segunda-feira, 18 de maio de 2015

APRENDENDO COM ZACARIAS



Zacarias e o problema da interpretação “espiritual”

Os cristãos que não crêem que Israel tenha um futuro, costumam interpretar “espiritualmente” muitas passagens do profeta Zacarias. Isso é bastante incoerente, já que interpretam literalmente as profecias acerca da primeira vinda de Jesus, também mencionada no livro de Zacarias.


Zacarias foi um dos profetas pós – exílicos do Antigo Testamento.
Ele foi contemporâneo de Ageu (Esdras 5:1). Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir o templo (Esdras 6:14). 
Como filho de Baraquias, filhos de Ido, ele era de umas das famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do Antigo Testamento, dado referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.
Ele foi um profeta do Reino de Judá, e foi o décimo primeiro profeta dos doze profetas menores. Conforme Ezequiel, ele foi um profeta do exílio. 
Ele descreveu a si mesmo (Zacarias 1:1) como "o Filho de Baraquias." 
Em Esdras, foi chamado "o filho de Ido," que foi na realidade seu avô. Sua carreira profética iniciou-se no segundo ano de Dario I, Rei do Império Aquemênida (520 a.C.), cerca de seis anos antes do primeiro grupo que retornou do exílio babilônico.

O profeta Zacarias fala tanto da primeira como da segunda vinda de Cristo. O contexto geral do livro evidencia que tanto a primeira como a segunda vinda do Messias estão intrinsecamente ligadas com o povo e com a terra de Israel. Tudo o que Zacarias previu acerca da primeira vinda de Jesus já se cumpriu – não espiritualmente, mas de forma literal.

A linguagem figurativa nas visões do profeta, naturalmente, é algo diferente. 


Em Zacarias, mostra que mesmo os intérpretes que negam um futuro a Israel, quando interpretam Jerusalém em Zacarias 1-11, afirmam que essa cidade é a Jerusalém terrena. A ruptura na interpretação do livro acontece quando se trata da volta de Cristo. Aí começa a espiritualização da geografia. Vejamos alguns exemplos do cumprimento literal das profecias de Zacarias acerca da primeira vinda do Messias:

Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento (Zc 9.9).


Jesus foi abandonado por Seus discípulos quando foi preso (Zc 13.7).


Jesus foi traído por 30 moedas de prata (Zc 11.12).


As 30 moedas foram jogadas por Judas no Templo e com esse dinheiro foi comprado o campo do oleiro (Zc 11.13).

O lado de Jesus foi traspassado com uma lança (Zc 12.10).

Em diversas passagens Zacarias fala, num mesmo contexto, tanto da primeira como da segunda vinda de Jesus. Por isso, não existe razão para interpretar as passagens sobre a segunda vinda de forma diferente:

Os povos se levantarão contra Jerusalém (Zc 12.1-3).


A casa de Davi reconhecerá o seu Senhor e Rei na pessoa de Cristo, que retornou, e experimentará um derramamento do Espírito Santo (Zc 12.10).

No lamento de arrependimento as diversas linhagens de Israel são listadas (Zc 12.11-14). 


Ezequiel menciona nominalmente as doze tribos de Israel em sua visão do Reino Messiânico, com indicações geográficas exatas que só podem ser aplicadas à terra de Israel (Ez 48.22-29).

O monte das Oliveiras se repartirá ao meio quando Jesus voltar (Zc 14.4).


Em conexão com a volta de Cristo, Zacarias traz dados geográficos concretos, cita nomes e localidades em Israel e outros países (Zc 14.10-11,18). Zacarias, como Ezequiel (Ez 47.8), fala da campina do mar Morto, também chamada Aravá.

No profeta Zacarias as profecias sobre a primeira e a segunda vinda de Cristo são tão claras e evidentes, tão encaixadas numa engrenagem única que impossibilitam a aplicação de critérios interpretativos diferentes (interpretação literal ou espiritual) sem romper com os princípios exegéticos do texto bíblico. 


A profecia acerca da primeira vinda de Cristo no livro de Zacarias, já cumprida literalmente, não permite outra conclusão: os dados proféticos acerca da sua volta se cumprirão da mesma forma, literalmente.

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