Jesus, o Verbo encarnado
João
1: 1-15
Neste estudo você aprenderá
que é impraticável querer argumentar sobre Jesus e seu ministério sem levar
em conta a forma maravilhosa da sua manifestação entre os homens. Conhecer
sua origem e permanência entre nós consolida nossa fé. Saber que Jesus esteve
conosco estabelece motivação para vencermos as constantes lutas que
enfrentamos.
Deus reservou aos homens o
melhor de sua glória ao planejar o envio de seu Filho ao mundo. Toda a
experiência de uma pessoa com Jesus em seu início é raza, levando em conta a
dureza dos nossos corações, gerada pelo pecado. No entanto, a perseverança e
firmeza neste propósito leva-nos a dimensões consideráveis desta fonte de
vida e poder que o relacionamento mais íntimo de Jesus com os homens oferece.
I
- O VERBO E SUA ORIGEM
O Evangelho de João é o canal
de Deus para nos fazer compreender sobre a presença de Jesus, o Verbo divino,
entre homens. Jesus não é uma criatura de Deus.
Uma coisa é avaliar, através
da Bíblia, nas citações dos apóstolos, a magistral encarnação do Verbo entre
nós; outra é poder, na mesma Bíblia, ouvir Jesus falando com seus próprios
lábios, identificando-se como aquele que sempre foi, sempre é, e sempre será
o Filho glorificado que, mesmo tendo deixado a glória momentânea,
providencialmente retornou com honras.
De forma clara vemos isso na oração
sacerdotal, quando Ele mesmo confirma sua existência eterna: “antes que
houvesse mundo", Jo 17: 5.
a)
A
origem.
Enquanto os três outros Evangelhos iniciam-se falando sobre o nascimento de
Jesus, João, indo muito mais distante, revela sua existência antes da
criação: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus... e o Verbo era
Deus”, 1: 1. Refere-se a um tempo a que chama de princípio que, em
consonância com Gn. 1: 1, também revela um tempo ocorrido antes da obra
criadora de Deus, Col. 1: 17.
b)
O propósito.
Isso nos leva a entender o grande amor de Deus e seus desígnios. Podemos
saber que Deus não se assentou no vazio de uma terra sem forma para comandar
o nada, mas planejou a sua obra e a estabeleceu para fazer o homem coroa de
sua criação e que nisto sentiu prazer e deleite. Ef. 3: 9 aponta também para
este princípio quando diz: “desde os séculos oculto em Deus...
c)
A visão dos profetas.
Antes da encarnação de Jesus, sua vinda era contemplada, crida e aceita pela
fé. Isaías disse que o povo que andava em trevas (os perdidos) viu uma grande
luz, Is. 9: 2.
II
- A ENCARNAÇÃO DO VERBO
Depois de considerar a
existência e capacidade do Verbo, João passa a mostrar em síntese o processo
completo de sua humanização, usando duas palavras: verbo e luz.
a)
Luz dos homens.
Primeiro fala da presença do Verbo com Deus, sendo Deus, agindo como Deus,
para depois falar da luz, no extraordinário verso 4. Nesse ponto Deus está
graciosa e generosamente voltando-se para o homem. Luz é um termo para
homens, é vida, e contrasta com trevas, a morte eterna. Luz é algo novo, que
contrasta com a idéia de antiguidade expressa por “no princípio”.
b)
Habitou entre os homens.
O verso 14 relata uma das mais conhecidas citações em toda a Bíblia: “0 Verbo
se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua
glória, glória como do unigênito do Pai.” Além de outras grandes lições, esta
passagem deixa claro o ponto básico deste estudo: a encarnação do Verbo.
Recebeu forma humana e tabernaculou entre os homens. Que fato extraordinário
quando visto de nossa frágil perspectiva: um Deus tão gigante e glorioso se
digna assumir de forma mais direta e envolvente possível a nossa conjuntura desgastada.
E apresentou-se cheio de graça e de verdade entre os homens.
c)
O nascimento.
Assim, em Lc. 1: 31-35 temos a mensagem do anúncio do nascimento de Jesus a
Maria, como uma introdução maravilhosa, onde Deus, por causa de sua santidade
e propósito, revela que Maria ficaria grávida pelo Espírito Santo. O texto de
Lc. 2 : 7 registra o nascimento em seu momento preciso: “E ela deu à luz...”
concretizando a encarnação majestosa.
d)
O nome Jesus.
Deus nunca precisou, no tocante a si mesmo, de nome ou nomes para ser visto.
Mas já que o propósito da intervenção de Deus, no que se refere à salvação,
era Jesus, então uma identidade divina entre os homens precisava ser
alcançada. E por isto Deus ordenou ao seu anjo que levasse a Maria o nome que
o seu Filho obteria na terra: Lc. 1: 3. Jesus, no hebraico, quer dizer
salvador.
III
- O CARÁTER DO VERBO
Depois de ter considerado a
origem e a encarnação do Verbo, para conhecê-lo melhor, vejamos agora o seu
caráter, baseados no texto de Cl. 1: 15-17.
a)
A imagem visível.
O v. 15 diz que Jesus é a imagem do Deus invisível, apontando para a
revelação do próprio Deus, pois a expressão imagem está ligada também à
encarnação, ou seja, é uma forma humana de se ver Deus.
b)
Primogênito.
Termo que Paulo usa para definir a característica de Jesus como aquele que se
revela ao mundo e pode ser percebido por aqueles que crerem nEle.
c)
Criador.
Termo usado para se referir a Jesus, v.16, confirmando sua participação na
obra criadora. Todavia mais excelente aqui é o destaque sobre sua relevância
sublime no céu.
Se admitimos que Ele também estava no princípio e que é
feitor de todas as coisas, admitimos também que é poderoso pela e entre as
obras que fez. De fato, o v. 17 informa sobre sua preexistência e salienta o
seu domínio. Isso está claramente confirmado em Hb 1: 2-3, onde o
desconhecido escritor aborda também, além da revelação que nEle consiste, a
excelência do seu nome, e sua superioridade entre os anjos.
Prossigamos sem temor, depois de
termos entendido a grandeza de Deus, e de como se revelou através de seu
Filho que se encarnou, favorecendo-nos
em nossa salvação.
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