tarso revela que a cidade natal de Paulo não era um simples ponto no mapa, mas uma metrópole movimentada de cultura multiforme e comércio internacional. Sua localização estratégica explica a sua importância e sucesso. Cilicia era uma província na extremidade sudeste do que era então chamado Ásia Menor. Hoje faz parte da moderna Turquia.

Ali você encontra Tarso, localizada no coração da província da Cilicia - lugar de nascimento de Saulo. A cerca de 19 km das praias resplandecentes do Mediterrâneo, Tarso é rodeada pela cadeia de Montanhas Taurus - montes escarpados e altaneiros que vão do litoral até o norte, constituindo um vasto escudo protetor ao redor da cidade. Em vista de estar próxima a um porto de mar, Tarso tornou- se uma via comercial muito usada pelas caravanas que levavam suas mercadorias do Oriente, no Leste, até Roma, no Oeste. A viagem exigia que passassem pelos Portais da Cilicia uma impressionante seqüência de passagens estreitas lavradas através das Montanhas Taurus acima de Tarso.

Saulo foi nutrido com a nata de todo esse diversificado e rico caldo cultural e comercial, enquanto ele crescia na cidade fascinante em que nasceu. Embora órfão de mãe aos nove anos, como filho de um proeminente fabricante de tendas, Saulo tornou-se beneficiário de uma herança religiosa e intelectual igualmente rica. John Pollock, autor de The Apostle: A Life ofPaul, descreve habilmente os aspectos dos primeiros anos da vida e educação de Saulo: Os pais de Paulo eram fariseus, membros do partido mais fervoroso do nacionalismo judaico e severo na obediência à lei de Moisés.

 

Eles buscavam proteger seus filhos da contaminação. Amizades com crianças gentias eram desencorajadas. As idéias gregas eram também desprezadas. Embora Paulo soubesse falar grego desde a infância, a língua franca, e tivesse algum conhecimento de latim, sua família falava em casa o aramaico, a linguagem da Judéia, um derivado do hebraico.

 

Eles consideravam Jerusalém como os muçulmanos consideram Meca. Seus privilégios como homens livres de Tarso e cidadãos romanos não eram nada frente à elevada honra de serem israelitas, o povo da promessa, os únicos a quem o Deus vivo revelara a sua glória e os seus planos...

No seu décimo terceiro aniversário, Paulo dominava a história judaica, a poesia dos salmos, a literatura majestosa dos profetas. Seus ouvidos foram treinados à perfeição, e um cérebro ágil como o seu podia reter o que ouvia tão automática e fielmente quanto a “mente fotográfica” moderna


retém uma página impressa. Ele estava pronto para uma educação superior.1

Isso aos treze anos. Pollock continua: Um fariseu rígido não iria confundir o filho com filosofia moral pagã. Portanto, provavelmente no ano em que Augusto morreu, 14 d.C., o adolescente Paulo foi enviado por mar à Palestina e subiu os montes até Jerusalém.

Durante os cinco ou seis anos seguintes, ele sentou aos pés de Gamaliel, neto de Hillel, mestre supremo, que alguns anos antes morrera com mais de cem anos. Sob o frágil e amável Gamaliel, um contraste com os líderes da rival Escola de Shammai, Paulo aprendeu a dissecar um texto até que vários significados possíveis fossem revelados segundo a opinião abalizada de gerações de rabinos [...] Paulo aprendeu a debater no estilo perguntas-e-respostas, conhecido no mundo antigo como “diatribe”, e a expor, pois um rabino não era só parte pregador, como também parte advogado, que processava ou defendia os que quebravam a lei sagrada.

 

Paulo superou seus contemporâneos. Tinha uma mente poderosa que poderia levá-lo a uma cadeira no Sinédrio, na Galeria das Pedras Polidas, e torná-lo um “principal dos judeus”.2

Saulo esperava ansiosamente o dia em que se tornaria membro do Tribunal Supremo dos Judeus, chamado então de Sinédrio. Juntos, aqueles setenta e um homens administravam a vida e a religião judia sentados em bancos curvos numa sala de tribunal — exatamente o lugar onde tinham ouvido Estêvão fazer sua corajosa, embora fatídica, confissão de fé.

Saulo, agora um advogado bem-sucedido nos tribunais movimentados de Jerusalém, fizera provavelmente parte da audiência maior que ouvira a defesa de Estêvão. Ele mal tinha idéia, então, de como Deus usaria os eventos que levaram e que se seguiram à morte do jovem discípulo para mudar dramaticamente sua vida e causar impacto sobre a história religiosa.

CHARLES SWIDOLL

segunda-feira, 11 de julho de 2022

APRENDENDO COM EZEQUIEL (PARTE 07)

 

APRENDENDO COM EZEQUIEL


Ezequiel foi um homem levantado por Deus para profetizar na época do exílio do povo judeu na Babilônia. O nome Ezequiel no hebraico significa “Deus fortalece” ou “Deus torna forte.

 

Ezequiel era filho de Buzi e pertencia à família sacerdotal, ou seja, ele era um sacerdote (Ezequiel 1:3). Na verdade nada se sabe sobre quem foi Ezequiel além das informações que são encontradas no livro que leva seu nome no Antigo Testamento.

Ezequiel foi levado cativo para a Babilônia em 597 a.C., logo após o rei Nabucodonosor ter tomado Jerusalém. Na ocasião foram deportados o rei de Judá, Joaquim, toda a família real, os artesãos habilidosos e os cidadãos mais proeminentes (2 Reis 24:14).

 

O profeta Ezequiel era casado, porém sua esposa acabou falecendo repentinamente durante o cativeiro.

Isso aconteceu pouco antes da cidade de Jerusalém ser destruída pela ofensiva do Império Babilônico em 586 a.C. Não é feita qualquer menção na Bíblia sobre possíveis filhos de Ezequiel.

A morte súbita de sua esposa foi anunciada por Deus, e o profeta foi proibido expressamente pelo Senhor de se lamentar pelo triste acontecimento.

Ele não pôde realizar qualquer rito relacionado ao luto (Ezequiel 25:15,16). Essa proibição serviu como um sinal do que os habitantes da cidade de Jerusalém fariam em breve (Ezequiel 24:19-27).

Após cinco anos vivendo no Exílio, ele recebeu sua chamada profética. O profeta vivia em sua própria casa, onde os anciãos vinham consultá-lo (Ezequiel 3:24; 8:1; 14:1; 20:1; cf. Jeremias 29:1-7).

É bem possível que o profeta Ezequiel começou seu ministério profético com a idade de 30 anos. Caso isso esteja correto, então ele tinha entre 25 e 26 anos quando foi deportado para a Babilônia.

Em seu livro, o profeta se mostra bastante familiarizado com os preceitos da religião judaica e com o Templo de Salomão. Mas não há qualquer evidência de que ele tenha desempenhado alguma função sacerdotal em Jerusalém antes de ser levado a Babilônia.

Na verdade, geralmente os sacerdotes começavam a exercer suas funções no Templo com a idade de 30 anos. Conforme já foi dito, o profeta Ezequiel foi exilado antes de alcançar essa idade.

Portanto, quando Ezequiel completou 30 anos ele estava vivendo a mais de mil quilômetros de distância de sua terra natal.

Mas no ano em que ele deveria começar seus serviços como sacerdote, Deus o chamou soberanamente para se tornar um dos grandes profetas do Antigo Testamento. Durante o período em que ele profetizou, o Templo estava em ruínas.

A chamada do profeta Ezequiel para exercer o ministério profético é uma das mais espetaculares registradas nas Escrituras. Esse chamamento é descrito em detalhes nos capítulos 1, 2 e 3 de seu livro. Nessa ocasião o profeta teve uma visão da glória divina.

Os quatros seres viventes, querubins, vistos pelo profeta Ezequiel na ocasião de sua convocação, também lembram o chamamento de Isaías, onde ele viu os serafins que ministravam diante de Deus (Isaías 6:2).

 

Quando o profeta Ezequiel caiu com o rosto na terra diante da visão tão gloriosa que teve, ele escutou as conhecidas palavras: “Filho do homem, põe-te em pé e falarei contigo” (Ezequiel 2:1).

 

Nesse momento ele foi capacitado pelo Espírito a tornar-se um canal da revelação divina e proclamar a Palavra de Deus ao povo.

 

O profeta Ezequiel frequentemente é chamado por Deus pela expressão “filho do homem”. Nesse contexto essa expressão significa basicamente “ser humano”, e enfatiza a insignificância humana diante do poder e da majestade de Deus.

O grande propósito da mensagem profética do profeta Ezequiel era incentivar os judeus exilados a permanecerem fiéis a Deus, confiando que Ele iria cumprir a sua promessa de restauração. Deus haveria de conduzir a nação novamente à sua terra de origem.

Ele traria novamente os tempos de glória para o Templo e para Jerusalém. Isso aconteceria após o fim do julgamento divino sobre os judeus. Esse julgamento era evidenciado pelas provações e destruições advindas pela ocasião do cativeiro.

O profeta Ezequiel anunciou o julgamento sobre Jerusalém (Ezequiel 1-24). Ele também anunciou o julgamento divino sobre as nações estrangeiras (Ezequiel 25-32). Também profetizou, após a destruição da cidade, a restauração e a misericórdia para o futuro.

As profecias de Ezequiel sobre a restauração da casa de Davi são cumpridas plenamente apenas em Cristo (Ezequiel 37:24).

A mensagem do profeta Ezequiel é a que contém mais elementos simbólicos entre todas as outras mensagens dos profetas escritores. Também é possível perceber que a mensagem proclamada por ele era claramente representada por suas próprias experiências pessoais. Isso significa que Deus fez com que o profeta fosse um tipo de “sinal vivo” para o povo judeu.

Assim, o profeta precisou enfrentar grandes provações e suportar terríveis sofrimentos, a fim de que sua vida servisse de sinal para incitar a nação a buscar o arrependimento.

 

Além de muita simbologia, o profeta Ezequiel também usou parábolas e provérbios (Ezequiel 12:21,22; 15-19).

 

Algumas pessoas, equivocadamente, utilizam algumas passagens do livro de Ezequiel para sugerir que o profeta sofria de algum transtorno mental (ex.: Ezequiel 3:23; 4:8). Claro que quem defende essa ideia falha em compreender a forma com que Deus direcionou a vida desse homem.

No início do ministério do profeta Ezequiel sua mensagem não foi muito bem recebida (Ezequiel 3:5). Porém, com o passar do tempo, o profeta foi sendo identificado numa posição mais honrosa (Ezequiel 8:1; 14:1; 20:1).

De qualquer forma, durante seu comissionamento como profeta o Senhor o avisou de que a casa de Israel não lhe daria ouvido, isso porque os judeus não queriam ouvir o próprio Deus. Por isso Deus disse que fortaleceria o profeta contra o povo, numa frase que talvez contenha um jogo de palavras que faz referência ao significado de seu nome (Ezequiel 3:7,8).

A Bíblia não relata nada sobre a morte do profeta Ezequiel. Tudo o que sabemos é que seu ministério durou pelo menos 23 anos (Ezequiel 29:17). Considerando então que ele começou a profetizar em 592 a.C., quando tinha 30 anos, ele viveu, no mínimo, cerca de cinquenta anos.

O profeta Ezequiel não é mencionado em outros livros do Antigo Testamento. Ele também não é citado diretamente no Novo Testamento. No entanto, muito de suas visões claramente serve de base para o simbolismo presente no livro de Apocalipse.

 

Os contemporâneos do profeta Ezequiel

O profeta Ezequiel foi contemporâneo de outros dois profetas escritores: Jeremias e Daniel.

Os três viveram durante a época do cativeiro. O único período histórico que contou com tantos profetas escritores como aquele, foi por volta da segunda metade do século 8 a.C., quando viveram os profetas Isaías, Oseias, Amós e Miqueias.

 

Embora Ezequiel, Jeremias e Daniel fossem contemporâneos, eles não estavam próximos uns dos outros. Jeremias profetizava em Judá. Daniel servia na corte do rei Nabucodonosor.

 

Já o profeta Ezequiel pregava entre os judeus cativos na Babilônia.

APRENDENDO COM MARIA MADALENA

 APRENDENDO COM MARIA MADALENA

Maria Madalena é, sem dúvida, um dos personagens mais conhecidos do Novo Testamento. Citada cerca de 12 vezes nos evangelhos canônicos, ela é, mais do que qualquer outro discípulo, a que tem maior destaque.

Mas o que a fez realmente famosa foi a crença difundida de que ela fora uma prostituta que, posteriormente, teve alguma relação afetiva com Jesus. Será isso verdade? Procede a dedução de que Cristo fora casado?

A versão popular sobre Maria corresponde à realidade? E a famosa expressão “Maria Madalena arrependida” pode ser um exemplo legítimo de arrependimento e transformação? Vejamos a seguir.

Esposa de Cristo?

Não é de hoje que filmes, livros e documentários insinuam um suposto casamento entre Jesus e Maria Madalena.

Contudo, nem os teólogos e historiadores mais liberais apostam suas fichas na teoria de um possível relacionamento entre eles.

Não há nada de concreto que aponte para isso. Nem mesmo os aficionados por teorias conspiratórias podem afirmar que essa é uma verdade que a igreja ocultou dos fiéis.

É claro que, se fosse provado que Cristo era casado com Maria, isso decepcionaria muitos cristãos ao redor do mundo que sempre O viram como um modelo de celibato. Contudo, além do fato de que constituir família não pareça fazer parte da missão do Filho de Deus neste mundo, é importante dizer que ser casado denotaria um defeito de Seu caráter, afinal, caso Ele tivesse mesmo uma esposa, não haveria razão teológica alguma para esconder isso do mundo.

Como a própria Escritura declara a perfeição do caráter do Salvador (Isaías 53:9, 2 Coríntios 5:22, 1 Pedro 2:22), o silêncio bíblico, neste caso, é um indicativo claro de que Ele e Maria nunca tiveram nenhum afeto além da relação entre discípulo e Mestre.

Mesmo fora da Bíblia, poucos evangelhos apócrifos (sem autoridade canônica) falam ou insinuam que Maria pudesse ser casada com Jesus. Ainda assim, são fontes muito tardias e um tanto ambíguas.

A primeira delas é o Evangelho de Felipe, datado do século III d.C. e cujo manuscrito original foi encontrado mutilado: “E a companheira de […] Maria Madalena […] ela mais que aos discípulos, beijá-la na sua […]”.

 

 Note que não é possível afirmar, pelos fragmentos do texto de Felipe, que Jesus realmente a beijava na boca. O local do beijo (que poderia ser na mão, na testa ou no rosto) fica por conta da imaginação do leitor, já que o contexto não nos oferece nenhuma pista conclusiva. Seja como for, a cultura da época não permite classificar este gesto como “erótico”, já que o beijo santo, entre irmãos espirituais, era bem aceito na igreja cristã primitiva (Romanos 16:16; I Tessalonicenses 5:26).

 

Já no Evangelho de Maria Madalena, ela é mencionada como aquela “que o Salvador amava mais que a todas as mulheres”, mas não há nenhum elemento que a identifique como companheira (koinosos), pelo menos nos fragmentos restantes deste texto, que também está muito mutilado.

 

Prostituta?

A mais antiga citação de Maria Madalena como prostituta vem de um sermão do papa Gregório, o Grande, pregado em 591 d.C. Ele fez uma ligação entre Lucas 7 e 8, supondo que Maria Madalena (Lucas 8:2) era a mulher que ungiu os pés de Jesus (Lucas 7:36-50). Mas, a bem da verdade, comentaristas bíblicos questionam se esta unção de Jesus seria a mesma registrada em João 12:1-8 – esta, sim, explicitamente realizada por Maria Madalena.

Mas, ainda que se trate da mesma mulher, não se pode saber com certeza qual era esse “pecado” mencionado no texto de Lucas. Nada ali afirma que ela era prostituta. A expressão “mulher pecadora”, embora pudesse se referir a pecados sexuais, não se limitava a isso; uma mulher sem filhos, doente ou abandonada era considerada pecadora ou impura diante das leis de purificação do judaísmo antigo.

Considerando que Lucas 8:2 trate de Maria Madalena, a anotação de que Jesus expulsou dela “sete demônios” pode ser uma pista de que sua condição de “pecadora” estava mais associada a uma questão espiritual que qualquer outra coisa. Mas o modo como o drama é mencionado em Lucas 7:40-43 leva a pensar que o próprio Simão a induziu a algum tipo de pecado, provavelmente de natureza sexual. Mas, neste caso, uma simples relação íntima com ele (consensual ou por estupro) já faria dela uma pecadora aos olhos do conservadorismo da época, mesmo que não houvesse se tornado uma prostituta.

Magdala ou Betânia?

Uma antiga tradição cristã identifica Maria Madalena como a irmã de Lázaro, chamada Maria de Betânia, o que é bastante plausível.

A aparente contradição dos sobrenomes pode ser explicada se for entendido que um se refere à sua cidade natal e o outro à cidade onde ela viveu parte de sua vida. Isso era perfeitamente possível. Jesus mesmo era chamado Jesus de Nazaré, embora seu lugar de nascimento fosse Belém da Judeia. Falta, contudo, saber quando e por que, exatamente, ela teria deixado um lugar para viver no outro.

De qualquer modo, o que pode ser dito sobre essa fantástica mulher foi que ela amou a Cristo como seu único e verdadeiro Mestre. Um exemplo de vida que oferece esperança a todos nós que lutamos com nossos pecados, nossos demônios, nossos acusadores.

Maria teve o privilégio de ser a primeira pessoa a ver Jesus ressurreto. Se, como ela, formos fiéis ao nosso Senhor, teremos também o privilégio de estar entre as primícias que O contemplarão no dia da Sua vinda. Afinal, os moradores da Nova Jerusalém não serão santos que nunca pecaram, mas pecadores que se arrependeram sinceramente e lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, como o fez Maria Madalena.

 

Maria 

APRENDENDO COM JEREMIAS (PARTE 10)

 

Jeremias: profeta de Deus para os nossos dias.

 

Um pouco sobre Jeremias:

·         O profeta viveu em um tempo muito difícil e angustiante. Após os reinados prósperos de Davi e Salomão o reino de Israel se dividiu em dois. O reino do norte (10 tribos) continuou a ser chamado de Israel, já o reino do sul (Judá e Benjamim) foi denominado simplesmente como Judá.

·         Este período é caracterizado pelo distanciamento de Deus, pela proliferação da idolatria e por reis que, na sua maioria, desviaram-se totalmente da vontade de Deus.

·         Como consequência ambos os reinos sofreram nas mãos de seus inimigos e acabaram sofrendo o exílio. O reino do Norte foi o primeiro a cair (no ano 722AC); Judá durou um pouco mais, até 586AC. Foi exatamente entre estes dois exílios que Jeremias foi levantado para pregar sua mensagem, focada principalmente no arrependimento.

·         Ceder às tentações e ao pecado, buscar soluções em outras fontes em vez de buscar a Deus ou, simplesmente, descuidar de nossa comunhão com Ele são perigos sempre atuais. A mensagem de Jeremias pode nos ajudar a manter o coração sempre perto de Deus e longe do pecado.

 

“Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu te arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás a minha boca; e eles se tornarão a ti, mas tu não passarás para o lado deles”.(Jeremias 15:19)

 

·         Arrependimento e consagração fazem parte, em primeiro lugar, de nosso dever diante de Deus.

·         Neste texto, no entanto, vemos as bênçãos decorrentes desta atitude.

·         Jeremias, como profeta de Deus em um tempo de crise, certamente entendia o arrependimento como dever e necessidade. Mas diante das lutas que enfrentava Deus lhe mostra as bênçãos da consagração.

·         Arrependimento e consagração são vistos, freqüentemente, como um peso ou obrigação, mas diante das lutas e dificuldades não podemos perder a visão de como somos abençoados ao buscar a Deus.

 

Proposição: O convite de Deus a nós hoje é que entendamos o quanto somos abençoados ao consagrar nossa vida a Ele e, assim, corramos com alegria para a sua presença.

 

I  - Comunhão com Deus - “diante de mim”

·         Enquanto os outros se afastavam, Jeremias podia “voltar”. Enquanto os outros estavam cada vez mais distantes, Jeremias podia estar “diante” de Deus.

·         Um dos sentimentos mais difíceis de lidar é o da solidão e da ausência. Se já é difícil lidar com a ausência de alguém a quem amamos, muito mais difícil é sentir que Deus está distante.

·         Por isso, comunhão com Deus é uma benção inestimável.

·         Ninguém está verdadeiramente sozinho se tem a presença de Deus.

·         Mesmo em momentos muito difíceis, como o que Jeremias viveu, a presença de Deus é um bálsamo que traz alegria e renovo.

·         O pecado gerou a separação (Adão se escondeu).

·         Sem arrependimento e consagração Deus começa a ser uma realidade cada vez mais distante de nós. A nossa fé, antes tão viva, começa a perder vitalidade e transforma-se apenas em uma sombra do que tivemos.

·         Não somos capazes de imaginar quantas bênçãos perdemos ao nos distanciarmos de Deus, mas é certo que perdemos muito.

·         Alguns se distanciam justamente quando mais precisam de Deus.

·         “ Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades.” (Salmos 57:1).

 

II  - Capacitação para servir a Deus – “serás a minha boca”

·         Outra grande bênção da consagração é a unção e a capacitação para servir a Deus.

·         Deus disse a Jeremias que ele seria a sua boca.

·         É muito grande o contraste entre o povo e o profeta. Enquanto o povo estava tão distante que não entendia a vontade de Deus (não ouvia), o profeta tinha discernimento suficiente para ensinar.

·         Em um tempo de confusão não maior benção do que a de discernir a vontade de Deus.

·         Melhor ainda é poder anunciá-la, ser usado por Deus.

·         Muitos estão procurando entender o significado da vida. Afinal, o que pode nos dar um senso de valor e propósito? O que sentido a nossa vida?

·         Ser usado por Deus, sentir a sua presença e unção, perceber que Deus está abençoando vidas por seu intermédio... Certamente não há nada melhor do que isto.

·         Declare: eu quero ser usado por Deus.

 

III  - Segurança - “não passarás para o lado deles”

·         Aqui Deus fala a Jeremias sobre uma  batalha, pois existem dois lados em oposição.

·         É fundamental entendermos a batalha que envolve a nossa vida.

·         Esta batalha envolve pessoas, estruturas e o mundo espiritual (a carne, o mundo e satanás).

·         O famoso pregador do passado, D.L. Moody disse: “Este livro (Bíblia) me afastará do pecado ou o pecado me afastará deste livro”.

·         Muitos não gostam de pensar nesta batalha porque se sentem inseguros com esta idéia, mas a verdadeira segurança está na consagração.

·         O único lugar seguro é “debaixo das tuas asas”.

·         Consagre sua vida e você ganhará as pessoas para Jesus em vez de ser ganho para o mundo e o pecado.

·         O tempo de Jeremias era de muitos perigos e sofrimentos; o nosso não é muito diferente, mas em Deus temos segurança.

·         Onde esta luta ocorre em sua vida? Quem, ou o que, está tentando afastá-lo de Jesus. Consagre a sua vida a Deus e esteja seguro.

 

Conclusão:

·         Ore levando todos a um passo adiante em sua vida com Deus, um passo de consagração.


1    Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim; se removeres as tuas abominações de diante de mim, não mais andarás vagueando;

2    se jurares pela vida do SENHOR, em verdade, em juízo e em justiça, então, nele serão benditas as nações e nele se glorificarão.

3    Porque assim diz o SENHOR aos homens de Judá e Jerusalém: Lavrai para vós outros campo novo e não semeeis entre espinhos.

4    Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras.

 

INTRODUÇÃO:

·         Arrependimento é um dos fundamentos mais importantes para uma vida frutífera.

·         É também oportuno entendermos isto em um momento em que se faz planos para um novo ano.

·         Duas posturas que não ajudam:

-          Querer fazer coisas novas sem se arrepender dos erros do passado.

-          Ficar preso a estes erros e não caminhar para frente.

 

Proposição: O verdadeiro arrependimento nos livra das cadeias do passado e do futuro. Nos ajuda a livrar-nos do peso de nossos erros e também a não cometê-los novamente.

 

1  - VOLTAR-SE PARA DEUS - vs 11 Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim; se removeres as tuas abominações de diante de mim, não mais andarás vagueando;

·         Parece óbvio, mas se Deus nos fala o obvio é porque é nisto que erramos.

·         Deus nos fala de coisas simples porque nelas esta a resposta que precisamos.

·         Erramos ao procurar a resposta em conhecimentos profundos quando estamos errando no básico.

·         É possível voltar e não ser para Deus: é possível que se esteja apenas tentando alternativas visando o sucesso, sem voltar-se para Deus.

·         O alvo do arrependimento não somos nós mesmos ou o nosso sucesso, mas sim o próprio Deus.

·         É a Deus que ofendemos com nossos pecados, é a Ele que devemos voltar quando nos arrependemos.

 

2  - TER A VONTADE DE DEUS COMO RUMO - vs 11 "Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim; se removeres as tuas abominações de diante de mim, não mais andarás vagueando"

·         Arrependimento significa não mais andar vagueando.

·         Fora da vontade de Deus perdemos o rumo, a capacidade de realizar.

·         Fora da vontade de Deus perdemos o controle de nossa vida.


·         Quando nos arrependemos precisamos compreender a vontade de Deus e aceitá-la como guia.

·         Quando Pedro se arrependeu por ter negado a Jesus recebeu uma direção para sua vida (apascenta as minhas ovelhas).

·         Arrepender-se e não caminhar na direção da vontade de Deus não é arrependimento.

 

3  - ASSUMIR UM FIRME PROPÓSITO - vs 2 "se jurares pela vida do SENHOR, em verdade, em juízo e em justiça, então, nele serão benditas as nações e nele se glorificarão."

·         O pecado e o engano têm um forte poder de atração. Não se vence isto com uma atitude displicente.

·         Mesmo um pastor ou conselheiro cristão conseguem ajudar se houver uma firme disposição no coração de quem busca a libertação.

·         O propósito tem que ser tão firme como a verdade o juízo e a justiça.

·         "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscares de todo o coração" - Jr 29:13.

 

4  - TRAZ A BENÇÃO DE DEUS - vs 2 "se jurares pela vida do SENHOR, em verdade, em juízo e em justiça, então, nele serão benditas as nações e nele se glorificarão."

·         Aqui, o texto nos apresenta um resultado do verdadeiro arrependimento: a benção de Deus.

·         Se o arrependimento pode mudar o destino de uma nação, quanto mais a vida de uma pessoa.

·         O arrependimento não é viver em um estado de sofrimento e tristeza, mas produz vida. Arrependimento não é lamentação.

·         Ex. de Davi no Sl 51 - logo após declarar seu arrependimento ele direciona seu pensamento para a vida. No vs 13 do Salmo ele esta pensando no futuro e em como Deus usaria sua vida: "Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.”

 

5  - CULTIVAR UMA NOVA VIDA - vs 33 "Porque assim diz o SENHOR aos homens de Judá e Jerusalém: Lavrai para vós outros campo novo e não semeeis entre espinhos."

·         Fala da continuidade do processo.

·         Em um primeiro momento, arrependimento é tirar o mato, as ervas daninhas, mas depois é preciso cultivar o terreno com boas sementes.

·         Pensamos no arrependimento como "tirar o mal", mas se não semearmos o bem o terreno logo será dominado novamente pelos espinhos.

·         Por outro lado, também não adianta tentar semear coisas boas sem tirar os espinhos. É preciso preparar o terreno.

 

6  - UMA MUDANÇA DE CORAÇÃO - vs 44 "Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras."


·         Circuncisão é sinal de aliança e consagração.

·         Mais do que uma mudança exterior, Deus quer mudar o coração.

·         O que Deus nos pede é que nosso coração esteja ligado ao dele.

·         “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.” (Provérbios 23:26)

·         É preciso perguntar-se: Deus tem o meu coração?

·         Esta pergunta é especialmente importante hoje, pois vivemos em um tempo em que os homens são amantes de si mesmos.

 

7  - CANCELA A DISCIPLINA E O JUÍZO - vs. 4b "Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras."

·         Novamente um resultado do arrependimento verdadeiro.

·         Precisamos entender a diferença entre castigo e disciplina.

·         A punição pelos nossos pecados foi sofrida por Jesus. Deus, porém, nos disciplina para correção.

·         “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5)

·         A disciplina, portanto, cessa quando arrependimento.

·         É o amor de Deus que move sua disciplina sobre nós e também a cancela quando alcança seu objetivo.

 

CONCLUSÃO:

·         São muitos os erros que cometemos quanto a este assunto.

·         Desde os insensíveis, que nunca sentem verdadeiro pesar por seus erros até os que vivem a lamentar-se encontramos muitos sinais de equívocos a respeito do arrependimento.

·         Deixe o Espírito de Deus corrigir sua visão neste momento e aplainar seus caminhos.

 

INTRODUÇÃO:

·         Olhar para a realidade a nossa volta e manter o bom ânimo não é uma tarefa fácil nos nossos dias.

·         O mundo, que já era um ambiente hostil, torna-se ainda pior com a aproximação do fim.

·         Além dos momentos difíceis pelos quais podemos passar, somos bombardeados com informações desagradáveis diariamente através dos jornais.

·         Jeremias também viveu em um tempo muito difícil, diferente do nosso em alguns aspectos, mas muito semelhante em outros.

·         Neste texto ele nos ensina a olhar para Deus para ter esperança e ânimo em nossa caminhada.

 

Proposição: As figuras utilizadas neste texto descrevem a Deus e sua atuação em nossa vida, seja em tempos fáceis ou difíceis, e nos ensinam a ter esperança e alegria em todo tempo.

 

I    - O TEMPLO - 12 Um trono glorioso, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso santuário.

·         Santuário simboliza a presença do próprio Deus.

·         Templo ocupava lugar central e elevado, destacava-se de todo o resto.

·         Trono de glória - refere-se ao poder de Deus.

·         Somente Deus está acima de qualquer circunstancia ou limite em nossa vida.

·         “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?” (Salmos 121:1)

·         Montes são figura da soberania e estabilidade de Deus. O salmista, no entanto, olha adiante, para aquele que criou os céus e a terra.

·         Em um tempo de tantas incertezas e mudanças é bom saber que Deus não muda.

·         Is 40:28 "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, não se cansa nem se fatiga? E inescrutável o seu entendimento".

 

II  - A FONTE DAS ÁGUAS VIVAS - 13 Ó Senhor, esperança de Israel, todos aqueles que te abandonarem serão envergonhados. Os que se apartam de ti serão escritos sobre a terra; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas.

·         Está figura aponta para o suprimento de nossas necessidades.

·         "Águas vivas" - de boa qualidade e que não se acabam.

·         "A esperança de Israel" - a esperança que temos em Jesus é viva, não é ilusão como "auto-ajuda".

·         Tremendamente infelizes são aqueles que buscam em outras fontes.

·         Jeremias 2:13 "Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas."

·         Cuidado para não permitir que as pressões e dificuldades o levem a errar nisto.

III  - O REMÉDIO - 14 Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo; pois tu és o meu louvor.

·         Esta figura aponta para a eficácia do socorro de Deus.

·         Deus não usa de paliativos, mas realmente tem poder para resolver.

·         Não alivia apenas alguns sintomas, mas vitória completa.

·         Mesmo quando se usa recursos humanos é preciso ter a bênção de Deus para ter resultados efetivos.

·         A benção de Deus não tem efeitos colaterais - Pv 10:22 "A bênção do Senhor é que enriquece; e ele não a faz seguir de dor alguma."

 

IV  - O REFÚGIO - 15 Eis que eles me dizem: Onde está a palavra do Senhor? venha agora. 16 Quanto a mim, não instei contigo para enviares sobre eles o mal, nem tampouco desejei

o dia calamitoso; tu o sabes; o que saiu dos meus lábios estava diante de tua face.

17 Não me sejas por espanto; meu refúgio és tu no dia da calamidade.

·         Não espanto, mas refúgio - Quando Deus está ao meu lado nada preciso temer

·         É melhor se esconder em Deus do que de Deus.

·         O dia mau e difícil existe, mas com a benção de Deus podemos vencê-lo.

·         O que despreza a Deus, onde se refugiará?

·         O profeta sabia que havia sido fiel ao pregar, sua vida estava diante de Deus.

·         Mesmo diante da incompreensão e perseguição humana ele podia estar seguro. É fácil se sentir seguro quando temos a aprovação e honra humanas, mas diante da oposição Deus é nosso refúgio.

·         Sl 57:1 Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades.

·         Compreender esta figura nos livra do medo, ansiedade e insegurança que são tão comuns em nossos dias.

 

V  - O JUIZ - 18 Envergonhem-se os que me perseguem, mas não me envergonhe eu; assombrem-se eles, mas não me assombre eu; traze sobre eles o dia da calamidade, e destrói-os com dobrada destruição.

·         Apesar de trazer uma realidade tão dura, esta figura aponta para outra necessidade fundamental que Deus pode suprir - a justiça.

·         Não vivemos em um país justo, não vivemos sequer em um mundo justo.

·         A impunidade e a injustiça desanimam os Homens, mas a confiança de que Deus é justo juiz nos anima.

·         Sl 7:11 Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias.

·         Minha vida não depende da vontade de homens, mas da de Deus.

 

CONCLUSÃO:

·         Se queremos ter esperança e disposição para enfrentar os desafios da vida precisamos urgentemente aprender a olhar para Deus, conhecê-lo melhor e cultivar a visão que adquirimos.

 

INTRODUÇÃO:

·         Pensamentos errados sobre quem Deus é, como Ele age ou o que espera de nós podem ser um grande problema na vida cristã.

·         Deus quer que tenhamos pensamentos corretos, por isso nos ensina através de figuras simples e claras.

·         A figura do oleiro e do vaso de barro, apresentada neste texto, nos traz lições que podem corrigir pensamentos errados a respeito da vida e do nosso relacionamento com Deus.

 

I - O VASO PODE SE QUEBRAR. v4 "Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu."

·         O erro que esta figura corrige é o de pensar que o pecado não tem conseqüências e que não estamos sujeitos a crises ou dificuldades.

·         A benção de Deus pode ser interrompida pelo pecado e pela negligência - vs 9 e 10 "E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria."

·         A figura do vaso de barro que se estraga demonstra a necessidade de cuidarmos bem de nossa vida.

·         Não é uma palavra de pessimismo ou derrota, ou mesmo para nos colocar medo.

·         A exortação de Deus vem para nos prevenir e impedir que o mal nos alcance.

·         "Guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa" (Ap 3:11)

·         Jesus ensinou a "vigiar e orar"...com um objetivo: "não entreis em tentação". (Mt 26:41).

·         Quem sabe que pode cair não cai, e se cair tem melhores condições de se levantar. Maior perigo correm os que pensam que não correm riscos.

·         Tenha perseverança em buscar a vontade de Deus; cuidado com altos e baixos (nunca se sabe o quanto se pode cair e o que se vai encontrar em baixo).

 

II  - O VASO PODE SER RESTAURADO.

·         O erro que esta figura corrige é o de pensar que não há solução quando alguma queda ocorre.

·         O arrependimento tem o poder de anular as conseqüências da queda e nos preparar um novo caminho (outro vaso segundo bem lhe pareceu).

·         "No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe." (Vs 7-8)

·         Alguns são tão pessimistas que não aceitam a possibilidade da restauração - vs 12.

·         "Mas eles dizem: Não esperança, porque andaremos consoante os nossos projetos, e cada um fará segundo a dureza do seu coração maligno."

·         O pior acontece quando estes tentam impor seu pessimismo sobre os outros.


·         Jesus condenou os fariseus porque não entravam no reino e impediam os outros. Tome cuidado para que nunca seja você um empecilho ao derramar da graça de Deus na vida de alguém.

·         Alguns sentimentos de culpa e vergonha nada tem a ver com o convencimento que o Espírito de Deus opera em nosso coração. São produtos de feridas da alma.

·         "Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo opera a morte" (II Cor 7:10).

·         Jesus é o advogado dos que se arrependem e não o acusador ("Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" - I Jo 2:1).

·         Quando negamos ao outro a possibilidade da restauração pecamos por resistir à graça de Deus e duvidar de sua eficácia.

·         Se estou em não posso pensar na queda como opção, mas se caio não posso pensar nela como destino.

·         Pensamos neste texto de maneira negativa como "quebra minha vida..." mas a sua mensagem é de restauração (o oleiro não quebrou o vaso, ele o restaurou). Além disso só precisamos ser quebrados se formos duros, o barro é maleável (modelados e não quebrados).

 

III  - O VASO É DE BARRO.

·         Esta figura corrige tanto o erro de nos considerarmos inúteis como o de acharmos que somos bons demais.

·         O vaso de barro tem valor relativo, depende daquilo que ele contém.

·         A chave para este entendimento está no Novo Testamento - II Cor 4:7 "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte."

·         Você não pode aceitar em sua vida uma auto imagem negativa, sentimentos de depreciação ou auto comiseração - o vaso é de barro, mas carrega um grande tesouro.

·         Pensamentos errados impedem a realização propósito de Deus para sua vida.

·         Também não pode, no entanto, ensoberbecer-se quando Deus o usa ou pelas qualidades que tem, pois o vaso é apenas barro, o tesouro é que o valoriza.

·         Este equilíbrio nos livra de muitas tentações e inquietações.

 

IV  - O OLEIRO SABE O QUE FAZ COM O BARRO.

·         Esta figura nos livra do erro de não confiarmos na vontade de Deus em nossa vida.

·         O oleiro é especialista em barro, sabe o que fazer com ele.

·         Ele executa a sua vontade (segundo bem lhe pareceu - vs 3).

·         Deus tem uma vontade boa e poder para cumpri-la.

·         "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará." (Sl 37:5)... muito conhecido mas pouco praticado.

·         Em vez disto cometemos erros como os descritos em Isaías 45:9 "Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua obra: Não tens mãos?".

·         Ele não desiste de seu propósito - "tornou a fazer dele outro vaso..."


·         Estou em boas mãos: Deus tem boa vontade, determinação, capacidade, amor em seu trabalho, é perseverante, longânimo...

 

CONCLUSÃO:

·         Que pensamentos em sua vida precisam ser corrigidos?

·         Em qual destas situações você está?

APRENDENDO COM JABES

  APRENDENDO COM JABES O m enino  p rodígio da  g enealogia!   Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as pessoas –...