domingo, 2 de fevereiro de 2014

APRENDENDO COM JEÚ (PARTE 2)



Coube ao profeta Eliseu realizar uma tarefa que, a princípio, foi dada ao encargo de Elias, porém o bom e velho Elias estava cansado e Deus resolveu abreviar sua promoção aos céus. 

Assim, Elias foi arrebatado num redemoinho e teve como única testemunha seu sucessor, Eliseu, que foi separado de Elias por um carro de fogo, para evitar que o novo profeta se sentisse tentado a pegar uma carona para o céu.

Então Eliseu chamou um dos seus discípulos, que a Bíblia chama de filhos dos profetas, e disse: “Cinge os teus lombos; e toma este vaso de azeite na tua mão, e vai a Ramote de Gileade; e, chegando lá, vê onde está Jeú, filho de Jeosafá, filho de Ninsi; entra, e faze que ele se levante do meio de seus irmãos, e leva-o à câmara interior. E toma o vaso de azeite, e derrama-o sobre a sua cabeça, e dize: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel. Então abre a porta, foge, e não te detenhas.” (2 Reis 9:1-3)

É o seguinte, Eliseu mandou um de seus discípulos até Ramote, onde estava acampado o exército de Israel, identificasse Jeú, derramasse sobre sua cabeça o vaso de azeite, dando o recado de Deus para ele ungir-se rei de Israel e em seguida, fugisse.

Que estranho, hein? Uma ordem de Deus cumprida na carreira e o profeta ainda tinha que sair correndo, fugindo. Pois é, mas havia uma razão para isso e estava no resto do recado do Senhor, veja:

E ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do SENHOR, da mão de Jezabel. E toda a casa de Acabe perecerá; destruirei de Acabe todo o homem, tanto o encerrado como o absolvido em Israel.”    (2 Reis 9:7-8).

Jeú era um capitão do exército israelense e estava subordinado ao rei Acabe, mas a ordem do Senhor era destruir toda a casa de Acabe. 

Jeú não era um sucessor natural de Acabe, não era seu filho e nem herdeiro da coroa e sua unção como o novo rei de Israel não seria mansa e pacífica, Jeú teria que derramar muito sangue para assumir o reino para o qual Deus o estava ungindo, por isso o profeta tinha de ungir o homem e sair correndo.

Depois de ungido, Jeú disse a seus companheiros o que havia acontecido e eles se apressaram a pegar suas capas e colocar debaixo de Jeú no mais alto degrau e tocar a buzina proclamando Jeú rei de Israel.

O sucessor de Acabe era Jorão, seu filho, que havia sido ferido na guerra contra o rei da Síria e estava curando suas feridas em Jizreel. 

Jeú deu ordens para que ninguém saísse de Ramote, evitando que algum bajulador fosse contar a Jorão a proclamação de Jeú como novo rei de Israel.

Em Jizreel estavam dois reis: Jorão, rei de Israel e Acazias, rei de Judá, que entrou de gaiato no navio, já que ele não tinha nada a ver com a questão de política interna de Israel e só estava em Jizreel para uma visita de cortesia a Jorão.

Jeú não teve a prudência de andar de todo o seu coração na Lei do Senhor e nem se afastou dos pecados cometidos por Jeroboão, um dos mais idólatras reis de Israel e continuou sacrificando a deuses estranhos, por isso em seus dias Deus começou a diminuir os termos de Israel, porque Hazael, rei da Síria, feriu Israel em todas as suas fronteiras.

Deus é fiel, ainda que sejamos infiéis, porque a fidelidade é parte de Seu caráter, então Ele falou a Jeú e disse: 

“Porquanto bem agiste em fazer o que é reto aos meus olhos e, conforme tudo quanto eu tinha no meu coração, fizeste à casa de Acabe, teus filhos, até à quarta geração, se assentarão no trono de Israel.” (2 Reis 10:30).

 Como recompensa pela destruição da casa de Acabe, que era o cumprimento da vontade do Senhor,Deus prometeu a Jeú que até a sua quarta geração, sua descendência sentaria no trono de Israel.

Depois de vinte e oito anos de reinado Jeú morreu e foi sepultado em Samaria e seu filho, Jeoacaz, reinou em seu lugar, segundo a palavra do Senhor.

Nenhuma palavra da profecia de Elias contra Acabe e Jezabel caiu por terra.

Deus usou Jeú para exercer Sua justiça contra a casa de Acabe, não porque Jeú fosse um modelo de virtude, mas porque Deus conhecia seu coração e sabia de sua ambição. 


Deus sabia que Jeú não pensaria duas vezes antes de se levantar contra seu próprio rei para reinar em seu lugar.

Nem sempre Deus usa os bons, os de coração puro, algumas vezes Sua justiça é exercida por corações nada recomendáveis, mas nenhuma promessa de Deus, nenhuma palavra profética deixa de ser cumprida, ainda que se cumpra por caminhos tortos, pelo menos em nossa visão humana.


Deus cumprirá em sua vida toda palavra dita a seu respeito, ainda que pareça demorado demais em cumpri-la. 

Toda promessa passa pela prova do tempo que, por sua vez, prova os corações, divide intenções de pretensões, molda o caráter do servo fiel e revela a alma do infiel. Creia e espere!

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