Não se compare aos outros
Existe uma terrível cilada do inimigo para os cristãos, que é
a de nos compararmos uns com os outros.
A competitividade entre os membros do
Corpo de Cristo é uma das estratégias mais devastadoras usadas por Satanás.
No livro de Gálatas,
capítulo 6, lemos o seguinte: "Levem os fardos pesados uns dos outros
e, desta forma, cumpram a lei de Cristo. Se alguém pensa ser alguma coisa, não
sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então
poderá orgulhar-se de si mesmo, não à custa de outros, pois cada um deverá
levar a própria carga".
Parece haver nesta passagem das Escrituras uma disparidade entre o versículo 2 e o 5, pois o verso 2 diz: "levai
as cargas uns dos outros", e o 5: "pois cada um deverá levar
a própria carga".
Como vou levar a carga do meu
irmão ou minha irmã se o apóstolo Paulo está me dizendo que tenho que levar o
meu próprio fardo?
Como posso me preocupar com a carga do meu irmão?
A primeira coisa que o
Espírito Santo nos mostra é que deve existir o espírito de compaixão na Igreja do
Senhor Jesus. Isso significa que realmente devemos estar preocupados com as
necessidades e os sentimentos uns dos outros.
Precisamos realmente ter amor
profundo uns pelos outros e nos importarmos com o que acontece com os nossos
irmãos.
Para entendermos essa
passagem um pouco melhor, temos que voltar ao versículo 1 do capítulo 6:
"Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós que sois
espirituais corrigi-o com espírito de brandura e guarda-te para que não sejas
também tentado".
Ou seja: carregar as cargas uns dos outros significa
importar-se com o que seu irmão está passando.
Se alguém cair em pecado,
tropeçar ou for apanhado em alguma falta, não podemos de forma alguma desprezar
essa pessoa ou simplesmente colocá-la para fora da igreja.
Somos chamados para
ajudar a restaurar a vida dos nossos irmãos e levá-los de volta à comunhão com
Deus e com a igreja.
Nosso alvo deve ser:
"Eu quero ajudar aquele irmão a levantar-se novamente". Quando Paulo
nos disse para tomarmos cuidado a fim de também não sermos tentados, está
dizendo que nenhum de nós pode ficar se achando superior à pessoa que caiu,
pensando: "Eu nunca faria uma coisa dessas".
Esse pensamento é muito
perigoso porque você também pode ser tentado e cair igualzinho àquele que você
está desprezando. E primordial que tenhamos um espírito de humildade, de
brandura e de compaixão para com os nossos irmãos e irmãs.
Precisamos de uma
atitude que diz: "Se você tiver dificuldade, se tropeçar e errar,
enquanto você está pronto a tentar de novo, a pedir perdão a Deus e caminhar
para frente, pode contar comigo, estarei com você. Estou pronto a ajudá-lo a
carregar sua carga. Vamos lá! Não desanime! Somos membros do Corpo de
Cristo".
O próximo ponto que
precisamos entender é que nunca devemos nos comparar uns com os outros. Uma das
estratégias sutis que o inimigo usa para nos impedir de sermos abençoados é
justamente a de criar ciúmes em nosso meio quando nos comparamos aos outros.
A competitividade exagerada
e imprópria é um problema que o ser humano tem desde criança.
Irmão se comparam, e nisso há brigas e discussões. Uns não acham justo se um ganhasse mais dos pais do que o outro. Se um
pensa que o outro esta sendo mais favorecido, começam as reclamações.
Há um método inteligente de conter disputas entre irmãos. Por exemplo: se houver apenas um pedaço de bolo sobrando e 2 irmãos quiserem comer aquele pedaço, é fácil resolver o problema: "Um corta o bolo em dois pedaços
e o outro pode escolher o primeiro pedaço".
Se usássemos uma balança
extremamente precisa, o bolo não seria dividido tão bem. Era certo que aquele
bolo seria repartido com precisão absoluta, porque se um corta um
pedaço maior que o outro achando que ia comer mais bolo, não daria certo, pois
o outro escolheria o pedaço maior.
Essa mesma atitude de divisão e contenda é um problema sério hoje na Igreja também. Nossa
tendência natural e carnal aprendida na infância é de sermos competitivos, de
termos ciúmes uns dos outros. Ficamos preocupados quando outros no Corpo de
Cristo têm mais dons ou mais talentos do que nós
.
Foi justamente com essa
idéia em mente que o apóstolo Paulo disse que devemos provar cada um de nós o
seu próprio trabalho e não nos compararmos uns com os outros.
E, dessa forma,
devemos carregar o nosso próprio fardo.
Ele estava falando sobre duas coisas
completamente diferentes, mas que precisam funcionar em conjunto: devemos amar
uns aos outros no Corpo de Cristo a ponto de estarmos prontos para carregar o
fardo do nosso próximo; mas nunca devemos nos comparar com a vida do outro,
porque isso sempre vai desvirtuar aquilo que Deus está querendo fazer com
nossas próprias vidas. Cada um de nós tem que responder por si mesmo diante do
seu Mestre.
Todos nós temos um chamado
todo especial; temos dons especiais; temos talentos que Deus nos dá. Portanto,
não é correto ficarmos comparando nossos dons e talentos ou nosso chamado com
os do próximo. Seja a pessoa que Deus chamou a ser; seja você mesmo! Então,
você será um presente de Deus para o Corpo de Cristo. Sua vida será vista pelo
Senhor como um sucesso perante seus olhos.
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