segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

APRENDENDO COM JESUS


A VIDA CRISTÃ  

O texto para a mensagem de hoje encontra-se em João 19:26 e 27: "Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde àquela hora o discípulo recebeu Maria em sua casa."
A terceira palavra de Jesus na cruz revela que vida cristã não é somente ir à igreja, ler a Bíblia, fazer oração, e fazer trabalho missionário. Vida cristã é também o cumprimento fiel dos deveres desta vida com a nossa família e com a sociedade.
Cristo cumpriu Seu papel de Filho neste mundo. Ele não foi embora sem assegurar o futuro de Sua mãe. Ele não morreu sem antes ter a certeza de que alguém iria substituí-Lo nas Suas responsabilidades de filho.
O texto bíblico diz que perto da cruz estavam Sua mãe Maria e João, o discípulo que Ele amava. É interessante notar que as duas únicas pessoas, mencionadas por nome na Bíblia, que acompanharam Jesus até o fim, foram a Sua mãe, uma mulher que viveu uma vida de comunhão extraordinária e maravilhosa com o Filho, e João, alguém que sem ter um vínculo familiar, desenvolveu também um companheirismo muito especial com Jesus.
Vamos imaginar um pouco a situação de Maria. Imaginem essa jovenzinha recebendo a visita do anjo anunciando-lhe que ficaria grávida, e que abrigaria em seu ventre o fruto do Espírito Santo. Imaginem seu desespero ao querer que o anjo entendesse que ela não teria como explicar ao mundo essa gravidez estranha. As coisas naquele tempo eram como hoje. Imaginem se hoje alguém aparecesse dizendo que está grávida do Espírito Santo!
Mas Deus tem Seus planos maravilhosos e eles, quase sempre, vão contra tudo aquilo que o homem pensa. Ninguém é capaz de deter as grandes obras de Deus. Você pode até tentar driblar os planos divinos ou caçoar deles, mas Deus os realizará mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro, com os homens ou sem eles. No caso de Maria, Deus cumpriu Seu plano.
Jesus cresceu sob o cuidado protetor de Sua mãe. Essa mãe cuidou muito bem de seu Filho e deu o melhor que pôde para ele. Ela sabia que esse Filho teria um fim triste, pois quando ela o levou para o templo pela primeira vez, Simão profetizou Seu fim.
Imagine agora, amigo, Maria olhando para Jesus que estava pendurado numa cruz junto com dois ladrões. Aquelas mãozinhas que a virgem Maria segurou, agora estão pregadas na cruz do Calvário e o sangue pinga lentamente dos furos que os pregos fizeram. Aqueles pezinhos que ela tantas vezes ensinou a andar nos caminhos de Deus, agora estão pregados lá na cruz do Calvário. Aquela fronte que ela beijou carinhosamente tantas vezes, agora estava alí, furada por uma coroa de espinhos. Ali estava a mãe acompanhando seu filho até o fim.
Todos tinham abandonado o Senhor. Seus discípulos tinham ido embora; a multidão caçoava dEle, os soldados riam de sua situação, os sacerdotes o acusavam, mas a mãe permanecia perto da cruz.
Queridos, o amor dos pais é um amor mal-compreendido. Esse amor nada espera. E porque talvez nada espera, nada cobra. É porém, geralmente, mal-compreendido.
Quero neste momento falar principalmente aos jovens.
Há coisas que vocês só entenderão no momento em que alguém colocar em suas mãos um pedacinho de ser humano e lhe disser: Esse é seu filho. Quando você tomar em seus braços esse ser, carne da sua carne, sangue do seu sangue, aí então, talvez, você entenda muita coisa que hoje você não compreende.
Outro dia recebi a visita de uma garotinha de 13 anos que estava querendo fugir de casa. Perguntei-lhe por que queria fazer isso. "-Para onde você irá?" Indaguei. E ela me respondeu: "-Não importa onde irei. Qualquer lugar vai ser melhor do que a minha casa. Meus pais não me compreendem, não acreditam em mim. Todos os pais acreditam em seus filhos, menos os meus. Eles não confiam em mim."
Pedi que ela me explicasse melhor o que estava dizendo. E ela disse que sábado à noite foi a uma festinha de aniversário de uma coleguinha e disse para os pais que chegaria às 11:00 da noite. Acontece que depois da festinha a turminha decidiu fazer outro programa e ir para outro lugar. E ela pensou: Vou? Não vou? E finalmente decidiu. Na idade dos 13, 14 anos, os amigos são mais importantes que qualquer coisa, não é assim que pensam os jovens? O que os amigos pensam a nosso respeito é muito mais importante do que Deus pensa de nós, do que os pais pensam de nós. Vivemos em função dos outros colegas.
Bem, não avisaram ao pai, não avisaram à mãe e todos foram para outro lugar. Ninguém sabia onde eles tinham ido.
O pai ligou às 11 da noite para a casa do aniversariante e alguém lhe disse: "-Ela já saiu." Então, o pai esperou até uma hora, duas horas da manhã e a filha não chegou. Três horas da manhã e a filha não apareceu. Quatro horas da manhã e nada! Quando ela chegou 4:30 da manhã, o pai e a mãe estavam na sala, andando de um lado para o outro, desesperados, sem saber mais o que fazer. E quando a garota abriu a porta, o pai quase gritando disse: "-Isto são horas de chegar? Por que você não me avisou?" A menina não saiu no domingo para outro compromisso que tinha com os amigos.
Agora, ali na minha frente, ela estava dizendo que ia embora, que qualquer lugar era melhor que seu lar porque seus pais não acreditavam nem confiavam nela. Todas as suas amiguinhas chegaram em casa e os pais estavam dormindo tranqüilos, porque "confiam nos filhos"; mas como os pais dela não confiam, estavam acordados até 4:30 da manhã!
Queridos, quer dizer que para que a filha saiba que o pai acredita nela, é preciso que o pai tenha um coração de pedra e esteja dormindo às 4:30 da manhã, enquanto sua filha está fora numa cidade como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, ou outra qualquer cidade do mundo por aí?
Você não acha que às vezes somos injustos com os pais? O pai geralmente sonha para si mesmo, mas quando nasce o filho, para de sonhar para si e começa a sonhar para ele.
Você não acha que às vezes somos injustos com os pais? Os pais deixam muitas vezes de fazer certas coisas que gostam para fazer coisas que os filhos gostam. As vezes passam por dificuldades porque querem dar o melhor para seus filhos: a melhor escola, a melhor roupa, o melhor calçado, o melhor alimento. E, queridos jovens, eles fazem tudo isso com muita alegria porque o sonho do pai é você.
Neste momento eu gostaria de dizer que se você tem um pai vivo, ou uma mãe viva, pegue um papel e uma caneta e escreva uma carta. Talvez a única coisa que seus pais esperam de você, é que você diga: "-Mãe, eu te amo!" Mais nada. Isso compensa tudo. Isso paga qualquer sacrifício. Os pais nunca estão esperando nada. Eles não o educaram para que quando você crescesse os sustentasse. Nenhum pai faz isso. Eles simplesmente serão felizes se você crescer e for feliz. Talvez tudo o que esperam é que você simplesmente diga: "-Pai, eu reconheço e te amo por isso. Obrigado!" E mais nada.
Voltemos os olhos ao Calvário. Ali, perto da cruz estava a mãe de Jesus. Do outro lado, o discípulo amado, o único que ficou perto de Jesus até o fim.
Porque você acha que ele foi o único discípulo que não abandonou seu Mestre? Jesus teve doze discípulos. Os doze mantiveram comunhão com Jesus, só que onze deles se limitaram a uma comunhão quase formal: eram bons membros de igreja, viviam vidas maravilhosas de obediência, mas, era só!
João era diferente. Ele saía da mediocridade, da monotonia, da rotina. João não se contentava em apenas ser um bom membro de igreja ou cumprir o mínimo indispensável. João ia além. Não estava satisfeito se não encostava a cabeça no coração de Jesus. Ele tentava viver uma experiência pessoal, especial, diferente com o Mestre.
Conheço um pastor que sempre me intrigou. Não por algo ruim, mas por algo muito bom. Cada vez que o vejo me dá a impressão de que estou vendo o Senhor Jesus. Ele nunca foi Presidente de nada, nem sequer é pastor de alguma igreja grande. Nunca fez mestrado nem o enviaram para o estrangeiro. Ele é o típico pastor de uma igreja de interior. Já se aposentou depois de 40 anos de ministério!
Um dia, eu estava vivendo um momento muito difícil na minha vida, e precisava conversar com um pastor. Precisava abrir meu coração. E pensei: "-Aonde vou? Falo com quem? Procuro quem?" Há momentos em que um pastor também precisa de um pastor. Chegara o meu momento. A quem procurar?
De repente, por algum motivo, aquele pastor apareceu na minha mente. Conversamos meio dia e realmente não fiquei desapontado. Precisava ouvir o que aquele homem disse para mim, e de repente, depois de conversar, percebi que estava me afogando num copo de água. As palavras dele foram sábias. Evidentemente era um homem que tinha uma vida de comunhão maravilhosa com Deus.
Ao despedir-me dele, apertei sua mão e disse: "-Pastor, sempre notei algo especial em sua vida. Sabe porque eu vim falar com o senhor? Porque o senhor sempre me inspirou algo bonito. Perdoe-me o que vou lhe dizer: Mas cada vez que aperto a sua mão tenho a impressão que estou apertando a mão de Jesus. Eu acho que Jesus olhava do jeito que o senhor olha, que Jesus falava do jeito que o senhor fala. Agora me diga: Qual é o segredo? Por que o senhor é assim? O senhor foi pastor durante 40 anos. Se aposentou e não tem uma palavra de crítica para ninguém, não tem uma palavra de insatisfação, o senhor nunca se sentiu injustiçado. Qual é o segredo?"
E ele me disse: "-Não sei filho, não sei do que você está falando. Eu simplesmente sou assim." Eu continuei: "-Vou fazer-lhe outra pergunta: Quanto tempo o senhor passa cada dia em comunhão direta com Jesus?" Ele respondeu: "-Não sei, talvez 6 ou 7 horas. Por que?"
Ali estava o segredo da vida poderosa daquele homem.
João tinha descoberto esse segredo. Por isso, saiu da monotonia da comunhão distante, encostou a cabeça no coração de Jesus. E quando as provações chegaram, os onze bons membros de igreja foram embora. O único que permaneceu fiel até a morte foi o discípulo amado, aquele que saiu da rotina da vida.
E agora Jesus olha para João e Maria e diz: "-João, eis aí a tua mãe. Maria, eis aí o teu filho." Quero fechar os olhos com a certeza de que você, João, irá cuidar da minha mãe. Quando Jesus disse para João: eis aí a tua mãe, em outras palavras estava dizendo: "-João, por favor, ocupe meu lugar. Eu estou partindo. Faça o que Eu teria que fazer: cuide da minha mãe. Faça as minhas obras, faça a minha vontade. Ande nos meus caminhos, ande como Eu andaria, faça como Eu faria, viva como Eu viveria, tome o Meu lugar."
Querido, esse é o grande encargo de Jesus para nós hoje. "Filho, tome o meu lugar, fale as minhas palavras, realize os meus atos, viva a minha vida."
Há um pintor que pintou o quadro de Maria, João e Cristo de uma maneira extraordinária. A cruz do Calvário ao fundo. Jesus está ali agonizando, praticamente já sem vida, as sombras da noite começaram a tomar conta do lugar e João, segurando Maria pela mão, leva-a consigo para cumprir o encargo que Jesus lhe deixou. Na outra mão de Maria há algo que ela guarda com muito cuidado. O que é isso? O pintor colocou na outra mão da Maria a coroa de espinhos que furou a fronte de Jesus. Aquele pintor deve ter imaginado aquele quadro, mas é justamente o que Jesus quer fazer por nós.
Queridos, Ele nos deixou uma missão: cuidar de tanta gente desesperada que vive neste mundo. O cumprimento da missão tem resultados maravilhosos.
Conheço um pastor, colega meu no Peru. Ele tomou a missão em suas mãos e saiu visitando as prisões. Naquela ocasião, numa das prisões no Peru, estava preso um homem que o país inteiro queria ver morto. Tinha entrado uma noite na casa de uma família. Amarrou o marido e os filhos e na presença de todos eles, estuprou a mulher. Depois, matou a mulher, o marido e os filhos.
A polícia prendeu aquela fera humana. Em meu país existe a pena de morte. Quem mata dessa maneira só pode morrer. Esse homem foi condenado à morte. O país todo, a uma só voz gritava: "Esse homem tem que morrer. Ele não merece mais continuar vivendo." Acontece que os advogados deste criminoso apelaram. Apelaram para a Câmara de Deputados, para a Câmara de senadores, apelaram para o Presidente da República. Ninguém atendia à apelação. Os meses iam-se passando. Apelaram até para o Papa, tentando salvar a vida deste marginal. Mas o País todo, como um só homem, clamava: "Esse homem tem que morrer."
Nesse ínterim, meu colega, o pastor Iturrieta, cumprindo o mandato de Jesus: "Quem faz a um pequenino, está fazendo a mim," visitou as prisões e conheceu de perto este homem. Ele não queria saber de Jesus. Ele não queria saber de Deus. Ele não queria saber da Bíblia. Mas o pastor Iturrieta tinha um jeito especial de falar de Jesus e cativou o coração daquele marginal. Em pouco tempo, este homem reconheceu a perversidade de sua vida, reconheceu a imundícia de sua atitude, o horrendo ato que tinha cometido e caiu ajoelhado ao lado do pastor Iturrieta dizendo: "-Pastor, eu não posso mais corrigir o que fiz; eu não posso mais remediar nada. Como fui capaz de fazer algo assim?" De repente, Deus tirou de seus olhos uma venda e ele enxergou a malignidade do seu pecado. Ele se agarrou em Jesus Cristo, acreditou na salvação e entregou a sua vida a Ele.
O pastor Iturrieta pediu licença às autoridades para batizá-lo dentro da prisão. Foi manchete em todos os jornais peruanos. O famoso assassino foi batizado como membro da Igreja Adventista na prisão. Isso levantou polêmicas na televisão, nas rádios e nos jornais. Todo mundo começou a fazer foruns de discussão. Muitos diziam: "-Claro, agora está fazendo isso para tentar ganhar a opinião pública porque sabe que a morte está chegando para ele. Que conversão é essa, depois de tudo o que fez? Agora que não pode fugir, agora que a morte está chegando, isso não é conversão! A igreja não deveria se prestar a esse papel."
Finalmente chegou o dia da execução. Ele foi levado num barquinho a uma ilha. Só o acompanhavam os seis soldados que iam atirar nele. Cinco deles tinham balas de verdade. Um deles, bala de festim. Dessa maneira, cada soldado tinha a possibilidade de não ter sido ele quem matou, para poder ficar com a consciência tranqüila. Outra pessoa que acompanharia o processo de execução, era a autoridade judicial. E finalmente, o assistente espiritual, que neste caso era o pastor da Igreja Adventista. E ele conta a experiência.
Em sua última noite na prisão, aquele homem passou a noite toda cantando. Os outros presos diziam: "-Você não tem medo de morrer?" Ao que ele respondia: "-Não, não tenho medo de morrer. Eu mereço morrer. Eu só sinto porque minha morte não pode devolver a vida às pessoas que eu matei. Mas morro feliz porque de alguma maneira Jesus me encontrou aqui, me transformou e me perdoou. Amanhã vou morrer, mas ressuscitarei quando Cristo voltar. Vou para o momento final levando esperança em meu coração."
Às seis da manhã colocaram-no no barquinho e levaram-no para a ilha. Quando o sol estava saindo, amarraram-no num poste para ser fuzilado. Os soldados se colocaram a postos para atirar. Pediram para ele expressar seu último desejo. E ele disse: "-Tenho dois pedidos: Eu quero morrer sem vendas nos olhos e por favor, deixem-me cantar um hino. Quero morrer depois de cantar." As autoridades permitiram que ele cantasse.

Meu amigo, a morte de Cristo teve um propósito: Dar esperança ao desesperado, dizer a ele que nem tudo está perdido, que hoje é um novo dia para recomeçar, que hoje você pode estender a mão e segurar Seu braço poderoso.
Aquele homem o fez. Você o conhecerá um dia, quando Cristo voltar. Ele lhe contará como fechou os olhos sem medo da morte. Triste pelo que havia feito, mas feliz porque tinha conhecido a Jesus.
Ele cantou as duas primeiras estrofes, mas quando começou a cantar a última, foi fuzilado.
Eu gostaria de convidá-lo a aceitar Jesus como seu Salvador agora. Abra seu coração.

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