Os
amigos do Noivo
Jesus certamente viveu mais cônscio do mundo no qual ele
andava do que qualquer outro homem antes dele. E de tudo que o rodeava ele
tirou ricas metáforas, que fizeram dele um tão irresistível ilustrador e
mestre.
O Senhor começou cedo, nos seus discursos públicos, a falar com conhecimento de pescadores, agricultores, pastores e comerciantes.
O Senhor começou cedo, nos seus discursos públicos, a falar com conhecimento de pescadores, agricultores, pastores e comerciantes.
Ele tirou expressivas comparações do mundo dos reis e dos
príncipes, dos servos e dos pobres, sacerdotes e publicanos, juízes e ladrões.
Ele encontrou lições na relva e nas flores, no vento e na
rocha. Ele falou muito de vinhas e trigais, de joio, de espinhos e de cardos.
Ele conhecia bem o lugar da raposa e o caminho dos lobos e
das ovelhas. E falou especialmente do lar, de sal e de lâmpadas, de cozinha e
de limpeza, de festas e de casamentos, de pais e de filhos.
E suas palavras eram maravilhosas, pelo modo como tornavam
a vontade do céu tão real e clara.
Muito do que Jesus disse tão expressivamente não estava nas parábolas clássicas, mas em dizeres e ilustrações que eram semelhantes a elas.
Muito do que Jesus disse tão expressivamente não estava nas parábolas clássicas, mas em dizeres e ilustrações que eram semelhantes a elas.
Muitas são simples metáforas passageiras que acrescentam
clareza a um pensamento, um ensinamento. A primeira aparece no chamado do
Senhor a quatro galileus para se tornarem "pescadores de homens"
(Mateus 4:19).
O Sermão do Monte está literalmente cheio destas ricas
analogias, comparações que fazem o pensamento virtualmente saltar da página.
É esta "parábola" de Jesus que queremos dar nossa
atenção.
Os amigos do noivo (Mateus 9:15)
Os amigos do noivo (Mateus 9:15)
Subitamente, no meio da crescente popularidade do segundo
ano de pregação do Senhor, de sucesso do grande ministério galileu, os
sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) interrompem sua história para nos dizerem
que nem tudo vai bem. Em Mateus 9, Marcos 2 e Lucas 5, cada um começa pela
primeira vez a falar da crescente oposição a Jesus nos meios judaicos
influentes. Ele não se ajustava confortavelmente ao mundo tradicional deles.
Seu ambiente e comportamento completamente não ortodoxos deixavam os líderes
judeus muito desconfortáveis, mas sua proposta para .perdoar os pecados de um
paralítico em Cafarnaum deixou a equipe de observadores enviados de Jerusalém
quase apoplécticos! Aquilo era blasfêmia! (Mateus 9:1-8; Marcos 2:1-12: Lucas
5:17-26). Eles não podiam dizer mais nada, mas Jesus tinha curado completamente
o homem diante dos próprios olhos deles!
As coisas não melhoram mais tarde, quando ele selecionou Mateus, o publicano, como um dos seus associados e então passou a tarde festejando alegremente com outros tipos também de má reputação (Mateus 9:27-32).
Foi ali, talvez perto da porta da casa de Mateus, que os fariseus, numa e estranha ligação com discípulos de João, perguntaram-lhe porque eles e os discípulos de João jejuavam enquanto seus próprios seguidores estavam festejando e regozijando (Mateus 9:14; Marcos 2:18; Lucas 5:33). Jesus respondeu que não era certo que os amigos do noivo lamentassem na festa do casamento enquanto o noivo estava com eles. Haveria tempo bastante para jejuar e ficar triste, ele disse, quando seu amigo fosse tirado deles.
Os fariseus e os discípulos de João tinham tentado julgar Jesus pelos seus próprios padrões. Quem deu a ele o direito de quebrar as conveniências? Que tipo de homem santo era este, que passava seus dias festejando? Precisa-se entender os discípulos do Batista. Com João definhando na prisão de Herodes, eles sem dúvida achavam jejuar mais apropriado do que festejar e talvez tivessem sido levados a admirarem-se da aparente despreocupação de Jesus. Os fariseus, por outro lado, eram apenas ritualistas despreocupados que tinham um hábito de procurar crédito com Deus duas vezes por semana (Lucas 18:9-12; a tradição dizia que Moisés subiu ao Sinai na segunda-feira e desceu na quinta-feira). Isso nada tinha a ver com seus corações ou as realidades espirituais de suas vidas. Seus jejuns, como aqueles dos antigos israelitas (Isaías 58:1-9), não tinham nenhuma ansiedade para com Deus.
Jejuar fazia algum sentido para os discípulos de João. A mensagem do seu mestre tinha sido um chamado ao arrependimento. Havia conforto nela, mas um conforto moderado. O reino do céu estava próximo, mas quem estava preparado para encontrá-lo? Era uma mensagem necessária, mas não era tudo o que o céu tinha a dizer.
E era inteiramente adequado que os fariseus jejuassem, pois o caminho do Senhor era para eles uma pesada carga a suportar. Eles certamente nada sabiam do que Jesus descrevia como "uma fonte a jorrar para a vida eterna" (João 4:14).
Mas estarem tristes não era direito para os amigos do Noivo. Jesus havia vindo para trazer plenitude de alegria (João 15:11). E era a alegria do maior casamento de todos, o casamento da terra e do céu! Chegaria o dia quando haveria necessidade de dizer aos seus discípulos que jejuassem; a tempestade que tiraria o Noivo deles já estava se formando. Mas até mesmo isso não seria capaz de afastar a profunda paz, a alegria exultante que ele lhes tinha dado (João 14:27-28; 15:11; 16:21-22). A festa de casamento recomeçaria finalmente numa explosão de triunfo, começando com um túmulo vazio e terminando com um esplendor de glória eterna (Apocalipse 19:6-9; 21:1-4). Cristãos, regozijem!
As coisas não melhoram mais tarde, quando ele selecionou Mateus, o publicano, como um dos seus associados e então passou a tarde festejando alegremente com outros tipos também de má reputação (Mateus 9:27-32).
Foi ali, talvez perto da porta da casa de Mateus, que os fariseus, numa e estranha ligação com discípulos de João, perguntaram-lhe porque eles e os discípulos de João jejuavam enquanto seus próprios seguidores estavam festejando e regozijando (Mateus 9:14; Marcos 2:18; Lucas 5:33). Jesus respondeu que não era certo que os amigos do noivo lamentassem na festa do casamento enquanto o noivo estava com eles. Haveria tempo bastante para jejuar e ficar triste, ele disse, quando seu amigo fosse tirado deles.
Os fariseus e os discípulos de João tinham tentado julgar Jesus pelos seus próprios padrões. Quem deu a ele o direito de quebrar as conveniências? Que tipo de homem santo era este, que passava seus dias festejando? Precisa-se entender os discípulos do Batista. Com João definhando na prisão de Herodes, eles sem dúvida achavam jejuar mais apropriado do que festejar e talvez tivessem sido levados a admirarem-se da aparente despreocupação de Jesus. Os fariseus, por outro lado, eram apenas ritualistas despreocupados que tinham um hábito de procurar crédito com Deus duas vezes por semana (Lucas 18:9-12; a tradição dizia que Moisés subiu ao Sinai na segunda-feira e desceu na quinta-feira). Isso nada tinha a ver com seus corações ou as realidades espirituais de suas vidas. Seus jejuns, como aqueles dos antigos israelitas (Isaías 58:1-9), não tinham nenhuma ansiedade para com Deus.
Jejuar fazia algum sentido para os discípulos de João. A mensagem do seu mestre tinha sido um chamado ao arrependimento. Havia conforto nela, mas um conforto moderado. O reino do céu estava próximo, mas quem estava preparado para encontrá-lo? Era uma mensagem necessária, mas não era tudo o que o céu tinha a dizer.
E era inteiramente adequado que os fariseus jejuassem, pois o caminho do Senhor era para eles uma pesada carga a suportar. Eles certamente nada sabiam do que Jesus descrevia como "uma fonte a jorrar para a vida eterna" (João 4:14).
Mas estarem tristes não era direito para os amigos do Noivo. Jesus havia vindo para trazer plenitude de alegria (João 15:11). E era a alegria do maior casamento de todos, o casamento da terra e do céu! Chegaria o dia quando haveria necessidade de dizer aos seus discípulos que jejuassem; a tempestade que tiraria o Noivo deles já estava se formando. Mas até mesmo isso não seria capaz de afastar a profunda paz, a alegria exultante que ele lhes tinha dado (João 14:27-28; 15:11; 16:21-22). A festa de casamento recomeçaria finalmente numa explosão de triunfo, começando com um túmulo vazio e terminando com um esplendor de glória eterna (Apocalipse 19:6-9; 21:1-4). Cristãos, regozijem!
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