Vença
o sofrimento através da Persistência
Tornar-se
perseverante não é obra do acaso. José aprendeu a lidar com as dificuldades.
Suas reações diante do sofrimento revelam que ele foi preparado para enfrentar
adversidades. Alguns fatores deram-lhe suporte para que ele soubesse como agir
nos momentos difíceis.
Aprendeu
cedo.
Ele tinha
apenas dezessete anos quando seus irmãos o venderam como escravo aos
midianitas. Porém, a força do seu caráter indica que ele deve ter sido educado
para fazer o que era correto. Quando Jacó encontrou Deus face a face e foi
transformado, no ribeiro de Jaboque, José tinha seis anos de idade.(Gn32.22-32)
Seus irmãos já eram homens feitos; tinham convivido durante toda a vida deles
com o Jacó enganador. José encontra com um pai totalmente mudado. José foi
educado por Israel e não por Jacó. Além disso, José e Benjamim foram os únicos
filhos de Jacó que passaram tempo com Isaque, o avô. Os outros filhos de Jacó,
por serem homens, tinham muitos afazeres, logo não poderiam ficar aos pés do
avô e serem treinados nas veredas da Torah.
Uma criança
criada com carinho, que cresce ouvindo suas histórias familiares e como Deus a
escolheu para seguir um destino de glória, torna-se um adulto melhor.
Sabia o
valor do seu destino.
Além da
herança histórica do seu avô, Deus deu a José um sonho que iria nortear o seu
futuro.(Gn. 37.5-10) José vivia diariamente consciente que sua vida tinha um
propósito. Ele estava convencido de que Deus tinha algo grandioso para
fazer através da sua vida. Nas horas de trevas, sua alma era iluminada pela brilhante
estrela da manhã que guiava o seu destino. Ao acreditar que seus sonhos vinham
da parte de Deus, e ao persegui-los, José ganhou uma estável direção. Ele sabia
que Deus estava guiando os seus passos.
Quem não
sabe para onde vai tem mais chance de se perder pelo caminho. Aquele que não
conhece o seu valor tem maior probabilidade de vender-se e negociar a sua
honra.
Dedicou sua
vida a Deus.
Diante da
sedução, José revelou um tipo de caráter que somente tem quem consagra sua vida
a Deus. Para conter os avanços da mulher ele disse a ela: “Como cometeria
eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?”(Gn.39.9) José sabia que, se sua
conduta violasse os mandamentos de Deus, ele estaria pecando. Para ele, as
conseqüências do pecado eram piores do que o vexame que sofreria. Sua decisão
revela que José tinha uma firme âncora que o mantinha seguro em meio às
tempestades da vida. Diante do perigo, ele não teve vergonha de correr,
abandonar suas roupas nas mãos da mulher e proteger sua alma. Seu corpo foi
para a prisão, mas sua alma permaneceu intacta; a essa atitude chamamos
integridade.
Venceu as
dificuldades porque se recusou a ficar amargurado.
Seria muito
fácil e até compreensível que José ficasse amargurado por causa das maldades
impostas a ele. Muitas pessoas, quando são alvos de mentira ou injúria, ficam
profundamente magoadas com quem as maltrataram. O ressentimento fermenta o
espírito e cria uma raiz de amargura. “Atentando, diligentemente, por que
ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de
amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam
contaminados”.(Hb.12.15)
Muitos se
tornam amargos quando o sofrimento é prolongado. José se recusou tornar-se
amargo. Quando teve dois filhos, deu-lhes os nomes de Efraim e Manassés; seus
nomes significam: “Deus me fez próspero na terra da minha aflição”, e “Deus me
fez esquecer da minha dor”. Ele perdoou aos irmãos e os sustentou na fome. Não
nutriu o ressentimento ou adubou a amargura. Tampouco esperou o melhor momento
para vingar-se.
Não se
entregou à imoralidade.
Quão fácil é
para algumas pessoas se entregarem à imoralidade e ao erro quando as coisas vão
mal. Elas usam as tribulações para justificar sua conduta imoral. “Roubei
porque não tinha emprego”. “Dormi com ela porque não havia outro jeito, afinal
sou homem. A culpa não foi minha, foi ela quem deu em cima de mim”.
Um erro não
justifica outro erro. A mulher de Potifar devia ser desejável e sedutora. José
poderia dizer: “Apenas obedeci a minha senhora. Fiz o que ela me ordenou”. A
casa estava vazia, ela havia preparado todo o ambiente, como alguém iria saber
do fato? Todavia, José recusou pecar e fugiu. Há momentos em que não existe
outra coisa a fazer, a não ser fugir.
Nenhum de
nós pode escapar de ser tentado. Tiago afirma com todas as palavras: “todos
os homens são tentados.” (Tg.1.14) Ser tentado não significa pecar. Pecado
é ceder à tentação. Até mesmo Jesus Cristo foi tentado. “Porque não temos
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele
tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.”(Hb.4.15)
A história
de José mostra que ele estava preparado para resistir à tentação e não para
pecar. “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação;
porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
prometeu aos que o amam”.(Tg.1.12)
Silmar
Coelho
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