domingo, 20 de setembro de 2015

APRENDENDO COM CORÁ

A REBELIÃO DE CORÁ

 Muitos anos atrás, quando os filhos de Israel estavam acampados no deserto, levantou-se uma discussão entre eles sobre quem deveria exercer a autoridade. Moisés e seu irmão Arão vinham liderando o povo de Deus até aquela ocasião.
Moisés tinha vindo ao Egito e, junto com seu irmão Arão, falado a Palavra de Deus para os israelitas e para o faraó e, mais tarde, conduzido o povo de Deus para fora de sua escravidão em direção ao seu destino divinamente escolhido. Esse foi um tempo maravilhoso na história do povo de Deus, durante o qual o poder de Deus e Sua vitória sobre as forças do mal foram demonstradas dramaticamente.
Entretanto, com o passar do tempo, alguns dos outros homens da congregação se desiludiram com o exercício de autoridade de Moisés e de Arão. Esses outros homens (mais de 250 pessoas) também eram líderes na congregação e bem conhecidos entre as pessoas (Nm 16:2). Eles começaram a questionar o porquê de Moisés e Arão estarem “se colocando como autoridades” e “exaltando a si mesmos” acima de todos os demais (Numeros 16:3).
Seu raciocínio era algo assim: “Somos todos ‘cristãos’ aqui. Deus está entre todos nós. Qualquer um na congregação é tão santo quanto qualquer outro. Aos olhos de Deus somos todos iguais. Quem esses dois pensam que são? Nossa compreensão da vontade de Deus é tão válida quanto a deles. Por que deveríamos seguí-los?”
Agora, este tipo de raciocínio é fácil de entender. É perfeitamente natural pensar desta maneira quando somos confrontados com a autoridade espiritual. No início, quando alguém surge com uma palavra do Senhor e manifesta uma unção espiritual, é fácil impressionar-se e prestar atenção no que dizem. 
Contudo, depois de algum tempo, quando você conhece a pessoa e percebe suas falhas humanas e fraquezas – quando a primeira “aura” de impressão espiritual se foi – este tipo de pensamento começa a surgir.
Não é difícil simpatizar com aqueles homens e com as razões pelas quais pensavam daquela maneira. Moisés tinha prometido trazê-los para uma terra onde havia bastante leite e mel, mas em volta deles só se via deserto. 
Ele lhes havia dito que Deus desejava abençoá-los abundantemente, mas até mesmo o Egito tinha sido mais confortável que aquilo. Eles tinham olhos no rosto; podiam ver que não estavam tomando o rumo mais rápido para seu destino.
Aquele Moisés também estava mantendo as coisas em família, indicando seus parentes para o sacerdócio. Só um tolo continuaria a ser guiado por aqueles dois sem expressar um pouco a sua própria opinião. Será que Moisés pretendia manter todos eles cegos para que ele e seu irmão pudessem permanecer nas posições de autoridade? (Numeros 16:14).
Conforme vamos lendo, descobrimos que a reação de Deus a este processo de pensamento foi extremamente severa – na verdade, tão severa, que muitos ficaram chateados e iraram-se.
Aqueles que não responderam à intimação de Moisés para a tenda da congregação foram engolidos vivos pela terra. Aconteceu algo inédito e aqueles homens, com suas famílias inteiras, caíram no abismo (Numeros 16:30-33).
Em seguida, desceu fogo do céu e consumiu os 250 remanescentes. Então, como se este julgamento devastador e terrível sobre o povo de Deus já não tivesse sido suficiente, uma praga irrompeu sobre aqueles que se ofenderam com o acontecido e matou mais 14.700!
Na verdade, foi só pela intervenção de Moisés e Arão que a congregação inteira não foi destruída num piscar de olhos. Que calamidade de proporções inimagináveis tinha acontecido àqueles a quem Deus havia escolhido para serem Seus.
Vamos parar por um momento e avaliar este evento cuidadosamente. Isto não é simplesmente uma sabatina de história antiga. O Novo Testamento explica claramente que estas coisas foram escritas para o nosso benefício (1 Corintios 10:11).
Essa é na verdade uma mensagem para a Igreja de hoje, e Deus está ansioso para que a ouçamos. É uma palavra séria e corretiva que está em Seu coração. Que Ele tenha misericórdia de nós para que sejamos capazes de recebê-la como tal e obedeçamos as autoridades que Deus levantou.

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