A PERSEGUIÇÃO E O TRIUNFO
Davi foi escolhido por DEUS
para suceder o primeiro rei de Israel: Saul, mas para isso tinha que passar no
teste em que Saul foi reprovado: “Amar e respeitar o SENHOR”
Jesus nos ensina este
princípio: Aquele que vos ouve a mim me ouve; e quem vos rejeita a mim me
rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou ( Lucas 10: 16
).
Saul havia feito muitas coisas erradas e Deus já estava pensando
em levantar outro rei segundo seu coração. Deus havia colocado no coração do
profeta Samuel que este deveria encontrar outro rei para Israel.
Samuel começa sua missão. Vai até Belém e entra na casa de
Jessé. Lá encontra Davi, o filho caçula de Jessé, que imediatamente é ungido
rei na presença do pai e dos irmãos, (1 Samuel 16).
A partir daquele momento o Espírito do Senhor estava sobre Davi.
Para Deus Davi seria o novo rei de Israel. Porem, este ainda não
havia tomado posse como rei, pois Saul ainda estava no poder.
Com isso, a cisão entre Saul e Samuel se tornou irreparável. Com
o tempo, Saul começou a ficar mais deprimido e foi perdendo o controle da
situação. No meio desse “descontrole emocional”, Saul encontrou Davi.
Os súditos do rei propuseram que este pudesse ouvir musica para
melhorar seu espírito abatido. Eles falaram de um certo Davi, um jovem pastor
de Belém, com uma bela voz, tocador de harpa. Saul mandou buscar Davi.
Ao ver a quantidade de dons e talentos de Davi, o rei se
encantou e o acolheu com todas as honrarias, convidando-o a morar no palácio
real (1 Samuel 16,18-23). Saul se apegou demais a Davi, fez dele um fiel escudeiro,
levando-o para a corte e tratando-o como a um filho.
Davi e Jônatas, o filho mais velho de Saul e futuro sucessor do
reino, logo se tornaram muito amigos e permaneceram fieis um ao outro por toda
a vida. O rei voltou a sorrir e a depressão havia desaparecido.
Porem, mal sabia o rei Saul que ele havia trazido para a sua
casa o seu sucessor. Mesmo Davi, sabendo da sua unção pelo profeta Samuel
jamais tentou destronar Saul ou a usurpar do trono. Pelo contrario, ficou
quieto esperando o “tempo de Deus” .
Aparece um enorme guerreiro na história. Os Filisteus queriam
atacar Israel, eram representados por Golias, verdadeiramente um exagero de
soldado: forte, destemido que impunha medo e respeito. Golias provocou Israel
pedindo um representante para enfrentá-lo e quem vencesse a luta (corpo a
corpo) ficaria com o total domínio de um povo sobre o outro.
Saul ouviu a provocação e ficou com medo. Ninguém se habilitou a
enfrentar esse destemido Golias. Davi que estava pastoreando o rebanho do seu
pai Jessé ficou sabendo da provocação de Golias e que ninguém tinha coragem de
enfrentá-lo.
Diante dessa eminente ameaça, o próprio Davi se apresentou
diante do Rei Saul dizendo que ele iria enfrentar o gigante. O rei resistiu mas
Davi o convenceu dizendo que Deus estava com ele e que o Senhor haveria de dar
esta vitoria a Israel.
O rei então consentiu e Davi, armado apenas com cinco pedras e
um estilingue (funda) foi ao encontro de Golias. O gigante riu de Davi e de
todo povo de Israel pela escolha do seu oponente.
A luta teve inicio e quando Golias foi tirar sua espada para
aniquilar a vida de Davi, este pega a funda com as pedras, faz um boleio no ar
e acerta a testa do gigante. Golias cai por terra e imediatamente Davi
corta-lhe a cabeça.
Com esta vitoria a fama de Davi cresceu. A cidade inteira não
comentava outra coisa. Davi era o herói. Entre o povo se dizia: “Saul matou mil
e Davi matou dez mil” (1 Samuel 18, 7) para dizer a superioridade de Davi em
relação a Saul.
O rei Saul começou a ficar irritado com tanta manifestação de
afeto, carinho e elogios que Davi começou a receber. O rei sentiu ciúmes de
Davi porque o povo o considerava herói em Israel.
Por todas as esquinas e praças o nome de Davi era falado,
cantado e honrado. O ego de Saul não podia suportar aquilo. Sua vaidade
endureceu seu coração. Ele não podia suportar aquela situação.
Aos poucos aquela admiração que ele sentia em relação a Davi, se
transformou num ódio violento e mortal. Ele não conseguiu conviver com o brilho
e a fama de outra pessoa, morando no palácio e sendo reconhecido pelo povo.
Nessa altura Saul já era um homem velho, sem espiritualidade,
repetitivo nos seus discursos, abusava do poder que lhe foi entregue, não media
as conseqüências dos seus atos, era inconsequente.
Com este quadro acima, o rei perdendo a fama, já não era mais o
centro das atenções, todos falavam e comentavam o nome de Davi.
Todos queriam Davi, gostavam de ouvir Davi que era gentil,
simpático, sabia acolher as pessoas, era sensível, era honesto, transparente,
exalava espiritualidade por onde passava, quando falava tocava o coração das
pessoas, partilhava seus dons e talentos, as pessoas gostavam de visitar o
palácio para ver Davi que a todos recebia com um sorriso e alegria.
Ninguém mais queria saber de Saul, que ficou obsoleto, porem,
abusava do seu poder de rei. A unção estava com Davi. O povo percebia isso.
A fama de Davi crescia por aquilo que ele era. Jamais quis
diminuir a autoridade do Rei, pelo contrario, sempre o respeitou e o honrou
porque este ainda era o rei, apesar de saber que os olhos do Senhor já não
estavam mais sobre ele. Mas ainda era o rei e, como tal, merecia todo o
respeito.
A fama de Davi definitivamente incomodou o rei e sua corte. Não
havia outra escolha a não ser tirar Davi do Palácio, eliminar a sua fama,
aniquilar o seu nome, matar a sua pessoa. A sentença já estava decretada.
O carrossel do mal começou a andar. Os acordos e as conspirações
internas eram visíveis. Enquanto Davi defendia o palácio e o Reino de Israel,
enquanto Davi trabalhava pela expansão e boa fama do Reino... O rei e seus súditos armavam as ciladas e
armadilhas para tirar Davi do convívio entre eles.
E para isso, certamente, não mediram esforços. Muita mentira,
muita traição, muito engodo, muita maldade...
Esse era o contexto da corte do rei. A sentença já estava
decretada: morte a Davi. Todos, no palácio, (creio que nem todos) olhavam para
Davi com desprezo, com antipatia. Mas mesmo assim, Davi continuou tratando a
todos com respeito, porque ele era assim.
Mesmo vendo a ação do mal, ele jamais mudou seu comportamento em
relação as pessoas que moravam e trabalhavam com ele. Talvez isso fazia com que
a raiva aumentasse ainda mais nos seus rivais.
Davi que só fazia o bem, não lhe restou outra saída: teve que
deixar o palácio. O rei ainda não sabia que a unção estava com Davi. E Davi
teve que sair daquela situação para salvar sua própria vida.
Saul não se cansava de armar ciladas e armadilhas para destruir
Davi. Este saiu do palácio. Mas a perseguição continuou. Saul tentou convencer
ate mesmo o próprio filho Jônatas a matar Davi.
Porém, no palácio havia gente boa e Jônatas jamais ergueu sua
mão para ferir ou atacar seu amigo. Jonatas também preferia dar seu posto de
rei para Davi.
Davi se escondeu por varias vezes pois Saul estava obcecado em
matar o “ futuro Rei” .Davi poderia ter se vingado por várias vezes, mas não o
fez.
Davi também conhecia a vida do Rei e onde residia seus pecados
do passado. Mas este nunca foi o método utilizado por Davi, nunca quis pagar o
mal com o mal.
Mas Deus sempre esteve ao lado os perseguidos e aos poucos um a
um do palácio do Rei foi sendo aniquilado. Todos foram morrendo ou foram
mortos, inclusive o próprio Rei Saul que cometeu suicídio.
Infelizmente nesta trágica saga, muitas pessoas boas foram
mortas, inclusive Jônatas, amigo fiel de Davi.
Diante de uma guerra de vaidades e ciúmes, de inveja e calunias,
muitos ficam feridos e acabam morrendo. O mal não seleciona suas vítimas.
Essa é a historia de Saul e Davi.
Apesar da saída de Davi do Palácio, mais tarde ele voltou ainda
mais forte. Ele voltou com REI de ISRAEL e seus oponentes tiveram seus nomes
riscados da face da Terra.
Que ninguém ouse sabotar, aniquilar, caluniar, difamar, destruir
a FAMA dos HOMENS DE DEUS. Deus vem ao encontro para Defender!
As histórias da Bíblia muito nos orientam. É de impressionar
que, apesar de muitos e muitos anos se passarem, a Ciência e a Tecnologia
avançarem de maneira espantosa, o comportamento humano continua o mesmo.
A saga de Saul e Davi abre nossos olhos a muitos aspectos: todos
nós nascemos com dons e talentos. Usá-los a favor de Deus é prosperar. Ter em
mente que acima de Deus ninguém está é a chave do sucesso eterno.
Davi e Saul vivem nos dias atuais. O caráter de cada um deles se
torna evidente quando a eles são delegados cargos de liderança em organizações
empresariais e sociais.
Saul 'é capaz de tudo' para atingir sua meta, custe o que
custar. Davi por sua vez, faz uso de sua condição de líder para servir,
orientar, promover a paz e harmonizar ambientes.
Ele respeita hierarquias e espera o momento de sua promoção.
A Bíblia nos ensina através da históra de Saul e Davi que o
poder é dado a quem merece, a quem se propõe a promover o bem comum, a
solidariedade, o amor ao próximo e que o poder usado para o mal não prospera.
Saul morre e Davi se eterniza.
Nos dias atuais temos diversos exemplos de pessoas que se
imortalizaram, por terem se espelhado em Davi e usado seus dons e talentos para
fazer a vontade de Deus
Triste pensar como a inveja pode destruir até mesmo um Rei
escolhido por Deus. Saul perdeu seu reinado por suas próprias mãos. Se Deus um
dia o escolheu para ser Rei é porque tinha atributos para tal.
Esta história nos faz pensar que todo aquele que tem a missão de
evangelizar, ser portador da palavra de Deus, devem estar em constante oração
para que as vaidades humanas não os desviem desta sublime missão.
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