“E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo: Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens.” (Lc 1.24-25).
Isabel e Zacarias eram da linhagem sacerdotal. Lucas nos informa a seu respeito que “eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor” (Lc 1.6). Esta expressão, “andar sem repreensão” significa uma vida bonita, exemplar diante da sociedade da época.
A vida de Isabel como esposa era um modelo para as mulheres mais jovens. Ela era submissa ao esposo e realmente era uma “ajudadora”. Cumpria suas tarefas como “dona-de-casa”: preparando a comida nos horários, mantendo a casa limpa e arrumada, as roupas em ordem. E ainda sobrava tempo para ler e meditar na Palavra, orar, adorar com cânticos e se ocupar de alguma atividade social.
O nome de Isabel significava “Deus é meu juramento”. E Isabel sempre pensava que o Deus de Israel, o seu Deus, era um Deus de aliança, de compromisso. Desde que se casara, Isabel aguardava o cumprimento da sua maior alegria: gerar um filho e poder criá-lo, como Ana o fizera a Samuel. Ah, como Isabel ansiava por um filho…
Mas o tempo passava e ela ia ficando cada vez mais velha… Será que era tempo de desistir do seu sonho? Será que Deus poderia fazer com ela como fizera a Sarah, esposa de Abraão? Será que, em sua geração, Deus teria um plano para “um filho do milagre” na velhice de uma sonhadora? Deveria parar de orar?
Ah, quantas mulheres sonhadoras temos neste mundo! Quantas estéreis que sonham com a bênção de um filho em seus braços para oferecê-los a Deus novamente, como Ana…
Posso ver cada dia na vida de Isabel passando e deixando uma nota de esperança: será hoje que conceberei? Virá hoje a minha resposta?
Quem sabe Zacarias já tivesse lhe dito: “Pare de sonhar! Nós já estamos velhos… O tempo de Deus para nós talvez já tenha passado. Caia na real e pare de sonhar…” Mas Isabel mantinha uma centelha de esperança e fé inabalável. Alguma coisa dentro dela lhe dizia que Deus a escolhera para uma missão especial, e por isso ela iria orar e lutar sempre. Custasse o que custasse.
Zacarias, seu esposo, teria de ministrar no templo diante do Senhor. Era o seu turno. O turno de Abias. Chegara a sua vez… Era a sua vez de adorar “face a Face” o seu Deus maravilhoso, que operava maravilhas no passado e prometia enviar o seu “Messiah” (Messias) prometido naquela geração, de acordo com as profecias de Daniel (cap. 9). Apresentar-se diante do Deus Todo-Poderoso era algo muito sério e requeria total consagração. Dedicação em santidade…
Zacarias levou o incenso para apresentar ao Senhor no lugar santo. E, naquele momento único e especial, Deus enviou o anjo Gabriel para trazer uma mensagem a Zacarias. “E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus. E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” (Lc 1.12-17).
É muito maravilhoso saber que Deus ouve as nossas orações. É muito maravilhoso saber que ele mesmo nos ensina a orar e nos direciona na oração. É muito maravilhoso saber que Deus tem um plano para as nossas vidas, como casais, como família, como filhos… É muito maravilhoso saber que, nesta geração, Deus conta conosco e com nossas orações para cumprir o seu propósito e nos usar para o cumprimento das profecias bíblicas para esse tempo.
Zacarias teve medo e questionou o fato de serem velhos e sua mulher estéril. O anjo Gabriel lhe respondeu que ele ficaria mudo e não poderia falar até que tudo acontecesse conforme a palavra do Senhor. O povo percebeu que o sacerdote estava demorando muito no lugar santo, e que algo extraordinário deveria ter acontecido ali. E, então, quando Zacarias saiu ao povo, ele tentou falar por acenos e mímica. Isabel fica maravilhada com o que acontecera e recebe a palavra.
Seu sonho se realizou, embora parecesse tão demorado: a criança especial de Deus chegara no tempo certo. No tempo de Deus. Sem absolutamente nenhum atraso. Isabel, ao conceber, se ocultou por cinco meses. Ela “curtiu” sua gravidez vendo o marido “mudo” como um sinal de que o Senhor tinha grandes planos para o pequenino que iria nascer…
E, no sexto mês, sua prima Maria também recebeu a graça especial de Deus para ter um filho: o “salvador da humanidade”. Para Isabel, ela se escondia porque pensava que as pessoas poderiam interpretá-la incorretamente por ser “velha, estéril e sonhadora”: e, agora, estava grávida… Já sua prima Maria, recebera o maravilhoso privilégio de ser a “mãe do Messias prometido”, entretanto, com um alto preço: ela estava noiva, comprometida para o casamento, e o seu filho fora concebido por obra do Espírito Santo.
No encontro de Maria e Isabel, as crianças no ventre estavam cheias do Espírito Santo e elas cantaram em adoração por tão grande dádiva: fazer parte dos planos de Deus.
Não dá para esconder uma criança que vai nascer. Maria e Isabel se alegravam intensamente com sua missão. O Espírito Santo as enchia e as capacitava para tão gloriosa tarefa. Maria ficou com Isabel por quase três meses, e voltou para Nazaré. Isabel, então, deu à luz o seu filho. E quando perguntaram a Zacarias como deveria chamar o menino, ele escreveu em uma tabuinha o nome que o anjo lhe dissera: “João”. Todos se maravilhavam com o que estava acontecendo e viam que Deus tinha algo muito especial naquela geração para fazer a Israel.
Isabel foi uma mãe zelosa e sábia. Ela soube confiar em Deus e sujeitar-se à sua direção na criação de João Batista. O menino cresceu e se fortaleceu no Espírito Santo e foi o precursor de Jesus em seu ministério. Ele preparou o caminho do Senhor Jesus, levando o povo ao arrependimento e anunciando o Reino de Deus em Cristo Jesus. E Deus cumpriu o seu propósito usando uma senhora idosa, estéril, entretanto, cheia de fé e confiança no seu Deus.
Para refletir
Como você se sentiria no lugar de Isabel, sendo estéril, já idosa e tendo ainda sonhos de maternidade? Você acha que ainda hoje Deus pode fazer o que fez a Isabel? Você acha que uma mulher mais nova pode fortalecer a fé de uma mais idosa (no caso da visita de Maria a Isabel)? Como agir quando o marido não tem a mesma fé que a esposa? Como criar uma criança “especial”?Quais são os seus sonhos como mulher?
Pastora Ângela V.Fonte: www.lagoinha.com
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