APRENDENDO COM AMÓS
Senhor das nações (Amós e Obadias) - Corra o juízo e a justiça sobre a terra
Desde os primórdios
da religião israelita, a crença de que Deus tinha escolhido esse povo
específico para cumprir uma missão tem sido tanto um fundamento da fé hebraica
quanto um refúgio em momentos de aflição.
No entanto, os profetas sentiram que,
para muitos de seus contemporâneos, esse fundamento era uma pedra de tropeço, e
esse refúgio, uma fuga.
Eles tinham que lembrar às pessoas que a eleição não
devia ser confundida com favoritismo divino ou imunidade ao castigo, mas, ao
contrário, significava que elas estavam mais seriamente expostas ao juízo e
castigo divinos.
“Rugiu o leão, quem
não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” (Amós 3:8).
Atos de desumanidade são pecados contra Deus e
por isso serão julgados.
Nas Escrituras, um
leão geralmente descreve o rei do mundo animal. Sua aparência revela força e
majestade irresistíveis, bem como ferocidade e poder destrutivo.
O rugido do
leão pode ser ouvido a vários quilômetros de distância. Amós, um pastor, foi
enviado aos israelitas para adverti-los de que ele tinha ouvido um leão
rugindo.
Esse leão não era outro senão o Senhor! Movido pelo Espírito Santo, o
profeta Amós comparou com o rugido de um leão a maneira divina de falar às
nações e ao Seu povo especial (Amós 1:2).
Amós foi chamado para
profetizar às nações que cometiam crimes contra a humanidade.
Ele também foi
enviado a uma sociedade na qual um povo privilegiado e religioso vivia em paz e
prosperidade.
No entanto, esse mesmo povo oprimia os pobres e permitia negócios
desonestos e suborno nos julgamentos. Essas ações eram desprezíveis aos olhos de Deus.
Crimes
contra a humanidade
1. Leia Amós 1 e 2.
Por que o Senhor advertiu que haveria punição?
Os dois primeiros
capítulos de Amós contêm sete profecias contra nações vizinhas, seguidas por
uma profecia contra Israel. As nações estrangeiras não são julgadas por serem
inimigas de Israel, mas por suas transgressões de princípios humanos
universais.
Duas coisas se destacam na condenação de Amós: a ausência de
lealdade e a ausência de compaixão.
Por exemplo, Tiro era
uma importante cidade mercantil localizada na costa do Mediterrâneo, ao norte
de Israel. Por sua quase inexpugnável fortaleza em uma ilha, a cidade se
vangloriava de sua segurança.
Além disso, os líderes de Tiro firmavam tratados
de paz com várias nações vizinhas, como a dos filisteus.
A cidade se tornou
aliada de Israel por um “tratado de fraternidade” durante os reinados de Davi e
Salomão (1Reis 5:1, 12) e até mesmo do rei Acabe (1Reis 16:30, 31).
Não é
surpreendente ler em 1 Reis 9:13 que Hirão, rei de Tiro, chamou Salomão de “meu
irmão” (NVI).
No entanto, o povo de
Tiro havia transgredido a “aliança de irmãos”. Tiro não foi condenada por levar
embora os cativos, mas por entregá-los aos inimigos de Israel, os edomitas.
Assim, o povo de Tiro foi responsável pelas crueldades que esses prisioneiros
sofreram nas mãos de seus inimigos. Da perspectiva de Deus, a pessoa que
auxilia e apoia a prática de um crime é tão culpada quanto aquela que o comete.
Visto que Deus é
soberano, Ele tem nas mãos o destino de todo o mundo. Tem objetivos e
interesses que vão muito além das fronteiras de Israel.
O Deus de Israel é o
Senhor de todas as nações. Ele Se interessa por toda a história humana. Ele é o
Deus criador, que dá vida a todos, e todos são responsáveis diante dEle.
Quem entre nós não
fica indignado diante da injustiça? Se Deus não existisse, que esperança
teríamos da aplicação da justiça?
O que significa para você a promessa bíblica
de que Deus trará justiça e juízo ao mundo? Como podemos aprender a nos
apegarmos a essa promessa em meio a toda a injustiça que vemos?
Deus pede para qualquer nação, que se faça justiça:
Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso. (Amós 5:24)
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