Fé que não se apaga
[Ela] não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e
orações. (Lucas 2:37)
Em apenas poucos versículos, Deus nos informa tudo o que precisamos saber sobre
Ana, mulher piedosa que o amava no ocaso da vida. Aprendemos que:
Ana era viúva. Essa mulher conheceu o sofrimento por ter perdido seu
marido sete anos após o casamento. Mas, aparentemente, permitiu que o
sofrimento moldasse seu caráter e fortalecesse sua fé. Ana passou o resto da
vida servindo fielmente a Deus, de dia e de noite.
Ana era uma mulher idosa. Aos 84 anos, ainda aguardava a "redenção
de Jerusalém", o Messias, o Salvador, Jesus! Que grande bênção essa mulher
recebeu quando Deus recompensou seus anos de fé permitindo que ela viesse, em
carne e osso, a Esperança de Israel!
Como se deu esse acontecimento tão alegre? Quando Maria levou o pequenino Jesus
ao templo para cumprir as exigências da lei, Deus inspirou Simeão a proclamar a
missão de Jesus na história da humanidade e a profetizar sobre o ministério de
nosso Salvador e sobre o sofrimento de Maria.
Logo em seguida à visão que Simeão teve a respeito de Maria, Deus inspirou Ana
a concentrar-se mais uma vez no fato de que Jesus cumpriria as profecias e
traria redenção ao mundo.
A vida de Ana nos oferece duas lições importantes. Primeiro vemos o fruto da fé
duradoura. Fé "é a certeza de coisas que se esperam" (Hebreus 11:1).
Minha amiga, sua fé permanece inabalável, não se apaga, não esfria, não vacila,
enquanto você espera em Deus a segunda vinda de Cristo?
Segundo aprendemos uma lição
sobre o encorajamento recíproco. Como devem ter calado fundo na alma
traspassada de Maria as palavras de fé proferidas por Ana! Enquanto Maria
carregava seu precioso bebê e meditava sobre a advertência de Simeão, Ana
proferiu palavras de encorajamento que, com certeza, agiram como um bálsamo e
acalmaram sua aflição.
Você procura animar, encorajar e revigorar os abatidos? Proferir palavras de fé
inabalável em Deus, no momento certo, aos que estão desanimados é uma
verdadeira arte divina!
O apóstolo Paulo falou por todos nós quando declarou, com sabedoria, que
"o nosso homem exterior" se deteriora (2 Coríntios 4:16). A vida nos
ensina que isto é verdade, o corpo se desgasta dia após dia. Porém, em
seguida, Paulo apresenta o segredo para suportar esse declínio: "Contudo o
homem interior se renova de dia em dia".
Preste atenção ao que o eloqüente William Barclay nos diz sobre esse segredo:
ao longo da vida, a força física do homem declina, mas, por outro lado, a alma
do homem se mantém em constante desenvolvimento.
Os sofrimentos que enfraquecem o corpo do homem podem ser os responsáveis pelo
fortalecimento de sua alma. Esta foi a oração de um poeta: "Permita que eu
me torne cada vez mais encantador à medida que for envelhecendo."
Do ponto de vista físico, a vida pode significar um declínio lento e inevitável
que leva à morte. Porém, do ponto de vista espiritual, viver significa subir a
montanha que leva à presença de Deus. Nenhum homem deve temer o avanço da
idade, porque ele o leva mais para perto, não da morte, mas de Deus.
Certamente a profetiza Ana foi uma mulher que se tornou mais encantadora à
medida que foi envelhecendo. Aos 84 anos de idade e, sem dúvida, suportando as
dores que chegam com a velhice, essa querida serva sabia aproximar-se de Deus:
ela jejuava e orava continuamente.
Ana nunca deixou de orar. Quando a vida parecia sem sentido (sem marido, sem
filhos e, talvez, sem meios de sustento), Ana orava. Dia após dia, ela renovava
sua mente e seu interior por meio da oração acompanhada de jejum.
Essa comunhão diária, contínua e fiel com Deus, a Fonte de toda força,
possibilitou que Ana escalasse a montanha que leva à presença do Senhor. De
fato, a fidelidade diária de Ana foi recompensada, porque viu Deus quando contemplou
o menino Jesus. O Senhor e Salvador finalmente havia chegado!
Que você possa seguir os passos de Ana e olhar para o Senhor em busca de força
e graça... dia após dia.
*Extraído do livro "Mulheres que Amaram a Deus", Editora
United Press
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