terça-feira, 25 de outubro de 2022

APRENDENDO COM EPAFRODITO

 

EPAFRODITO – UM HOMEM DE SACRIFÍCIO

 ALGO SOBRE O QUE PENSAR

Pode você lembrar-se de alguma época em sua vida em que deu de si mesmo, do seu dinheiro, de seu tempo, até não poder dar mais?

Não compreenda mal. Não estou falando de sentir-se desconfortável. Algumas pessoas, por causa do seu egoísmo, dão quase nada, e ainda sentem-se mal.

Pelo contrário, você já deu sacrificialmente? 

Por exemplo, você já esteve economizando para si mesmo, para uma viagem, um carro novo, um móvel novo, e então, por necessidade especial na vida de alguém, deu o dinheiro para suprir essa necessidade?

Se você nunca teve tal experiência, talvez não saiba muito acerca do dar sacrificial. Como a maioria dos crentes, é provável que você tenha dado do muito que possui, em vez da sua pobreza.

 UM EXAME DA CARTA DE PAULO ...

 Seus Profundos Relacionamentos Cristãos

2:25 Julguei, todavia, necessário mandar até vós a Epafrodito, por um lado meu irmão, cooperador e Companheiro de lutas e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades;

Seu Grande Senso de Responsabilidade

2:26       visto que ele tinha saudade de todos vós e testava angustiado porque ouvistes que adoeceu.

2:27       Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.

2:28       Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza.

Sua Recompensa por Serviço Fiel

2:29       Recebei-o, pois, no Senhor, com toda a alegria, e honrai sempre a homens como esse;

2:30 visto que, por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte, e se dispôs a dar a própria vida, para suprir a vossa carência de socorro para comigo.

O QUE PAULO DISSE?

A.           Seus Profundos Relacionamentos Cristãos

1.            Com Paulo

2.            Com os Filipenses


B.            Seu Grande Senso de Responsabilidade

1.            Para com os Filipenses

2.            Para com Paulo

 

C.            Sua Recompensa por Serviço Fiel

1.            Dos Filipenses

2.            De Paulo


O QUE PAULO QUIS DIZER?

Se a palavra-chave que Paulo usou para descrever em resumo a personalidade de Timóteo é caráter, então a palavra-chave que descreve a de Epafrodito é sacrifício. 

Embora cada resumo tenha seu foco único, ambos são lindos exemplos de homens que tinham a "mente de Cristo" —uma ênfase de Paulo em parágrafos anteriores. 

Epafrodito. à semelhança de Timóteo, foi um admirável exemplo de humildade e auto- sacrifício. 

De fato. Epafrodito quase fez o supremo sacrifício: 4,por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte" (2:30).

É interessante notar que o único lugar do Novo Testamento em que se menciona o nome de Epafrodito é na carta aos fílipenses. Mas em um único parágrafo (seis curtos versículos) Paulo dá-nos visões dignas de nota sobre a vida e motivos deste homem. 

Para começar, Epafrodito era um crente que havia desenvolvido alguns relacionamentos cristãos profundos. Em segundo lugar, levava seu trabalho a sério. Ele possuía um grande senso de responsabilidade. Em terceiro lugar, Paulo recomendava altamente seus esforços e também desejava que Epafrodito fosse adequadamente recompensado por seu serviço fiel.

A.           Seus Profundos Relacionamentos Cristãos

1.            Com Paulo

Paulo falou primeiro de seu próprio relacionamento com Epafrotido em termos significativos: irmão, coopera-dor e companheiro de lutas.

A palavra irmão fala de seu relacionamento em Cristo. Como todos os cristãos verdadeiros, ambos eram membros da família de Deus. Como disse Paulo ao escrever aos Gálatas: "Dessorte não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28). 

Embora Paulo tivesse o alto privilégio de ter sido escolhido para apóstolo, ele ainda se considerava membro do corpo de Cristo ligado a todos os outros por sua posição em Cristo.

Paulo também chamou a Epafrodito de "cooperador". Juntos haviam servido a Jesus Cristo. Não sabemos qual era a posição de Epafrodito na igreja filipense. Alguns acreditam que ele era presbítero. 

O relacionamento de Paulo com ele como cooperador provavelmente tenha começado em Filipos, muito antes de Epafrodito vir a Roma. Mas este relacionamento alcançou grande culminância quando Epafrodito visitou a Paulo na prisão e serviu com ele aí para o progresso da obra de Jesus Cristo.

Finalmente, Paulo chamou-o de "companheiro de lutas". Estes dias no serviço de Cristo não foram fáceis: os cristãos eram odiados, e a perseguição era comum. Juntos, Paulo e Epafrodito haviam "combatido o bom combate". 

Epafrodito não tinha medo nem se envergonhava de se identificar com as cadeias de Paulo, ainda que tivesse de sofrer dano físico e rejeição social. Usando as palavras de Paulo, ele era um dos irmãos no Senhor, que, por causa de suas algemas, "ousavam falar com mais desassombro a palavra de Deus" (1:14).

Assim, Paulo falou de um relacionamento muito profundo com este homem chamado Epafrodito. Embora Paulo estivesse em algemas e Epafrodito fosse livre, eles eram um em Cristo.

2.            Com os Filipenses

A seguir Paulo falou do relacionamento de Epafrodito com os Filipenses. Ele era mensageiro deles— literalmente, seu "apóstolo".1 Ele fora escolhido para levar a dádiva dos Filipenses a Paulo.

Isto fala de confiança. Talvez fosse mais fácil entender a significação desta confiança se de alguma forma percebêssemos o sacrifício que os cristãos Filipenses fizeram para juntar uma quantia suficiente de dinheiro para ajudar Paulo em sua necessidade. 

Os Filipenses, juntamente com outros crentes macedônios. não eram conhecidos por sua riqueza. Paulo descreveu o estado financeiro deles como sendo de "extrema pobreza''. Contudo, disse Paulo: "Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários" (2 Coríntios 8:2, 3).

De modo que quando os Filipenses ficaram sabendo das necessidades físicas de Paulo, imediatamente reuniram o que puderam de seus parcos recursos. Quando procuraram uma pessoa para fazer a entrega, escolheram a Epafrodito—um homem em quem podiam confiar e um homem que melhor retratava o interesse e amor que eles votavam a Paulo.

B.            Seu Grande Senso de Responsabilidade (2:26-28) Relacionamentos profundos alimentam o senso de responsabilidade. E quão claro é isto na vida de Epafrodito! 

Quando ele chegou a Roma. entregou a dádiva a Paulo, mas também encontrou um homem que precisava mais que uma visita rápida. Evidentemente ele decidiu ficar ao lado de Paulo a fim de ver o que podia fazer para ajudar. Tão grande era seu senso de responsabilidade— tanto perante Paulo quanto perante os irmãos Filipenses—que ele quase morreu no cumprimento desse dever.

Por alguma razão. Deus não permitiu que Paulo nos dissesse exatamente o que Epafrodito fez que colocou sua vida em perigo. Talvez isto aconteceu para que todos nós pudéssemos nos identificar com Epafrodito e aprender uma lição com este homem, não importando as circunstâncias.

Há vários indícios quanto a que perigo poderia ter sido esse. Primeiro, talvez tivesse sido uma doença física, porque ele quase morreu (2:27). Embora a palavra grega para "enfermo" pudesse referir-se a doença psicológica ou física, poucos morrem de problemas psicológicos—a menos que a tensão seja tão grande que tenha como resultado um ataque cardíaco. Contudo, quem sabe, este pode ter sido o problema de Epafrodito!

Segundo, seja qual for a causa do problema, ela envolvia arriscar a vida (2:30). Isto traz várias implicações. Ele podia ter trabalhado tanto que levou o corpo e a mente a algum tipo de desgaste físico ou mental. Ou, pode ser que o tenham perseguido severamente por causa de sua lealdade a Paulo.

Qualquer que tenha sido a causa, Epafrodito demons trou dedicação inusitada tanto a Paulo quanto aos Filipenses. Sua motivação básica era "suprir a carência de socorro" que os Filipenses não podiam dar por estarem distantes (2:30). Como mensageiro deles, Epafrodito sentiu um grande senso de responsabilidade. Ele não os podia desapontar, nem podia permitir que Paulo ficasse sozinho.

Note-se também, que a "dedicação a outros crentes" significa dedicação a Jesus Cristo. As duas estão de tal modo entreligadas que são inseparáveis, Assim, Paulo escreveu aos Filipenses que Epafrodito "por causo da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte". E que obra de Cristo era essa? Era suprir a ajuda que os Filipenses não podiam dar a Paulo! (2:30). O amor sacrificial aos Filipenses e a Paulo tornou-se em serviço significativo para Jesus Cristo!

O senso de responsabilidade de Epafrodito para com os Filipenses, e também a profundeza de seu relacionamento para com eles, são vistos no relato que Paulo faz aos Filipenses da doença do companheiro. "Visto que ele tinha saudade de todos vós e estava angustiado porque ouvistes que adoeceu" (2:26).

Parece não haver dúvida acerca da natureza do problema sobre o qual Paulo falava neste versículo. Epafrodito estava com saudades de casa. Talvez esta seja outra pista para a causa básica de sua doença física. De outra forma, por que Epafrodito ficaria tão angustiado por terem os Filipenses descoberto que ele estava doente? (2:26). 

Em outras palavras, talvez Epafrodito estivesse com tanta saudade de case»—um tipo horrível de doença emocional quando severa—que se tornou sensível ao desgaste físico. Quando os Filipenses souberam do seu problema, ele ficou apreensivo com respeito à reação deles—talvez tivesse medo de que eles o criticassem por sua fraqueza emocional.

Assim, Paulo tomou a responsabilidade de ajudar a conservar abertas as linhas de comunicação entre Epafrodito e os irmãos em Cristo de Filipos. Para tanto, ele explicou o problema de Epafrodito (2:26, 27a), indicando seu próprio alívio emocional por Deus tê-lo poupado (2:27b); ele também queria deixar claro aos Filipenses que partiu dele a idéia de mandar Epafrodito de volta. 

"Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo", escreveu Paulo, "para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza" (2:28). E possível que Paulo também estivesse um pouco apreensivo com a reação dos Filipenses à doença de Epafrodito; afinal de contas, ele ficara em Roma para ajudar a Paulo.

Mas Paulo também esclareceu algo mais. E isto vemos na seção final.

C.            Sua Recompensa por Serviço Fiel (2:29, 30)

Em suas palavras finais acerca deste homem, Paulo tomou claro que Epafrodito devia receber o devido reconhecimento por seu serviço sacrificial. “Recebei-o, pois, no Senhor, com toda a alegria, e honrai sempre a homens como esse" (2:29). Chega a parecer que Paulo receia que os Filipenses sejam tentados a questionar a dedicação cristã de Epafrodito por voltar a Filipos devido a saudades de casa. 

Embora o amassem e confiassem nele, eles, como qualquer outro grupo de cristãos nestas circunstâncias, teriam interesse pela atitude de Paulo. De modo que Paulo deixou claro: era sua a idéia da volta de Epafrodito, e ele queria que este fosse bem recebido, com alegria e com a plena consciência do seu serviço sacrificial por Jesus Cristo.

UMA APLICAÇÃO PARA O SÉCULO VINTE

Epafrodito era um homem de sacrifício. Paulo também. E também Timóteo. Os crentes Filipenses, juntamente com muitos cristãos do Novo Testamento, conheciam o significado de dar até mais não poder. Este é o dar sacrificial.

Acho que os crentes do século vinte nem mesmo chegam perto de saber o que significa essa experiência. Embora muitos dêm 10%. 20% ou até mesmo 30% de sua renda para a obra do Senhor, ainda sabemos de onde nos virá a próxima refeição. Sempre temos a certeza de que nosso pagamento chegará a tempo. É claro, poucos de nós passamos por inconveniência real por termos contribuído para promover a obra de Cristo—financeiramente ou mediante o esforço humano.

Não estou certo, portanto, de que o que a maioria de nós temos feito pode chamar-se realmente de sacrifício neotestamentário—pelo menos quando comparado com a experiência de Paulo, Timóteo, Epafrodito, e dos cristãos Filipenses. Poucos de nós temos dado em meio a "severas tribulações" e "pobreza extrema'1 (2 Coríntios 8:2). Conheço alguns crentes que até tomaram dinheiro emprestado para dar à obra do Senhor—mas isso é a exceção.

Devemos nos envergonhar? Não necessariamente. Somos um povo abençoado: devíamos nos alegrar e louvar a Deus. Paulo disse: 'Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez" (Filipenses 4:12).

Sendo assim, regozijemo-nos em nossa "abundância".

Mas se houver uma necessidade específica (e sempre há), e se houver a oportunidade de dar para a obra de Jesus Cristo, e se não estivermos dispostos a fazer a nossa parte, então talvez devamos reavaliar nossa entrega cristã e nossa gratidão a Deus pelo que temos em Cristo Jesus. Pode ser que precisemos perguntar a nós mesmos se realmente estamos tendo a experiência do Novo Testamento que é vital para nosso crescimento espiritual.

 UMA RESPOSTA DE VIDA PESSOAL

Pense em um modo de você contribuir até não poder mais. Que tal usar suas economias para ajudar alguém que passa necessidade? Ou, pode ser que você queira fazer algo parecido com o que alguns amigos meus fizeram—desistiram de uma viagem de turismo para suprir uma necessidade muito especial em sua igreja.

O que você fizer deve ficar entre você e o Senhor e os que estão intimamente envolvidos. Não dê oportunidade a Satanás de tentá-lo para o orgulho. Mas, por outro lado, não se refreie com medo de que alguém possa descobrir. Eles podem precisar do seu exemplo cristão.

Lembre-se de que o tamanho de sua dádiva não é o que importa. A atitude de seu coração e o dar segundo sua capacidade é que Deus honra, Como alguém disse: "O pouco com Deus é muito." É sobre isto que Paulo falava em 2 Coríntios 8 e 9.

Leia 2 Coríntios 8 e 9. Que princípios importantes do dar são ilustrados nestes capítulos? De que formas podem os cristãos aplicar estes princípios hoje?


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