segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

APRENDENDO COM ELIÚ

                                                      APRENDENDO COM ELIÚ

Seremos apresentados, nesta lição, a um jovem teólogo chamado Eliú. Até este momento, mantivera-se ele calado, enquanto Jó e seus amigos terçavam armas em torno do sofrimento do justo. Mas, agora, quando ambas as partes parecem ter esgotado seus argumentos, resolve Eliú falar. Acompanhe atentamente este estudo, e veja como será respondida a pergunta que vem você fazendo ao Senhor: "Por que o justo tem de sofrer?"

I. QUEM FOI ELIÚ
1. Eliú, filho de Baraquel. Ao contrário dos outros personagens do Livro de Jó, incluindo o próprio patriarca, Eliú é o que possui a mais completa biografia. Até uma pequena genealogia temos dele. Era filho de Baraquel, e tinha por avoengo a Rão, pertencente ao clã dos buzitas - uma tribo que habitava a península da Arábia (Jó 32.2).
Em hebraico, Eliú significa Ele é o nosso Deus.
2. Eliú, o teólogo. Mesmo antes de Abraão e Moisés (os dois principais personagens da religião divina no Antigo Testamento), Eliú já reunia condições de apresentar, brilhantemente, as demandas divinas quanto ao aperfeiçoamento dos justos através da pedagogia da prova. Observe que o seu discurso quase que se confunde com o pronunciamento de Deus (42.7-9). Em virtude de sua sabedoria, Eliú é apontado como um dos prováveis autores do Livro de Jó.
II. A TEOLOGIA DE ELIÚ
Ao invés de acusar a Jó, e duvidar de sua integridade, põe-se o jovem Eliú a apresentar uma teologia que, até aquele momento, não fora sequer cogitada.
1. A teologia da prova. Adiantando-se já em seu discurso, exclama Eliú: "Pai meu! Provado seja Jó até ao fim" (Jó 34.36a). Que palavra mais dura! Não fora o patriarca suficientemente provado? No entanto, Jó teria de saber ainda que, qual barro nas mãos do oleiro, não lhe caberia questionar as ações de Deus (Rm 9.21). Por mais dura e insuportável que lhe fosse aquela prova, caber-lhe-ia entender que, atrás de todo cadinho e de todo crisol, esconde o Senhor um grande, maravilhoso e insondável propósito.
2. A pedagogia da prova. Por intermédio daquela provação, haveria Jó de compreender, de igual modo, estar sendo provado não porque fosse injusto, e, sim: por ser justo e íntegro. Fosse injusto, Deus não o haveria de provar; castigá-lo-ia. A prova divina é para aqueles que, guiados pela graça, encaminham-se para a perfeição (Sl 11.5).
Jó teve condições, até este momento, de rebater seus três amigos; os argumentos destes eram, apesar das aparências, simplórios e inconsistentes (Jó 16.3). No entanto, como repelir a verdade? Não disse Paulo que nada podemos contra a verdade a não ser pela mesma verdade? (2 Co 13.8). Embora o melhor dos homens, ainda tinha muito a percorrer no caminho da perfeição espiritual (Fp 3.12-15). Mais tarde, após ouvir o monólogo do Senhor, o patriarca mesmo reconhecerá as imperfeições de seu relacionamento com o Todo-Poderoso. Se você está sofrendo, não se desespere! Deus lhe está provando a fé, a fim de que tenha você uma vida espiritual mais abundante. Somente Ele sabe como educar-nos através daquele crisol que depura e refina o ouro.

III. TODOS SOMOS PROVADOS POR DEUS
Que homem de Deus ainda não foi provado? Todos temos o nosso quinhão de prova. Uns são provados quanto à sua obediência; outros, sobre o seu temperamento; estes, com respeito ao apego aos bens terrenos; aqueles, respeitante ao amor à família, a fim de que esta não tome o lugar do Todo-Poderoso; este outro, no que concerne à sua visão do Reino. De uma forma ou de outra, somos provados. Aleluia!
1. A medida da prova. Deus não nos prova, a fim de nos destruir. Pois Ele nos conhece as limitações (1 Co 10.13); não nos ignora a fragilidade da estrutura; sabe que somos pó (Sl 103.14; Sl 139.1-3). Por isso, administra-nos as suas provas, a fim de que venhamos a alcançar a medida de perfeitos varões (Ef 4.13). Ora, se Deus não nos quer destruir, então por que permite Ele tenham alguns de seus santos mortes violentas? (At 12.2) É que Deus, em sua inquestionável soberania, não prepara apenas heróis; também levanta mártires, a fim de que, através destes, sejamos fortalecidos na fé: "Uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno)" (Hb 11.35-38). Além do mais, tem o Senhor prazer na morte de seus santos (Sl 116.15).
Não são poucos os pais que, diante da perda de seus filhinhos, perguntam: "Não podias tu, Senhor, ter preservado a vida ao meu filho?" Acontece que, amando-nos Deus como nos ama, prefere Ele que choremos a morte de um ente querido a que lhe lamentemos a sorte. É triste? Todavia, até mesmo na tristeza o Senhor nos surpreende com a sua alegria. Aleluia!
2. A prova que consola. Escrevendo aos coríntios, diz Paulo que somos atribulados, a fim de que, experimentando as consolações do Espírito, possamos administrar as mesmas consolações àqueles que, neste momento, acham-se em desespero (2 Co 1.4). Assim é a tribulação do crente - uma tribulação que consola; uma prova que conforta.

CONCLUSÃO

Jesus Cristo, embora verdadeiro Deus, foi submetido às mais insuportáveis provas. Fez-se homem; tomou a nossa forma; colecionou-nos as dores todas (Is 53.3). E já no Calvário, ergueu-se como o nosso perfeitíssimo representante e medianeiro junto ao Pai Celeste (Hb 4.15). Por isso, consola-nos Ele: "No mundo tereis aflições; tende bom ânimo: eu venci o mundo" (Jo 16.33). Estivera Eliú aqui, ensinar-nos-ia a paciência nas tribulações; através destas é que iremos aperfeiçoando-nos na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos aceitar esta prova; o refrigério não lhe faltará. Louvado seja o Cordeiro de Deus!




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