Jonas, o profeta missionário
Jonas 4: 1-11
Jonas 4: 1-11
Ao estudar o
livro de Jonas, percebemos que fora escrito com o propósito de lembrar o alto
valor da pregação missionária. Deus não quer que ninguém se perca, mas deseja
que todos venham ao arrependimento, II Pd 3: 9.
O nome Jonas
significa “pomba”. Nasceu em Gate-Hefer, perto de Nazaré. Portanto, Jonas era
galileu, bem como Naum, Malaquias e Jesus. Profetizou no Reino do Norte
durante a época de Jeroboão II, rei de Israel, no séc. VIII a.C. Predisse a
expansão territorial conseguida por esse soberano, II Rs 14: 25-27.
A
historicidade do livro de Jonas se comprova com II Rs 14: 25 e pela
referência a Jonas feita pelo próprio Jesus em Mt 12: 39-41. Pelas
características, o livro é de autoria do próprio Jonas que, à semelhança de
Moisés, relata os acontecimentos com minúcias, procurando a glória de Deus e
não a sua. Seu livro difere consideravelmente dos outros livros proféticos do
A.T., visto que é inteiramente composto de narrativa.
Jonas foi chamado para pregar
a Palavra de Deus em Nínive. Mas, a princípio fugiu. A fuga de Jonas não é
diferente da atitude de muitos hoje. Israel tinha se afastado muito de seu
chamado missionário original, pois deveria estar sendo uma luz de redenção
para os povos, Gn 12: 1-3; Is 49: 6. Este livro é um sério apelo para a ação
evangelística e missionária da Igreja, que foi chamada para proclamar a
palavra.
I - O MUNDO CLAMA POR PROFETAS,
1: 1-2: 10
Nossa cidade, nosso país e o
mundo clamam por pessoas que estejam dispostas a anunciar a Palavra e Deus
quer levantar pregadores. Foi isso que ocorreu com Jonas.
a)
O chamado - 1: 1-2 -
O livro começa com um veemente chamado a Jonas e uma clara ordem para levar a
Palavra à cidade de Nínive: “Levanta-te”. Nínive era uma grande cidade, capital
da Assíria, às margens do rio Tigre, com uma população de mais de 120 mil
pessoas, Jn 4: 11, conhecida pela sua corrupção, 1: 2.
O que desagradou o Deus de
toda terra foi a “malícia que subiu” até Ele, 1: 2. Essa maldade incluía a idolatria e a extrema brutalidade
contra prisioneiros de guerra além de forte imoralidade.
b) Um missionário desobediente, 1: 3 -
Desobedecendo ao chamado, em vez de ir a Nínive, Jonas fugiu em direção a Társis. Como pode
um homem imaginar poder escapulir dos planos do Senhor que tudo vê? Hb 4: 13.
c)
Conseqüências da desobediência, 1: 4-17 - Obviamente a atitude de Jonas não ficaria sem
retribuição: Causou pavor e desespero
aos marinheiros, 1: 4-11; provocou uma situação suicida, 1: 12-16; e ainda
produziu o estranho acontecimento do grande peixe, 1: 17.
d)
O clamor durante a calamidade, 2: 1-9 - A eficácia da oração tem sido comprovada nas
mais diversas situações e Deus tem respondido a homens e mulheres que têm
clamado dos mais variados lugares na face da terra, mesmo dentro do “ventre
de um peixe”’, 2: 1. Deus
miraculosamente manteve Jonas vivo por três dias no estômago do peixe. Por
ser um fato verídico Jesus, usou o incidente do peixe que engoliu Jonas para
ilustrar sua própria morte,
sepultamento e ressurreição, Mt 12: 39-41.
e)
O arrependimento de Jonas, 2: 10 -
Jonas viu que estava fazendo tudo errado, v. 9. Arrependeu-se, percebeu que
agia como um idólatra (ou ateu) e retomou o caminho da obediência, I Sm
15: 23.
II - UM MUNDO CLAMANDO POR MISSÕES
A segunda parte do livro
mostra um novo Jonas, arrependido e disposto a cumprir o mandado missionário.
a)
O novo chamado, 3: 1-2 -
Pela segunda vez o Senhor diz a Jonas “levanta-te”. Ele estava na praia, por
certo ainda meio confuso com tudo que ocorrera, mas percebendo que não
adianta fugir da obrigação de entregar mensagens duras. Os pregadores do
Evangelho são semelhantemente convocados a proclamar todo o conselho de Deus,
At 20: 27; II Tm 4: 2. Devem pregar
tanto a misericórdia quanto a ira de Deus; ou seja, o perdão e a condenação.
Devem pregar de tal forma que as pessoas se voltem de seus pecados.
b)
O missionário obediente, 3: 3-4 -
Nínive era importante por abrigar mais de 120 mil almas; essa era a
preocupação e o seu valor para Deus, 4: 11. A submissão de Jonas pode ser
vista por expressões significativas, tais como: “Levantou-se, ... e foi” , 3: 3; “começou
Jonas a percorrer a cidade... e pregava”, 3: 4.
c)
Conseqüências da obediência, 3: 5-10 - A pregação de Jonas produziu resultados e os
moradores de Nínive arrependeram-se de seus pecados. Houve, por um certo
período, um retorno ao monoteísmo.
Nessa fase aconteceram duas
grandes pragas, nos anos 765 e 759 a.C., e um eclipse solar, em 763 a.C.
Esses acontecimentos podem ter sido interpretados como sinais de julgamento
divino e, portanto, preparado a cidade para receber a mensagem profética de Jonas.
Como expressão visível de seu verdadeiro arrependimento, “eles jejuaram,
vestiram-se de pano de saco”, 3: 5.
d)
Lição e censura a Jonas, 4: 4-11 -
Quando Deus agiu, salvando ninivitas, Jonas ficou contrariado, v. 8, porque
pensou na segurança política de Israel. É como se o pregador colocasse seus
interesses pessoais à frente dos interesses do reino de Deus. Foi preciso que
Deus o levasse a sentir o valor de uma alma. Se Jonas creu ser razoável
irar-se por uma planta com a qual não contribuiu em nada para sua existência,
como não dar lado para compreender o tão grande e poderoso amor de um
Deus-Criador, que fízera com carinho e doçura cada criatura que estava naquela
metrópole?
e)
Deus expressa seu amor por Nínive:
1) O amor do Criador por seus
filhos, embora tenham eles vivido em pecado e rebelião contra suas Leis, vai
além de qualquer amor ou sentimento humano, Rm 5: 8.
2) O amor de Deus pela
humanidade estende-se para além de qualquer fronteira, até às pessoas
perdidas em qualquer lugar. Esta verdade foi plenamente vista: a) quando Deus enviou seu Filho Jesus para
morrer por todas as pessoas, Jo 3: 16; e b) quando Jesus enviou os discípulos
a todo o mundo para pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações,
Mt 28: 18-20.
A vocação da
igreja é missionária.
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