COMEÇOU BEM E TERMINOU MAL
Desde o tempo de Josué (final do século 11 a.C), Israel vivia
num sistema de Confederação de Tribos, governada por juízes que eram
selecionados entre os anciãos e os profetas.
No tempo de Saul , este modelo estava se deteriorando e não havia unidade entre eles. Muitos povos que vinham do mar ou das grandes civilizações tinham um enorme interesse de conquistar e dominar Israel (que era uma espécie de “corredor” entre a Terra e o Mar).
O único fator e elo integrado, nesse modelo das confederações das tribos, era o Santuário que ficava em Siló.
Porém, este já havia sido destruído e saqueado pelos Filisteus
que estavam aumentando seu território de dominação. Inclusive a Arca da Aliança
(sinal da presença de Deus no meio do povo) havia sido raptada por eles.
Era o ápice da “era do ferro” e os Filisteus conseguiram
monopolizar toda a “industria” do ferro, aumentando ainda mais o seu
poderio. E todos os que não eram filisteus ficavam limitados a usar as armas
mais frágeis de bronze ou cobre.
Das doze tribos, cerca da metade da população pertencia as duas
tribos do sul, Judá e Benjamim. E foi da Tribo de Benjamim, da família de um
homem chamado “Quiz”, um fazendeiro, que veio o primeiro rei de Israel: Saul.
Este tinha ido procurar as jumentas do rebanho do seu pai e no caminho encontro
o profeta Samuel, que por revelação divina, Deus apontou a sua escolha (1Sam
9).
Ali mesmo Samuel o ungiu proclamando rei sobre todo o povo de
Israel. No inicio os israelitas não aceitaram a indicação do “novo e primeiro
rei” , mas aos poucos o Jovem Saul mostrou ser um forte e valente soldado que
defendeu o povo da invasão dos Amonitas. Essa vitória fez com que o povo se
agradasse de Saul (1 Samuel 11).
Com isso, ele foi oficialmente coroado Rei de Israel em Gilgal,
pelas mãos do profeta Samuel, com trinta anos de idade. Muitos feitos e muitas
vitorias foram atribuídas a Saul, inclusive varias delas contra os próprios
Filisteus.
Saul tinha um filho, Jônatas, que também se tornou um grande e
capaz soldado ao lado do pai. Tudo parecia correr muito bem, povo com um rei,
vitorias conquistadas, Israel bem defendido... Mas aos poucos Deus começou a
mostrar que estava descontente com Saul. A fama e a gloria tomaram conta de sua
cabeça. Pouco caso fazia das coisas de Deus, não erigia nenhum altar ao Senhor
depois de cada “guerra” vencida.
Houve um total descuido para com as coisas de Deus. Sua
preocupação era conquistar, aumentar sua fama, seu poder. Lamentável!
Tornou-se um rei arrogante e intransigente. Concentrava todo o
poder em suas mãos. Não consultava ninguém e seu coração estava tão somente
voltado as coisas materiais. Sua espiritualidade havia desaparecido. Não ouviam
mais ninguém.
O próprio profeta Samuel discordava da postura do rei que não
respeita suas ações. Com tudo isso, Samuel profetizou anunciando o fim do
reinado de Saul (1 Sam 13,14). Mesmo com este anuncio profético de Samuel, o
rei Saul não procurou se arrepender e voltar-se para Deus, pelo contrario,
ficou ainda mais arrogante, enraivecido e deprimido.
Deus havia dito a Samuel: “ arrependo-me de ter posto Saul como
rei, pois ele me abandonou e não seguiu minhas instruções” (1Samuel 15,11). Samuel
disse a Saul: “assim como você rejeitou a palavra do Senhor, Ele o rejeitou
como rei” (1Samuel 15,23).
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